Amber
A felicidade vibrava em mim enquanto acompanhava Bella e Louis pelo parque de rua. A alegria estampada em seus rostinhos era contagiante. Cada risada, cada corrida em direção a algo novo, fazia meu coração se aquecer. Leonardo estava ao meu lado, e sua presença sólida fazia tudo parecer possí
Amber"Consegue andar?" Magnus perguntou, a voz baixa, mas cheia de urgência. Seus olhos avaliavam cada detalhe do meu estado, enquanto eu tentava me manter de pé."Sim..." comecei a responder, mas minhas pernas cederam, tremendo tanto que ele não hesitou. Num único movimento, me ergueu em seus braços como se eu fosse leve como uma pluma."Esconda o rosto," ele murmurou. Não era um pedido; era uma ordem. Enterrei meu rosto em seu peito, envergonhada e completamente arrasada. Não queria que ninguém me visse assim — machucada, humilhada, frágil. Joguei meus cabelos sobre o rosto, para evitar qualquer foto de algum paparazzi a paisana.Magnus caminhou rápido até o carro, seus passos firmes e decididos. Assim que me colocou no banco de trás, fechou a porta e entrou no banco do motorista. O motor rugiu, e partimos.Foi então que o pânic
LeonardoDesligo o celular tremendo de raiva. Nem mesmo no dia mais importante da nossa vida tínhamos um pouco de paz."Cadê a mamãe?" A vozinha de Louis corta o ar como uma faca, carregada de preocupação infantil que só faz meu coração apertar ainda mais."Ela não estava se sentindo bem, piccolo," respondo com uma calma que não sinto, enquanto forço um sorriso para tranquilizá-lo. "Magnus a levou para casa para descansar."Bella puxa minha camisa, seus olhos grandes e brilhantes fixos em mim. "A mamãe tá doente, papai?""Não é nada sério, principessa," murmuro, passando a mão em seu cabelo. "Ela só precisa descansar um pouco, está bem?"Meus pais, sentados à mesa com os gêmeos, trocam olhares carregados de preocupação. Mamma tenta disfarçar, mas seus olhos revelam tudo.
LeonardoAndava de um lado para o outro no escritório, a raiva fervendo em meu sangue. O rosto machucado de Amber assombrava minha mente, como um lembrete cruel de minha falha em protegê-la."Como isso aconteceu, Magnus?" parei abruptamente, encarando-o. "Onde você estava que não percebeu o perigo?"Magnus manteve a postura rígida, mas a tensão era visível em cada linha de seu rosto. "Estava do lado de fora do banheiro, chefe. Não imaginei que ela pudesse ser atacada lá dentro. Não foi uma falha de protocolo, mas eu... eu sinto muito.""Sentir muito?" Minha voz explodiu, ecoando pelo escritório, enquanto eu batia a palma da mão na mesa. "Sentir muito não vai apagar os hematomas dela! Sentir muito não vai livrá-la do trauma! Precisamos ser melhores, Magnus. Mais rápidos. Não admito que isso aconteça de novo!"Respirei fundo, te
AmberA voz da Dra. Gabriela flutuava em algum lugar distante, abafada pelo peso do meu próprio medo. Apesar disso, os espasmos começaram a diminuir, deixando apenas um tremor fraco em minhas mãos e o eco das ameaças ainda martelando em minha mente."Amber," ela chamou suavemente, puxando minha atenção. "Você consegue me ouvir?" LeonardoO quarto estava silencioso, exceto pelo som suave da respiração de Amber enquanto ela despertava. Seus olhos se abriram lentamente, encontrando os meus. Havia surpresa neles, misturada com algo mais – algo quente e familiar que despertou um aperto doce no meu peito."Como se sente?" perguntei, mantendo a voz baixa, tentando não a sobrecarregar. Resisti ao impulso de me aproximar imediatamente, deixando que ela tivesse seu espaço."Melhor, acho," respondeu, sentando-se na cama e passando as mãos pelo cabelo de maneira nervosa. "Só... um pouco confusa."Me levantei da poltrona e caminhei até a beirada da cama. Sentei-me ao seu lado, observando-a cuidadosamente. O rubor que subiu em suas bochechas me deixou intrigado, algo a mais estava acontecendo, mas não queria pressioná-la."A Dra. Gabriela me contou sobre a sessão," comecei, observando-a com atenção127. Despertar
AmberO reflexo no espelho era implacável. Meu rosto estava uma aquarela de roxos e vermelhos, o lábio cortado e inchado como um lembrete cruel do ataque. Ergui a blusa devagar, hesitando antes de encarar minha barriga. As manchas se espalhavam em tons sombrios, como se minha pele fosse um campo de batalha. Respirei fundo, engolindo o nó que subia pela garganta.Eu não podia deixar os gêmeos me verem assim. Não de novo. Já tinham me visto machucada tantas vezes por causa de Peter, e não queria que tivessem mais essas lembranças. Eles finalmente estavam em um lugar seguro; eu tinha que protegê-los disso também.A porta do banheiro se abriu devagar, e o reflexo de Leonardo apareceu no espelho. Ele entrou silenciosamente, seus olhos fixando-se em mim antes de parar atrás de mim. Sua mão pousou no meu quadril com gentileza, a presença sólida e calo
MagnusEstava finalizando a conversa com a equipe de segurança, repassando os novos protocolos que Leonardo exigira, quando meu celular vibrou no bolso. O nome da Dra. Gabriela surgiu na tela. Pensei que fosse sobre Amber, mas o som de choro do outro lado da linha me alertou imediatamente."Dra. Gabriela?" minha voz saiu firme, mas a preocupação cresceu."Magnus..." ela conseguiu murmurar entre soluços. "Eu... não sei o que fazer...""Fazer? O que aconteceu?" mas seu choro se intensificou, tão doloroso e sofrido, que achei que ela tinha sofrido um acidente."Onde você está?" perguntei, já me movendo em direção ao carro. A adrenalina correu por minhas veias, o tom desesperado dela indicando que algo estava muito errado."No consultório," ela respondeu, o tom quebrado."Não saia daí. Estou a caminho."Acelerei pelas ruas escuras, minha mente processando as possibilidades. Peter? Martina? Ou algo pior? Quando cheguei ao prédio, as luzes estavam apagadas, e tudo parecia deserto. Toquei o i
LeonardoFechei a porta do escritório com mais força do que pretendia e disquei imediatamente para Magnus. Meu corpo estava tenso, um misto de frustração e preocupação me consumindo."O que exatamente aconteceu?" perguntei assim que ele atendeu, direto ao ponto."Peter mandou dois homens até o consultório da Dra. Gabriela," Magnus respondeu, sua voz carregada de raiva contida. "Eles ameaçaram ela, exigindo que parasse o tratamento da senhorita Bayer. Quando se recusou, destruíram o consultório inteiro. Disseram que era só um aviso."Passei a mão pelo rosto, sentindo o peso da situação aumentar. "Onde você está agora?""Na casa dela. Decidi ficar até termos certeza de que o local está seguro," ele disse, com uma firmeza que eu esperava dele."Ela está bem?" perguntei, mas já sabia a