CalebeUma semana se passou desde a noite de Halloween, e nós quatro estávamos preocupados com Lua, a quem não víamos há exatamente esse tempo. Ela não foi à faculdade, não atendeu chamadas nem mensagens, e as cortinas do seu quarto permaneceram fechadas dia e noite, sem sinal de vida ou luz. O pai de Lua compartilhava características igual a de homens como os pais de Noah e Dominic, sendo desprezível; apenas o fato de ele fazer negócios com eles já falava muito sobre seu caráter. Meu pai e avó, como membros do senado, sempre precisaram manter a boa convivência com todos, o que significava suportá-los em jantares e reuniões. Entretanto, nossa pequena não era como as demais; ela era especial. Luana possuía uma doçura e inocência que conquistavam a todos, e ela não poderia simplesmente desaparecer.Ela não tinha o direito de nos fazer apaixonar e depois sumir assim. Todos os dias, passei a semana à espreita, observando qualquer movimentação, mas nada. N
**Lua**Após tudo que aconteceu, resolvi retornar à faculdade. Fugir não resolveria meus problemas, e minha intenção é passar o menor tempo possível ao lado do meu pai. Decidi ignorar sua presença até me formar, para então partir e recomeçar minha vida.O primeiro passo nessa jornada é obter minha habilitação. Já me matriculei e começarei as aulas práticas em breve. Ao entrar no corredor da faculdade, dirigi-me diretamente ao meu armário. Para evitar suspeitas sobre meu relacionamento com os meninos, optei por ir e voltar com meu motorista, uma decisão que, apesar da resistência deles, foi aceita.Enquanto observo a entrada do corredor, avisto os quatro se aproximando, e, meu Deus, como eles são lindos! Permito-me admirar por um momento.— Bom dia, princesa! — Calebe me cumprimenta com um sorriso.— Bom dia, amores! — respondo, cheia de alegria, enquanto eles me olham de forma curiosa.— O que aconteceu que você está tão feliz? — Noah pergunta, rindo.— Nada! — digo, rindo também, mas
Dominic me manteve ao seu lado durante toda a tarde. Embora seu lado possessivo fosse evidente, ele também demonstrou um lado gentil e atencioso. Quando a noite caiu, ele me acompanhou até em casa e, ao sair do banheiro, encontrei-o sentado em frente à minha penteadeira, segurando uma foto. — É sua mãe, cachinhos? — ele perguntou, estendendo a imagem para mim. — Sim, essa foto foi tirada no meu batizado — respondi, pendurando-a novamente no espelho. — Foi a única que consegui salvar; o restante das coisas dela foi queimado ou descartado. — Você se parece com ela, amor! — ele disse, acariciando meu rosto. Sentei-me em seu colo, apoiando minha cabeça em seu peito. — Fica comigo! — pedi, mesmo sabendo que deveria estar brava com tudo o que aconteceu na casa dele. Eu queria sua presença ao meu lado. — Você tem certeza? Posso ir embora se preferir. — Sim, quero que você durma aqui comigo! Puxei-o pela mão e me deitei no canto da cama. Ele se acomodou ao meu lado, envolvendo-me com
Calebe GrayEra tarde de outono quando saí do meu Ford Raptor preto e entrei direto em casa, subindo as escadas. Lá estava ela, no mesmo horário de sempre, praticando o seu piano desde quando a família Alencar se mudou ao lado da minha casa. Luana tem sido meu vício secreto. Lá estava ela tocando sua versão de "Enchanted" (Taylor Swift) e eu fico observando; odeio pop, mas nunca imaginei como poderia ser tão bonito e melódico ao som de um piano. Tirando meus amigos, que são minha família, nunca senti nenhum sentimento por ninguém; nunca namorei. Pra quê ser apenas de uma pessoa se posso ter todas que quiser e sem ter toda aquela responsabilidade de dar satisfação ou ficar me preocupando com o bem-estar de alguém? Mas Luana tem algo que me prende toda vez que a vejo tocar. Quando a ouço, é como se o mundo sumisse ao meu redor. Não sei explicar. Eu quero estar perto dela a todo momento, mesmo não a conhecendo "ainda". Seu pai é mais um dos novos
