Mortos voltam mortos...
O contrário um dia foi dito.
As coisas hoje se misturam, os homens já não seguem as leis do mundo:Mortos voltam vivos.Vivos voltam mortos.Mortos voltam.Vivos voltam.Um dia.– Raven Stevenson
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De tempos em tempos, cidades simplesmente acabavam. Não como nos filmes de faroeste e suas cidades fantasmas. As pessoas simplesmente iam não se sabe onde e não voltavam. As outras pessoas, as que sobravam, não tinham o que dizer. Elas simplesmente não se recordavam exatamente do que havia ali. Era uma cidade e existia, mas ninguém realmente conseguia recordar do dia em que não era assim.
&Mortos voltam mortos voltam vivos.– Raven Town***Quando Lincoln abriu os olhos, os olhos de verdade, sem zoom, sem lente, sem nada que mantivesse a cena capturada no tempo espaço, Scott e Duece não estavam lá. Don era uma pedra, uma estátua imóvel, congelada. Johann estava ao chão. Uma flor vermelha nascendo em seu peito. Dois Craigs perfeitos apontavam suas armas saídas das entranhas da cidade dos mortos para onde Johann estivera de pé. Então Johann ergueu-se. Ele não estava morto. Não era um morto que voltara dos mortos pois ele nunca estivera com os mortos. Lance o ajudou a levantar.*** — Eles não são capturados pelas câmeras — disse Vincent. Ele estivera calado por tanto tempo que Lincoln ach
Corvos sobre meu umbral...Isso te lembra a quê?Bailes de Poe se esgueiram pelas portas mal fechadas – aprendi sobre ele outro dia.Você sempre teve a mágica dos homens sobre suas mãos.Todos sempre a tivemos.O que eu sou? Você não sabe?Raven é um homem sério.Sério é o homem...Isso, isso. Vamos diga, grite comigo...RAVEN!***- 2019.Aos 58 anos, Lincoln Forestry ainda era um rapaz. Ele não estava realmente velho, as crianças da vizinhança o chamavam de "Coroa". Ele nunca entendeu isso, realmente. Ele não se lembra de ter chamado seu pai de coroa, mas ele lembra de ter amigos que chamavam os professores assim. Lincoln se perguntava como aquilo aconteceu, quando Coroa virou sinônimo de "você é velho mas pode ficar ainda mais". As crianças gostavam de Lincoln, apesar de chamá-lo dessa forma estúpida e incoerente.
A cidade de Raven Town fica às margens de um grande cemitério em Londres. Quando o sol está murchando atrás de arranha-céus e montanhas, as lápides altas, cruzes e estátuas de anjos caídos, projetam sombras na estrada - o que assusta algumas pessoas e fascina muitas outras.Os londrinos nem sempre consideram àquela, parte de Londres. Os moradores mais próximos afirmam terem ouvido barulhos vindos da pequena cidade. Eles dizem também que parece não haver eletricidade lá - ou isso, ou os moradores gostam de viver como corvos: na aparência infinita de um fim de tarde.Quase não há pessoas ligadas aos moradores de Raven Town. Todos nasceram ou foram criados ali ou larga
Não há nada aqui, apenas nós e nós.Os mortos, e nós.As lápides, o perfume podre das flores murchas, e nós.Ventos intermitentes, corvos barulhentos e nós. Ainda somos dezessete. Mas, até quando? Ele se foi.Para onde? Ninguém sabe, tampouco viu. Tão simplesmente... PUF! E já não está mais aqui.Somos dezessete agora, dezessete garotos perdidos de Raven Town.Eu não deveria ter saído de casa.- Pete Emoud***É frio em Londres. O carro dá guinadas para os lados - para os quatro lados - enquanto Scott, com seu
Vozes.Elas reclamam em meus ouvidos.Gritam.Mas eles já se foram.Diga, Scott. Diga.Elas estão me enlouquecendo.Estão roubando minha sanidade.O que há com essa merda de cidade?Preciso sair daqui.Preciso que elas parem.Por favor.Parem.Somos dezesseis agora.Apenas dezesseis.Dezesseis garotos de Raven Town, perdidos na droga da Raven Town.Já chega disso...– Scott Tarheel***Ouvir Vincent dizer, pela milésima vez, que não há nada naquelas ruas não ajudava nem mesmo um pouco. Todos já sabem que não há ninguém, existem apenas rastros, uma prova de que um dia eles existiram e habitaram aquelas casas agora tão vazias.Scott não sabia bem o que pensar, ele apenas observava os outros fazerem o que ele já não tinha coragem de fazer.Don tinha as mãos sobre os olhos, esfregando-os em meio a
Mais um. Perdemos mais um. Nem mesmo me convenci de que Max se sei.O grande Maxfield.Meu irmão. Por que?Então Dylan também não está mais aqui.Para onde os levaram?Quem os levou?Como...?Agora somos dezesseis.Dezesseis garotos perdidos.Os garotos de Raven town.Perdidos.Que lindo fim esse é.Seria mais fácil se nos prendessem.Max, te vejo em breve, eu sei.Dylan...Estaremos todos juntos outra vez, eu sei.Charles Freeman disse: Por que temer a morte? Essa é a mais bela aventura da vida.Então, eu juro que, assim que não houver mais por quem chorar, viverei essa aventura como um lunático.Mas, até lá, ainda estamos desaparecendo, ainda estamos indo e indo e indo... Alguém voltará de lá, seja lá onde isso for...?Somos Garotos de Raven Town. Que triste Raven Town.- Duece Ephraim
O mundo desaba em cores sortidas.Eu sou um corvo.O mundo remontá-se em escuridão.Eu sou a pomba.Paz. Paz. Paz.Perdi tudo.Meus amigos, minha família, minha casa, minha vida.Paz. Paz. Paz.Espero que a encontrem.Eu sou o corpo, o corpo do garoto morto em Raven Town.Não há nada vivo em Raven Town.- Leo Castellon***Eu sabia que estava vendo-os, eu sei que estou vendo. Todos eles. Todos eles. Maxfield também estava lá, ou melhor, ainda está lá. Parado ao lado de Duece, parado ao lado do irmão. Mas, Maxfield estava morto. Maxfield sumiu. Maxfield e Dylan.Impossível? Improvável? Errado? Incorreto? Falho? Falso? Coisas da minha mente? O que é isso que vejo se não fantasmas?Os outros estão manchados. Eu os sinto, mas eles estão distantes de mais para serem tocados.
Estamos dilacerados, como os corações na minha canção. Somos todos partes desiguais que estão colidindo contra nada.Nancy, quando eu disser que te amo, por favor, não duvide.Estamos em quinze agora.Quinze almas idiotas, as quais quem quer que seja não quis levar. Ainda.Nancy, quando eu pedir para segurar sua mão, deixe.A morte está em nosso encalço.Nancy. Sinto tanto a sua falta.Ela vai nos pegar.E quando isso acontecer eu serei, finalmente, feliz ou infelizmente, uma parte podre de Raven Town.— Eden Alfie***Quando Leo sumiu, Eden não percebeu, talvez fosse o único à não perceber. Ele estava cantando uma música sobre a rigidez do pai, seus medos e as pessoas para quem não pôde dizer adeus.Talvez por não ter percebido seu sumisso, talvez por medo de que, em algum lugar, ele fosse puxar seus pés, talvez por nada de ma