Sou o Kevin Azevedo, conhecido como CEO das empresas da minha família, multimilionário e recluso. Há anos não converso com muitas pessoas além do meu irmão e assistente pessoal Nicholas, ele faz esse meio de campo entre eu e as demais pessoas para eu não precisar falar com ninguém mais, até porque não confio em ninguém... talvez na minha mãe Agatha e eu confiava na Catarina, minha mentora desde a adolescência, mas ela também se foi, não cheguei a tempo de salvá-la, foi envenenada por uma espiã inimiga. Aliás, esqueci de mencionar... sou um espião.
Na adolescência, Catarina viu potencial em mim quando todos só viam problemas comportamentais, ela me recrutou para uma escola de gênios na Europa, que mais tarde descobri ser uma escola que ela mesma havia fundado e que treinava agentes secretos para trabalhar em um setor também secreto dentro da ONU. As pessoas se formavam naquela escola e retornavam à vida normal, eram cozinheiros, modelos, enfermeiros, médicos, artistas... não havia uma área da sociedade onde não houvesse um agente desses pronto para ser ativado e cumprir alguma missão em prol de manter a paz entre as nações.
Enfim, Catarina cuidou de mim como um filho, ela me ensinou tudo, me preparando para assumir seu lugar à frente da agência algum dia. Acabei não retornando logo de cara para casa, me preparei mais, me tornei um grande administrador e voltei para assumir o lugar do meu pai nas empresas, um disfarce perfeito.
Nesse meio tempo conheci minha esposa em um café, ela era doce, não contestava nada, tinhamos uma ótima convivencia pois ela parecia simplesmente não saber dizer não... eu sei, pode parecer algo que na verdade não é bom, mas na época era o que eu precisava, que ela não perguntasse nada e assim eu não precisaria mentir.
Do meu jeito eu amei Emily, mas começamos a discutir quando pela primeira vez ela me disse não, ela disse que não queria ter filhos, e assim, por meses o assunto voltava a tona e eu tentava convencê-la mas ela não queria mesmo saber... Depois de uma briga dessas ela saiu sozinha de carro e sofreu um acidente, eu investiguei e descobri que não era bem assim, alguém tinha mexido no carro e provocado aquele acidente, não estavamos seguros, meu disfarce pelo jeito ja não etra tão bom assim
Foi depois da Emily que eu me isolei, no entanto essa semana coisas estranhas aconteceram... primeiro senti o perfume da Emily no meu carro... depois, no outro dia, o rádio do carro que eu nunca uso começou a tocar sozinho e era a música que dancei com Emily em nosso casamento... e pra ajudar... eu estava em busca de uma mulher misteriosa há quase um ano, uma mulher que pelo jeito não queria ser encontrada, a tal condessa de Montebello, mas por sorte havia chegado em meu escritório o convite para uma festa dela justamente agora...
Eu preferia não participar de eventos sociais... mas esse... e depois de tantas memórias da Emily, eu pensei que deveria ir para não enlouquecer de vez... só que havia algo de estranho nesses sinais e eu queria muito descobrir o que era.
Acabei aceitando ir naquela festa, mas preciso te contar o que houve um ano antes
*Flashback on*
-Já faz um ano que sua esposa se foi e...- O homem tentava argumentar comigo.
-Ela não se foi, ela foi assassinada, e o que isso tem a ver?- Perguntei um pouco exaltado
-Baixe o tom, eu sou seu superior.- O homem falou lembrando que, por mais amigável que fosse, ele ainda era meu chefe e eu lhe devia algum respeito.
-Sim, senhor, me desculpe, eu me exaltei. Mas não compreendo.- tentei entender onde o chefe queria chegar com aquela história.
-Acontece que se quiser manter seu disfarce, descobrir os culpados pelo assassinato e ter o poder necessário para acabar com tudo isso, você vai precisar se casar com alguém importante.- O homem começou a explicar seu plano.
-Casar? Não entendo como casar pode ajudar em algo, além de que não pretendo me envolver com ninguém.- eu estava irritado e confuso com aquela proposta, como poderia colocar alguém no lugar de minha esposa?
-Eu não estou pedindo para esquecer sua esposa, nem para se apaixonar, estou sugerindo que faça um acordo com uma mulher poderosa para alcançar seus objetivos. Quantos viúvos de 35 anos você conhece que não se casam dentro de 2 ou 3 anos?- o homem ainda argumentava comigo com paciencia.
-Faz sentido, mas você tem alguém em mente? Parece que veio para essa reunião muito bem preparado.- dei um pouco de espaço para ele, quem sabe um pouco de curiosidade tenha surgido, além do desejo de descobrir a verdade sobre Emily.
-Mas é claro, é do meu interesse o seu sucesso. - o homem falou sorrindo e fingindo que tentava pensar em alguém.- Que tal essa Condessa de Montebello de quem todos falam? Tem causado bastante barulho.- Ele mostrou no celular o tanto de notícias sobre a tal condessa.
-Mas ninguém sabe quem ela é, parece que sabe muito bem se manter oculta.- ponderei pensativo.
-Outro bom motivo para se unir a ela, não parece uma civil qualquer.- o homem falou.
-Sim, Senhor, mas para fazer um acordo, primeiro vou precisar encontrá-la.- Falei agora um pouco mais interessado, a Condessa me parecia realmente alguém interessante, ainda mais por precisar ser encontrada.
