Andrei Melinda está há três semanas em casa, não quis sair de jeito nenhum. Já se passaram as duas semanas que o médico metido a besta lhe deu para que as células hematopoiéticas se proliferem em seu organismo. Ela não quer ver ninguém, fica trancada no quarto. Não disse uma palavra desde que voltamos para casa. Estou muito preocupado. Suas únicas atividades são: ficar deitada assistindo séries. Resumindo, vegetando. Entrei no quarto me preparando para a mesma cena dos outros dias, porém algo está diferente. Ela está em pé gritando com a TV. Acredito que sentiu minha presença, pois se virou e sorriu quando me viu. Contrariando tudo que pensei, veio até mim e me deu um selinho. — Qual é o problema? Por que está brigando com a televisão? — Inquiri tirando o meu terno e logo em seguida minha gravata. — Estou assistindo uma miséria de filme. — Que filme? — Perguntei segurando o riso. Melinda é tão intensa. Ela sente tudo ao seu redor, mesmo sem saber. — O abutre! Eu lhe digo uma c
Melinda Arregalo os olhos, logo em seguida riu, só que de nervoso.— Quê? De onde tirou isso?— Você me descreveu os sintomas básicos de uma mulher grávida. _ sorriu convicto — Minha irmã tem três filhos, e esses foram os primeiros sintomas.— Isso não pode estar acontecendo. Andrei vai me ma… — Kaydan me interrompeu com os olhos quase saindo da órbita.— Você está tendo um rolo com o nosso chefe? — Tapei sua boca nervosa. Droga! Na hora do desespero acabei contando. Espero que ele saiba guardar segredo. — Não conta para ninguém, por favor. Ninguém sabe, prefiro que seja assim.— Não se preocupe, minha boca é um túmulo. — Para confirmar o que dizia, lacrou os lábios com um zíper invisível. — Ele transa com você e não quer te assumir para as pessoas? Sua pergunta foi feita rispidamente. Pela sua cara não gostou dessa hipótese.— A verdade é que se dependesse dele não esconderia, o problema sou eu. Não quero as pessoas me apontando como a amante do chefe. Sou muito mais que isso, Kay
Andrei Parece que um trator passou por cima de mim, e deixou apenas uma carcaça velha. Meu corpo dói, minha cabeça piorou. Mesmo assim, não me dou ao luxo de continuar deitado. Me arrumo para o trabalho sem perder tempo. Não tinha ideia que o meu dia terminaria assim, dessa forma vazia. Depois que gritei Melinda no telefone, devido ao meu ciúme idiota, não conseguir trabalhar ontem. Então resolve ir para casa, lhe pedir desculpas. Eu a fiz chorar, e me sentir um merda por isso. Cheguei em casa determinado a me conciliar com ela, mas qual foi a minha surpresa quando vir o que estava em sua mão. Um teste de gravidez. Merda! Entrei em pânico. Sim, eu a acusei de ter feito de propósito, sei que estava enganado em acusá-la, afinal estava tão surpresa quanto eu. A raiva era tanta que eu queria feri-la, mas, quando ela falou que ia embora, a raiva triplicou. Sempre soube que, se isso acontecesse, tudo entre nós mudaria. Se ela pensa que eu a deixarei ir embora, esta muito enganada. Não
Melinda— Depois que Andrei me trouxe para casa, se trancou no escritório e praticamente me ignorou. Isso me magoou profundamente. Quer dizer, ainda mais. Tomei um banho e me deitei na cama pensando na consulta que tive com a doutora Sandra. Ela disse que estou com quatro semanas e alguns dias. Isso quer dizer, que o bebê foi concebido antes da cirurgia. Ouvir seu coração batendo rápido melhorou o meu dia, mas quando lembrei estar sozinha a tristeza se instalou dentro de mim.Independente de toda situação, eu amo o pai dele e, essa distância não me faz bem. Será que se eu for até ele estarei me humilhando? Que seja, preciso disso, deixo para pensar sobre minha dignidade depois. Me levantei da cama do jeito que estava. Com uma camisola preta transparente e com renda nos seios. Cheguei à porta do escritório e entrei sem bater. Andrei estava concentrado em alguns papéis em cima de sua mesa, mas sentiu minha presença. Ao levantar a cabeça não escondeu a surpresa, porém não pronunciou nenh
