Entrei no quarto, tirei o paletó de Samuel e o joguei no chão com raiva, fui direto para a cama, deitei de lado e esperei, esperei tanto que parecia terem passado horas, mas a raiva e a dor que sentia não me deixaram dormir.Ouvi a porta se abrir e me levantei de um salto, estava prestes a enfrentá-lo, ia bater nele por ser um canalha.— Pensei que estivesses a dormir — ele disse.Aproximei-me dele e dei-lhe um tapa com força, que ressoou por todo o quarto, meus dedos ficaram marcados na bochecha de Samuel.— Você é repugnante — cuspi com raiva.Samuel olhou para mim com os olhos bem abertos.— Por que você se casou comigo? — perguntei.A maçã de Adão de Samuel mexeu-se, ele parecia muito nervoso. Mas não disse uma palavra e isso me enfureceu ainda mais, cerrei minha mão e bati com força em seu rosto.— Responda-me, tenha pelo menos a coragem de fazê-lo — gritei.Sentia todo o meu corpo tremer de raiva, queria bater nele até que a raiva se dissipasse.— Eu te amo — ele soltou de repen
Os raios de sol filtraram-se através das minhas pálpebras fechadas, abri os olhos pouco a pouco e vi o quarto onde estava, era tão triste, as cortinas tinham uma cor opaca e toda a decoração era deprimente.— Só tens que aguentar, em breve não vai parecer tão mal — disse para mim mesma.Levantei-me do chão e caminhei um pouco pelo quarto. Era bastante luxuoso, tinha uma enorme cama vestida com lençóis finos, os móveis também pareciam muito caros, na verdade, tudo no quarto gritava dinheiro, mas carecia de alma. Será que tudo nesta casa era assim tão deprimente?Virei-me e dirigi-me à porta. Não queria sair, mas o frio estava a matar-me, e queria um banho morno e vestir-me, e talvez com sorte Samuel já não estivesse em casa, ou pelo menos esperava que não aparecesse à minha frente.Agarrei a maçaneta da porta e abri-a, um corpo pesado caiu rapidamente ao chão, o golpe da cabeça de Samuel batendo no chão ressoou pelo quarto. Seus olhos escuros abriram-se de repente e uma careta de dor a
Luisana tinha ido para a casa de sua mãe, ela apenas me olhava com desdém e eu não podia culpá-la por isso, até eu sentia repulsa de mim mesmo por ter feito algo tão vil e baixo como o que fiz com Natasha, mas era tão difícil dizer não para ela, e como um tolo apaixonado, caí em sua provocação.— Meu senhor, já chegamos — anunciou o cocheiro.Abri a porta da carruagem e desci, eu ia falar seriamente com Natasha, algo como o que aconteceu ontem não podia se repetir, ela não podia ir para minha casa quando bem entendesse, ela sabia que tipo de relação íamos ter, e mesmo que eu não amasse Luisana, ela merecia meu respeito.Quando entrei na casa, uma das criadas estava no chão chorando, eu me aproximei rapidamente dela.— Aconteceu algo? — perguntei.Ela levantou a cabeça e tinha o rosto bastante machucado.— Samuel — chamou Natasha.Eu me virei e olhei para ela.— O que aconteceu com ela? — perguntei.Natasha veio até mim e me abraçou com força.— Ela estava roubando e eu a repreendi par
Cuando ia entrar em casa, vi Samuel. Ele estava com uma mulher mais velha, muito maltratada, certamente ele a agrediu. Com o bastardo que é, não esperava menos.Entrei e me aproximei lentamente, ficando ao lado dele. Samuel virou-se para me ver, sorriu.— Te apresento à senhorita Adelaida, ela cuidará da cozinha junto com as outras criadas — ele disse.Sorri para a nova criada e depois olhei para Samuel.— Pensei que já houvesse criadas suficientes, ou isso era só para mim? — perguntei.Samuel sorriu forçadamente, mas estava muito desconfortável.— Precisamos de mais alguém na cozinha — ele respondeu.Cruzei os braços e o olhei com desdém, como se eu fosse estúpida.— Não minta, não me permite trazer minha donzela simplesmente porque não quer. Você é um hipócrita — disse.Samuel me olhou, como se pedindo silêncio, mas obviamente não o faria. Eu amargaria sua existência, sempre faria o oposto do que ele me ordenasse.— Duquesa! Seu chapéu ficou no carruagem — gritou Amelia.Samuel me o
Agarrei minha mãe pelo braço e a tirei do escritório. Eu não podia ter mais um problema, ou enlouqueceria.— Me solte, Samuel — ela me ordenou indignada.Não respondi e continuei a arrastá-la comigo. Se Luisana a visse, seria uma tragédia.— O que essa velha bruxa está fazendo na minha casa? — perguntou Luisana da escada.Minha mãe sacudiu o braço e se soltou de mim.— Como se atreve, sua mulherzinha — retrucou ela.Luisana desceu rapidamente e se aproximou de minha mãe, enfrentando-a.— Quando você morrer, irei ao seu funeral vestida de vermelho — disse Luisana.Minha mãe a olhou de cima a baixo e riu.— Você está tão magra que sei que vai morrer dando à luz, e juro que todos os dias da minha vida falarei mal de você para meu neto — disse ela.Arthur parou ao meu lado e observou a cena com diversão.— Vocês duas são parecidas — comentou.Ambas se viraram para olhá-lo, com olhares penetrantes e cheios de raiva e indignação.— Quem é esse idiota que me comparou com a velha da sua mãe?
