– Me diga que você está sob efeito de alguma droga.
– Paige...
– Essa é a única explicação...
– Princesa...
– A não ser que... – Meus olhos se arregalaram imediatamente. – Estão te ameaçando?
– Não. – Seu tom era curto, e ele estava carrancudo.
– Oliver...
– Eu não quero você vindo aqui todo esse tempo, Paige.
– São apenas seis meses.
– Isso! – Exclamou ele, pegando minhas mãos. – É isso, querida, apenas seis meses. Eu logo estarei com você. Pode aguentar seis meses.
– Não, Oliver. – Minhas lágrimas já se acumulavam novamente. – Você está sendo egoísta, não posso ficar tanto tempo sem ver você...
– Por favor...
– Nã
Charlotte era uma cidade grande.Sendo mais exata, era a cidade mais populosa dos Estados Unidos. E meu pai era o pastor mais famoso da cidade.Era por volta de dez horas da manhã de uma terça-feira, meus pais certamente não estariam em casa. Uma vez que eu não conseguiria entrar, eu apenas pedi para que o taxista me deixasse em frente ao templo que meu pai administrava. A Hickory Grove. Éramos Batistas. Ou melhor, meus pais eram. Me pergunto o que eles achariam de Oliver e suas tatuagens, uma vez que não estamos autorizados a usar nem mesmo brincos ou maquiagem forte nesta religião. Tatuagem era como um dos sete pecados capitais.Bem, eles não estavam autorizados. Eu não era Batista há muito tempo.Tanto que fui excluída do paraíso.Eu falava com meus pais ao telefone eventualmente, mas havia muitos meses que isso não acontecia, no entanto. Com toda a situa&
Tudo foi diferente com a tia Joyce, irmã mais nova de minha mãe.Com minha mochila nas costas, eu preferi andar até a casa de minha tia, já que ficava a apenas alguns quarteirões da casa do Pastor McAvon. Eu procurei algum motivo para minha mãe estar agindo diferente desta vez. Ela não encerrou o assunto e deixou que eu fosse embora. Fez arranjos para que eu ficasse com tia Joy e me disse para esperá-la. Isso me deu certa esperança.No momento em que cheguei em frente à casa antiga e completamente branca, exceto pelas flores coloridas nos canteiros embaixo das grandes janelas, minhas lágrimas transbordaram.Tia Joyce era como eu e minha mãe, um pouco mais corpulenta que o padrão feminino, cabelos castanhos, mas os dela eram cortados acima dos ombros, unhas sempre muito bem cuidadas e roupas sempre alinhadas. Ela era casada com tio Iran, e não tinham filhos, desta fo
Três meses após a prisão de Oliver, Gerald Lancaster foi a julgamento.Eu fui intimada como testemunha e me senti extremamente feliz sobre isso, pois tinha esperança em ver Oliver. Infelizmente não foi assim que aconteceu. No lugar de ver Oliver, eu tive que ver o rosto raivoso de Gee e os olhares matadores de sua filha. A senhora Lancaster não compareceu, estava internada entre a vida e a morte por ter tentado suicídio ingerindo muitas pílulas para dormir, e o efeito além de prolongado a deixou em coma.Como eu aprendi a duras penas a não acreditar em pessoas como aquelas, eu apenas mantive a teoria de que ele forçou ela a isso para sensibilizar o júri, adiar o julgamento. Eu não sabia. Só simplesmente duvidava de tudo o que saía da sua boca.Eu não pude ver Ollie. Quando meu nome foi chamado, Caterine apertou minha mão, e minha tia e minh
Quando meus olhos se abriram novamente, eu estava deitada em uma cama extremamente familiar para mim. Pisquei algumas vezes, tentando tomar foco diante de meus olhos, e finalmente confirmar a minha suspeita.Eu estava no apartamento que havíamos alugado em Seattle.O que diabos eu estava fazendo aqui?Me sentei na cama rapidamente, ignorando a tontura e a dor lancinante que estava sentindo em minha cabeça. Finalmente, quando tomei a visão completa do quarto, eu a vi.– Ei, P! Pensei que você não acordaria nunca mais. Eu disse para apagar você se fosse preciso, mas não por três horas inteiras. Você sabe, quando não temos muito conhecimento para esse tipo de crime, fica complicado contratar pessoas eficientes.Ela falava como se estivéssemos conversando sobre maquiagem e sapatos.– Seu pai mandou me matar também? – Eu não queria passar tant
