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Lua

Eu mal conheço Noah e já deixei que ele me beijasse. A sensação foi tão boa, tão reconfortante, como se o conhecesse há muito tempo. Passei a noite quase em claro, pensando não apenas no nosso beijo, mas também nas suas palavras. Agora, com insônia, olho para o relógio: 5h30 da manhã. Decido me arrumar e sair para uma corrida matinal, colocando meus fones de ouvido. É meu primeiro dia na universidade, e preciso descarregar a ansiedade. Ao me aproximar da esquina em direção a casa, vejo Calebe descendo de seu carro, parecendo um pouco agitado.

— Bom dia, senhor Gray.

Ele me observa com desdém.

— Tudo bem, Calebe?

— Desde quando isso é da sua conta?!

Ignoro sua resposta e começo a dar a volta no carro para ir embora, quando ele me puxa pelo braço.

— Luana, espera! Desculpe, às vezes sou um idiota. Ele diz tentando desculpar e franze seu cenho.

— Já percebi — respondo de forma séria.

— Onde você estava tão cedo? Ele questiona pelo horário.

— Correndo, gosto de me exercitar pela manhã. Preciso ir, não quero me atrasar no meu primeiro dia.

— Posso te levar, se quiser.

— Não precisa, meu motorista me leva. Respondo tentando não dar espaço para ele.

— Ah, qual é? Estou indo para o mesmo lugar. Posso te dar uma carona. Considere isso um pedido de desculpas.

Ele sorri, formando covinhas no rosto.

— Você está em condições de dirigir?

— Relaxa, pequena, não é a primeira vez. — Ele pisca, aceno com a cabeça e

Corro para dentro de casa, tomo um banho rápido e me visto com uma calça jeans justa e uma blusa branca. Desço as escadas em direção à cozinha.

— Bom dia, Rosa.

— Bom dia, minha menina.

Tomo meu café da manhã apressadamente e me despeço quando Rosa me para no meio da cozinha.

— Não vai esperar o motorista, querida?

— Não, Rosa, ganhei uma carona hoje. Digo a ela e rosa abre um sorriso, de todos ela é mais que pega em meu pé para sair e fazer novos amigos.

— Tenha um bom dia, minha princesa.

Saio e vejo Calebe parado em frente à minha casa, digitando em seu celular. Assim que me aproximo ele percebe minha presença e guarda o aparelho em seu bolso, ele abre um lindo sorriso e abrindo a porta do carro sento-me no lugar do passageiro e espero até que Calebe entre assumindo o lugar do motorista.

— Demorei muito? Pergunto tentando puxar assunto para não parecer tão nervosa.

— Não, cheguei há pouco. Calebe da partida e seguimos fazendo o trajeto em silêncio, com apenas o som do carro ligado. O telefone dele começa a tocar e olho para Calebe que tira o telefone do bolso com uma mão enquanto tenta prestar atenção no caminho.

— Já estou chegando! — diz ele, enquanto vira uma esquina com o celular apoiado entre seu ombro e cabeça aproveito a distração para observá-lo. Como ele é lindo, com os cabelos bagunçados, o corpo cheio de tatuagens e olhos verdes que lembram o oceano.

— Quem você vai buscar?

— Os caras, mas estou pensando seriamente em deixá-los. Sua companhia é bem mais agradável do que aqueles idiotas — ele diz, rindo. E agora começa a bater um leve arrependimento, não pensei nisso antes de aceitar sua carona.

Paramos em frente a uma grande mansão com portões pretos, e logo Dominic entra no banco de trás.

— Bom dia, cachinhos! — ele diz, com um leve sorriso e isso era totalmente estranho já que todas as vezes que o vi Dominic estava brigando com alguém ou de cara fechada.

— Bom dia, Dominic. Digo dando um leve sorriso e jeito como ele olha me faz corar imediatamente.

— Pelo jeito, você está de bom humor hoje — Calebe comenta, olhando pelo retrovisor.

— Algo me diz que o dia de hoje será fantástico — responde Dominic, ainda olhando diretamente nos meus olhos e ele se aproxima, para trocar a música do rádio e sinto sua respiração perto do meu pescoço, provocando um leve arrepio seu cheiro logo toma conta do ambiente misturado com cheiro de nicotina e seu perfume.

Seguimos para a casa de Noah e, por último, buscamos Nate, com todos mantendo o caminho em silêncio. Calebe estaciona em uma cafeteria, descendo junto com Dominic e, ao olhar para trás, vejo Noah e Nate me encarando. Tento desviar o olhar, rolando meu feed no I*******m eu não podia olhar para Noah agora não depois da noite passada.

— Não sabia o que você gostava, então peguei o tradicional — diz Calebe, me entregando um café e uma rosquinha.

