6

Dominic

Durante toda a manhã, Cachinhos conseguiu evitar nosso contato, não nos dando a mínima chance de ficarmos juntos. Por isso, foi uma surpresa encontrá-la descendo as arquibancadas ao lado de Lexy. Meu Deus, como ela estava incrível naquele short de ginástica! Nunca havia sido tão grato ao Senhor Harry por ter decidido implementar aulas mistas; aquele era o momento ideal para me aproximar dela.

Ela estava acompanhada de Lexy, o que tornava as coisas mais fáceis, já que eram amigas. Porém, para minha frustração, Andrews estava com a mão na minha mulher e na minha irmã.

— Oi, baixinha! — ouvi Andrews dizer, enquanto a abraçava junto a Lexy.

— Oi, Andrews — respondeu Lua, de maneira tímida, como se estivesse incomodada com o contato físico. Meus punhos se cerraram com força, lutando contra a raiva e tentando não partir para a briga ali, na frente de todos.

— Sério, Andrews? Já está correndo atrás da novata? — Violet disparou, cheia de ciúmes, como sempre que a atenção não estava voltada para ela.

— Vá se danar, Violet! Você está com ciúmes porque elas são muito mais atraentes que você!

Num piscar de olhos, percebi que Calebe estava em cima de Andrews, desferindo socos.

— FALA ASSIM DELAS NOVAMENTE E EU TE MATo! — gritou ele.

— Tira a Lua daqui, vamos ajudar Calebe e depois nos encontramos — disse Noah, puxando Nate para afastar a briga.

Puxei nossa pequena morena pelo braço, sem chance de protesto, mas levei um soco nas costas. Empurrei-a contra a parede do vestiário, usando meu corpo para que ela não conseguisse escapar.

— Para com esse teatrinho! Digo de forma séria, tentando mantê-la no mesmo lugar.

— Que merda! Me solta! Não preciso de você ou de ninguém para me proteger! Ela diz com raiva com o rosto bem perto de mim.

Segurei seu cabelo, imobilizando-a, enquanto com a outra mão segurava seu pescoço.

— Você ainda não percebeu o efeito que causa em nós?

— Que efeito, Petrovec? Você deve estar me confundindo com as líderes de torcida que lambe o chão onde vocês pisam.

— Não, não quero lamber elas da mesma forma que quero explorar cada parte sua — disse, inclinando-me para seu ouvido, inalando a fragrância de baunilha com laranja que ela exalava. Seu aroma me deixava completamente anestesiado.

— Dominic! — ouvi-a chamar de forma manhosa.

*Como eu adoro quando meu nome sai da boca dela!*

A encarei a poucos centímetros de distância, e percebi que ela olhava para meus lábios. Então, ela me puxou para mais perto, envolvendo meu pescoço com suas mãos. Surpreendentemente, nunca havia beijado alguém de forma tão suave como fizemos naquele momento.

— Você não deveria ter feito isso, Lua. Se não tem interesse em ficar conosco, não vamos te deixar em paz — disse, encostando minha testa na dela tentando me controlar.

O clima estava carregado, mas ao mesmo tempo eletrizante. Sentir Lua tão próxima, mesmo com a confusão ao nosso redor, fazia meu coração disparar. Era necessário ser cuidadoso, mas a maneira como ela me olhava, desafiadora, era impossível de ignorar.

— Você realmente acha que pode me prender assim? — disse, com um sorriso provocante.

— Não só posso, como vou — respondi, puxando-a um pouco mais para perto, meu corpo pressionando o dela contra a parede. O calor entre nós era intenso, e a tensão no corredor parecia aumentar.

Lua era uma combinação de força e fragilidade, e isso me atraía. Olhei em seus olhos, tentando decifrar o que ela realmente sentia. Estávamos em um jogo arriscado, e eu sabia que poderia sair do controle a qualquer momento.

— Você não pode me controlar, Dominic — afirmou ela, mas o olhar dela, fixo em mim, mostrava que estava tão envolvida quanto eu.

Enquanto tentava entender as emoções que me cercavam em relação a Lua, percebi que precisava ser honesto. Não se tratava apenas de atração física; era sobre o que ela estava significando para mim. Tentei manter a calma, mesmo com a adrenalina correndo em minhas veias.

— Queremos que você seja nossa Lua, e estamos mais do que prontos para lutar por você.

Ela me encarou, e, por um instante, o mundo ao nosso redor desapareceu.

Calebe

Após a confusão no ginásio e a punição de estar fora do próximo jogo, procurei Lua em todo o refeitório, mas não consegui encontrá-la. Onde uma pianista nerd poderia estar? Corri em direção à biblioteca e, ao entrar, esbarrei na senhora Meireles.

