SEMANAS DEPOIS Natalie reconheceu aquele cheiro e o calor do corpo do namorado, antes mesmo de ele abraçá-la por trás; ainda que estivesse em uma interessante conversa com suas amigas. Ela estava à espera dele, já que ele quem a levaria para casa. Ela agradecia por não ter que ir junto do irmão e a namorada dele, de vela, principalmente quando eles não conseguiam deixar de implicar um com o outro. Ainda não soube de onde saiu aquela implicância toda, mas no fim era até divertida. Bem, ao menos ela achava isso, ao contrário de seus pais e irmão, que viviam surtando. — Olá, namorada. Ela abriu um enorme sorriso. — Ezra. — Esperou muito? — Não, minhas amigas me fizeram companhia. — E estamos de saída. — Bom namoro, pombinhos. Natalie corou, como sempre. Mesmo que já estivesse acostumada com as provocações de suas amigas, não adiantava, ela sempre corava. — Como foi seu dia? — Foi quase perfeito. — Quase? Ezra pegou na mão da namorada, levando-a até seu carro. — Sim,
— Não tenho nada a dizer ou escutar da senhora. Ezra abriu a porta rapidamente, querendo que sua namorada entrasse logo para dentro a casa dele, mas parecia que aquele era o dia de a chave não resolver aquele “problema”. E era irritante, principalmente quando aquela mulher insistia em ter uma conversa com Natalie. O que era mais estranho ainda. Primeiro, como ela soube que eles estavam ali? Segundo, por que ela procurou logo sua namorada? E terceiro, como ela conhecia o endereço de sua casa? Não fazia sentido nenhum. — Está enganada, mocinha. Temos algo em comum. — Eu e você não temos nada em comum. – Se virou para ela, raivosa. – Você abandonou meu irmãozinho. O deixou pensando... que não era amado. Ignorou a existência dele até dias atrás, e agora... quer vê-lo? Não tem esse direito. — Eu me arrependi. Natalie deu uma risada debochada. — É meio tarde para isso. — Eu quero muito conhecê-lo. — É meio tarde para isso também. — Você acha que é fácil ser mãe tão nova, e a
— Que bom que concordou em me encontrar, filho. Bryan olhou bem para a mulher de cabelos castanho-claros. Ela era muito bonita, mas algo nela o deixava desconfortável, e não era o fato de ser a primeira vez que se viam. O que seria natural acontecer. Quando recebeu aquela mensagem no seu Instagram, pensou duas vezes antes de aceitar o convite. Primeiro porque prometeu a seus pais e segundo porque achou estranho. Depois de tanto tempo, ela entrou em contato. Ela sabia onde ele morava, quem era ele, e ele tinha redes sociais, então por que só agora ela decidiu procurá-lo? O maior defeito dele, era a curiosidade. E foi por estar curioso para saber o que ela queria dele, que aceitou aquele encontro. Será que ela queria conhecê-lo? Ou queria uma outra coisa que só ele poderia dar a ela? Se não fosse por seu melhor amigo e a irmã dele, não teria conseguido ir naquele encontro sem seus pais saberem. Incluindo Nathan. Ele tinha pedido tanto para que ele não se encontrasse com Holly, princ
Bryan começava a se culpar por ter ido atrás dos pais biológicos. Não que estivesse arrependido por ter tido a chance de conhecer Nathan, mas agora percebia que Holly não era uma boa pessoa, como seu pai biológico havia dito. Por um momento, achou que era exagero, mesmo depois de ela ter abandonado ele, mas não. Era a verdade. Ela não era uma boa pessoa, e provavelmente jamais seria. Ela estava fazendo chantagem, e mesmo que ele não acreditasse que seus pais seriam capazes de algo tão terrível, ele temia com o que poderia acontecer caso Holly cumprisse com a promessa de colocar ambos na cadeia. Porque ela tinha provas. Provas. Que tipo de provas seriam essas? “Se eu soubesse... que ela tem o mínimo de carinho por você... eu diria para você procurá-la. Mas ela não tem, e ela não vai te fazer bem. Ela vai te destruir, e destruir a sua família. Essa é a dura e dolorosa verdade”. É, seu pai tinha razão em dizer aquelas palavras quando se conheceram. Ele sabia o que estava dizendo, e a
