Amber
O dia da minha sessão com a Dra. Gabriela chegou, e eu me senti surpreendentemente animada. Desde nosso treino de defesa pessoal, percebi que a relação entre nós tinha mudado. Não era mais apenas um vínculo profissional; Gabriela estava se tornando alguém em quem eu podia confiar.
Quando entrei na recepção do consultório, notei algumas mudanças. Havia mais câmeras posicionadas nos cantos e uma tela na mesa da recepcionista mostrando várias imagens ao vivo. Além disso, percebi que os monitores pareciam exibir softwares de monitoramento que reconheci vagamente da época em que trabalhava na segurança de dados.
"Bem-vinda, Amber," Gabriela apareceu na porta, me cumprimentando com um sorriso caloroso. "Entre, por favor."
Levantei-me e a segui até sua sala. O ambiente era acolhedor como sempre, com móveis confortáveis e luz s
AmberDepois da sessão com Gabriela, algo dentro de mim se agitou. Minha mente parecia estar a mil, conectando pontos e desenterrando memórias que antes estavam enterradas. Em vez de voltar para casa, onde Leonardo provavelmente estava com as crianças, decidi ir até a MGroup. Não tinha certeza do que esperava encontrar, mas precisava de respostas.Cheguei ao prédio já tarde da noite, o lugar estava silencioso, exceto pelos seguranças que faziam rondas. Passei por eles com um aceno breve e entrei no elevador. A sensação de estar de volta ali, sem a presença de Leonardo, era estranha, mas ao mesmo tempo libertadora. Era como se aquele momento fosse apenas meu.A sala de Leonardo estava exatamente como eu lembrava: organizada, imponente e com aquele leve aroma que sempre o acompanhava. Fechei a porta atrás de mim e fui direto para o computador dele. Meu coraç
MagnusEstava ajustando o paletó, pronto para sair e encontrar Gabriela, quando o celular vibrou no meu bolso. Assim que vi a mensagem de Amber, todo o meu corpo entrou em alerta."Socorro. Estou na sala do Leonardo. Tem gente aqui."O ar parecia pesar ao meu redor. Não havia tempo para pensar, apenas agir. Disquei imediatamente para Hilton, o único segurança em quem confiava completamente."Suba para o andar da diretoria agora," ordenei, minha voz baixa e firme. "Não mencione nada, apenas faça a ronda como de costume e fique lá até eu chegar.""Entendido, senhor Magnus," respondeu Hilton, sem hesitar.Desliguei e fui direto para o carro. Cada pensamento que cruzava minha mente aumentava minha urgência. Amber sozinha na empresa, esbarrando em pessoas que obviamente não tinham permissão para estar lá? O que ela poderia ter desc
AmberEntrei em casa com passos rápidos e firmes, mas a tensão no meu corpo era impossível de ignorar. Cada detalhe do que havia acontecido na MGroup continuava rodando na minha mente. O ar no ambiente parecia carregado, como se até as paredes pudessem perceber minha inquietação.Subi as escadas direto para o quarto, evitando qualquer encontro no caminho. Não estava pronta para enfrentar as crianças ou mesmo Leonardo antes de processar o turbilhão de pensamentos que tomava conta de mim. Fechei a porta do quarto, encostando nela por um momento enquanto respirava fundo.O quarto parecia o único lugar seguro, mas ao mesmo tempo, era ali que sabia que enfrentaria algumas verdades. Meus olhos recaíram sobre o meu computador, e algo dentro de mim despertou. Sem pensar duas vezes, joguei a bolsa sobre a cama e fui direto até ele. Liguei a máquina, minha mente tra
