A noite havia caído, e com ela a temperatura. Não estava frio demais, apenas aquele clima gostoso de outono, quando um casaquinho fino era o suficiente para bastar quando você estivesse dando um passeio à beira-mar. Meus cabelos e vestido voavam com o vento, e o cheiro de maresia me invadia o tempo todo, me fazendo sorrir. Olhei para as ondas prateadas e agradeci. Apenas agradeci por tudo.
Cinco meses haviam se passado desde que Ollie e eu havíamos voltado para San Diego.
O início foi um pouco conturbado para nós. Tivemos que nos acostumar a não fugir, não nos esconder e nem nos preocupar com qualquer ameaça ou problema.
Por algum tempo, nos preocupamos com o fato de que não tínhamos com o que nos preocupar.
Nós ainda tínhamos algum dinheiro, mas não seria o suficiente para comprarmos um apartamento e seguirmos com nossos planos, então renovamos
Seis anos depois...– Puta merda! – Gemi alto, me equilibrando no objeto flutuante.Eu estava cada vez melhor naquela “arte”. Outra onda pequena e sem força passou por nós, apenas nos fazendo mexer no lugar levemente. Oliver não deixou o meu centro pulsante. Continuava chupando e mordendo.– Oh, Deus! – Gritei alto quando finalmente meu orgasmo explodiu em sua boca enquanto seus dedos apertavam minhas pernas com força.Assim que desci da lua, desci da prancha também, me enganchando em Oliver. As ondas continuavam calmas e sem quebrar em nós. Abrindo o seu sorriso de comedor, falou:– Feliz aniversário de amor, rainha.– Feliz aniversário de amor, meu rei. – Sorri de volta.Seis anos que estávamos juntos. E cinco anos em que estávamos oficialmente casados. Esperamos até estarmos final
Em todos os meus nove anos de juventude, dos quatorze aos vinte e três, eu nunca havia surtado.Eu juro.Sempre fui uma menina calma, aquela que observava as outras crianças interagirem, esperando que conversassem comigo para realmente me envolver com algo. Quando cresci, não foi diferente. Eu analisava, esperava e escutava mais do que falava, isso até hoje. É mais fácil. Eu não preciso dar opinião antes de ninguém, tenho tempo para analisar todos os pontos de vista antes de colocar o meu próprio. Se isso se fizer necessário, é claro.Mas, de repente, eu estava me olhando no espelho e me via vestida em um pedaço de pano a vácuo, de cor preta, que acentuava os meus quadris largos, tinha o cabelo recém-pintado em várias mechas douradas, soltos em cachos, uma maquiagem que eu, em discordância da minha melhor amiga, considerava de puta barata. Tentava
Fiquei chocada com a apresentação, mas ao menos eu estava dando boas risadas. Ainda nem tinha visto os gorilas de sunga e gravata borboleta e, bem, eu não estava pensando no babaca do Mark. Ao menos não muito, o que era um grande avanço, considerando que ele havia terminado comigo havia pouco mais de vinte e quatro horas.De repente, comecei a ficar animada com a situação, não tanto quanto Leeta e Becca, que quicavam em suas cadeiras, mas realmente empolgada com o que aconteceria logo a seguir. Levantei minha mão, chamando o garçom, e pedi mais duas taças de espumante para mim e uma garrafa de água.– Está quente aqui. – Falei, agitando um pouco meus cabelos. As meninas nem me deram atenção, pois, naquele mesmo momento, Lolita Parker anunciava a primeira atração:– Então, senhoritas. Deem as boas-vindas ao Doutor Robert,
