Vozes.
Elas reclamam em meus ouvidos.
Gritam.
Mas eles já se foram.
Diga, Scott. Diga.
Elas estão me enlouquecendo.
Estão roubando minha sanidade.
O que há com essa merda de cidade?
Preciso sair daqui.
Preciso que elas parem.
Por favor.
Parem.
Somos dezesseis agora.
Apenas dezesseis.
Dezesseis garotos de Raven Town, perdidos na droga da Raven Town.
Já chega disso...
– Scott Tarheel
***
Ouvir Vincent dizer, pela milésima vez, que não há nada naquelas ruas não ajudava nem mesmo um pouco. Todos já sabem que não há ninguém, existem apenas rastros, uma prova de que um dia eles existiram e habitaram aquelas casas agora tão vazias.
Scott não sabia bem o que pensar, ele apenas observava os outros fazerem o que ele já não tinha coragem de fazer.
Don tinha as mãos sobre os olhos, esfregando-os em meio a bocejos e impropérios. O garoto não dorme faz algum tempo, mas não queria dizer isso aos amigos, tinha medo de ser tachado de medroso ou inseguro. A última coisa que Don queria era parecer inseguro.
Vittore apenas inspecionava as casas que estão com portas ou janelas abertas: todas estão desocupadas, há apenas móveis e poeira.
Scott Tarheel parou no meio da rua, com as mãos na cintura – como uma mãe preocupada com a demora de um filho baladeiro.
Era aqui que nós nos reuníamos após a escola, pensou ele. A rua 12. Onde Gisela cantava inconscientemente na janela do quarto andar, no pequeno prédio sem pintura. Onde Bernadette cobrava o refrigerante e nós tentávamos pagar com balas de caramelo – ela nunca aceitou. Onde Logan e Eden pintaram nosso ônibus, onde eles desenharam o grande tigre branco.
– Até quando eles vão se esconder? – disse Don parando ao seu lado. Don Harlow é o mais novo entre eles. E o único negro. Na escola o chamavam de Garoto de Cor. Isso nunca o afetou, mas a Scott sim. E quanto as outras cores? São todos tão diversos quanto flores, mas eles só enxegam preto e branco. Eles. Agora, talvez, eles não enxerguem mais nada.
Vincent olhava pelas vidraças de uma casa cor de chumbo - aquele boné verde não sai mesmo de sua cabeça.
– Eles não estão escondidos, seu grande sabichão. Foram, sei lá, abduzidos por extraterrestres com mal de limpeza – disse Vince.
– Ou psicopatas com TOC – Vittore, admirando a sua própria silhueta crescendo na parede, correu até uma outra casa. Vittore, Leo e Maxfield estão na faculdade. Os três criaram um time de futebol chamado The Ravens e usam camisas negras com asas brancas de corvos albinos. Outros garotos também compõem o time. É o pior time de futebol de todos os tempos.
– Yeah, um psicopata com TOC. Acho que essa ainda não virou livro – Vincent parou por meio segundo antes de invadir outra casa e sair mais cabisbaixo que nunca.
Scott observou o trabalho dos três por alguns minutos. Ainda não conseguindo acreditar que todos se foram. Todos com exceção de Pearce. O que Pearce, o Cara do Cuecão, o encrenqueiro de merda, tem de tão especial? O que Pearce fez? Não. Nem mesmo Pearce conseguiria sumir com toda uma cidade.
A sombra austera de Pete caminhou até os pés de Scott, ele podia ver seu dono. Pete, com seus belos cabelos loiros e olhos muito azuis parece saído de uma comédia esquisita. Ele não sabe que Scott sabe que ele fuma as vezes. Scott é seu melhor amigo. Ele deveria saber. Pete deveria saber que ele sabe. Mas seu silêncio é plausível. Scott não é tão bom em guardar segredos.
Os olhos de Pete subiram até o telhado e se demoraram ali por alguns instantes que pareceram infinitos. Hearth tem uma expressão ainda mais vazia. As mãos inquietas estão quietas. Os olhos parecem não encontrar um único lugar para se direcionarem. Todd surgiu ao fundo, caminhando como um moribundo.
