Leonardo
Ainda estávamos tentando entender por que Nadia estava agindo daquele jeito. Eu olhei para Amber, que ainda parecia imersa nos pensamentos sobre o que tinha acabado de ouvir, e estendi minha mão para ela.
"Vem cá," murmurei, puxando-a suavemente para os meus braços.
Ela veio sem hesitar, e quando estava ali, tão perto de mim, não consegui evitar um sorriso. "Sabe, eu gostei de ver você com ciúmes," confessei, rindo baixinho. "Minha ruiva explosiva está voltando aos poucos."
Ela riu contra meu peito, o som leve e natural, algo que eu sempre ansiava ouvir. "Eu nunca pensei que me sentiria assim. Achei que tinha passado dessa fase," disse, mas havia um brilho divertido em seus olhos.
"Não acho que seja assim que funciona," o cheiro dela me inebriava. "Eu não consigo nem pensar em alguém se aproximando de você."
"Vamos fazer uma pro
AmberAinda estava mexida com o que Leonardo havia acabado de me contar. Por mais que quisesse fingir que aquilo não me atingia, algo dentro de mim parecia se contorcer. Minha mente estava confusa, tentando processar a ideia de que minha vida poderia ter sido muito pior do que eu imaginava. Meu pai seria mesmo capaz de matar minha mãe e inventar aquela história? Não queria pensar muito sobre isso. Era demais para digerir.Com um suspiro pesado, saí das garras de Leonardo, sentindo o calor de suas mãos relutantes em me soltar. Caminhei até a mesa e peguei as pastas que Layla havia deixado. Olhei o conteúdo: eram os documentos para a reunião que aconteceria dentro de uma hora.Leonardo se levantou, ajeitando a gravata e observando-me com um sorriso leve. "Está animada para a reunião?" perguntou, mas o tom era de brincadeira."Apavorada," respondi sinceramente, bala
LeonardoO caminho até a sala de reuniões era tranquilo, mas eu podia sentir a tensão que Amber carregava. Cada passo parecia mais pesado para ela, e mesmo sem dizer nada, estava claro que sua mente estava cheia de preocupações. Assim que entramos na sala, percebi o motivo de sua rigidez imediata: Nadia já estava lá, mexendo em papéis sobre a mesa como se tivesse todo o direito de estar presente.Amber hesitou ao vê-la, seus olhos rapidamente buscando os meus. Era um pedido silencioso, mas claro: eu tinha que lidar com isso.Coloquei minha mão em suas costas, um gesto que dizia que estava ao lado dela. "Nadia," chamei, minha voz firme o suficiente para cortar qualquer conversa que pudesse começar. Ela olhou para mim, surpresa."Senhor Martinucci?" respondeu, com um tom que oscilava entre a surpresa e a defensiva."Você não irá participar
LeonardoRichard e sua equipe apertaram nossas mãos, sorrisos genuínos nos rostos. A energia no ambiente era de satisfação mútua, e eu sentia que a reunião tinha sido um sucesso absoluto."Essa abordagem é o tipo de visão inovadora que buscamos em nossos parceiros," Richard disse, sua voz cheia de entusiasmo. "Estou ansioso para trabalhar com vocês.""A sensação é mútua," respondi, meu aperto de mão firme enquanto mantinha contato visual. "Estamos prontos para dar o próximo passo assim que ajustarmos os detalhes."Eles se despediram um a um, e quando a porta finalmente se fechou, deixando apenas Amber e eu na sala, virei-me para ela com um sorriso que não conseguia conter. Cruzei a sala em poucos passos e a puxei para um abraço, envolvendo-a em meus braços."Você foi incrível," murmurei, o orgulho evidente na minha voz.Amber balançou a cabeça, ainda parecendo um pouco atordoada. "Eu... não sei como aquelas palavras saíram de mim. Só parecia certo falar aquilo. A forma como a fusão es