PeterO relógio marcava meia-noite, e a cidade brilhava sob a escuridão como um tabuleiro de jogo em que eu controlava todas as peças. Pelo menos, era assim que deveria ser. Mas a incompetência dos meus subordinados transformava tudo em um caos que eu precisava resolver pessoalmente.O telefone em minhas mãos parecia quente, como se absorvesse toda a minha raiva. Disquei o número, e quando a chamada foi atendida, minha paciência já estava no limite."Você tem ideia de com quem está falando?" comecei, minha voz baixa e carregada de ameaça. Não esperei pela resposta. "Eu dei a você uma tarefa simples. Entrar, pegar as informações e sair. Mas aqui estamos nós, com você me dizendo que ainda não conseguiu nada concreto.""Senhor Caltonr, eu—" começou a voz do outro lado, hesitante."Não ouse me int
LeonardoA manhã começou com o peso de mais uma crise nas costas. Eu estava cansado. Não só fisicamente, mas mentalmente. Cada vez que parecia que Amber e eu estávamos prestes a encontrar alguma paz, algo acontecia para nos puxar de volta ao caos. Hoje, porém, eu estava determinado a dar um fim a tudo isso.Assim que Amber e eu chegamos ao meu escritório na MGroup, tentei organizar minha mente. Ela estava focada e silenciosa, uma combinação que era ao mesmo tempo tranquilizadora e preocupante. Fechei a porta atrás de nós, respirando fundo antes de me virar para ela."Sente-se," falei, indicando minha mesa. "Continue procurando pistas no sistema. Veja se consegue detectar qualquer anomalia ou rastro que eles possam ter deixado."Amber apenas assentiu, seus olhos já fixos no monitor antes que eu pudesse terminar a frase. Era fascinante vê-la assim, t&a
AmberMeus dedos corriam frenéticos pelo teclado, cada comando sendo executado com precisão quase automática. Era como se minha mente estivesse despertando de um longo sono, conectando fios que antes pareciam desconectados. A cada novo acesso, um caminho diferente se abria, iluminando partes de mim que eu nem sabia que estavam apagadas. A euforia pulsava em minhas veias. Eu estava desbravando um pedaço de mim mesma, e isso me fazia sentir viva novamente.Pausando por um momento, respirei fundo e observei a tela à minha frente. Tudo ali era familiar, mas, ao mesmo tempo desafiador. Meus olhos correram pelas linhas de código e relatórios que eu analisava com precisão. Eu estava voltando, lentamente, mas estava.O som de vozes exaltadas do lado de fora da sala interrompeu minha concentração. Franzi o cenho, tentando ignorar, mas o volume aumentava a cada segundo. As palavras eram
LeonardoO som dos saltos de Martina batendo contra o piso da recepção ecoou assim que saí do elevador. O cenário que encontrei ao atravessar as portas foi exatamente o que temia: Martina Ricci em plena performance. Layla estava pálida atrás do balcão, os seguranças parecendo desconfortáveis enquanto tentavam manter a compostura diante de uma mulher que claramente havia ultrapassado todos os limites."Vocês são um bando de inúteis!" Martina vociferava, o rosto contorcido de raiva. "Como ousam obedecer a uma impostora como aquela mulher? Eu sou Martina Ricci! Vocês sabem o que isso significa?" Sua voz cortava o ambiente como uma faca.Respirei fundo, ajustando o paletó e preparando-me para o espetáculo que sabia que estava prestes a enfrentar. "Martina!" Minha voz ecoou pela recepção. Ela congelou por um momento, seus olhos estreitando-se enquanto
MartinaSentei-me no sofá de veludo da cobertura de Peter, minhas pernas cruzadas com elegância calculada. Um sorriso vitorioso curvava meus lábios enquanto girava a taça de vinho em minhas mãos, o líquido rubro refletindo a luz dourada do ambiente. Peter estava de pé ao lado da janela, olhando a vista da cidade com uma expressão que oscilava entre irritação e cálculo.“Eu disse que ia conseguir,” comecei, minha voz doce como mel, mas com a satisfação afiada de uma lâmina. “Enquanto você grita com os seus incompetentes, eu resolvo as coisas. A escuta está lá. Bem debaixo do nariz daquele babaca, além da minha mãe bem estampada em seu rosto.”Peter virou-se para me encarar, os olhos estreitados. “Você teve sorte, Martina. Foi só isso. Eu planejo cada movimento; você só causou uma