MelindaNik elaborou uma bela marmita para mim, agradeci a todos e fui em direção ao carro. Entrei com um grande sorriso. Dmitri retribuiu igualmente antes de dar partida no carro. Chegamos rápido a empresa, Mitri saiu e abriu a porta para mim. — Essa criança trará alegria na vida de vocês dois, apenas tenha paciência. — Falou do nada. Mesmo assim, suas palavras me emocionaram. O abracei com gratidão. Se não fosse todos eles em minha vida estaria perdida. Amo Andrei e não é nenhuma mentira. Cheguei no andar da sala dele e a primeira pessoa que avistei foi a sua secretária. Ela é muito bonita, admito que na primeira vez que a vi fiquei enciumada, porém, desencanei. Andrei é um homem lindo e gostoso, pode deserta o interesse de qualquer mulher, mas o que me fez criar uma amizade com ela mesmo foi que nenhum momento conversou comigo sobre Andrei, ou demonstrou querer algo com ele. Se fosse o caso, não sei se teríamos tanto contato. — Oi, Soninha! — Lhe abracei apertado. — –– A que d
AndreiHoje é o dia da consulta com a médica de Melinda. Eu já me arrependi um monte de vezes por aceitar ir com ela. Claro que meu orgulho falou mais alto. Meu orgulho e ciúmes. Nunca que deixaria outro homem ir em meu lugar. Nos acomodamos em silêncio no carro, não cogito puxar assunto, pois é nítido o conteúdo que Melinda deseja falar. O bebê, sem dúvidas.Não sei o que esta acontecendo comigo. Todas às vezes que a vejo nua, com sua barriga saliente se admirando, meu coração palpita no peito. Não consigo identificar o sentimento, porém a única coisa que tenho certeza é, que tanto a mãe quanto a filha me pertence e eu cuido do que meu.Chegamos a clínica e tudo estava preparado para nos receber. Fiz questão de pedir um horário antes da mesma abrir. Não suporta esperar.— Venha, a senhorita precisa se preparar. — A enfermeira orientou. É uma mulher de meia-idade, está vestida em um jaleco rosa e uma toca de pano da mesma cor do jaleco e pelo visto o mesmo tecido também. Não sai de pe
Melinda— Do que está falando?— A sua mãe, ela… e eu, bem, ela era a minha esposa.— Então foi você que nos abandonou?— Não as abandonei…— Não quero ouvir, você nunca foi e nunca será o meu pai! — Proferir magoada. Ele ter me enganado esse tempo todo.— Por favor, me deixe explicar.— Eu o odeio! Por sua culpa nós sofremos. — Falei transtornada. Sair correndo do restaurante sem conseguir olhar para ninguém. Ouvir Andrei me chamando, mas tudo que minha mente conseguia ficar era na dor de todos os anos ruins que passei ao lado da minha mãe e daquele maldito.Vi um táxi do outro lado parado, então atravessei para pegar. Foi tudo muito rápido, em um minuto eu estava andando normalmente e em outro tentava fugir de um carro que vinha em minha direção.Quando vi quem era a pessoa no veículo, comecei a correr desesperada. Porém, isso não foi o suficiente. O carro bateu com tudo em mim, me jogando longe. Apenas escutei a voz de Boris nervoso, e logo em seguida a escuridão tomou passagem.
Andrei Estou a uma hora esperando Melinda despertar. O médico disse que ela respondeu bem à noite, que se continuar assim pode ter alta em dois dias. Agradeci profundamente. Não sei o que seria de mim se a perdesse também. Sentir seu corpo mexer, olhei seus olhos que se abriram confusos, porém quando tocou em sua barriga, acredito que as memórias voltaram na hora. — Cadê minha filha? — Sentir o desespero e cada palavra que pronunciou. — Acalme-se, Melinda! — Não mande me acalmar! Onde está minha filha, Makarov? — Eles fizeram tudo o que podiam, minha pérola… — Nãoooo… — Gritou desesperada tirando os acessos do braço, fez menção de se levantar, contudo não deixei. — Melinda! — Exclamei com o coração em pedaços. — Andrei, nossa filha. A nossa menina… — Jogou-se em meus braços e chorou até não cansar. Um dos residentes responsável pelo caso dela, entrou no quarto e aplicou um sedativo. Quando ela apagou, respirei fundo, contendo minha própria dor. — Oi, minha pérola! — Chamei