LeonardoContinuei encarando as duas mulheres, esperando qualquer reação. "Dois minutos, Nadia? Está com problemas de audição também?" minha voz era cortante.Nadia engoliu em seco, o nervosismo evidente enquanto suas mãos entrelaçavam-se em seu colo. "Eu... eu só falei sobre a festa de confraternização da empresa," começou, a voz hesitante. "Nós conversamos bastante naquela noite, e a senhorita Bayer deve ter entendido errado."Uma risada seca escapou de mim antes que eu pudesse me conter. "Entendido errado?" repeti, arqueando uma sobrancelha. "Interessante. Então talvez seja melhor pedir as gravações da câmera da copa onde vocês conversaram sobre isso. Assim, podemos ver quem está dizendo a verdade." Inclinei-me levemente sobre a mesa, meu olhar fixo nela.O impacto foi imediato. Nadia empalideceu ainda mais, seus olhos arregalando-se brevemente antes de se recuperar e balançar a cabeça rapidamente. "Não, senhor Martinucci, não é necessário," disse ela, a voz ganhando um tom mais a
AmberMesmo com Leonardo garantindo que tudo estava sob controle, algo dentro de mim não acreditava. Uma sensação incômoda apertava meu peito, um pressentimento que eu não conseguia ignorar. Não era o momento para questioná-lo, não até que eu tivesse algo concreto, algo que pudesse nomear e enfrentar.Ele se sentou na poltrona ao meu lado, o contrato ainda em minhas mãos. Olhou para mim com um meio sorriso, aquele que fazia meu coração vacilar. "Então, o que achou?" perguntou, sua voz cheia de curiosidade e algo mais. Confiança, talvez?Desviei o olhar, nervosa. "Bem... eu não tenho certeza," comecei, ajustando a postura. Pousei o contrato sobre a mesa, passando os dedos pelas páginas. "Mas acredito que tem alguns erros aqui," apontei uma seção específica, "e aqui também. Além disso, temos que incluir as observações que fiz na reunião sobre segurança de dados."Ele inclinou-se ligeiramente, estudando o contrato onde eu apontava. "Você está certa," concordou, sua voz suave, mas com um t
AmberA tensão da manhã tinha se dissipado, substituída por uma curiosidade crescente quando Leonardo me levou até um centro de treinamento de defesa pessoal. O lugar tinha uma energia intensa, com paredes cobertas por pôsteres de competições e um tatame que dominava o centro da sala. O cheiro de esforço e foco pairava no ar, misturado ao som de pessoas treinando em outro espaço."Tem certeza de que isso é necessário?" perguntei, ajeitando minha bolsa no ombro enquanto seguia Leonardo pelo corredor.Ele olhou para mim, um sorriso divertido dançando em seus lábios. "Absoluta. Além disso, é uma boa forma de liberar o estresse."
LeonardoA tarde estava perfeita quando estacionamos o carro em frente à casa. Amber estava exausta, mas havia um brilho nos olhos dela, algo que me deixava satisfeito e orgulhoso. A sessão de treino tinham sido intensa, mas eu sabia que cada gota de suor era um passo para sua segurança e confiança.Mal havíamos fechado a porta do carro quando ouvimos vozes animadas do outro lado. Antes que Amber pudesse pegar a bolsa no banco, Bella e Louis apareceram correndo pelo jardim como dois pequenos furacões, os rostos iluminados por sorrisos que poderiam aquecer até o mais frio dos dias."Papai! Mamãe!" Bella gritou, os braços abertos enquanto corria em nossa direção.
AmberMesmo com Louis já tranquilo e o galo em sua testa começando a desinchar, eu ainda estava tensa. Por mais que soubesse que ele estava bem, era inevitável ficar em alerta. Sempre que os gêmeos batiam a cabeça, eu me pegava revisando mentalmente as instruções do pediatra, como se tivesse que garantir que nada escapasse ao meu olhar.Louis estava deitado no sofá com a cabeça no colo de Leonardo, que parecia ainda mais apavorado do que eu. Ele perguntou, pela terceira vez, se não seria melhor levá-lo ao pronto-socorro."Leo," suspirei, olhando para ele enquanto terminava de dobrar uma manta. "Ele está bem. Não teve nenhum dos sintomas de alerta que o médico falou. Qualquer coisa, ligamos para o pediatra, mas, por enquanto, não precisamos exagerar."Ele concordou com um murmúrio relutante, mas continuou acariciando os cabelos de Louis, como se i