Calebe Gray
Era tarde de outono quando saí do meu Ford Raptor preto e entrei direto em casa, subindo as escadas. Lá estava ela, no mesmo horário de sempre, praticando o seu piano desde quando a família Alencar se mudou ao lado da minha casa. Luana tem sido meu vício secreto. Lá estava ela tocando sua versão de "Enchanted" (Taylor Swift) e eu fico observando; odeio pop, mas nunca imaginei como poderia ser tão bonito e melódico ao som de um piano. Tirando meus amigos, que são minha família, nunca senti nenhum sentimento por ninguém; nunca namorei. Pra quê ser apenas de uma pessoa se posso ter todas que quiser e sem ter toda aquela responsabilidade de dar satisfação ou ficar me preocupando com o bem-estar de alguém? Mas Luana tem algo que me prende toda vez que a vejo tocar. Quando a ouço, é como se o mundo sumisse ao meu redor. Não sei explicar. Eu quero estar perto dela a todo momento, mesmo não a conhecendo "ainda". Seu pai é mais um dos novos sócios, junto com todas as famílias mais importantes da cidade, e pelo que ouvi, ela é filha única, a princesa do papai. Rezo para que pelo menos ela seja do nosso ano na escola. Nate Yosaki Nunca na minha vida tive espaço para erros; sempre tive que ser bom. Ser bom jogador, ter boas notas, um corpo em forma, boa educação, menos, é claro, quando estava junto com os caras; sempre nos metemos em confusão. Mesmo sendo rico, não quero depender do meu pai; quero ter minhas decisões e escolhas. Tudo tem que ser do meu jeito. Não espero nada de ninguém; as únicas pessoas que têm minha lealdade são minha família e meus melhores amigos. Desço as escadas e ouço risos vindo da cozinha; acho estranho, pois minha mãe não disse que teríamos visitas hoje à noite. - Querido! Minha mãe vem em minha direção, me puxando pelos braços. - Quero que conheça alguém! - Essa é Luana Alencar; seu pai é nosso mais novo cliente e está em uma reunião com o seu pai no escritório. A voz de minha mãe praticamente some dos meus ouvidos quando coloco os olhos na coisinha pequena ao seu lado, de cabelos pretos cacheados e olhos inocentes. Ela estende sua mão em minha direção. - É um prazer lhe conhecer. Retribuo o aperto encarando seus olhos, que desviam do meu. - Lua vai estudar na sua faculdade, Nate; acho que está no mesmo ano que o seu. Minha mente ferve com a notícia de que todos os dias verei esses olhos. Luana Alencar era toda delicada com o vestido impecável; ela não precisa de muito para ser bonita; o simples já a tornava sensacional aos meus olhos. - Lua é uma aluna prodígio; conseguiu uma bolsa integral no curso de música, ouço minha mãe dizer. - Como fez isso tão nova? - Sou pianista, aprendi desde cedo com minha mãe - responde timidamente. Ela me fez sentir diferente; quando nossos olhos se cruzam, parece que pode ver minha alma, que enxerga a escuridão dentro de mim, e minha escuridão gostou dela. Dominic Petrovec Vazio, isso é tudo que se resume à minha vida; tirando meus amigos, não tenho mais nada. Em mim, nunca existiu e nunca vai existir espaço para o amor; acho tolo quem tem esse sentimento; é graças a ele que tudo se arruína. Nunca tive nenhum relacionamento com ninguém, apenas transas casuais e um monte de vagabundas que ficam se arrastando atrás de mim e dos meus amigos. Na verdade, nunca precisamos nos esforçar para conseguir algo; se queremos, temos e ponto final. Mas tudo mudou em uma manhã, até eu ver ela, Luana Alencar; além de seu pai ser sócio e amigo do meu, ela é vizinha de Calebe, meu melhor amigo, e aparentemente companheira de turma na aula de Música de Travis, meu irmão. Eu odeio o fato dele existir e odeio o fato dele estar perto de tudo que é meu. Sim, Lua é minha desde o momento em que coloquei os olhos nela no primeiro dia que chegou à cidade e jantou aqui em casa. Pela primeira vez, me senti vivo; quero essa sensação de novo. Sempre odiei jantares de negócios, mas esse foi o único que fiquei rezando para durar uma eternidade, para olhar mais aquela perfeição da natureza. Lua era estrangeira; seu corpo era totalmente diferente das meninas de sua idade. Uma menina com o corpo escultural de uma mulher: seios fartos, cintura fina em formato de violão, quadril grande, com uma bunda maravilhosa. Noah Scott Desde quando nasci, meu pai me ensinou que dinheiro e poder são o que move o mundo, e essa lei também foi ensinada não só a mim, mas praticamente a toda a cidade de Thaney Bay. Minha família mexe com praticamente todo o dinheiro que gira em torno da cidade, junto com as famílias Grey, Yosaki, Petrovec e agora Alencar. A família Alencar é a mais nova associada à parceria de nossa família e, como futuro herdeiro e