Operação Leocádia
E.N VIANNATodos os direitos reservados.Nenhuma parte dessa obra pode ser reproduzida outransmitida por qualquer forma, meio eletrônico ou mecânicosem a permissão da autoraO que se pode ver quando olhamos para uma mulher? Ninguém dá credibilidade para
uma profissional feminina. Seja uma policial, cirurgiã ou até mesmo uma juíza. Esse era umproblema para mim, pois onde quer que eu estivesse, era desmerecida. Mas isso só aconteceuaté eu mostrar meu trabalho. Depois de algum tempo, impressionei a todos e mostrei do queera capaz. Por isso cheguei ao nível de liderar uma equipe em pouco tempo e era responsávelpor cada um que fazia parte dela, Equipe Leocádia.Estava deitada no alto do prédio da Audi, em Tóquio, que era feito em vidro. O meu rifleestava preparado. E em mira, Shinobu Tsukasa, chefe da máfia que gira o maior crimeorganizado no Japão e no mundo, Yamaguchi-gumi, como era conhecido. Na máfia, o líder échamado de “Capo”, por isso Shinobu era conhecido como Capo Kumicho. Achei que nossoobjetivo fosse eliminar a existência desse homem, só não sabia que aquela era uma missãokamikaze.Me deparei com um festival, proporcionado justamente para lavagem do dinheiro, alémde comemorar a queda de inimigos. Consegui a informação que Kumicho estaria lá, minhaequipe estava espalhada pelo lugar e eu faria o serviço sujo.— Sushi na mira, Trinity? — ouvi a voz rouca e sedutora de Teddy no comunicador.Curvei os lábios em um sorriso sutil. Não era momento de cair nas graças de meuparceiro.— Afirmativo. Alvo na mira!— No meu sinal. Um… dois… — Teddy começou a contarParecia a droga de um filme, mas antes de ouvir o três, fui puxada para trás com tantaforça que mal consegui apertar o gatilho. Virei meu corpo com agilidade e havia dez homenscom fuzis nas mãos, todos apontados para mim.— Eu disse três! — Gritou Teddy— Sushi acaba de me foder! — sussurrei— Puta merda!O tapa que levei de um maldito japonês me arrancou o comunicador, então, eu tinha duasopções: lutar até morrer ou apenas morrer. Nunca fui boa com as minhas escolhas.Olhei cada homem nos olhos, filtrei as informações de alerta do meu cérebro e contei osminutos antes de sacar minha pistola no coldre da coxa.Atirei no teto de vidro em que estavadeitada, que trincou, acabando por me engolir com meu peso. Senti meu corpo bater contra mais uma camada de vidro, o fazendo também se partir e caí no último andar do prédio, o chão era em concreto puro. Mas não era hora para fazer drama e nem caretas de dor, levantei e corri o mais rápido que pude. Sabia que aquela operação era uma puta furada, pois sessenta e três mil pessoas trabalhavam para aquele maldito.
Obviamente era minha morte e de toda a minha equipe. Me incomodava o fato de o prédioser feito em vidro, por isso era transparente. Conseguia ver todos vindo em minha direção,sentia o coração acelerar e sabia que não sairia viva daquele lugar. Mais uma vez meu cérebrocriou alternativa absurda, perigosa e maluca, porém, eficaz. Dei tiros na parede de vidro e antes que me pegassem, me joguei por ela. O prédio tinha um design inclinado e, assim que pulei, comecei a escorregar, passando por inúmeras janelas. Eu estava a cinquenta andares.Descer tudo escorregando e vendo inúmeros carros pequenininhos lá em baixo me assustou, mas precisava sair viva, havia alguém que esperava por mim em casa e não podia me dar ao luxo de morrer. A descida estava próxima do fim e a inclinação estava acabando, impulsionei meu corpo para ser lançada para frente, onde entrei por uma janela aberta no prédio ao lado.
