Me olhei no espelho mais uma vez e sorri. Eu estava realmente atraente. Usava um vestido vermelho, era justo e modelava perfeitamente meu corpo. O decote era na medida exata, sem mostrar muito, porém o suficiente para deixar meus seios convidativos. As sandálias de salto alto ajudavam a completar o visual de femme fatale, que era acentuado com os cabelos ondulados e a maquiagem bem elaborada. Claro que agora estava devidamente depilada, perfumada e a lingerie preta que usava era bastante sexy... enfim, eu finalmente estava pronta para transar com Alexandre. Tinha passado a tarde inteira me preparando para o encontro e por isso agora era só esperar.
Uma leve ansiedade quis se apoderar de mim ao imaginar que dali a algumas horas eu iria para cama com um rapaz mais jovem, porém bastante experiente. Eu não sabia quantas mulheres Alexandre tivera em sua vida, mas se considerasse sua beleza e status social afirmaria que eram
O trajeto até a casa de Alexandre foi silencioso. Eu ainda estava extasiada com sua performance no palco, na verdade, deslumbrada com a atitude dele e somando-se a isso a ansiedade por finalmente ficar a sós depois de dias de espera começava a crescer dentro de mim. Arrisquei uma olhada rápida para o rosto do meu acompanhante e tentei descobrir com isso se ele também se sentia como eu, ansioso pelo momento. Alexandre desviou os olhos rapidamente pra mim e de um jeito quase tímido avisou. - Estamos perto agora, na próxima quadra fica a minha casa. Eu assenti, mas não comentei nada, até que instantes depois Alexandre parou o carro em frente a um portão branco, as grades permitiam ver um pouco da fachada da residência e do pequeno jardim. O portão foi aberto e logo ele estacionou a Pajero ao lado de uma moto. - Que linda! Era essa que você usava nas competi
Acordei sentindo lábios macios tocarem minha pele e instantaneamente lembrei-me de onde estava. Abri os olhos e ouvi. - Bom dia princesa, dormiu bem? - Muito bem, obrigada. E você? - Acho que bem não é uma definição muito precisa, acrescentaria maravilhosamente bem. Ri e Alexandre também, então se inclinou para me beijar, porém me esquivei. Ele estreitou os olhos sem compreender meu comportamento. - Preciso de alguns minutos para a minha higiene. - Ah, entendi! Pois sinta-se à vontade, no armário do banheiro há toalhas limpas e também um pacote com escova de dentes, pode usar. - Obrigada, mas eu trouxe minha própria escova, no entanto vou precisar da toalha e do seu xampu. - Sem problemas, use o que precisar. Ele falou sorrindo, então fui para o banho e após uma deliciosa chuveirada voltei ao quarto. Alexandre estava deitado, mas ao me ver comentou.<
Existe um lado ruim no fato de estar apaixonada, o momento em que os compromissos do cotidiano retornam e somos obrigados a deixar o ser amado. Me senti triste ao ver Alexandre sair do meu apartamento na manhã de segunda-feira, porque apesar de termos ficado juntos durante todo o fim de semana, parecia que não havia sido o bastante. Soltei um suspiro de lamento antes de sair de casa para ir a garagem. Eu estava alguns minutos atrasada para o trabalho, mas se tivesse sorte não chegaria depois do meu horário de entrada no hospital. No entanto, meu celular tocou e ao ver o número achei melhor atender. - Alo. - Ah, você está viva afinal! Que bom! Minha mãe ironizou e pelo seu tom eu sabia que ela não estava num bom dia, mesmo assim perguntei: - Oi mãe, tudo bem? - Sim, aqui em casa está tudo ótimo! Mas eu g
