Amber
Mesmo com Louis já tranquilo e o galo em sua testa começando a desinchar, eu ainda estava tensa. Por mais que soubesse que ele estava bem, era inevitável ficar em alerta. Sempre que os gêmeos batiam a cabeça, eu me pegava revisando mentalmente as instruções do pediatra, como se tivesse que garantir que nada escapasse ao meu olhar.
Louis estava deitado no sofá com a cabeça no colo de Leonardo, que parecia ainda mais apavorado do que eu. Ele perguntou, pela terceira vez, se não seria melhor levá-lo ao pronto-socorro.
"Leo," suspirei, olhando para ele enquanto terminava de dobrar uma manta. "Ele está bem. Não teve nenhum dos sintomas de alerta que o médico falou. Qualquer coisa, ligamos para o pediatra, mas, por enquanto, não precisamos exagerar."
Ele concordou com um murmúrio relutante, mas continuou acariciando os cabelos de Louis, como se i
LeonardoO quarto estava silencioso, exceto pelo som suave da respiração de Amber. O sono finalmente a alcançara depois de um dia cheio, mas eu não conseguia relaxar. Sua descrição do sonho continuava ecoando na minha mente, trazendo de volta memórias que eu gostaria de apagar.A cena que ela descreveu... os seguranças, a porta fechada... aquilo havia realmente acontecido. O peso da culpa, misturado ao medo de que ela se lembrasse de tudo, tornava impossível afastar o turbilhão de pensamentos.Levantei-me da cama, tentando não acordá-la, e fui até o sofá perto da janela. A luz fraca da cidade atravessava as cortinas, iluminando o quarto com um brilho prateado. Passei as mãos pelo rosto, tentando encontrar algum conforto, mas a lembrança daquela tarde voltou com força total.Eu nunca tinha planejado feri-la daquele jeito.
LeonardoO tempo parecia se dobrar ao nosso redor enquanto ela me olhava, seus olhos cheios de algo que misturava desejo e vulnerabilidade. Amber não disse nada – não precisava. O jeito como sua mão subiu lentamente pelo meu braço, os dedos delicados traçando o contorno do meu ombro, era um convite que eu nunca recusaria.Inclinei-me para ela, meus lábios encontrando os dela em um beijo que começou suave, mas rapidamente se transformou em algo mais voraz. O gosto dela, a textura, a forma como sua boca se moldava à minha... tudo era eletrizante. Minhas mãos deslizaram por suas costas, puxando-a mais para perto enquanto ela envolvia os braços ao redor do meu pescoço, os dedos se enredando no meu cabelo."Amber," murmurei contra seus lábios, minha voz rouca de desejo. Ela respondeu com um gemido baixo, sua respiração quente contra minha pele.Nossas bocas
AmberO dia da minha sessão com a Dra. Gabriela chegou, e eu me senti surpreendentemente animada. Desde nosso treino de defesa pessoal, percebi que a relação entre nós tinha mudado. Não era mais apenas um vínculo profissional; Gabriela estava se tornando alguém em quem eu podia confiar.Quando entrei na recepção do consultório, notei algumas mudanças. Havia mais câmeras posicionadas nos cantos e uma tela na mesa da recepcionista mostrando várias imagens ao vivo. Além disso, percebi que os monitores pareciam exibir softwares de monitoramento que reconheci vagamente da época em que trabalhava na segurança de dados."Bem-vinda, Amber," Gabriela apareceu na porta, me cumprimentando com um sorriso caloroso. "Entre, por favor."Levantei-me e a segui até sua sala. O ambiente era acolhedor como sempre, com móveis confortáveis e luz s
