P.O.V. Angel Pisco meus olhos me sentindo confusa por um instante. Não demora para que eu lembre o que aconteceu. - Heitor... Meu bebê! - coloco minha mão na barriga e está lisa, sem a protuberância de antes - não! Eu grito e a máquina começa a apitar. Quero que tudo seja um pesadelo, quero que seja mentira. Heitor, Anthony, não pode ser possível. Isso tem que ser mentira. Sinto braços envolta de mim e tento me desvencilhar de todas as formas. Só quero saber que estão bem, que sobreviveram. - Fique calma, minha filha - meu pai sussurra no meu ouvido. Eu não queria ficar calma, só queria ver eles e descobrir que estão bem. Sinto uma picada no meu braço e sinto meu corpo amolecer. Pisco meus olhos me recusando a dormir. Sou deitada novamente na cama. Meu corpo fica paralisado, sem que eu possa me mover, mas ainda posso falar. - Pai... O que aconteceu? - Foi um atentado contra seu marido, feito pelo primo dele. - Meu bebê, meu filho, onde está? E Heitor, sobreviveu? - ele fic
P.O.V. Angel Coloco a flor sobre o túmulo do meu bebê. Seco a lágrima que desce pelo meu rosto. Acabei de sair do hospital e vim diretamente aqui. Olho para o céu e respiro fundo. Meu pequeno anjinho. Sei que ele está em um lugar melhor, mas ainda assim dói. Me levanto e vou até meu pai. Ele está se saindo tão bem, ficando o tempo inteiro comigo. - Venha, querida - me puxa para um abraço - precisa esquecer isso e seguir em frente. - Como quer que eu esqueça, pai? Era o meu bebê, a coisa que eu mais amei - volto se chorar. Roger me guia de volta para casa. Ele disse que eu iria morar com ele. Mas não vou ficar muito tempo, assim que conseguir um emprego, eu vou embora. - Querida! - ele chama pela esposa - Angel vai ficar aqui agora, ela está passando por um momento ruim, espero que seja compreensiva. - Venha aqui - ela me puxa para um abraço - não posso imaginar a dor de uma mãe ao perder o seu filho. Choro no ombro dela. Eu precisava disso, de um abraço assim, de alguém que m
P.O.V. Angel Fecho a conta de mais uma mesa e levo para o balcão. Sabina me olha e da um sorrisinho enquanto mastiga o chiclete. - Hoje está bem calmo. - Está sim! - concordo com ela. Sabina, eu e mais uma menina trabalhamos aqui, mas a outra está lá fora, fumando um cigarro. Logo a porta é aberta e ela entra. Bianca é garçonete, mas as vezes fica no caixa. Ela tem 18 anos, mas mesmo assim já fuma. Fico de costas arrumando os copos. O barulho do sino ecoa pelo lugar, mostrando que a porta abriu. As meninas começam a gritar e eu fico sem entender o motivo. Elas entram em uma breve discussão e logo Bianca pega o bloco de notas. Me viro para ver o motivo do escândalo. Bianca vai até a mesa, onde um homem de terno e postura seria está sentado. - Ai que gato. Eu sentaria para esse homem sem exitar - sinto meu rosto esquentar. Bianca volta com a cara amarrada. A loira parecia chateada. Ela não é loira de verdade, o cabelo é apenas tingido. - Ele quer ser atendido por você - joga
P.O.V. Angel - O que você falou? - Tem uma pessoa que odeia muito seu marido. Eu não sei quem essa pessoa é, mas... Foi ele que causou o acidente. Sérgio junta as mãos e suspira. Ele parece ter tirado um peso das costas. - Eu não entendo. - Esse homem quer muito se vingar do Heitor, mas eu não sei o motivo de tudo isso. Ele usou seu pai para conseguir o que desejava. Seu pai... Ele vendeu você para mim. Sinto meu coração se acelerar e as lágrimas molharem o meu rosto. - Isso é mentira, meu pai não faria isso! - Mas ele fez, Angel. Roger vendeu você para ser minha esposa. E ele, junto com o primo do Heitor, causaram o acidente. Eu achei que meu pai me amava, e que fazia se tudo para me ver bem. Mas a verdade, é que ele não se importa comigo. - Eu pensei... Que ele me amava, que estava me apoiando nesse momento difícil. Mas foi ele que causou o acidente da pessoa que eu amo. Finalmente disse a mim mesma que amo o Heitor. Mas essa é a verdade, eu amo ele. E ficar sem meu marid