– É uma banda sem música? – Vincent gritou saindo de um beco.
Pete não olhou para ele. Olhou para Scott. E, neste momento, Scott percebeu que havia algo de muito errado com aqueles olhos.
– Pete? Onde está Dylan? – entoou Scott, baixinho, retirando as mãos da cintura. – Pete?
Todd saiu da penumbra. Seus olhos estão rasos de lágrimas. A pele bronzeada de Hearth até parece menos dourada – está azul, azul ou branca.
– O que houve? Onde está Dylan? – perguntou outra vez, tomando um pouco mais de cuidado com o tom que cada palavra carregaria.
– Dylan? – repetiu Pete, um sussurro vago e incompleto. – Não existe mais Dylan.
Vittore andou até os três garotos taciturnos e escolheu um para encarar. Seus olhos estão estranhos também, tentando processar o improcessável.
– Como assim "não existe"?
– Piada nova? – Vincent sussurrou. O que quer que ele esteja fazendo faz um bocado de barulho. É como mãos se esfregando em couro. Mas Scott não conseguia tirrar meus olhos de Pete. Seus ombros estão caídos num ângulo muito estranho. Suas mãos estão apertando a si mesmas.
– Pete? Onde está Dylan? – repetiu Tarheel parando à meio metro de seu corpo quase inconsciente.
– Puf – ele moveu as mãos como uma explosão vazia.
– Dylan sumiu – Todd sussurrou. Pete pareceu ainda mais sombrio com a quebra de sua atuação.
– Aham, vocês não cansam mesmo, não é? – Vincent correu para outra casa, parecendo nem um pouco interessado na casa conversa.
– Ele sumiu, Vincent – Todd grunhiu. – Sumiu. Como nuvem. Não, não. Pior. Mais invisível que isso. Como o vapor subindo de uma panela. Ele estava bem à minha frente. Segurando a pedra onde havia esbarrado em uma das mãos. Ele disse "vamos, seja homem, só há mortos aqui" e sua voz parou, o estéreo louco da caixa de som... Foi concertado.
Ninguém sabia exatamente do que Todd estava falando.
Dylan. Sumiu. Essas são as únicas palavras que importam e, infelizmente, estão numa única frase.
Dylan.
Sumiu.
Pete e Dylan se conhecem desde muito pequenos. Scott apareceu logo depois. Os três pequenos polegares de ouro, Simon, o antigo professor de Ciências, os chamava assim por conta da mania de sempre plantar feijão enquanto todos tinham um grande projeto em mente – que quase sempre envolviam vulcões de papel e lava fedorenta.
– Me desculpe – Scott disse em um sussurro, não sabendo exatamente porquê pedia desculpas. Algo dentro dele se quebrou e espalhou-se, deixando um buraco grande de mais e sujeira de mais para ser varrida, ele desconfiava que não haviam tapetes ali.
Pete parecia um fantasma quando sussurrou, dramático:
– Você não o jogou no vazio – sua mãe sempre disse que Pete seria um bom ator.
Scott apertou seu ombro, como forma de consolo, mas Pete é homem o suficiente para não deixar que as lágrimas rolem por suas bochechas coradas. Tarheel também se sentia homem de mais por não estar em prantos. Mas uma notícia dessas necessita ser digerida por tempo de mais para se ter alguma resposta, talvez eles fossem chorar depois de algumas horas relembrando.
– Vocês tem certeza de que ele não está escondido? – Don sussurrou, tentando não soar tão cruel. – Talvez todos estejam num grande plano de nos assustar. Eles vão pular de trás de uma casa e dizer: Deviam ver a cara de vocês, hilariante! Depois todos vão voltar a nos oferecer rum, nossos pais vão nos abraçar, vamos jantar na mesa e comer qualquer coisa que não esteja ensacada ou enlatada. E amanhã será um dia como todos os outros...
