A sessão de quinta-feira com Alexandre foi tão ruim quanto a anterior, quando ele quis conversar sobre nós e eu menti dizendo que estava saindo com John.
Naquele dia meu paciente ficou visivelmente abalado, permaneceu em silêncio pelo resto do tempo, e manteve o mesmo comportamento na sessão de quinta. Não disse uma única palavra durante os quarenta minutos ao meu lado. Eu lamentei, mas sabia que era melhor assim.
De qualquer modo, mais uma sessão estava prestes a começar, teoricamente a penúltima, e ao pensar nisso meu coração ficou apertado, afinal em breve eu não o veria mais. Alexandre tinha melhorado muito e não precisaria mais das terapias.
Soltei um leve suspiro ao constatar o fato, mas tentei ao máximo não deixar transparecer qualquer sentimento quando Alexandre entrou na minha sala. Para tornar tudo profissional eu avisei.<
15- Decisão Eu estava tentando prestar atenção ao falatório incessante de Bartô enquanto dirigia, porém, meus pensamentos estavam em Alexandre, no que aconteceria quando chegasse em casa e o visse. Ainda me sentia tonta com o beijo na clínica, pra confessar, perdida, afinal num momento eu afirmava para mim mesma que nunca mais veria o lindo rapaz com olhos cor de jade e num instante depois estava nos braços dele totalmente entregue aos seus desejos e meus também. - CAROL! Bartô gritou meu nome histericamente me tirando dos meus devaneios. - O que foi? – Perguntei assustada. - Eu é que pergunto o que foi. O que deu em você pra não ter parado no local de sempre? Olhei o entorno e vi que tinha passado do lugar onde costumava deixar meu amigo. - Me desculpe Bartô,
Assim que aproximei meu carro do prédio onde morava, vi a Pajero de Alexandre estacionada em frente ao edifício. A ansiedade aumentou conforme eu entrava e estacionava na garagem. Ainda levei alguns instantes para sair do carro e ir à portaria, mas passados alguns minutos me enchi de coragem, ou pelo menos fingi, e fui ao encontro do jovem. - Você demorou! Fiquei preocupado! Está tudo bem? - Sim, está, só peguei um pouco de trânsito, nada demais. Menti descaradamente, afinal eu não confessaria nem sob tortura que tinha ficado quinze minutos parada pensando na minha pobre e escassa vida sexual, porém, ao sentir os braços de Alexandre em volta do meu corpo, a ansiedade aumentou. Calma Carol. Minha consciência ordenou placidamente e eu cheguei a me admirar com a serenidade da minha voz interna, até é claro
Ao sair do banheiro, fui para o meu quarto. Não sabia o que vestir, afinal com Alexandre me esperando na sala era difícil usar meu modelito noturno, ou seja, minha velha camisola de algodão larga e bastante confortável que eu usava nas noites quentes. Fiquei olhando as gavetas da cômoda, até que encontrei uma calça tipo bailarina, vesti e coloquei uma camiseta branca. Me olhei no espelho, não estava maquiada e pensei se deveria passar um pouco de delineador ou gloss, mas achei demais, afinal não ia sair, e se o rapaz já tinha me visto em meu local de trabalho depois de um dia todo atendendo, me ver sem maquiagem, com os cabelos molhados e cheirando a sabonete, era como ver a própria Gisele Bündchen. Menos Carol, tudo bem que o jovem disse que está apaixonado, mas também não precisa surtar! Ignorei minha consciência que tentav
Eu não queria agir como uma adolescente apaixonada, afinal estava com trinta e nove anos, contudo não consegui parar de sorrir e suspirar no dia seguinte, ainda mais quando recebi um lindo buque de rosas vermelhas um pouco depois que cheguei à clínica para trabalhar. Estava atendendo uma senhora quando ouvi batidas na porta, autorizei a entrada e vi Bartô entrar com as flores. - Acabaram de chegar, são pra você. Arregalei os olhos, mesmo assim acabei sorrindo enquanto ia ao encontro do meu colega. Ao me entregar o buque, Bartô cochichou. - Seguiu o meu conselho, né amiga? Depois quero todos os detalhes! Revirei os olhos, mas agradeci, Bartô se retirou e antes de voltar ao meu lugar peguei o cartão para ler. Estou mandando as flores no meu lugar, mas se mudar de ideia quanto a me ter por perto hoje, me avise, que irei encontrá-la quando quiser. Beijos A. Acabei sorrindo, virei o c