O Senhor Príncipe Encantado me disse para aguardar na sala de espera, que ficava entre a recepção e o salão principal da OK. Eu me sentia para lá de bêbada e precisava de ar para levar isso adiante, então o avisei que nos encontraríamos na entrada da boate. Não querendo correr o risco de encontrar Leeta e Becca ali, mandei uma mensagem para elas avisando que pegaria um táxi com o meu programa e iria para o meu apartamento, o que significava que Lee não deveria se aproximar por algumas horas.Vou passar a noite com Becca, mas estarei em casa pela manhã, com toda certeza. Sua puta. Use proteção.Lee respondeu me dando carta completamente branca para continuar com o plano. Não me dei ao trabalho de responder de volta. Me sentia um pouco melhor, ao menos não estava mais a ponto de desmaiar nos braços do meu
Eu contei ao todo seiscentos dólares, aquilo daria para pagar. Tinha que dar.Peguei um táxi até a boate e fiquei decepcionada quando cheguei. OK estava fechada. Todas as poucas luzes em volta do prédio estavam desligadas, e o letreiro também. Eu pensei que o clube funcionasse no final de semana todo.Frustrada, esperei até que um táxi passasse novamente e voltei para casa. Cheguei por volta das onze horas, não tive sinal de Leeta, talvez estivesse em seu quarto. Senti um misto de alívio e solidão tão grande, que não consegui evitar chorar.Peguei meu telefone em minha bolsa e liguei para Mark sem nem raciocinar o que estava fazendo.– Paige?– Ei. – Funguei, tentando me recompor.– Você está bem? Posso ajudar em algo? – Seu tom não era frio. Ele não parecia um babaca total, mas também não
Príncipe Encantado dançou a música inteira comigo e não fez como da primeira vez, quando chamou duas ou três pessoas para compartilharem o palco durante a música lenta. Antes de se separar de mim, colocou novamente seus lábios em meu ouvido e beijou levemente.– Não vá ainda, me espere. – Pediu.– Ok.Claro que ele não receberia o dinheiro naquele momento. Eu esperaria até o final da apresentação.Logo a batida de uma música dance começou, e Becca se posicionou atrás de Príncipe Encantado. Eu a odiei por isso. Muito. Eu não deveria ser possessiva com um cara que sequer era meu, mas e a regra de não atrapalhar o programa dos outros? Tudo bem que isso não poderia ser considerado um, uma vez que ainda não estávamos nesse momento, mas ainda assim, ela estava declarando guerra comigo
Seu nome é Oliver Mason. Oh! O nome era tão bom quanto ele.Depois de me dizer o seu nome, eu lhe disse o meu.– Paige McAvon... Combina com você, definitivamente combina. – Disse Oliver, se aproximando e colocando suas mãos em meus quadris.Meus olhos tremularam à medida que Oliver se aproximava de mim. Eu queria que ele me beijasse, eu queria demais. Mas a imagem de Mark apareceu de repente para mim. Seus dentes levemente tortos, seus olhos azuis brilhantes e risonhos, sua boca fina, mas que preenchia tão bem a minha...Me afastei com um suspiro leve e o olhei, tentando me desculpar sem realmente dizer nada. Ele pareceu entender, pois assentiu com a cabeça e colocou as mãos nos bolsos de seu jeans, curvando seus ombros.– Então... você está entregue.– Obrigada pela carona e pela conversa. – Sorri tristemente. Ainda que eu estivesse pen
Demorou ainda alguns dias para Oliver me convencer a sair com ele. Eu não estava me fazendo de difícil, eu tinha medo, na verdade.Enquanto os dias passavam, trocamos mensagens e ligações. Ele não tentou ser sedutor, simplesmente manteve uma conversa amigável comigo. Falávamos principalmente de música e surfe. Ele disse que gostaria de me levar para surfar; eu falei que haveria um concerto ao ar livre de bandas legais de rock que tocam cover, mas não queria ir sozinha. Lee não iria comigo, então entramos em um acordo: eu iria surfar com Ollie – sim, eu o chamava assim, mas ele não sabia – e ele me acompanharia no show.Eu tive uma sensação desagradável quando ele perguntou se o show era a noite. Eu disse que não, era um festival pequeno na orla principal de San Diego e aconteceria durante o dia. Eu sabia o porquê da sua pergunta. E esse era