– Ele sumiu, Don. Ele não correu. Não fugiu. Não gritou, não pediu socorro. Ele sumiu. Evaporou. Foi abduzido por ETs invisíveis e silenciosos. Levado pelos mortos, para de baixo de seus túmulos, foi... foi... foi...
Pete emitiu um barulho, o barulho de um choro sendo mastigado e engolido. Mas as lágrimas ainda continuavam ali, manchando seus olhos, manchando todos os olhos.
Quando tudo já parecia perdido de mais, a voz de Carlisle surgiu junto à sua forma no fim da rua. Lincoln sussurrava alguma coisa também, tem a ver com mortos e almas e choros contra travesseiros. Duece vinha logo atrás dos dois, mas só Duece, sem Maxfield. Apenas os três, em sussurros comedidos, tentando parecer normais e sendo ainda mais estranhos. Duece chora, Scott podia ouvir seus soluços – e ele não está tentando escondê-los.
Mais alguém sumiu.
– Onde está Maxfield? – mesmo sabendo o que havia acontecido, Scott perguntou.
Carlisle fez um movimento com as mãos, o mesmo movimento de Puf! que Todd fizera.
– Merda! Quem mais vai sumir? Todo mundo? Se isso for uma pegadinha, eu juro que mato todos nessa droga de cidade! Juro que mato todo mundo!
Scott estava realmente exasperado. Havia uma confusão tão grande acontecendo ali, que, mesmo ocorrendo explicitamente, é tão difícil de aceitar quanto a existência de unicórnios seria.
— Mas não foi nossa culpa — a voz de Dylan soou ao pé do ouvido de Scott. Seu corpo inteiro gelou. Tarheel se virou abruptamente, dando de cara com nada, apenas o vazio da estrada.
– O quê? – sussurrou Pete, esfregando as mãos por todo o rosto.
– Tive a impressão de que o... — Scott não podia dizer que estava ouvido Dylan. Ele sumiu, aceite isso, pensou e engoliu as palavras que iria dizer. – Nada. Não foi... nada.
– Nada? Então agora somos nada, Scott? – era a voz de Maxfield, a que Maxfield usava para contar piadas. Tarheel tinha certeza de tê-la ouvido. Não era sua imaginação. Não poderia ser tão real.
– Por favor, me diz que ouviu isso!
Pete olhou-o demasiado estranho, e, suavemente, apenas ergueu os ombros.
No vazio, a voz de Dylan soou novamente:
– Diz que está nos ouvindo, Scott. Pete vai amar essa novidade.
– Não, ele vai achar que estou louco – Scott respondera automaticamente. Percebendo o que acabara de fazer, fechou os olhos por dois segundos.
Pete o encarou seriamente.
– Quem vai achar isso?
Abriu os olhos. Pete ainda o encarava com a mesma desconfiança.
– Diga, Scott. Diga.
– Não – Scott respondia a Maxfield. Como isso seria possível? Maxfield sumiu. Ele e Dylan. Puf. Não há vozes. É apenas sua mente perturbada, pensou ele e percebendo a confusão de Emoud, respondeu: — Ninguém... Eu estava pensando alto de mais.
– Pensando em quem? — Pete sempre fora curioso, ele deveria saber.
– Diga, Scott. Diga.
– Não!
– O que... O que você tem? – Pete tocou seu braço, Todd os encarava silenciosamente.
Scott observou a face de todos. Ninguém parecia estar ouvindo nada além de si mesmos. Vincent voltava de mais uma inspeção, trazendo um cachecol de retalhos em uma das mãos. Vittore encarava sua proporia sombra. Carlisle sentou-se no meio da estrada. Duece chorava. Don contava as reentrâncias do pavimento. Pete o encarava.
– Diga, Scott. Diga que pode nos ouvir.
– Yeah, Scott. Diga. Pete irá gostar de saber. Pete irá gostar. Diga.
As vozes de Dylan e Maxfield agora formavam um coro estridente, agindo em uníssono: Diga, Scott, diga. Ele não podia dizer, ele não poderia explicar, mas elas o estão enlouquecendo. Diga, Scott. Diga. Ele não poderia explicar. Não diga, Scott. É sua mente, apenas sua mente.