Para jantar com Alexandre optei por uma produção sofisticada, vesti pantalona e blusa de sedas, scarpins e caprichei na escova e maquiagem. Também coloquei mais joias do que usava no meu dia a dia, porém antes de sair de casa dei uma boa olhada no espelho para ver se meu visual não estava exagerado. - Não, estou legal! Elegante, bem vestida e maquiada, com certeza adequada para o lugar que ele vai me levar. Meu celular tocou e ao ver o número de Alexandre eu disse: - Bem, vamos lá. Saí de casa. Ao encontrar Alexandre no carro o vi de terno e gravata. - Gostei, está muito elegante. - Obrigado, você também está linda como sempre! Ele me deu um beijo casto, contudo aos poucos foi intensificando a pressão dos seus lábios, levou sua mão para o meu abdome e eu arfei. O clima f
Apesar do encontro com o pai de Alexandre, o jantar foi ótimo! Excelente comida, ambiente agradável e conversa interessante. Meu paciente, ou melhor, o jovem lindo que estava comigo era espontâneo, simpático, divertido e por essa razão as horas passaram depressa. Quando dei por mim Alexandre já estava estacionando seu carro em frente ao meu prédio. Virei-me para ele e falei: - Eu adorei a noite, foi ótima! - Eu também achei. – Alexandre comentou olhando-me nos olhos, se aproximou e me deu um beijo delicioso. Eu não queria que seus lábios deixassem os meus, no entanto, eu sabia que se não interrompesse o momento Alexandre iria subir e eu ainda não queria transar, afinal não tinha me preparado como desejava, por isso me afastei e disse: - Está tarde, preciso ir. - Posso subir também? Tentada entre o d
Me olhei no espelho mais uma vez e sorri. Eu estava realmente atraente. Usava um vestido vermelho, era justo e modelava perfeitamente meu corpo. O decote era na medida exata, sem mostrar muito, porém o suficiente para deixar meus seios convidativos. As sandálias de salto alto ajudavam a completar o visual de femme fatale, que era acentuado com os cabelos ondulados e a maquiagem bem elaborada. Claro que agora estava devidamente depilada, perfumada e a lingerie preta que usava era bastante sexy... enfim, eu finalmente estava pronta para transar com Alexandre. Tinha passado a tarde inteira me preparando para o encontro e por isso agora era só esperar. Uma leve ansiedade quis se apoderar de mim ao imaginar que dali a algumas horas eu iria para cama com um rapaz mais jovem, porém bastante experiente. Eu não sabia quantas mulheres Alexandre tivera em sua vida, mas se considerasse sua beleza e status social afirmaria que eram
O trajeto até a casa de Alexandre foi silencioso. Eu ainda estava extasiada com sua performance no palco, na verdade, deslumbrada com a atitude dele e somando-se a isso a ansiedade por finalmente ficar a sós depois de dias de espera começava a crescer dentro de mim. Arrisquei uma olhada rápida para o rosto do meu acompanhante e tentei descobrir com isso se ele também se sentia como eu, ansioso pelo momento. Alexandre desviou os olhos rapidamente pra mim e de um jeito quase tímido avisou. - Estamos perto agora, na próxima quadra fica a minha casa. Eu assenti, mas não comentei nada, até que instantes depois Alexandre parou o carro em frente a um portão branco, as grades permitiam ver um pouco da fachada da residência e do pequeno jardim. O portão foi aberto e logo ele estacionou a Pajero ao lado de uma moto. - Que linda! Era essa que você usava nas competi