Lua Abro os olhos e sou tomada pelo desespero. A última coisa que lembro é de estar no carro com Travis e Margô. Tento olhar ao redor, mas só encontro escuridão. Algo está amarrado ao redor dos meus olhos, e minhas mãos estão presas atrás de mim. Movendo-me, percebo que estou deitada em algo macio, que se parece com uma cama.Preciso sair daqui, encontrar minha filha e pedir ajuda o mais rápido possível. Ouvindo um barulho de porta se destrancando, fico em silêncio, tentando me mover o menos possível. O medo toma conta de mim e minha respiração se torna ofegante. Sinto um peso ao meu lado e mãos que começam a mexer nos meus pés, tirando meus tênis. Ele faz movimentos como se estivesse me acariciando.— Quem é você? — pergunto, sentindo uma lágrima escorregar pelo meu rosto. A pessoa não responde.— Onde estão minha filha e Travis?— Fico feliz em saber que você está preocupada comigo, pêssego! — ouço a voz de Travis e, então, me lembro de que no carro ele est
Lua Encontro-me de costas para a porta do box, tentando manter a calma e ignorar a presença de Travis logo atrás de mim, observando-me. Ele não me permite fechar a porta, enquanto deslizo o sabonete pelo meu corpo. De repente, a porta do box se abre.— Desculpe, amor, mas não consegui resistir a ver você assim na minha frente. — Ele toma o sabonete da minha mão e envolve seus braços em minha cintura, beijando meu pescoço enquanto desliza o sabonete delicadamente pelo meu corpo. — Porra, você é tão linda, não sei como consegui resistir por tanto tempo. Você é perfeita, tão minha! — Ele me vira contra a parede fria, pressionando seu corpo contra o meu, e sinto sua ereção abaixo do meu umbigo. — Travis... por favor! Podemos fazer isso outra hora. Eu realmente quero ver nossa filha, ela deve estar assustada. — Digo, tentando ao máximo escapar de suas mãos.— Claro, amor, temos a noite toda para isso! — Ele se aproxima para me beijar, mas viro o rosto, faz
LuaApós alguns dias, a pressão de estar dentro daquele navio se torna insuportável. Já procurei em todos os lugares, mas não encontrei nenhum meio de comunicação. A maior parte do tempo, Travis permanece ao meu lado, e eu só consigo estar com Margô algumas horas por dia. Agradeço a Deus por ele não ter tentado nada comigo durante esses dias; meu ciclo já está quase acabando e sinto que preciso inventar uma desculpa. Aproveito os poucos momentos sozinha e me sento na proa do navio, tomando sol enquanto olho para o vasto oceano à minha frente. Será que ainda estão me procurando ou pensam que os abandonei por causa do Travis? Não é possível que me deixem aqui por tanto tempo. Observo ao redor, mas não consigo ver nada além de água. Subo para a cabine de direção e pego os binóculos, tentando ter uma visão melhor da imensidão. Ao descer de volta para a proa, avisto o que parece ser uma lancha bem distante. Será que eu conseguiria pedir ajuda sem que Travis perceba?