Lua Thaney Bay. Minha nova cidade. Nos mudamos há duas semanas. Como as aulas ainda não começaram, tenho usado meu tempo livre para praticar piano e ir a algumas reuniões com meu pai. São um pouco chatas, mas ele insiste, já que futuramente sou sua única herdeira. Não me vejo à frente de uma grande empresa; não me vejo fazendo nada que meu pai deseja para o meu futuro. Vejo-me em um enorme palco, tocando em grandes concertos. Meu pai não vê futuro nisso. Eu sei que dinheiro é o que move o mundo, mas quero ir atrás dos meus sonhos, não só por mim, mas também por ela, minha falecida mãe.* _Mãe, você não sabe o quanto eu queria ter você perto de mim._ *Essa noite vamos a um jantar italiano na casa dos Scott; meu pai e seus novos sócios estarão lá. Então, é mais um jantar onde ficarei entediada até o final da noite. Coloco um vestido preto justo, com mangas curtas e um decote em formato de coração. Faço um rabo de cavalo bem alto para deixar o colo à mo
DominicAproximo-me da janela que oferece vista para a piscina e acendo um cigarro. Ao olhar para fora, vejo Lexy, Travor e Travis conversando. No entanto, minha atenção se desvia imediatamente para uma morena de cabelos cacheados, sentada ao lado de Lexy, que ri e conversa animadamente com Travor e Travis.*O que ela pensa que está fazendo, distribuindo sorrisos para esses dois idiotas?*— Filha da puta! — exclamo, jogando o cigarro no lixo e cerrando as mãos em punho.Calebe se aproxima da janela, curioso sobre o que está me irritando.— É ela? — pergunta, apontando para minha morena.— Ela quem?— A vizinha gostosa que toca piano, eu já havia dito a vocês.Lanço um olhar fulminante para ele. Como ele pode desejar o que é meu? Noah e Nate se juntam a nós na janela, observando em silêncio. Nate, em um momento de descontrole, puxa os cabelos nervosamente e diz:— Puta que pariu!— Ela é a morena que veio aqui outro dia, apontando para fora — acrescent
NoahSaímos da sala de jogos em direção à piscina, onde nossa pequena estava sentada ao lado de Travor, Travis e Lexy. Assim que nos aproximamos, percebi a troca de olhares entre Dominic e Travis; eles se detestam, mas não percebem que são praticamente idênticos. — Cachinhos! — exclamou Dominic, sentando-se entre Lua e Lexy e colocando o braço sobre os ombros de ambas. De relance, vi Nate revirar os olhos, enquanto Calebe tentava conter um sorriso bobo. — Vejo que já conheceu minha irmã, Lexy, e o Travis — disse ele, olhando para o moreno à sua frente. — Sim, eles são bem legais — respondeu Travis. — Eles são legais? — Dominic perguntou de maneira cínica. — Já não está na hora dos idiotas irem embora? — retrucou Travis, encarando-o. — Sabe como é, não estamos a fim! — Dominic respondeu. — Lá vêm os cachorros atrás do osso — Travor comentou, olhando diretamente para mim. — A merda dessa casa também é minha, Travor, e fico onde quiser e com quem
Lua Eu mal conheço Noah e já deixei que ele me beijasse. A sensação foi tão boa, tão reconfortante, como se o conhecesse há muito tempo. Passei a noite quase em claro, pensando não apenas no nosso beijo, mas também nas suas palavras. Agora, com insônia, olho para o relógio: 5h30 da manhã. Decido me arrumar e sair para uma corrida matinal, colocando meus fones de ouvido. É meu primeiro dia na universidade, e preciso descarregar a ansiedade. Ao me aproximar da esquina em direção a casa, vejo Calebe descendo de seu carro, parecendo um pouco agitado.— Bom dia, senhor Gray. Ele me observa com desdém. — Tudo bem, Calebe? — Desde quando isso é da sua conta?! Ignoro sua resposta e começo a dar a volta no carro para ir embora, quando ele me puxa pelo braço. — Luana, espera! Desculpe, às vezes sou um idiota. Ele diz tentando desculpar e franze seu cenho.— Já percebi — respondo de forma séria. — Onde você estava tão cedo? Ele questiona pelo horário.— C