15- Decisão
Eu estava tentando prestar atenção ao falatório incessante de Bartô enquanto dirigia, porém, meus pensamentos estavam em Alexandre, no que aconteceria quando chegasse em casa e o visse. Ainda me sentia tonta com o beijo na clínica, pra confessar, perdida, afinal num momento eu afirmava para mim mesma que nunca mais veria o lindo rapaz com olhos cor de jade e num instante depois estava nos braços dele totalmente entregue aos seus desejos e meus também.
- CAROL!
Bartô gritou meu nome histericamente me tirando dos meus devaneios.
- O que foi? – Perguntei assustada.
- Eu é que pergunto o que foi. O que deu em você pra não ter parado no local de sempre?
Olhei o entorno e vi que tinha passado do lugar onde costumava deixar meu amigo.
- Me desculpe Bartô,
Assim que aproximei meu carro do prédio onde morava, vi a Pajero de Alexandre estacionada em frente ao edifício. A ansiedade aumentou conforme eu entrava e estacionava na garagem. Ainda levei alguns instantes para sair do carro e ir à portaria, mas passados alguns minutos me enchi de coragem, ou pelo menos fingi, e fui ao encontro do jovem. - Você demorou! Fiquei preocupado! Está tudo bem? - Sim, está, só peguei um pouco de trânsito, nada demais. Menti descaradamente, afinal eu não confessaria nem sob tortura que tinha ficado quinze minutos parada pensando na minha pobre e escassa vida sexual, porém, ao sentir os braços de Alexandre em volta do meu corpo, a ansiedade aumentou. Calma Carol. Minha consciência ordenou placidamente e eu cheguei a me admirar com a serenidade da minha voz interna, até é claro
Ao sair do banheiro, fui para o meu quarto. Não sabia o que vestir, afinal com Alexandre me esperando na sala era difícil usar meu modelito noturno, ou seja, minha velha camisola de algodão larga e bastante confortável que eu usava nas noites quentes. Fiquei olhando as gavetas da cômoda, até que encontrei uma calça tipo bailarina, vesti e coloquei uma camiseta branca. Me olhei no espelho, não estava maquiada e pensei se deveria passar um pouco de delineador ou gloss, mas achei demais, afinal não ia sair, e se o rapaz já tinha me visto em meu local de trabalho depois de um dia todo atendendo, me ver sem maquiagem, com os cabelos molhados e cheirando a sabonete, era como ver a própria Gisele Bündchen. Menos Carol, tudo bem que o jovem disse que está apaixonado, mas também não precisa surtar! Ignorei minha consciência que tentav
Eu não queria agir como uma adolescente apaixonada, afinal estava com trinta e nove anos, contudo não consegui parar de sorrir e suspirar no dia seguinte, ainda mais quando recebi um lindo buque de rosas vermelhas um pouco depois que cheguei à clínica para trabalhar. Estava atendendo uma senhora quando ouvi batidas na porta, autorizei a entrada e vi Bartô entrar com as flores. - Acabaram de chegar, são pra você. Arregalei os olhos, mesmo assim acabei sorrindo enquanto ia ao encontro do meu colega. Ao me entregar o buque, Bartô cochichou. - Seguiu o meu conselho, né amiga? Depois quero todos os detalhes! Revirei os olhos, mas agradeci, Bartô se retirou e antes de voltar ao meu lugar peguei o cartão para ler. Estou mandando as flores no meu lugar, mas se mudar de ideia quanto a me ter por perto hoje, me avise, que irei encontrá-la quando quiser. Beijos A. Acabei sorrindo, virei o c
Para jantar com Alexandre optei por uma produção sofisticada, vesti pantalona e blusa de sedas, scarpins e caprichei na escova e maquiagem. Também coloquei mais joias do que usava no meu dia a dia, porém antes de sair de casa dei uma boa olhada no espelho para ver se meu visual não estava exagerado. - Não, estou legal! Elegante, bem vestida e maquiada, com certeza adequada para o lugar que ele vai me levar. Meu celular tocou e ao ver o número de Alexandre eu disse: - Bem, vamos lá. Saí de casa. Ao encontrar Alexandre no carro o vi de terno e gravata. - Gostei, está muito elegante. - Obrigado, você também está linda como sempre! Ele me deu um beijo casto, contudo aos poucos foi intensificando a pressão dos seus lábios, levou sua mão para o meu abdome e eu arfei. O clima f