Mia se sentia nervosa. Andava de um lado para o outro, à espera de seu caçula. Se sentia também furiosa por Aime ter ido atrás de sua filha mais velha. Quem ela pensava que era, afinal? E o que queria com isso? Não tinha respostas, e se não fosse por seu marido, que a segurou ali, ela teria ido atrás daquela mulher, lhe tirado as respostas que precisava ter e dado na cara dela. E era isso que deveria fazer. Tinha que proteger sua família. Mas a pedido de Liam e seus filhos, tentou se acalmar e esperar. Bryan estava para chegar. Ele tinha ido ao cinema com os amigos, então só precisava se manter sã até ele chegar em casa. Se Liam dissesse que não estava como a esposa, estaria mentindo, mas ele sabia como camuflar bem aqueles sentimentos, diferente dela. Ele também gostaria de dar uma prensa naquela mulher, mas seria um erro gigantesco, principalmente quando ela parecia querer jogar sujo contra ele e sua esposa, então ele se pôs a se acalmar, e também à amada, e esperou. Esperou pelo
Já fazia onze anos desde a chegada de Mia naquela casa. Onze anos que a vida de todos mudou completamente, inclusive de Thomas e Natalie. Eles tiveram a sorte de ela aparecer na vida deles. Porque foi quando eles conheceram uma mãe de verdade. Algo que desejavam, mesmo que não admitissem em voz alta. Thomas era quem mais escondia aqueles sentimentos, e só percebeu que deveria fazer algo sobre isso quando teve uma conversa sincera com a única mãe que ele reconhecia naquela vida. Foi aí que ele decidiu que era hora de aceitar seu pai com alguém. Mas não com qualquer uma. Só tinha uma escolha. E ela era sua babá. O que teria acontecido se seus planos não tivessem dado certo? Ele não teria Mia como mãe, não teria mais irmãos e principalmente, teria talvez Freya como mãe. Só de pensar ele se arrepiava por inteiro. Após colocar o uniforme de sempre, pegou a mochila em cima da cama e saiu, mas não sem antes dar uma olhada na fotografia em família que havia em cima da mesa de cabeceira. Sua
— Thomas, você pode levar Bryan hoje? Os trigêmeos vão entrar na escola no segundo período por causa do médico. — Claro, mãe. — Eu vou dirigir. — Nem sobre meu cadáver, maninha. — Sobre ele ou não, eu vou dirigir. Você dirigiu a semana inteira e o papai prometeu que eu poderia pegar o carro hoje. — O pai prometeu, não eu. Liam e Mia trocaram um olhar cansado. — Tem certeza de que estou seguro com esses dois? — Olha só. Estão fazendo Bryan se preocupar. – Mia diz. – Filho, deixe sua irmã pegar o carro hoje. Qual o problema? Ela dirige tão bem. — Vamos então perguntar ao cachorro que ela quase atropelou semana passada se ele confiaria nela como motorista. — Não seja implicante, Thomas. – Liam pediu. — Aquilo não foi culpa minha. Ele apareceu do nada na minha frente. — Que explicaçãozinha meia boca. — Pai. Pode me levar por favor? Eu não vou aguentar isso aí, não. — Thomas, pelo amor de Deus, seu irmão de nove anos precisa que você seja um pouco menos implicante. S
Natalie ignorou completamente o fato de ver seu irmão e sua amiga se beijando ali no corredor. Eles mal tinham se encontrado, e já estavam “trocando saliva” como Bryan adorava dizer. Não que ela não fizesse o mesmo, mas era irritante quando eles podiam fazer aquilo sem se preocupar com o que diriam. Ou no caso, com o que seu pai diria. Estava escondendo o namoro desde que sua mãe revelou a nova gravidez. Surpreendentemente, tinha começado a namorar apenas duas semanas antes. Um dia antes, sua mãe teve conhecimento, assim como seu irmão do meio, que prometeu manter em segredo. Ela o adorava mais por ser fiel a ela, mesmo que soubesse que o certo era seu pai saber. E ela contaria. Na verdade, já queria ter contado, mas houve contratempos. E por isso ainda estava namorando escondido. Apenas sua mãe, seus dois irmãos e Belle sabiam sobre o namoro. E já era gente demais. Ela achava que era muita sorte seu pai não ter descoberto ainda, mesmo ela sendo tão cuidadosa. Muito mais que o irmão,