Os dias que se seguiram foram fantásticos! Eu e Alexandre nos víamos sempre, quase todas as noites ele ia ao meu apartamento. Na verdade, só quando eu tinha aulas de balé pedia que não fosse, porque eu sempre chegava cansada e em tais ocasiões eu precisava de uma bela noite de sono e nada mais. Quando Alexandre ouviu isso na primeira semana após transarmos choramingou manhosamente para ficar no meu apartamento e por isso eu cedi, no entanto, sua promessa de que me deixaria dormir à noite toda foi em vão e de madrugada fui acordada com beijos e súplicas apaixonadas de que queria fazer amor. Então, para evitar novas mas prazerosas armadilhas eu o proibia de ir me ver as segundas e quartas, mas a verdade é que já sentia falta de tê-lo ao meu lado e por um momento senti medo dessa sensação, afinal era pouco tempo juntos para estar tão entregue como eu estav
Passados alguns dias saí com Alexandre para jantar. Estávamos a caminho de uma lanchonete quando eu ouvi: - Amor, você lembra quando eu contei que saltava de paraquedas? - Sim, é claro! Você até comentou que tem uma prima que as vezes o acompanha nos saltos. - Isso mesmo, a Bia, um amor de pessoa, você precisa conhecê-la. Ela, e a mãe Isaura são minhas parentes mais próximas aqui em São Paulo. Inclusive minha tia ajudou bastante meu pai depois que perdi minha mãe. Estava sempre presente, me ajudando nos estudos e as vezes até me acompanhando as sessões de terapia. - Terapia?! - Sim, depois que minha mãe morreu eu fiquei muito mal e comecei a dar trabalho, então meu pai achou melhor me levar a um psicólogo, pra ajudar a enfrentar o luto. - E ajudou? - Bastante, tanto
Na tarde de sexta-feira quando cheguei do trabalho recebi uma correspondência. Na verdade, um convite para ser palestrante num seminário de terapia ocupacional. O evento aconteceria em São Carlos, na universidade onde eu tinha estudado e seria no mês de agosto, justamente durante meu período de férias. Fiquei empolgada, afinal o tema que eles pediam para eu ministrar era um assunto recorrente na minha prática profissional: tecnologia assistiva, portanto eu estava apta a dissertar sobre o assunto, explicando a importância que os dispositivos usados em terapia tinham para conferir maior independência ao paciente. Sorri entusiasmada e no mesmo instante liguei o computador para responder afirmativamente à comissão organizadora. Aproveitei também para fazer algumas pesquisas sobre o tema da palestra, no entanto me dei conta que em breve precisaria ir a uma biblioteca procurar artigos recentes.
Como prometera, Alexandre comprou para mim um lindo vestido para eu usar na festa do grupo Bastos. A peça era maravilhosa! Em tafetá de seda vermelho, tomara que caia, justo no corpo e com um caimento impecável, afinal era um Versace e como tal não seria diferente. Os sapatos e joias também ficaram por conta do meu namorado e mesmo que eu tenha dito que não havia necessidade Alexandre me produziu da cabeça aos pés. Tentei não me consumir em culpa ao imaginar os gastos astronômicos do meu namorado comigo, mas ainda assim pensei bastante no que eu poderia dar a ele para me aproximar um pouco de presentes tão lindos. Infelizmente eu não tinha muito dinheiro disponível, tinha algumas reservas que haviam sobrado após a partilha dos bens que ocorreu durante o divórcio, mas mesmo que usasse parte do dinheiro não seria o suficiente para dar um presente
Se duas noites antes eu estava totalmente relaxada e feliz quando comemorei com Alexandre o primeiro mês de namoro, não podia afirmar o mesmo de hoje, afinal havia chegado o dia da festa do grupo Bastos e ainda que eu estivesse elegante e bonita com o Versace que ganhara de presente, eu sabia que seria analisada e talvez até condenada por muitos. O pensamento me causou um leve tremor e eu tentei me acalmar, porém, ao imaginar que em menos de uma hora eu conheceria colegas, amigos e outros familiares do meu namorado, minha ansiedade aumentou. - Calma Carol, são pessoas ricas, mas ainda sim são apenas pessoas como você. A frase saiu em voz alta, com o objetivo de abrandar meus ânimos, no entanto quando a campainha tocou eu senti meu coração disparar novamente. De qualquer modo fui até a porta e a abri. Alexandre me olhou da cabeça aos pés e