— Obrigada. Respondo pegando meu café e minha rosquinha Ele dá partida no carro novamente e seguimos para a faculdade.

— Então, devo me preocupar com a faculdade? — pergunto, apreensiva a eles em mais uma tentativa de quebrar o silêncio.

— Não, é bem tranquilo — Calebe diz tentando me acalmar, mas é a voz de Nate atrás que me chama a atenção.

— ninguém seria louco de mexer com você! — depois que ele fala automaticamente fico olhando para trás, sem entender muito e assim como eu Noah, Nate e Dominic estavam com os olhos fixos em mim.

— Você está conosco agora, cachinhos! — Dominic afirma, como se eu pertencesse a eles.

— Nós dominamos aquele lugar, Lua. Ninguém se atreveria a mexer com você sabendo que é nossa amiga — Noah completa. Viro para frente em silêncio tentando não olhar para nenhum deles.

Ao chegarmos na faculdade, fico deslumbrada com a beleza do lugar. Desço do carro, coloco minha bolsa nas costas, com Calebe ao meu lado direito, Nate à esquerda, Dominic na minha frente e Noah atrás, como se estivessem me protegendo.

— Bom, vou deixar vocês em paz agora, não quero atrapalhar — digo, tentando me afastar deles.

Calebe, Dominic, Noah e Nate param me encaram, parecendo não gostar do que eu disse.

— Preciso ir à secretaria assinar alguns papéis — explico, tentando suavizar a expressão deles. Saio e ando pelo corredor até que, caio no chão após alguém me empurrar.

— Presta atenção por onde anda! — diz um moreno, até perceber que estava na minha frente.

— Desculpa, não estou tendo um bom dia.

— Já estou acostumada. Acho que todo mundo nessa cidade é mal-humorado — digo, rindo sem graça.

— Andrews Cortez, você é nova aqui, não é?

— Luana, infelizmente. Ah, você sabe onde fica a secretaria?

— Eu sabia, uma pessoa como você não passa despercebida. Posso te levar até lá, baixinha — ele diz, piscando de forma brincalhona.

— Eu não sou baixinha!

— É sim, vem vou te mostrar a escola. — Ele me puxa pela mão.

Passei quase toda a manhã na sala do diretor, onde ele me deu um resumo das minhas aulas. Por fim, fui para minha primeira aula, esse seria o passo em direção ao futuro que sempre sonhei: a Orquestra Sinfônica Royal, meu grande objetivo, seguido de uma pós-graduação, na esperança de entrar na orquestra mais famosa do mundo.

Minha experiência com o piano desde a infância ajudaria, mas o restante dependeria do meu esforço. Mal podia esperar para deixar meu país; os últimos meses foram horríveis. Se não fosse por Abuelita e Rosa ao meu lado, não teria suportado a morte da minha mãe. A dor era inevitável naquela cidade; queria me esconder do mundo.

Mas isso começaria a mudar hoje, pois me sentia livre pela primeira vez e queria fazer as coisas do meu jeito. Ao pegar meu horário, percebo que sou obrigada a ter aula de educação física, começando com algo que detesto.

Pelo que entendi, a cidade valoriza muito o esporte, fazendo com que todos os alunos participem de alguma atividades. Não sou boa em jogos de competição como vôlei, basquete ou futebol, mas amo correr, pois me sinto livre, como se estivesse indo para outro mundo. É só eu, o ar puro e minha música.

Demorei um pouco para encontrar o vestiário. Ao procurar meu armário, ouvi algumas meninas conversando sobre os garotos.

— Lua?

— Graças a Deus, alguém que eu conheço. Aqui só tem malucos?

Ela riu.

— Bem-vinda ao inferno. Vou te mostrar seu armário. Posso ver seus horários? — Lexy perguntou.

— Olha, você terá várias aulas junto com os meninos e com Travis.

Respirei aliviada.

Depois de trocarmos de roupa, Lexy e eu descemos para o campo onde o time de futebol estava. Ela disse que todo ano a faculdade obrigava a aceitar novos membros, mas era quase impossível, já que Noah nunca gostava de ninguém. Quando alguém tinha sorte de entrar, Dominic e Calebe pegavam no pé.

Fiquei sentada na arquibancada, apenas observando os meninos concentrados enquanto faziam os novatos correrem e fazerem flexões. Eu sabia que eles tinham corpos atléticos, mas não imaginava o quanto eram atraentes. Pelo jeito, não era a única, já que as líderes de torcida estavam todas sentadas à frente da quadra, babando por eles. Fechei a cara involuntariamente.

*Por que estou com ciúmes?*

Finalmente desci as escadas e me juntei ao restante da turma. Para ajudar no meu primeiro dia, o treinador decidiu misturar todos os alunos em uma única atividade.

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