sócio, meu pai me obrigou a ir com ele na casa dos Alencar, que por coincidência fica ao lado da mansão Grey. Quando chegamos, ouço de fora um barulho de uma linda melodia sendo tocada em um piano. Tocamos a campainha e somos recebidos pela governanta, que nos leva à sala, onde ficamos à espera de Guto Alencar. Quando ele entra, logo diz que não preciso participar da reunião e meu pai, como sempre para agradar, não o contrário, quando eles entram no escritório, me deixando na sala, aproveito o momento e sigo a melodia que está sendo tocada. Lá vejo ela com um lindo vestido amarelo, com seus cabelos longos e cacheados caindo até a metade das costas; ela estava tão concentrada em sua melodia que nem notou minha presença. - Linda música! Eu digo, e ouço o som ser parado abruptamente, fazendo com que ela percebesse minha presença. - Desculpa, não queria te interromper, mas meu pai está com o seu no escritório e eles me mandaram aqui - digo, mentindo na cara dura com uma desculpa para ela não achar que sou um doido. Seus olhos pretos apenas ficam me observando. Ela sai de seu piano e vem em minha direção. - Luana! Ela estende a sua mão em minha direção. - Noah Scott! Digo, apertando sua mão de forma gentil, sem desviar meu olhar uma única vez. Logo, uma senhora aparece com uma bandeja cheia de bolo, suco e biscoitos. - Mirra, vejo que conheceu nosso novo amigo - ela diz, sorrindo de forma gentil. - Venham, vamos até o jardim para um lanche da tarde. Lua e eu seguimos a senhora até o jardim e nós três sentamos para o lanche e conversamos sobre a cidade enquanto a reunião terminava.Lua Thaney Bay. Minha nova cidade. Nos mudamos há duas semanas. Como as aulas ainda não começaram, tenho usado meu tempo livre para praticar piano e ir a algumas reuniões com meu pai. São um pouco chatas, mas ele insiste, já que futuramente sou sua única herdeira. Não me vejo à frente de uma grande empresa; não me vejo fazendo nada que meu pai deseja para o meu futuro. Vejo-me em um enorme palco, tocando em grandes concertos. Meu pai não vê futuro nisso. Eu sei que dinheiro é o que move o mundo, mas quero ir atrás dos meus sonhos, não só por mim, mas também por ela, minha falecida mãe.* _Mãe, você não sabe o quanto eu queria ter você perto de mim._ *Essa noite vamos a um jantar italiano na casa dos Scott; meu pai e seus novos sócios estarão lá. Então, é mais um jantar onde ficarei entediada até o final da noite. Coloco um vestido preto justo, com mangas curtas e um decote em formato de coração. Faço um rabo de cavalo bem alto para deixar o colo à mo
DominicAproximo-me da janela que oferece vista para a piscina e acendo um cigarro. Ao olhar para fora, vejo Lexy, Travor e Travis conversando. No entanto, minha atenção se desvia imediatamente para uma morena de cabelos cacheados, sentada ao lado de Lexy, que ri e conversa animadamente com Travor e Travis.*O que ela pensa que está fazendo, distribuindo sorrisos para esses dois idiotas?*— Filha da puta! — exclamo, jogando o cigarro no lixo e cerrando as mãos em punho.Calebe se aproxima da janela, curioso sobre o que está me irritando.— É ela? — pergunta, apontando para minha morena.— Ela quem?— A vizinha gostosa que toca piano, eu já havia dito a vocês.Lanço um olhar fulminante para ele. Como ele pode desejar o que é meu? Noah e Nate se juntam a nós na janela, observando em silêncio. Nate, em um momento de descontrole, puxa os cabelos nervosamente e diz:— Puta que pariu!— Ela é a morena que veio aqui outro dia, apontando para fora — acrescent
NoahSaímos da sala de jogos em direção à piscina, onde nossa pequena estava sentada ao lado de Travor, Travis e Lexy. Assim que nos aproximamos, percebi a troca de olhares entre Dominic e Travis; eles se detestam, mas não percebem que são praticamente idênticos. — Cachinhos! — exclamou Dominic, sentando-se entre Lua e Lexy e colocando o braço sobre os ombros de ambas. De relance, vi Nate revirar os olhos, enquanto Calebe tentava conter um sorriso bobo. — Vejo que já conheceu minha irmã, Lexy, e o Travis — disse ele, olhando para o moreno à sua frente. — Sim, eles são bem legais — respondeu Travis. — Eles são legais? — Dominic perguntou de maneira cínica. — Já não está na hora dos idiotas irem embora? — retrucou Travis, encarando-o. — Sabe como é, não estamos a fim! — Dominic respondeu. — Lá vêm os cachorros atrás do osso — Travor comentou, olhando diretamente para mim. — A merda dessa casa também é minha, Travor, e fico onde quiser e com quem
