Lua Assim que saímos do carro, vovó enlaça seu braço ao meu e caminhamos juntas em direção à entrada. A única coisa que consigo pensar é como vou encarar Calebe, Nate, Noah e Dominic sem deixar transparecer tudo o que houve na noite anterior e sem deixar a ira de meu pai vir sobre mim novamente. Quando estamos quase chegando à entrada, Abuelita me puxa de canto e fala em meu ouvido:— Querida, sinto muito pelo que houve mais cedo, mas, por favor, não chegue perto desses meninos, principalmente hoje. Não vamos arrumar mais confusão com seu pai. Balanço a cabeça positivamente e entramos juntas, com os braços entrelaçados. Queria responder a Abuelita o quanto o filho dela é desprezível, mas, por sua avançada idade e tudo o que minha mãe passou ao longo dos anos, ela é mais o próximo que tenho de amor materno, então não quero que ela se aborreça com seu único filho. Logo, quando entramos pela sala principal, sinto minhas costas queimarem. Quando olho levem
CalebeUma semana se passou desde a noite de Halloween, e nós quatro estávamos preocupados com Lua, a quem não víamos há exatamente esse tempo. Ela não foi à faculdade, não atendeu chamadas nem mensagens, e as cortinas do seu quarto permaneceram fechadas dia e noite, sem sinal de vida ou luz. O pai de Lua compartilhava características igual a de homens como os pais de Noah e Dominic, sendo desprezível; apenas o fato de ele fazer negócios com eles já falava muito sobre seu caráter. Meu pai e avó, como membros do senado, sempre precisaram manter a boa convivência com todos, o que significava suportá-los em jantares e reuniões. Entretanto, nossa pequena não era como as demais; ela era especial. Luana possuía uma doçura e inocência que conquistavam a todos, e ela não poderia simplesmente desaparecer.Ela não tinha o direito de nos fazer apaixonar e depois sumir assim. Todos os dias, passei a semana à espreita, observando qualquer movimentação, mas nada. N
**Lua**Após tudo que aconteceu, resolvi retornar à faculdade. Fugir não resolveria meus problemas, e minha intenção é passar o menor tempo possível ao lado do meu pai. Decidi ignorar sua presença até me formar, para então partir e recomeçar minha vida.O primeiro passo nessa jornada é obter minha habilitação. Já me matriculei e começarei as aulas práticas em breve. Ao entrar no corredor da faculdade, dirigi-me diretamente ao meu armário. Para evitar suspeitas sobre meu relacionamento com os meninos, optei por ir e voltar com meu motorista, uma decisão que, apesar da resistência deles, foi aceita.Enquanto observo a entrada do corredor, avisto os quatro se aproximando, e, meu Deus, como eles são lindos! Permito-me admirar por um momento.— Bom dia, princesa! — Calebe me cumprimenta com um sorriso.— Bom dia, amores! — respondo, cheia de alegria, enquanto eles me olham de forma curiosa.— O que aconteceu que você está tão feliz? — Noah pergunta, rindo.— Nada! — digo, rindo também, mas
Dominic me manteve ao seu lado durante toda a tarde. Embora seu lado possessivo fosse evidente, ele também demonstrou um lado gentil e atencioso. Quando a noite caiu, ele me acompanhou até em casa e, ao sair do banheiro, encontrei-o sentado em frente à minha penteadeira, segurando uma foto. — É sua mãe, cachinhos? — ele perguntou, estendendo a imagem para mim. — Sim, essa foto foi tirada no meu batizado — respondi, pendurando-a novamente no espelho. — Foi a única que consegui salvar; o restante das coisas dela foi queimado ou descartado. — Você se parece com ela, amor! — ele disse, acariciando meu rosto. Sentei-me em seu colo, apoiando minha cabeça em seu peito. — Fica comigo! — pedi, mesmo sabendo que deveria estar brava com tudo o que aconteceu na casa dele. Eu queria sua presença ao meu lado. — Você tem certeza? Posso ir embora se preferir. — Sim, quero que você durma aqui comigo! Puxei-o pela mão e me deitei no canto da cama. Ele se acomodou ao meu lado, envolvendo-me com