AmberDepois da sessão com Gabriela, algo dentro de mim se agitou. Minha mente parecia estar a mil, conectando pontos e desenterrando memórias que antes estavam enterradas. Em vez de voltar para casa, onde Leonardo provavelmente estava com as crianças, decidi ir até a MGroup. Não tinha certeza do que esperava encontrar, mas precisava de respostas.Cheguei ao prédio já tarde da noite, o lugar estava silencioso, exceto pelos seguranças que faziam rondas. Passei por eles com um aceno breve e entrei no elevador. A sensação de estar de volta ali, sem a presença de Leonardo, era estranha, mas ao mesmo tempo libertadora. Era como se aquele momento fosse apenas meu.A sala de Leonardo estava exatamente como eu lembrava: organizada, imponente e com aquele leve aroma que sempre o acompanhava. Fechei a porta atrás de mim e fui direto para o computador dele. Meu coraç
MagnusEstava ajustando o paletó, pronto para sair e encontrar Gabriela, quando o celular vibrou no meu bolso. Assim que vi a mensagem de Amber, todo o meu corpo entrou em alerta."Socorro. Estou na sala do Leonardo. Tem gente aqui."O ar parecia pesar ao meu redor. Não havia tempo para pensar, apenas agir. Disquei imediatamente para Hilton, o único segurança em quem confiava completamente."Suba para o andar da diretoria agora," ordenei, minha voz baixa e firme. "Não mencione nada, apenas faça a ronda como de costume e fique lá até eu chegar.""Entendido, senhor Magnus," respondeu Hilton, sem hesitar.Desliguei e fui direto para o carro. Cada pensamento que cruzava minha mente aumentava minha urgência. Amber sozinha na empresa, esbarrando em pessoas que obviamente não tinham permissão para estar lá? O que ela poderia ter desc
AmberEntrei em casa com passos rápidos e firmes, mas a tensão no meu corpo era impossível de ignorar. Cada detalhe do que havia acontecido na MGroup continuava rodando na minha mente. O ar no ambiente parecia carregado, como se até as paredes pudessem perceber minha inquietação.Subi as escadas direto para o quarto, evitando qualquer encontro no caminho. Não estava pronta para enfrentar as crianças ou mesmo Leonardo antes de processar o turbilhão de pensamentos que tomava conta de mim. Fechei a porta do quarto, encostando nela por um momento enquanto respirava fundo.O quarto parecia o único lugar seguro, mas ao mesmo tempo, era ali que sabia que enfrentaria algumas verdades. Meus olhos recaíram sobre o meu computador, e algo dentro de mim despertou. Sem pensar duas vezes, joguei a bolsa sobre a cama e fui direto até ele. Liguei a máquina, minha mente tra
PeterO relógio marcava meia-noite, e a cidade brilhava sob a escuridão como um tabuleiro de jogo em que eu controlava todas as peças. Pelo menos, era assim que deveria ser. Mas a incompetência dos meus subordinados transformava tudo em um caos que eu precisava resolver pessoalmente.O telefone em minhas mãos parecia quente, como se absorvesse toda a minha raiva. Disquei o número, e quando a chamada foi atendida, minha paciência já estava no limite."Você tem ideia de com quem está falando?" comecei, minha voz baixa e carregada de ameaça. Não esperei pela resposta. "Eu dei a você uma tarefa simples. Entrar, pegar as informações e sair. Mas aqui estamos nós, com você me dizendo que ainda não conseguiu nada concreto.""Senhor Caltonr, eu—" começou a voz do outro lado, hesitante."Não ouse me int
LeonardoA manhã começou com o peso de mais uma crise nas costas. Eu estava cansado. Não só fisicamente, mas mentalmente. Cada vez que parecia que Amber e eu estávamos prestes a encontrar alguma paz, algo acontecia para nos puxar de volta ao caos. Hoje, porém, eu estava determinado a dar um fim a tudo isso.Assim que Amber e eu chegamos ao meu escritório na MGroup, tentei organizar minha mente. Ela estava focada e silenciosa, uma combinação que era ao mesmo tempo tranquilizadora e preocupante. Fechei a porta atrás de nós, respirando fundo antes de me virar para ela."Sente-se," falei, indicando minha mesa. "Continue procurando pistas no sistema. Veja se consegue detectar qualquer anomalia ou rastro que eles possam ter deixado."Amber apenas assentiu, seus olhos já fixos no monitor antes que eu pudesse terminar a frase. Era fascinante vê-la assim, t&a