– Estamos aqui. Diga, Scott. Diga.
– JÁ CHEGA! – Scott gritou em prantos, caindo sobre os joelhos, todos se ergueram. – Parem, por favor – choramingou.
– Scott? – Vincent havia se ajoelhado a seu lado. – Parar com o que? Levante...
– Levante, Scott. Diga a eles. Diga Scott, diga.
– Calem-se... Por favor! Me deixem em paz...
– O que está havendo? – Lincoln se aproximou portando sua câmera, filmando a face retraída do amigo jogado no pavimento. – Scott? O que ele tem?
O garoto estava tendo espasmos, se contorcendo em seu próprio corpo. As mãos nos ouvidos, os olhos apertados.
Diga, Scott. Diga. Ele não parava de ouvir.
Lágrimas escorriam por seu rosto. Era desesperador.
– Esta enlouquecendo – murmurou Carlisle. – Essa cidade vai enlouquecer a todos nós. Precisamos sair daqui, agora mesmo!
Mais um. Perdemos mais um. Nem mesmo me convenci de que Max se sei.O grande Maxfield.Meu irmão. Por que?Então Dylan também não está mais aqui.Para onde os levaram?Quem os levou?Como...?Agora somos dezesseis.Dezesseis garotos perdidos.Os garotos de Raven town.Perdidos.Que lindo fim esse é.Seria mais fácil se nos prendessem.Max, te vejo em breve, eu sei.Dylan...Estaremos todos juntos outra vez, eu sei.Charles Freeman disse: Por que temer a morte? Essa é a mais bela aventura da vida.Então, eu juro que, assim que não houver mais por quem chorar, viverei essa aventura como um lunático.Mas, até lá, ainda estamos desaparecendo, ainda estamos indo e indo e indo... Alguém voltará de lá, seja lá onde isso for...?Somos Garotos de Raven Town. Que triste Raven Town.- Duece Ephraim
O mundo desaba em cores sortidas.Eu sou um corvo.O mundo remontá-se em escuridão.Eu sou a pomba.Paz. Paz. Paz.Perdi tudo.Meus amigos, minha família, minha casa, minha vida.Paz. Paz. Paz.Espero que a encontrem.Eu sou o corpo, o corpo do garoto morto em Raven Town.Não há nada vivo em Raven Town.- Leo Castellon***Eu sabia que estava vendo-os, eu sei que estou vendo. Todos eles. Todos eles. Maxfield também estava lá, ou melhor, ainda está lá. Parado ao lado de Duece, parado ao lado do irmão. Mas, Maxfield estava morto. Maxfield sumiu. Maxfield e Dylan.Impossível? Improvável? Errado? Incorreto? Falho? Falso? Coisas da minha mente? O que é isso que vejo se não fantasmas?Os outros estão manchados. Eu os sinto, mas eles estão distantes de mais para serem tocados.