Calebe GrayEra tarde de outono quando saí do meu Ford Raptor preto e entrei direto em casa, subindo as escadas. Lá estava ela, no mesmo horário de sempre, praticando o seu piano desde quando a família Alencar se mudou ao lado da minha casa. Luana tem sido meu vício secreto. Lá estava ela tocando sua versão de "Enchanted" (Taylor Swift) e eu fico observando; odeio pop, mas nunca imaginei como poderia ser tão bonito e melódico ao som de um piano. Tirando meus amigos, que são minha família, nunca senti nenhum sentimento por ninguém; nunca namorei. Pra quê ser apenas de uma pessoa se posso ter todas que quiser e sem ter toda aquela responsabilidade de dar satisfação ou ficar me preocupando com o bem-estar de alguém? Mas Luana tem algo que me prende toda vez que a vejo tocar. Quando a ouço, é como se o mundo sumisse ao meu redor. Não sei explicar. Eu quero estar perto dela a todo momento, mesmo não a conhecendo "ainda". Seu pai é mais um dos novos
Lua Thaney Bay. Minha nova cidade. Nos mudamos há duas semanas. Como as aulas ainda não começaram, tenho usado meu tempo livre para praticar piano e ir a algumas reuniões com meu pai. São um pouco chatas, mas ele insiste, já que futuramente sou sua única herdeira. Não me vejo à frente de uma grande empresa; não me vejo fazendo nada que meu pai deseja para o meu futuro. Vejo-me em um enorme palco, tocando em grandes concertos. Meu pai não vê futuro nisso. Eu sei que dinheiro é o que move o mundo, mas quero ir atrás dos meus sonhos, não só por mim, mas também por ela, minha falecida mãe.* _Mãe, você não sabe o quanto eu queria ter você perto de mim._ *Essa noite vamos a um jantar italiano na casa dos Scott; meu pai e seus novos sócios estarão lá. Então, é mais um jantar onde ficarei entediada até o final da noite. Coloco um vestido preto justo, com mangas curtas e um decote em formato de coração. Faço um rabo de cavalo bem alto para deixar o colo à mo
DominicAproximo-me da janela que oferece vista para a piscina e acendo um cigarro. Ao olhar para fora, vejo Lexy, Travor e Travis conversando. No entanto, minha atenção se desvia imediatamente para uma morena de cabelos cacheados, sentada ao lado de Lexy, que ri e conversa animadamente com Travor e Travis.*O que ela pensa que está fazendo, distribuindo sorrisos para esses dois idiotas?*— Filha da puta! — exclamo, jogando o cigarro no lixo e cerrando as mãos em punho.Calebe se aproxima da janela, curioso sobre o que está me irritando.— É ela? — pergunta, apontando para minha morena.— Ela quem?— A vizinha gostosa que toca piano, eu já havia dito a vocês.Lanço um olhar fulminante para ele. Como ele pode desejar o que é meu? Noah e Nate se juntam a nós na janela, observando em silêncio. Nate, em um momento de descontrole, puxa os cabelos nervosamente e diz:— Puta que pariu!— Ela é a morena que veio aqui outro dia, apontando para fora — acrescent
NoahSaímos da sala de jogos em direção à piscina, onde nossa pequena estava sentada ao lado de Travor, Travis e Lexy. Assim que nos aproximamos, percebi a troca de olhares entre Dominic e Travis; eles se detestam, mas não percebem que são praticamente idênticos. — Cachinhos! — exclamou Dominic, sentando-se entre Lua e Lexy e colocando o braço sobre os ombros de ambas. De relance, vi Nate revirar os olhos, enquanto Calebe tentava conter um sorriso bobo. — Vejo que já conheceu minha irmã, Lexy, e o Travis — disse ele, olhando para o moreno à sua frente. — Sim, eles são bem legais — respondeu Travis. — Eles são legais? — Dominic perguntou de maneira cínica. — Já não está na hora dos idiotas irem embora? — retrucou Travis, encarando-o. — Sabe como é, não estamos a fim! — Dominic respondeu. — Lá vêm os cachorros atrás do osso — Travor comentou, olhando diretamente para mim. — A merda dessa casa também é minha, Travor, e fico onde quiser e com quem