24

Agarrei minha mãe pelo braço e a tirei do escritório. Eu não podia ter mais um problema, ou enlouqueceria.

— Me solte, Samuel — ela me ordenou indignada.

Não respondi e continuei a arrastá-la comigo. Se Luisana a visse, seria uma tragédia.

— O que essa velha bruxa está fazendo na minha casa? — perguntou Luisana da escada.

Minha mãe sacudiu o braço e se soltou de mim.

— Como se atreve, sua mulherzinha — retrucou ela.

Luisana desceu rapidamente e se aproximou de minha mãe, enfrentando-a.

— Quando você morrer, irei ao seu funeral vestida de vermelho — disse Luisana.

Minha mãe a olhou de cima a baixo e riu.

— Você está tão magra que sei que vai morrer dando à luz, e juro que todos os dias da minha vida falarei mal de você para meu neto — disse ela.

Arthur parou ao meu lado e observou a cena com diversão.

— Vocês duas são parecidas — comentou.

Ambas se viraram para olhá-lo, com olhares penetrantes e cheios de raiva e indignação.

— Quem é esse idiota que me comparou com a velha da sua mãe?
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