Apesar do encontro com o pai de Alexandre, o jantar foi ótimo! Excelente comida, ambiente agradável e conversa interessante. Meu paciente, ou melhor, o jovem lindo que estava comigo era espontâneo, simpático, divertido e por essa razão as horas passaram depressa. Quando dei por mim Alexandre já estava estacionando seu carro em frente ao meu prédio. Virei-me para ele e falei: - Eu adorei a noite, foi ótima! - Eu também achei. – Alexandre comentou olhando-me nos olhos, se aproximou e me deu um beijo delicioso. Eu não queria que seus lábios deixassem os meus, no entanto, eu sabia que se não interrompesse o momento Alexandre iria subir e eu ainda não queria transar, afinal não tinha me preparado como desejava, por isso me afastei e disse: - Está tarde, preciso ir. - Posso subir também? Tentada entre o d
Me olhei no espelho mais uma vez e sorri. Eu estava realmente atraente. Usava um vestido vermelho, era justo e modelava perfeitamente meu corpo. O decote era na medida exata, sem mostrar muito, porém o suficiente para deixar meus seios convidativos. As sandálias de salto alto ajudavam a completar o visual de femme fatale, que era acentuado com os cabelos ondulados e a maquiagem bem elaborada. Claro que agora estava devidamente depilada, perfumada e a lingerie preta que usava era bastante sexy... enfim, eu finalmente estava pronta para transar com Alexandre. Tinha passado a tarde inteira me preparando para o encontro e por isso agora era só esperar. Uma leve ansiedade quis se apoderar de mim ao imaginar que dali a algumas horas eu iria para cama com um rapaz mais jovem, porém bastante experiente. Eu não sabia quantas mulheres Alexandre tivera em sua vida, mas se considerasse sua beleza e status social afirmaria que eram
O trajeto até a casa de Alexandre foi silencioso. Eu ainda estava extasiada com sua performance no palco, na verdade, deslumbrada com a atitude dele e somando-se a isso a ansiedade por finalmente ficar a sós depois de dias de espera começava a crescer dentro de mim. Arrisquei uma olhada rápida para o rosto do meu acompanhante e tentei descobrir com isso se ele também se sentia como eu, ansioso pelo momento. Alexandre desviou os olhos rapidamente pra mim e de um jeito quase tímido avisou. - Estamos perto agora, na próxima quadra fica a minha casa. Eu assenti, mas não comentei nada, até que instantes depois Alexandre parou o carro em frente a um portão branco, as grades permitiam ver um pouco da fachada da residência e do pequeno jardim. O portão foi aberto e logo ele estacionou a Pajero ao lado de uma moto. - Que linda! Era essa que você usava nas competi
Acordei sentindo lábios macios tocarem minha pele e instantaneamente lembrei-me de onde estava. Abri os olhos e ouvi. - Bom dia princesa, dormiu bem? - Muito bem, obrigada. E você? - Acho que bem não é uma definição muito precisa, acrescentaria maravilhosamente bem. Ri e Alexandre também, então se inclinou para me beijar, porém me esquivei. Ele estreitou os olhos sem compreender meu comportamento. - Preciso de alguns minutos para a minha higiene. - Ah, entendi! Pois sinta-se à vontade, no armário do banheiro há toalhas limpas e também um pacote com escova de dentes, pode usar. - Obrigada, mas eu trouxe minha própria escova, no entanto vou precisar da toalha e do seu xampu. - Sem problemas, use o que precisar. Ele falou sorrindo, então fui para o banho e após uma deliciosa chuveirada voltei ao quarto. Alexandre estava deitado, mas ao me ver comentou.<