P.O.V. AngelQuando volto a consciência, não faço a mínima ideia de onde estou. Olho ao redor e só vejo o escuro. Acho que em algum momento da viagem eu dormi. Agora parece que eu estou dentro de um carro. Olho para frente, mas não é possível ver nada, está com uma divisória entre o motorista e o passageiro. Fico em silêncio e fecho os olhos, me sentindo sonolenta. Não demora muito para que eu esteja apagada novamente. Quando acordo, estou em um lugar confortável. Abro os olhos e vejo que estou em uma cama. Ainda um pouco confusa e grogue, me levanto. Ando pelo quarto devagar. Está tudo escuro e eu não estou vendo muita coisa. Bato meu dedinho na quina de algum móvel. Solto um chiado de dor e me sento na primeira coisa que acho. - Inferno! - isso dói para caralho. A porta é aberta e alguém entra por ela. Pela altura e pela postura, imagino que seja Sérgio. A luz é acessa, e cega os meus olhos. Coloco as mãos no rosto e depois de um tempo as tiro devagar. O quarto é grande, c
P.O.V. Angel Meu casamento é hoje a noite, e para ser sincera, não estou nada preparada. Nunca fui muito boa em mentir, mas eu preciso tentar. Sérgio me falou que será uma simples cerimônia e que após isso eu seria dada como sua esposa. A gente ainda continua procurando pelo Heitor. Eu não vou desistir dele por nada nesse mundo. O russo não é uma pessoa ruim, ao contrário disso. Ele me respeita muito e está disposto a me ajudar. - Angel! - me assusto com a entrada repentina dele no quarto. Fecho o livro que eu estava lendo e o deixo de lado. - Precisa de alguma coisa? - Eu vou sair por agora. A gente se encontra no casamento. Enquanto isso você pode ir se preparando. - Isso não é falso? - Precisamos ser bem convincentes. Por favor, me ajude. - Tudo bem! O russo se despede de mim e sai do meu quarto. Eu suspiro e passo as mãos pelo rosto. Me levanto e vou até o banheiro. Encho a banheira e entro na água. Fecho os olhos ao sentir a água quente contra a minha pele. Alguém e
P.O.V. Heitor Deixo com que a água leve todo o sangue do meu corpo embora. Fecho os olhos e aprecio a sensação do banho quente. Saio do banheiro com apenas uma toalha envolta da minha cintura. Me seco e coloco um terno todo preto. Me olho no espelho. Me viro e vejo a cicatriz que ficou com o acidente de carro. Depois dessa acidente e tanto tempo dormindo, eu finalmente estou em casa. Não consegui ficar muito tempo no hospital. No início era apenas uma desconfiança do que poderia ter acontecido. Eu recebi um aviso sobre Sérgio estar perguntando por mim. Não era normal esse tipo de pergunta. Então fui a uma reunião, um encontro com alguns homens que poderiam me dizer o que ele realmente queria, o que descobri foi fatal. Sérgio já tinha dito que tinha uma noiva, mas não qualquer noiva, mas sim minha esposa. Depois de sair da sala encontrei Angel com ele, eu vi que ele a tinha encantado com sua boa lábia. Fingi ser amigo dele para ela não desconfiar de nada. Descobri que estava p
P.O.V. Heitor Ignoro os gritos que vinham do celular. Continuo a preparar minha mala para a viajem. - Como você ousa começar uma guerra? Tem noção do que está fazendo? - Eu sou o líder e a decisão é minha! - fecho a mala e deixo em um canto do quarto - e não ouse gritar comigo novamente! - encerro a chamada e jogo celular longe. Ter que escutar esses idiotas está me dando dor de cabeça. Nenhum deles achou inteligente começar uma guerra com "A Bratva."Eu não estou me importando a única coisa que eu sei, é que não vou permitir que Angel fique com Sérgio, ele terá que me matar primeiro. Desço as escadas e vejo minha mãe e irmã sentadas a mesa, já começando a refeição. Me sento e começo a fazer o mesmo. O médico me receitou algumas vitaminas e eu as tomei, preciso estar forte para o que estar por vir. - Você não disse nada sobre eu acordar - Andrea me olha. - É claro que estou feliz filho - ela pega minha mão - é muito bom ver você dê pé, parecendo mais forte do que nunca. Dou u