— Proibido correr aqui, senhor Gray.

— Desculpe, senhora Meireles.

— Lembre-se, aqui é uma biblioteca, não um lugar onde você e seus amigos podem fazer o que quiserem.

— Claro, senhora Meireles, não vou causar problemas — respondi, de forma sarcástica, enquanto continuava a busca pela pequena pianista. Finalmente, a encontrei no último corredor, lendo e devorando um sanduíche.

Aproximando-me lentamente, e ela levantou a cabeça, desviando o olhar do livro.

— O que você quer, Calebe? Ela me pergunta de forma séria, e percebo que a situação está pior do que realmente pensei.

— Podemos conversar? Digo em um tom ameno me sentando ao seu lado, e vejo o momento em que ela puxa as pernas em forma de proteção.

— Não — respondeu, voltando a prestar atenção ao livro e tentando me ignorar.

— Sei que sou a última pessoa que você deseja ver, mas não consegui me conter ao ouvir o que Andrews disse sobre você. Finalmente Digo soltando todo o ar que nem sabia que estava segurando.

— Você é apenas uma das quatro pessoas que eu não quero ver; Dominic, Noah e Nate também estão nessa lista.

No fundo, sabia que isso era um caminho complicado, mas algo dentro de mim insistia que tudo que envolvia Lua valia a pena. Após tanto tempo tentando ignorar meus sentimentos, estava pronto para enfrentá-los. Quem sabe, Lua pudesse perceber que não éramos apenas quatro caras perdidos, mas amigos dispostos a lutar por ela.

Eu sei que tudo isso seria uma montanha-russa emocional, mas eu estava preparado para a jornada, independentemente do que acontecesse. Naquele momento, tanto eu quanto os caras sabíamos que precisaríamos enfrentar não apenas nossos sentimentos, mas também as consequências de um amor compartilhado.

— Por que você fez isso, Calebe?

— Fiquei com ciúmes porque gosto de você, Lua. E Dominic, Nate e Noah também.

Ela me olhou com aqueles lindos olhos escuros, perplexa.

— Como assim, Calebe? Você quer que eu namore você e seus amigos? — questionou, em tom de brincadeira, mas seu sorriso desapareceu ao notar a seriedade do meu olhar.

— Isso é loucura! Vocês quatro devem estar malucos!

— Não, Lua, estamos sendo sinceros. Gosto de você e faremos o que for preciso para que você seja apenas nossa.

— Por que vocês quatro não ignoram minha existência e fingem que não existo? Não quero nada com nenhum de vocês!

Lua Levantou-se, pegando sua mochila e indo embora deixei-a ir e voltei ao refeitório, sentando-me ao lado dos caras.

— Então, você a encontrou? — Nate perguntou, empurrando minha bandeja. Acenei com a cabeça, confirmando.

— E então? — Dominic questionou, todos me olhando com esperança.

— Acho que estraguei tudo — respondi, deixando-os frustrados. Enquanto isso, a frustração dentro de mim aumentava. Não se tratava apenas de Lua; era sobre o que eu sabia que precisava fazer para provar a ela que éramos mais do que amigos. O que Dominic e os outros não entendiam era que eu não estava apenas lutando por ela, mas lutando por todos nós.

— Precisamos encontrar uma maneira de consertar isso! — exclamou Noah enquanto coçava sua cabeça de forma séria.

O restante do dia parecia uma eternidade. Quando finalmente as aulas terminaram, vi Dominic, Nate e Noah correndo atrás de mim.

— Por que você está correndo? Dom me pergunta acompanhando meu ritmo junto com os outros.

— Quero encontrar a Lua e levá-la para casa. Digo ainda com um pouco de esperança.

— Tarde demais! Quem é aquele velho? — perguntou Dominic franzindo sua testa de raiva.

— O motorista dela. Ela está brava com a gente, Dominic. Digo a ele

— Com a gente não, com você, projeto de Karate Kid! Ele diz e automaticamente solto uma risada inseparável

— Vai se danar! — retruquei, rindo.

Entramos no carro em direção à minha casa. Ao chegarmos, minha mente estava uma tempestade. A ideia de um relacionamento com Lua e meus amigos parecia, ao mesmo tempo, uma bênção e uma maldição. Como poderíamos compartilhar alguém tão incrível sem que isso nos destruísse?

Passamos a tarde observando nossa pequena em seu quarto, estudando, lendo e brincando com seu gato preto.

— Você precisa falar com ela — disse Noah, quebrando meu silêncio. Ele sempre teve uma maneira clara de ver as coisas, mesmo quando eu estava perdido.

— E se ela não quiser? — perguntei, sentindo o peso da incerteza.

— Você nunca saberá se não tentar — respondeu, com um olhar determinado.

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