Depois de sair da reunião onde se falou sobre o problema da construção da ferrovia, decidi visitar Natasha, fazia dias que não a via.Subi no coche e me recostei no encosto do assento, fechei os olhos por um momento e pensei naquela garota de cabelos vermelhos que me odiava e não perdia a chance de me relembrar disso. Ri um pouco ao lembrar de todas as suas palavras, ela era bastante criativa para me insultar cada vez que nos encontrávamos, ou aqueles gestos de desprezo que ela me lançava sempre que eu tentava conversar com ela.Senti o coche parar, abri os olhos e desci imediatamente, precisava relaxar um pouco, e isso eu conseguiria com Natasha, ela sabia muito bem como me tirar o estresse.Entrei na casa e vi uma das criadas varrendo o que parecia ser cabelo.— O que aconteceu? — perguntei.A criada parou de varrer e se aproximou de mim.— A Duquesa apareceu e cortou todo o cabelo da senhora Natasha — ela disse.Corri escadas acima e entrei no quarto, Natasha estava na cama chorand
Samuel segurou minha cintura e me aproximou dele, a proximidade do seu corpo era quase insuportável, a única coisa que conseguia imaginar enquanto nos beijávamos era aquela mulher na mesa enquanto ele a fodia. Me separei de Samuel e o olhei nos olhos.— Pensei que você sentisse nojo — ele disse, um pouco surpreso.Mordi o lábio inferior, pensando no que responder, mas depois dei-lhe um pequeno sorriso.— Eu só estava furiosa — respondi.Decidi fazer de tudo para conquistá-lo, queria que ela sofresse como eu sofri, e obviamente ele também sofreria pelo que me humilhou.— O beijo te incomodou? — Perguntei.Samuel ficou um pouco pensativo, mas depois negou com a cabeça.A Sra. Adelaida estava certa quando me disse que os homens são como cachorros mansos quando se trata de algo sexual.Me aproximei mais e acariciei o peito de Samuel de maneira sutil, queria ver qual seria sua reação. Samuel segurou minha mão e a levou aos lábios, beijando-a. Meu Deus! os homens eram tão fáceis.— Você vai
No dia seguinte, decidi tomar um pouco de ar fresco, ficar trancada naquela casa estava me matando aos poucos, então fui dar um passeio no mercado. Quando disse isso à senhora Adelaida, ela quase teve um ataque cardíaco, pois uma Duquesa não deveria frequentar esse tipo de lugar, mas eu não queria ser uma Duquesa, eu era mais uma camponesa obrigada a pertencer à alta classe.— Faz tanto tempo que não respiro ar fresco — disse a Amelia e Adelaida.— Não deveríamos estar aqui, as pessoas vão começar a murmurar — disse Adelaida.Não prestei atenção e continuei andando, o burburinho do mercado me deixava de bom humor, eu me sentia em casa, entre verduras, frutas e pessoas trabalhadoras.— Deveríamos levar algumas maçãs — disse.Me aproximei de um comerciante e comprei algumas.Enquanto continuávamos caminhando, uma garota da minha idade se aproximou de nós, ela estava vestida com as roupas típicas das freiras.— Minha lady, estamos procurando por pessoas de bom coração que nos ajudem com