Dominic Entro no escritório e começo a socar a parede com toda a força que tenho. Calebe vai em direção ao bar e serve um copo de whisky, enquanto Noah e Nate permanecem com expressões preocupadas. Durante nossa estadia na casa de Gabriel, ele recebeu uma ligação informando que o Titã havia deixado o porto. Ao ouvir isso, imediatamente percebi que algo estava muito errado. Quando Travis negou qualquer envolvimento no desaparecimento de Lua, ele veio à minha mente como um forte suspeito.Minha intenção era ter ido atrás daquele navio imediatamente, mas não sabia em que condições Lua e Margô estavam. A prioridade era a segurança de minha mulher e filha. Então, informei Gabriel sobre Margô, e pela primeira vez, quase consegui ver um sorriso em seu rosto. Quando ele decidiu tomar a frente no resgate, eu neguei. Quem deveria salvar Lua éramos nós. E Travis não escaparia; acabaríamos com ele de uma vez por todas.Quando pedimos para rastrear o navio, soubemos que
Lua Um mês depoisFinalmente, nossa família estava completa. Eu e meus namorados, barra maridos, finalmente estamos juntos e decidimos morar permanentemente em Thaney Bay, mesmo eu tendo um pouco de receio. Entendo o lado deles, já que toda a parte de trabalho deles está aqui. Reformamos a casa de Nate para que nós pudéssemos conviver em plena paz, o que era totalmente difícil, já que éramos uma mulher e quatro homens. Mas, com muito custo, eles entendem que preciso do meu espaço. Então, retornei para a faculdade e uso o período da manhã para estudar, enquanto Margô está na escolinha. Quando saio da aula, algum dos meninos me busca na faculdade e depois buscamos Margô na escolinha. Tentamos fazer o máximo para sermos uma família, mesmo não sendo tradicionais. Vou para o estacionamento e, quando vejo, todos os meninos estão me esperando dentro do carro. Sinto um gelo percorrer minha espinha e tento parecer o mais calma possível. Noah e Nate estão sen
Lua Dois anos depois...Sinto um peso em cima do meu corpo e, quando olho, Margô está em cima de nós, pulando na cama. - Mamãe, papais, acordem! Está nevando lá fora! - Ela diz, pulando em nosso meio, e toda a intenção de dormir até mais tarde foi jogada para o espaço. É isso o que acontece quando você tem quatro maridos e três filhos. Eu e os meninos finalmente nos casamos logo depois que descobri a gravidez dos gêmeos. Sim, eu tive dois meninos: Michael e Matteo. Margô ficou toda empolgada com o posto de irmã mais velha e os meninos, todos babões, na esperança de querer montar um time de futebol americano. O Natal estava próximo e a nossa ceia seria na casa de Gabriel. Depois de tudo o que houve, decidimos dar uma nova chance para ele, e Gabriel está saindo muito bem no papel de avô babão. Lexy também está se saindo bem no papel de tia; ela ama jogar futebol com as crianças, mesmo com os gêmeos mal sabendo andar direito. Nenhum deles sabe, mas nossa
Calebe GrayEra tarde de outono quando saí do meu Ford Raptor preto e entrei direto em casa, subindo as escadas. Lá estava ela, no mesmo horário de sempre, praticando o seu piano desde quando a família Alencar se mudou ao lado da minha casa. Luana tem sido meu vício secreto. Lá estava ela tocando sua versão de "Enchanted" (Taylor Swift) e eu fico observando; odeio pop, mas nunca imaginei como poderia ser tão bonito e melódico ao som de um piano. Tirando meus amigos, que são minha família, nunca senti nenhum sentimento por ninguém; nunca namorei. Pra quê ser apenas de uma pessoa se posso ter todas que quiser e sem ter toda aquela responsabilidade de dar satisfação ou ficar me preocupando com o bem-estar de alguém? Mas Luana tem algo que me prende toda vez que a vejo tocar. Quando a ouço, é como se o mundo sumisse ao meu redor. Não sei explicar. Eu quero estar perto dela a todo momento, mesmo não a conhecendo "ainda". Seu pai é mais um dos novos
Lua Thaney Bay. Minha nova cidade. Nos mudamos há duas semanas. Como as aulas ainda não começaram, tenho usado meu tempo livre para praticar piano e ir a algumas reuniões com meu pai. São um pouco chatas, mas ele insiste, já que futuramente sou sua única herdeira. Não me vejo à frente de uma grande empresa; não me vejo fazendo nada que meu pai deseja para o meu futuro. Vejo-me em um enorme palco, tocando em grandes concertos. Meu pai não vê futuro nisso. Eu sei que dinheiro é o que move o mundo, mas quero ir atrás dos meus sonhos, não só por mim, mas também por ela, minha falecida mãe.* _Mãe, você não sabe o quanto eu queria ter você perto de mim._ *Essa noite vamos a um jantar italiano na casa dos Scott; meu pai e seus novos sócios estarão lá. Então, é mais um jantar onde ficarei entediada até o final da noite. Coloco um vestido preto justo, com mangas curtas e um decote em formato de coração. Faço um rabo de cavalo bem alto para deixar o colo à mo