Quarta feira chegou e agora eles estavam convivendo a uma semana, o rapaz que tinha ainda fortes dores nas costas e que não tinha se habituado ao gesso que imobilizava seu braço direito praguejava constantemente:
- Se pelo menos fosse o braço esquerdo!
Mas sem opção tudo ele tinha era o direito de se conformar em trabalhar no computador durante o dia, mesmo que lentamente e esperar até que Kátia retornasse do buffet, o que nem sempre tinha um horário definido, o que na realidade compensava era a sensação de lar que ele tinha nessa casa pequena e simples para os padrões de alguém nascido na família Toniolo.
Edgar ainda estava perdido em seus pensamentos quando a porta se abriu, com dificuldade ele se virou e viu a amiga que tão p
Inicialmente Edgar ia passar apenas uma semana na casa de Kátia, mas agora já tinham se passado mais de quatro, as tonturas e o leve mal-estar causado pela gestação já tinham passado e ninguém além de Érica, Yara e a Dra. Letícia, sabiam da gravidez dela, mas a situação não podia ser escondida para sempre, afinal, o ventre dela começava a crescer e logo ficaria visível para todos. Por isso, quando finalmente ela convenceu Edgar a ir para o apartamento dele, depois de selecionar uma governanta e uma diarista ela finalmente respirou aliviada. Enquanto cuidava de Edgar ela não preparou os amigos para essa revelação, e temia o momento que tudo viesse à tona.
Kátia quase não comparecia mais aos encontros dos Exilados, preocupados, Mauro e Murilo foram até a casa dela para saber o que estava acontecendo, assim que chegaram bateram palmas, mas ninguém atendeu, o portão estava fechado, mas não trancado, então os irmãos entraram e ouvindo o som de música nos fundos da casa, deram a volta e foram direto conversar com a “irmãzinha” deles. Qual não foi a surpresa deles ao verem ela de top e bermuda baixa ostentando uma bela e redonda barriga, enquanto estendia fraldas e roupinhas no varal. - Kátia? O que tá acontecendo aqui? Desde quando você tá... grávida!? – Murilo não sabia como agir, de tantas possibilidades essa foi uma que ele nem cogitou. Mauro estava
Kátia olhava para o teto e acariciava a barriga que se movia com os chutes de Ícaro. - Calma filho, nem que seja um pai postiço, mas eu arrumei um pai pra você. Agora nós dois vamos ter que ajeitar tudo e ficar firmes, caso contrário daqui a pouco ele vai querer morar com a gente, e isso, bem, isso a mamãe não pode deixar tá? Ele vai ser teu pai só no papel e só até a mamãe achar alguém que ame e aceite nós dois, então mandamos esse sem-vergonha procurar o caminho dele. Enquanto isso, os homens já tinham voltado da cozinha e agora interrogavam as “cúmplices” de Kátia, eles não queriam que ela ficasse inquieta e passasse mal
Rubens dirigiu o carro o tempo todo em silêncio, enquanto Érica mexia no telefone celular procurando alguma coisa para se distrair, mas nada agradava, ela aparentava calma e tranquilidade, mas realmente estava tremendo por dentro. Ao chegarem em casa, Rubens que sempre abria a porta do carro para ela, simplesmente saiu e destrancando a porta de casa, entrou sem nem mesmo olhar para a esposa. - É Érica, dessa vez tu se lascou todinha... – Dizia ela dentro do carro tentando criar coragem e entrar em casa enquanto a porta ainda estava aberta. Ao entrar, ela não viu o marido na sala, tampouco na cozinha, foi então direto para o escritório dele, mas também, nada de Rubens. Assim foi para o quarto do c
Contra a vontade de Kátia, sábado chegou e prevendo que ia passar mal, ela convocou Yara para ficar com ela em casa, a enfermeira então trouxe uma bolsa com aferidor de pressão arterial e mais alguns itens que talvez pudesse precisar. Assim que a gestante viu os equipamentos, uma ideia travessa passou pela sua cabeça, Kátia conhecia bem os pais e irmãos e realmente temia passar mal, então resolveram contar uma “mentirinha do bem”, Yara iria receber a família de Kátia e avisar a todos que ela estava tendo episódios de alteração de pressão arterial e que por isso não deveria ficar muito nervosa, pois faria mal a ela e a criança. É claro que isso
- Marco, abre essa porta, se é que você tá aí. – Rodolfo, pai de Marco insistia. Kátia respondeu, sem se levantar. - Seu Rodolfo, Dona Maria Júlia, o Marco não mora aqui, mas já liguei pra ele e ele está vindo. – Kátia tremia, o que chamou a atenção de todos na sala. - Kátia? Eu sabia... é claro que meu filho não mora aqui, olha bem pra essa casa velha caindo aos pedaços... – Maria Júlia, mãe de Marco desdenhava. - Viu Rodolfo, eu te disse, ela tá na miséria por isso
- Vocês ficam aí conversando à toa, mas o assunto ainda não acabou, o fato é que essa daí tá grávida e diz que é do meu filho. Eu e o Rodolfo não vamos aceitar essa criança a menos que ela faça o DNA. - Mãe... - Fica quieto! Você caiu na conversa dessa aí outra vez! Nem parece um homem de mais de trinta anos! - Mãe, como a senhora falou eu tenho mais de trinta anos, então me deixa cuidar da minha vida. Eu só falei da gravidez por achar que a senhora e o pai ficariam felizes por eu finalmente ter meu filho e dar um neto pra vocês, mas ao contrário disso, vocês
Quase uma hora depois da partida de Marco e seus pais, uma buzina alegre pode ser ouvida no portão, Mauro e Murilo deram a volta na casa e foram receber as “meninas”, Érica e Rita, no carro logo atrás delas estava o casal que faltava, Douglas e Juliana. Kátia ouviu a agitação, mas não levantou ela estava realmente se sentindo mal e preferia continuar fingindo que dormia, mesmo sabendo que a Mãe estava sentada na beirada da sua cama acariciando seus cabelos. - Filha, eu sei que está só descansando, eu te conheço bem. Mas precisamos conversar, afinal meu neto não para de pular e é impossível você dormir com esse barulho todo.&nb