Lua Eu mal conheço Noah e já deixei que ele me beijasse. A sensação foi tão boa, tão reconfortante, como se o conhecesse há muito tempo. Passei a noite quase em claro, pensando não apenas no nosso beijo, mas também nas suas palavras. Agora, com insônia, olho para o relógio: 5h30 da manhã. Decido me arrumar e sair para uma corrida matinal, colocando meus fones de ouvido. É meu primeiro dia na universidade, e preciso descarregar a ansiedade. Ao me aproximar da esquina em direção a casa, vejo Calebe descendo de seu carro, parecendo um pouco agitado.— Bom dia, senhor Gray. Ele me observa com desdém. — Tudo bem, Calebe? — Desde quando isso é da sua conta?! Ignoro sua resposta e começo a dar a volta no carro para ir embora, quando ele me puxa pelo braço. — Luana, espera! Desculpe, às vezes sou um idiota. Ele diz tentando desculpar e franze seu cenho.— Já percebi — respondo de forma séria. — Onde você estava tão cedo? Ele questiona pelo horário.— C
DominicDurante toda a manhã, Cachinhos conseguiu evitar nosso contato, não nos dando a mínima chance de ficarmos juntos. Por isso, foi uma surpresa encontrá-la descendo as arquibancadas ao lado de Lexy. Meu Deus, como ela estava incrível naquele short de ginástica! Nunca havia sido tão grato ao Senhor Harry por ter decidido implementar aulas mistas; aquele era o momento ideal para me aproximar dela.Ela estava acompanhada de Lexy, o que tornava as coisas mais fáceis, já que eram amigas. Porém, para minha frustração, Andrews estava com a mão na minha mulher e na minha irmã.— Oi, baixinha! — ouvi Andrews dizer, enquanto a abraçava junto a Lexy.— Oi, Andrews — respondeu Lua, de maneira tímida, como se estivesse incomodada com o contato físico. Meus punhos se cerraram com força, lutando contra a raiva e tentando não partir para a briga ali, na frente de todos.— Sério, Andrews? Já está correndo atrás da novata? — Violet disparou, cheia de ciúmes, como sem
Lua Quando chego em casa me deito e em minha cama e penso em tudo o que houve hoje durante o dia, não consigo acreditar que Dominic,Nate, Calebe e Noah realmente estão gostando de mim e se tudo isso não apenas passar de um joguinho com a novata da universidade, mais o mesmo tempo penso no beijo de Noah e de Dominic. Como séria possível você sentir atração por quatro pessoas ao mesmo tempo.O que meu pai e Abuelita pensariam se isso caísse no ouvidos deles, já sofri muito antigamente com toda a possessão que meu pai sentia pela minha mãe, e todas as agressões e brigas que eram praticamente todos os dias por traições infundadas da parte da mente de meu pai.Vejo a hora e decido tomar um banho rápido, coloco meu pijama e desço para o jantar passo a maior parte da noite com Rosa e Abuelita na cozinha, como meu pai graças a Deus quase nunca está em casa passo muito tempo com elas e amo isso é como se parte da minha mãe ainda estivesse com a gente, Rosa c
Lua Após uma noite agitada, acordo e me dirijo rapidamente ao banheiro para me preparar. Ao olhar meu celular, percebo que Calebe me enviou duas mensagens pedindo que eu me arrumasse, pois eles iriam me levar para a universidade. No entanto, não irei facilitar as coisas só porque eles me pressionaram a ser a namorada deles. Não permitirei que decidam por mim e farei o que for necessário para fazê-los desistir dessa ideia absurda.Decido ir com meu motorista, ignorando todas as chamadas e mensagens que vêm dos quartos. Enquanto organizo meus materiais no armário, a porta se fecha de repente, me pegando de surpresa.— O que você pensa que está fazendo? — pergunta Nate com raiva, sua veia pulsando na testa.— Estou arrumando meus livros para a primeira aula — respondo, tentando mudar de assunto.— Não se finja de desentendida. Por que não quis vir conosco? — Noah pergunta, me encostando contra o armário, os quatro formando um bloqueio ao meu redor, sem se
Dominic Minha cachinhos, como pode ser tão linda, eu queria estar com ela, o que mais temia aconteceu me tornei o idiota apaixonado que virou cadelinha da mulher, me assusto um pouco com esse sentimento mais é tão bom estar com ela perto de mim. Saio da nuvem de pensamentos quando Violet, Juli e Ana vem à nossa mesa fazer o que sempre fazem para tentar chamar atenção para elas. - o que vocês conversaram com a novata? Juli pergunta passando a mão no pescoço de Calebe. - Não te interessa. ele diz de forma ríspida. - Nossa Calebe, o que houve com você que está tão sério hoje? Ana vai em sua direção, alisando suas mãos em seus peitos. - Posso te ajudar a aliviar essa tensão antes do jogo se quiser? O olhar de nossa pequena está fixo em nossa mesa, especificamente em Calebe, Ana e Juli. Só falta ela desistir de ir ao jogo por conta da palhaçada dessas duas vadias. - Porque vocês três não dão o fora daqui, eu não quero comer nenhuma de vocês. Pelo men