-Então essa é sua nova missão, encontre-a, faça o acordo e então cumpra seus objetivos.- O chefe disse já se despedindo e saindo da casa.
Fiquei ali, pensativo, analisando as possibilidades. Depois, enviei mensagens criptografadas para alguns agentes, colocando-os à procura da tal Condessa. Se ela aceitasse o plano, até poderia ser algo interessante. Com tantos recursos e contatos espalhados pela Europa, era bem provável que conseguíssemos todas as informações que eu precisava.
Mas em que isso poderia ser vantajoso para alguém como ela? A Condessa parecia ter tudo. O que eu poderia oferecer que realmente chamasse sua atenção além do meu nome de prestígio? E... quem garantia que ela ainda não era casada? Essas perguntas martelavam em minha mente enquanto considerava cada detalhe. Será que meu chefe sabia mais sobre ela do que havia deixado transparecer? Algo me dizia que ainda havia muito mais nessa história do que eu podia imaginar.
– Quem é ela? – perguntei, mantendo meu olhar fixo na mulher ruiva.– Ela? Qual "ela"? Estamos cercados de mulheres. Aliás, é novidade você prestar atenção em qualquer uma – respondeu Nicolas, visivelmente surpreso.– Isso porque são todas superficiais, interesseiras ou mesmo insuportáveis – retruquei de forma direta.– Sei... Mas então, qual "ela" não é tudo isso? – disse ele, percebendo a direção do meu olhar. – NÃO CARA! Depois de dez anos sem nem olhar pra ninguém, você enxerga justo ela? Esquece.– Eu perguntei QUEM É ELA – reforcei, meu tom agora nada amigável.– Patrícia. A mulher mais inacessível do país nesse momento.– Ah, não percebi que era casada.– Não é, mas é ex-mulher do Hector Magli e mãe dos gêmeos do Vinicius Brown. Entre os dois relacionamentos, ela acabou com os negócios de Dom Luiz e destruiu metade do crime organizado de Minas Gerais.– E o que a torna inacessível?– Ela é mãe solteira de gêmeos, empresária, e está metida em algo obscuro que nem eu consigo ente
– Então você é a Condessa – falei, mantendo meu olhar fixo em Patrícia, tentando captar qualquer reação.– Sim – respondeu ela, sem hesitar.Eu respirei fundo, ponderando por um momento antes de perguntar:– Vai me explicar isso? Como é que Dom Luiz deixou a herança para você depois de você acabar com os negócios dele?Patrícia suspirou, mantendo a compostura.– Esse é outro assunto complicado. Prefiro que você mesmo leia a carta que ele me deixou – disse ela.– Tudo bem, onde está? – perguntei, com o tom mais seco do que o necessário.Ela se virou, caminhando até uma gaveta próxima. Com movimentos precisos, tirou uma carta cuidadosamente guardada e a estendeu para mim. Peguei o papel, mas ao invés de ler imediatamente, fiz questão de começar em voz alta. Queria observar cada mudança em sua expressão enquanto eu lia. Esse era o meu jogo, e eu precisava entender exatamente o que estava acontecendo ali."Mia Bambina Patricia,Sinto ter partido sem termos conversado pessoalmente, mas sai
– Lembra que eu disse que estava procurando pela Condessa? – comecei, encarando-a.– Sim – respondeu Patrícia, com calma.– Se você sabe quem sou, também sabe que preciso manter as aparências. Além disso, preciso me unir a pessoas poderosas para resolver algumas questões pendentes.– E o que isso tem a ver comigo? – ela perguntou, levantando uma sobrancelha.– Você já disse o que precisa desse acordo. E o que eu preciso é da sua cooperação.– De que forma? – insistiu, desconfiada.– Um casamento – declarei, sem rodeios.Ela riu alto, me pegando de surpresa.– Desculpa, achei que tinha ouvido você dizer casamento – respondeu, ainda com um sorriso debochado.Senti a irritação subir. Que mulher não ia querer se casar com um homem como eu? Só estava sozinho porque queria. Mantive minha compostura.– Eu disse. Mas não fique convencida, são só negócios.– Convencida? – ela repetiu, indignada. – Você acha que está me fazendo uma grande proposta, né? Por que motivo acha que eu ficaria lisonje
*Ponto de vista de Alícia*Ja faz alguns anos que cheguei nessa ilha, aqui eu finalmente tive paz, encontrei meu propósito em cuidar de agentes que se aposentam. A espionagem é na maioria das vezes muito eficaz para manter a paz, no entanto o preço é alto para muitos agentes secretos que, quando tem sua identidade revelada, não podem simplesmente continuar a vida como uma pessoa normal, então, a fundadora da nossa agência, Catarina, pensou em um lugar onde essas pessoas tivessem a chance de recomeçar: nossa ilha.Logo que eu soube desse lugar, me enchi de curiosidade, eu estava cursando psicologia e meu trabalho de conclusão de curso foi sobre stress pós traumático, o que acomete grande parte dos agentes que acabam indo para a ilha, pensei que eles precisariam de algum acompanhamento, pensei que para mim também seria um recomeço ja que estava perdidamente apaixonada desde a adolescência por um homem que agora era casado e provavelmente nem se lembrava da minha existência.Só que o que