Teddy e minha equipe estavam na rua e tinha que chegar até eles. Entrei no elevador,enfiei a faca que estava embainhada na porta, travando-a, e dei tiros no painel eletrônico,causando um curto.O elevador a despencar em uma velocidade assustadora, mas antes dele
atingir o chão, me joguei exatamente no momento em que passei pelo térreo. Assim que oelevador bateu no fosso, houve uma tremenda explosão, fazendo o chão tremer e uma imensapoeira subir. Estava no chão, com os olhos arregalados e a respiração irregular, entendendocomo aquilo foi uma loucura, alguns segundos a menos eu teria caído junto do elevador.Havia uma grande aglomeração na rua, me dando vantagem para correr até o ponto deencontro, não conseguindo evitar esbarrar em inúmeras pessoas. O céu se abriu e uma chuvatorrencial desabava, mas eu não podia parar, então segui, sentindo minha pele arder com asgotas agressivas. Cheguei no ponto onde o carro me esperava e entrei sem olhar para trás.Todos da equipe soltaram suspiros, estavam felizes que eu havia escapado, mas a missão teriaque ser abortada. Tínhamos sidos expostos e, sinceramente, pouco importava, se todosestivessem bem, no final das contas, já era uma vitória.— Cara, você está destruída. — Teddy perdia a vida, mas não perdia a piada.— Estou viva, Teddy. E esses arranhões não são nada, se comparados à morte.Seu sorriso se alargou um pouco mais e era isso que importava no final, saímos juntos evivos.Já no avião particular que foi fretado para nós, Teddy e Joey estavam conversando de
algum assunto que os faziam rir alto. Nairóbi estava com um notebook em seu colo comosempre e eu jogada em uma poltrona, pensando, com dor no peito sobre mais uma mentira que contaria para Locke. Contar mentiras sobre meus sumiços, sobre não o atender e não responder as mensagens.Estava ficando impossível, mas teria que ser assim. Minha única saída para
continuar ao lado do homem que eu amava e, no fim das contas, se fosse para protegê-lo, eufaria o que fosse preciso.A volta para casa depois de uma missão que falhou não foi uma das melhores, só que
dessa vez não carregava o peso de perda, não havia nenhum agente da equipe ferido. Apesarde que a última vez que me olhei no espelho, vi algo que me deixaria em apuros na hora deinventar algo. Aquele maldito peso de carregar mais de dez mortes nas costas, de ter erradocom pessoas e com famílias, não carregaria, ao menos naquela operação.Chegar em casa e encontrar uma cama macia, um chuveiro quente e um bilhete na
geladeira com as palavras “Estou no plantão, te amo” me dava a certeza de que tinha um larpara onde voltar, sempre poderia contar com aquele aconchego. Algo que me fazia relaxardepois de dias ruins era a sorte de ter um noivo incrível, carinhoso, e especial para segurar abarra, mesmo que não soubesse de toda a verdade. Locke não havia soltado a minha mãodurante anos, e não soltaria por causa de alguns segredos. Era inocente da minha parte acharque ali estaria tudo bem. A verdade é que o mundo é cruel e um dia te dá o sol mais lindo ebrilhante, para logo em seguida te fazer desmoronar em uma tempestade de gelo, deixando tua alma no escuro.Quando nós escolhemos trabalhar na Central Intelligence Agency (CIA), fazemos uma escolha e ela foi feita no dia em que fui aceita no quântico. O problema era que dentro do meu coração ainda tinha a ilusão de que minha vida seria comum, mas não podia estar mais enganada.Na mesma noite em que cheguei, consegui descansar depois de um banho e de fazer alguns curativos. Espalhavam-se escoriações em meu corpo e os que me incomodavam mais eram os pequenos riscos nos braços no rosto, pois meu noivo iria querer saber o motivo de estar machucada.Na manhã seguinte, me olhava no espelho com um kit de maquiagem nas mãos e, com certeza, tinha feito um bom trabalho, consegui esconder tudo. Soltei meus longos cabelos loiros e fui preparar o café da manhã para tomar junto com Locke.A manhã em Oklahoma estava quente e eu já ti
Dois anos depois – Cancun, México.A mesma tarefa repetitiva, lavar copos, secá-los, guardar e organizar a bancada antes que “Baila la Luna” abrisse. Não era muito vantajoso, mas dava para pagar as contas depois que tive que fugir feito um rato. Eu me divertia bastante quando a boate abria, pelo menos. As garotas dançando, os caras babando e muito agito. Meu trabalho era fazer a mágica por trás do balcão e deixá-los bêbados com as minhas misturas alcoólicas. De vez em quando aparecia Pitter, um dos seguranças que não cansava de me perturbar. Meu coração já bateu por alguém, mas doeu e não deixaria doer novamente.A boate abriu, era um dia especial, pois um cantor famoso realizava um show para um público mais reservado no camarote. Joana, uma dança
