20

Entrei no quarto, tirei o paletó de Samuel e o joguei no chão com raiva, fui direto para a cama, deitei de lado e esperei, esperei tanto que parecia terem passado horas, mas a raiva e a dor que sentia não me deixaram dormir.

Ouvi a porta se abrir e me levantei de um salto, estava prestes a enfrentá-lo, ia bater nele por ser um canalha.

— Pensei que estivesses a dormir — ele disse.

Aproximei-me dele e dei-lhe um tapa com força, que ressoou por todo o quarto, meus dedos ficaram marcados na bochecha de Samuel.

— Você é repugnante — cuspi com raiva.

Samuel olhou para mim com os olhos bem abertos.

— Por que você se casou comigo? — perguntei.

A maçã de Adão de Samuel mexeu-se, ele parecia muito nervoso. Mas não disse uma palavra e isso me enfureceu ainda mais, cerrei minha mão e bati com força em seu rosto.

— Responda-me, tenha pelo menos a coragem de fazê-lo — gritei.

Sentia todo o meu corpo tremer de raiva, queria bater nele até que a raiva se dissipasse.

— Eu te amo — ele soltou de repen
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