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Noah

Saímos da sala de jogos em direção à piscina, onde nossa pequena estava sentada ao lado de Travor, Travis e Lexy. Assim que nos aproximamos, percebi a troca de olhares entre Dominic e Travis; eles se detestam, mas não percebem que são praticamente idênticos.

— Cachinhos! — exclamou Dominic, sentando-se entre Lua e Lexy e colocando o braço sobre os ombros de ambas.

De relance, vi Nate revirar os olhos, enquanto Calebe tentava conter um sorriso bobo.

— Vejo que já conheceu minha irmã, Lexy, e o Travis — disse ele, olhando para o moreno à sua frente.

— Sim, eles são bem legais — respondeu Travis.

— Eles são legais? — Dominic perguntou de maneira cínica.

— Já não está na hora dos idiotas irem embora? — retrucou Travis, encarando-o.

— Sabe como é, não estamos a fim! — Dominic respondeu.

— Lá vêm os cachorros atrás do osso — Travor comentou, olhando diretamente para mim.

— A merda dessa casa também é minha, Travor, e fico onde quiser e com quem eu quiser — declarei, fixando o olhar em Lua.

— Idiota — ouvi Travor murmurar.

— Se me der licença, vou procurar minha Abuelita — disse Lua, afastando a mão de Dominic de seu ombro e indo em direção à sala de jantar.

— Lua, espere, eu te acompanho, preciso falar com minha mãe.

Sai acompanhando-a, deixando os olhares de Dominic, Calebe e Nate sobre nós.

*Tomem isso, otários.*

— Eles são sempre tão intensos? — ela perguntou timidamente.

— Daqui a pouco você se acostuma; eles se odeiam, mas são praticamente iguais. A maioria aqui não gosta de perder.

— E você também é assim, não gosta de perder? — ela parou para me encarar.

— Sou o pior de todos, Lua. Tanto que sou capitão do time de futebol americano. Não se engane comigo, não sou uma boa pessoa.

— Ninguém é bom 100% do tempo, Noah.

Segui meu instinto e me encostei na parede, ficando a centímetros de seus lábios. Seus olhos estavam fixos em minha boca.

— Você não sabe como estou me segurando para não te beijar desde o primeiro dia em que te vi.

— Noah... Acho que...

— Posso, Lua? — perguntei, depositando um leve beijo em seu pescoço e sentindo sua pele arrepiar em meus braços.

Subi um caminho de beijos pelo seu pescoço, passando pela bochecha, até o canto de sua boca, finalmente chegando aos seus lábios. Afastei-me, olhando-a.

Apoiei meu peso contra seu corpo, devorando seus lábios em um beijo intenso, aproveitando cada segundo de sua presença em meus braços. Lua envolveu meu pescoço com os braços enquanto minhas mãos deslizavam por sua cintura, apertando-a e seguindo para sua bunda. Por fim, nos separamos, ofegantes.

— Isso não deveria ter acontecido!

Ela saiu correndo em direção à sala de jantar enquanto eu fiquei ali parado, atordoado, observando Lua se afastar. O que eu havia feito? Um misto de arrependimento dominou meu corpo. O beijo foi tudo o que eu sonhava desde o primeiro dia em que a vi mas a forma como ela reagiu me fez questionar se realmente deveria ter cruzado aquela linha tão cedo.

Respirei fundo, tentando me recompor. A música e as vozes da festa pareciam agora distantes, como se eu estivesse em um mundo separado, apenas eu e a confusão que acabei de criar. Dominic, Travor e os outros continuavam a discutir na piscina, mas minha mente estava com Lua. A expressão dela, entre surpresa e confusão, não saía da minha cabeça.

Decidi que precisava falar com ela, esclarecer as coisas antes que a situação se tornasse insuportável e ela não deixasse me aproximar novamente Caminhei em direção à sala de jantar, onde a luz suave contrastava com a animação do lado de fora. Ao entrar, vi Lua encostada na mesa, conversando com sua avó. Quando ela me viu, seu olhar desviou rapidamente, como se tentasse esconder o que sentia.

— Lua — chamei, aproximando-me cautelosamente. — Preciso conversar com você ! ela olha hesitando diretamente para sua avó.

-Está tudo bem ? A senhora de cabelos grisalhos questiona olhando para mim e depois para sua neta, ela então assentiu com a cabeça, gesticulando para que eu a seguisse para um canto mais quieto da sala. O meu coração batia acelerado enquanto caminhávamos, e repassava mentalmente tudo o que tinha que falar.

— Sobre o que aconteceu... — comecei, mas ela me interrompeu.

— Noah, eu não sei se isso é certo. Você tem sua vida, seus amigos, e eu... eu só cheguei aqui há menos de um mês. Não quero ser um problema para você.

— Você não é um problema. Muito pelo contrário, você é a única coisa que faz essa festa valer a pena. Eu só... eu só não consigo controlar o que sinto quando estou perto de você Lua.

Ela olhou para mim, seus olhos brilhando com uma mistura de emoção e insegurança.

— E se isso mudar tudo entre nós? Se você se arrepender ou se seus amigos não aceitarem?

— Eu não me arrependo — afirmei, dando um passo à frente. — E quanto aos meus amigos, eu tenho certeza que nenhum deles irá se importar com isso. O que eu quero é você.

A tensão entre nós aumentou, e por um momento, tudo parecia possível. Mas então, a realidade voltou, e sua expressão mudou.

— Acho que você está equivocado Noah.

Ela se afastou, e eu senti meu coração despedaçar. A última coisa que queria era pressioná-la, mas agora não sabia como lidar com a incerteza de ter afastado Lua de vez.

Enquanto ela caminhava para longe, percebi que a festa continuava, mas para mim, nada fazia sentido. Eu precisava de Lua, mas também precisava respeitar seu tempo e espaço. O dilema que agora enfrentava era claro: como conquistar alguém que já havia despertado um amor profundo em mim, mas que ainda não estava pronta para dar esse passo?

Decidi que, independentemente do que acontecesse, eu faria ela se apaixonar e estaria esperando por ela. Naquela noite, a festa poderia continuar, mas para mim, tudo havia mudado.

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