EthanMinha vida sempre foi muito agitada, no ensino médio era o típico adolescente popular e todas as garotas caiam aos meus pés, aconteciam muitas festas, bebedeira e sexo à vontade. Mas isso mudou quando completei dezoito anos e meu pai me contou que trabalhava para agência internacional de segurança. Em uma única noite fiquei sabendo que mudaríamos de residência, que ele estava sendo transferido, porque havia sido exposto e eu, minha mãe e Dora, minha irmãzinha de quatro anos estávamos em perigo. Nos mudamos para a Los Angeles e meu pai teve que parar de trabalhar por um tempo. Nossa vida ficou tranquila, havia segredos que meu pai não contava e eu não fazia questão alguma de saber, só pensava em me divertir.O último ano da escola foi uma completa loucura, conheci muit
EthanPassei dois malditos anos atrás da Trinity. Estava quase desistindo quando meu colega de trabalho a achou com o reconhecimento facial do FBI, era uma self em uma boate. Devo admitir que não se parecia com a garota que meu irmão me mostrou, mas não custava nada conferir. Arrumei minha mala e Emma apareceu na porta, estava de pijama e com os cabelos soltos emoldurando o seu rosto.— Mais uma vez? — a irritação em sua voz era notável.— Emma, já conversamos sobre isso.Fechei minha mala. Precisava de um banho e depois partiria para achar Trinity. — Isso está insuportável, sabia? Por que não esquece esse assunto? Não consigo mais suportar sua ausência, Ethan!Passei por minha esposa, ignorando-a. Ela tinha o poder de me deixar de mal humor logo cedo, só que
TrinityEu tinha muitas dúvidas em minha cabeça e uma confusão se instalou em meu coração. Remexer naquele assunto me feria muito. Mas era preciso, apesar de notar claramente que Ethan estava mentindo e não sabia quem armou para mim. Precisava dele, era uma ajuda, e só poderia confirmar isso depois de ter plena confiança de que ele não era alguém que fosse me matar ou me entregar.Tomei um banho, tentei comer algo, nada descia nada, então desisti de comer. Deitei na cama e tentei dormir, sabendo que naquela noite teria pesadelos e que mais uma vez acordaria no meio da noite, destruída, assustada e sozinha.Sentia uma dor de cabeça irritante. Passei horas sem dormir e minha mente não me deixava descansar. Durante o dia tentei fazer mil coisas para esquecer o assunto e mas nada me distraia.
EthanA madrugada não foi das melhores, apesar de que estava acompanhado de uma linda mulher, que para mim era intocável, minha cunhada. Sabia que tinha tocado em um assunto que a machucava e percebi isso assim que a pergunta saltou da minha boca, ela rapidamente mudou o comportamento. O brilho em seus olhos se apagou e me arrependi de ter perguntado sobre Luka. Trinity encerrou o assunto e se trancou no banheiro, pude ouvi-la chorar. Depois disso, quando ela finalmente saiu, já estava deitado nos cobertores no chão fingindo que já havia dormido. A ouvi chorar até pegar no sono, ao mesmo tempo que desejei consolá-la.Sabia que precisava dar espaço.Já vi inúmeras vezes minha mãe chorar depois da morte do meu pai e, por mais que em meu coração tivesse raiva, no dela, mesmo depois de descobrir sua traiç
TrinityNo pendrive continha um arquivo codificado com o título “Cura”. Era isso que teríamos que entender. — Como vamos decodificar isso? Não tenho nenhum contato na CIA. — Calma, sei exatamente quem vai fazer isso. — disse Ethan ao pegar seu celular.— Não! Não pode mostrar isso para ninguém, não podemos confiar em ninguém agora!— Sim, eu tenho uma pessoa de confiança. Meu colega da inteligência, ele é incrível no TI. Sabe tudo sobre esses códigos. Relaxe, eu confio nele com a minha vida.— Ok.Ele discou o número e aguardou que o tal amigo atendesse.— Jake? Pode falar agora? Então, cara preciso de um favor, mas entenda que é confidencial. Pode me ajudar? — ficou em silêncio por uns minutos. — Certo ent&a
EthanEra realmente incrível como ela mexia comigo. Mesmo sendo errado, ter nossa pele em contato me fez sentir algo diferente, era como se fosse familiar estar com ela. Não, não, não! Estava ficando louco, aquele não era meu foco. Precisava estar com ela de mente limpa e sem confundir tudo, correr atrás dela foi difícil, e quando a alcancei estava entrando na antiga casa que Locke morava, deixei que entrasse, e mantive distancia, mas algo me dizia que não seria saudável que ela entrasse sozinha.Trinity parecia totalmente desligada ao entrar naquele lugar, era como se ela estivesse em outro mundo. A chamei algumas vezes enquanto ela olhava fixamente para a porta do que parecia ser um quarto, mas ela não me ouviu, foi só quando toquei seu braço e tentei impedi-la de entrar que ela me notou e, com a mesma fúria que me tirou de cima dela, me