Estamos dilacerados, como os corações na minha canção. Somos todos partes desiguais que estão colidindo contra nada.Nancy, quando eu disser que te amo, por favor, não duvide.Estamos em quinze agora.Quinze almas idiotas, as quais quem quer que seja não quis levar. Ainda.Nancy, quando eu pedir para segurar sua mão, deixe.A morte está em nosso encalço.Nancy. Sinto tanto a sua falta.Ela vai nos pegar.E quando isso acontecer eu serei, finalmente, feliz ou infelizmente, uma parte podre de Raven Town.— Eden Alfie***Quando Leo sumiu, Eden não percebeu, talvez fosse o único à não perceber. Ele estava cantando uma música sobre a rigidez do pai, seus medos e as pessoas para quem não pôde dizer adeus.Talvez por não ter percebido seu sumisso, talvez por medo de que, em algum lugar, ele fosse puxar seus pés, talvez por nada de ma
Oh, que grande merda estamos fazendo, hein?Somos tolos, todos nós, tolos, idiotas, imbecis, ingênuos ao pensar que um dia poderemos escapar daqui... Ninguém tentou isso ainda. Ainda. Mas quem pode partir deixando todos aqueles que desapareceram para trás?Quem conseguirá seguir sem ter a consciência mutilada por isso?Que coisa tosca, não?Vivemos para partir e só isso.Somos... Eu já não sei em quantos estamos. Não sei quem somos, isso está me enlouquecendo!Somos apenas os velhos garotos de Raven town.Os garotos de Raven town... Tsc.Foda-se Raven Town!— Lance Brad***Quando os sacos de fritas e os engradados de refrigerante acabaram, os garotos levantaram mais cedo, recolheram as mochilas vazias, fizeram uma fila e foram em busca de qualquer coisa, mais ou menos comestível, que ainda não houvesse passado da validade. Lance fora o último a sair do
Estamos entrando e saindo de nadas. Como o Lance diz: que grande merda.Estamos todos sendo massacrados por vazios. Ninguém sabe o que está acontecendo, não há ninguém que possa nos ajudar. Queria ao menos ter visto meus pais uma última vez, ter pedido desculpas por não chamá-los assim, por ter desobedecido suas ordens, passado por cima de suas regras e bagunçado suas normas. Me desculpem. Eu sei que é tarde.Somos os garotos de Raven Town, disse Pearce, perdidos em Raven Town.— Johann Yungberg***Sempre que entrava em uma casa, Johann sentia a claustrofóbica sensação de estar
Poderia haver uma rua coberta por luzes, uma mesa com bebidas e confeitos, música ruim cantada ao vivo, pessoas sentadas em uma roda, a buzina do velho ônibus azul causando um alarde ainda maior, mamãe e papai levando Dana para casa, Lucca dizendo que viria conosco em outra viagem, nós, todos nós, rindo sabendo que ele nunca iria cumprir essa promessa.Mas, há apenas quatorze, quatorze garotos em Raven Town. Quatorze garotos com medo, perdendo uns aos outros e a si mesmo nessa droga de Raven Town.Quatorze...? Contarei direito da próxima vez.— Vittore McKee***Vittore jamais sentira tando medo quanto naqueles últimos dias. Nem mesmo quando o The Ravens enfre
Há quanto tempo venho tentando guardar tudo para mim?Se eu cair, levanto. Dói? Dói. Mas engoli cada lágrima, cada dor, cada náusea, cada doença... Pois, eu tinha que seguir em frente. Tinha que erguer o corpo amolecido e dar vida a ele, como um Frankenstein.E olha o que estou fazendo agora. Olha onde estou agora.Estou chorando pelos que se foram, estou chorando tudo o que deveria ter chorado antes, estou deixando tudo sair de mim em forma de lágrimas - que mais parecem navalhas...Somos... Me recuso a continuar contando!...só garotos de Raven Town.— Carlisle True***A casa com o cara morto fica bem no centro de Raven Town. Suas portas largas e os muros altos acusam a quantidade de grana que quem quer que morava aí carregava em sua carteira. Antes de entrar, Vittore encarou Johann por alguns segundos. Talvez toda a baboseira de terem visto pessoas diferentes na cara do mesmo
Vamos em frente.Não olhe para trás.Não se lembre de nada.Esqueça de Raven Town.Esqueça que onde está agora é Raven Town.Fantasie que ninguém nunca se foi.Eles estão todos aqui.Bem aqui.Ao seu lado.Sussurrando.Eu posso ouví-los.Posso ver suas sombras.Eles se foram, Don. Eles se foram.Cada um deles.Finja que não.Finja que nada aconteceu.Estamos bem.Bem.NÃO ESTAMOS BEM!ESTAMOS MORTOS!MORTOS!Eu estou morto.Sou uma sombra.Uma sombra do Don.Sou um morto em Raven Town.Somos treze, treze em Raven Town.Raven Town.Eu a odeio!— Don Harlow***Don não havia dormido aquela noite, embora seus olhos estivessem fechados todo o tempo. Ele estava pensando na família, em como seus pais deram duro para mandá-lo à uma boa escola, como suaram para criá-