Levou mais de treze horas para podermos sair de Seattle rumo a San Diego.Depois da explosão de desejo e carência entre Ollie e eu na escadaria do prédio, fomos encontrados por um policial, que nos escoltou para fora do local e nos levou para uma delegacia, onde ligamos para Carter, que prontamente nos encontrou. Ela estava apavorada. Abraçou Oliver e a mim como se fosse nossa mãe.– Eu não tenho mais idade para isso! – Piada, Carter não devia passar dos trinta e cinco anos, assim como seu marido quente. Não mais quente do que Ollie, mas ainda assim quente.Nós não nos demos ao trabalho de ir buscar nada naquele apartamento, apenas seguimos com nossas roupas e documentos. Nos despedimos de Carter com a promessa de que nos encontraríamos em breve. Ela nos convidou para o casamento de Simon, seu filho adotivo mais velho, e Kennedy, que aconteceria no Central Park em um piqueniq
A noite havia caído, e com ela a temperatura. Não estava frio demais, apenas aquele clima gostoso de outono, quando um casaquinho fino era o suficiente para bastar quando você estivesse dando um passeio à beira-mar. Meus cabelos e vestido voavam com o vento, e o cheiro de maresia me invadia o tempo todo, me fazendo sorrir. Olhei para as ondas prateadas e agradeci. Apenas agradeci por tudo.Cinco meses haviam se passado desde que Ollie e eu havíamos voltado para San Diego.O início foi um pouco conturbado para nós. Tivemos que nos acostumar a não fugir, não nos esconder e nem nos preocupar com qualquer ameaça ou problema.Por algum tempo, nos preocupamos com o fato de que não tínhamos com o que nos preocupar.Nós ainda tínhamos algum dinheiro, mas não seria o suficiente para comprarmos um apartamento e seguirmos com nossos planos, então renovamos
Seis anos depois...– Puta merda! – Gemi alto, me equilibrando no objeto flutuante.Eu estava cada vez melhor naquela “arte”. Outra onda pequena e sem força passou por nós, apenas nos fazendo mexer no lugar levemente. Oliver não deixou o meu centro pulsante. Continuava chupando e mordendo.– Oh, Deus! – Gritei alto quando finalmente meu orgasmo explodiu em sua boca enquanto seus dedos apertavam minhas pernas com força.Assim que desci da lua, desci da prancha também, me enganchando em Oliver. As ondas continuavam calmas e sem quebrar em nós. Abrindo o seu sorriso de comedor, falou:– Feliz aniversário de amor, rainha.– Feliz aniversário de amor, meu rei. – Sorri de volta.Seis anos que estávamos juntos. E cinco anos em que estávamos oficialmente casados. Esperamos até estarmos final
Em todos os meus nove anos de juventude, dos quatorze aos vinte e três, eu nunca havia surtado.Eu juro.Sempre fui uma menina calma, aquela que observava as outras crianças interagirem, esperando que conversassem comigo para realmente me envolver com algo. Quando cresci, não foi diferente. Eu analisava, esperava e escutava mais do que falava, isso até hoje. É mais fácil. Eu não preciso dar opinião antes de ninguém, tenho tempo para analisar todos os pontos de vista antes de colocar o meu próprio. Se isso se fizer necessário, é claro.Mas, de repente, eu estava me olhando no espelho e me via vestida em um pedaço de pano a vácuo, de cor preta, que acentuava os meus quadris largos, tinha o cabelo recém-pintado em várias mechas douradas, soltos em cachos, uma maquiagem que eu, em discordância da minha melhor amiga, considerava de puta barata. Tentava