O restante do meu dia foi improdutivo, porque depois da visita de Alexandre eu não tinha ânimo para nada, ainda pensei em fazer um bolo para dar aos meus vizinhos, como maneira de agradecer a torta que Gustavo tinha oferecido, mas como estava mal sabia que se me aventurasse na cozinha o bolo seria um desastre. Então para não ficar ociosa eu fui andar pelo bairro. As ruas estavam tranquilas por causa do feriado e apenas uma confeitaria estava aberta.
Entrei, resolvi tomar um café e comer um doce, talvez se ingerisse um pouco de açúcar meu humor melhorasse minimamente, mas quando estava prestes a ir embora, voltei e comprei uma rosca de frutas cristalizadas para presentear meus vizinhos e com a sobremesa em mãos eu bati na porta deles.
- Carol! Que surpresa! Como você está?
Lucas indagou animadamente, minha resposta não foi no mesmo tom, ainda assim disse que tudo estav
Apesar da conversa com Lucas eu não consegui chegar a nenhuma decisão sobre o que fazer a respeito de Alexandre. Parte de mim queria seguir o coração, deixar-me levar apenas pelos sentimentos e me entregar ao jovem que se dizia apaixonado, porém uma pequena porção protestava e me fazia relembrar fatos do passado para me mostrar o quanto eu poderia sofrer se ficasse com meu paciente. Não era apenas por ter sido traída no meu casamento que eu tinha medo. Infelizmente não foi apenas Miguel que me machucou e decepcionou. Dois homens que conheci antes de me casar também me traíram, Caio, um antigo namorado da época da faculdade, e depois Léo, um médico canalha que aprontou muito comigo logo que me mudei para São Paulo, portanto eu tinha sérios motivos para não acreditar nos homens, em suas promessas de amor eterno, mas ainda assim me sentia te
A sessão de quinta-feira com Alexandre foi tão ruim quanto a anterior, quando ele quis conversar sobre nós e eu menti dizendo que estava saindo com John. Naquele dia meu paciente ficou visivelmente abalado, permaneceu em silêncio pelo resto do tempo, e manteve o mesmo comportamento na sessão de quinta. Não disse uma única palavra durante os quarenta minutos ao meu lado. Eu lamentei, mas sabia que era melhor assim. De qualquer modo, mais uma sessão estava prestes a começar, teoricamente a penúltima, e ao pensar nisso meu coração ficou apertado, afinal em breve eu não o veria mais. Alexandre tinha melhorado muito e não precisaria mais das terapias. Soltei um leve suspiro ao constatar o fato, mas tentei ao máximo não deixar transparecer qualquer sentimento quando Alexandre entrou na minha sala. Para tornar tudo profissional eu avisei.<
15- Decisão Eu estava tentando prestar atenção ao falatório incessante de Bartô enquanto dirigia, porém, meus pensamentos estavam em Alexandre, no que aconteceria quando chegasse em casa e o visse. Ainda me sentia tonta com o beijo na clínica, pra confessar, perdida, afinal num momento eu afirmava para mim mesma que nunca mais veria o lindo rapaz com olhos cor de jade e num instante depois estava nos braços dele totalmente entregue aos seus desejos e meus também. - CAROL! Bartô gritou meu nome histericamente me tirando dos meus devaneios. - O que foi? – Perguntei assustada. - Eu é que pergunto o que foi. O que deu em você pra não ter parado no local de sempre? Olhei o entorno e vi que tinha passado do lugar onde costumava deixar meu amigo. - Me desculpe Bartô,
Assim que aproximei meu carro do prédio onde morava, vi a Pajero de Alexandre estacionada em frente ao edifício. A ansiedade aumentou conforme eu entrava e estacionava na garagem. Ainda levei alguns instantes para sair do carro e ir à portaria, mas passados alguns minutos me enchi de coragem, ou pelo menos fingi, e fui ao encontro do jovem. - Você demorou! Fiquei preocupado! Está tudo bem? - Sim, está, só peguei um pouco de trânsito, nada demais. Menti descaradamente, afinal eu não confessaria nem sob tortura que tinha ficado quinze minutos parada pensando na minha pobre e escassa vida sexual, porém, ao sentir os braços de Alexandre em volta do meu corpo, a ansiedade aumentou. Calma Carol. Minha consciência ordenou placidamente e eu cheguei a me admirar com a serenidade da minha voz interna, até é claro
Ao sair do banheiro, fui para o meu quarto. Não sabia o que vestir, afinal com Alexandre me esperando na sala era difícil usar meu modelito noturno, ou seja, minha velha camisola de algodão larga e bastante confortável que eu usava nas noites quentes. Fiquei olhando as gavetas da cômoda, até que encontrei uma calça tipo bailarina, vesti e coloquei uma camiseta branca. Me olhei no espelho, não estava maquiada e pensei se deveria passar um pouco de delineador ou gloss, mas achei demais, afinal não ia sair, e se o rapaz já tinha me visto em meu local de trabalho depois de um dia todo atendendo, me ver sem maquiagem, com os cabelos molhados e cheirando a sabonete, era como ver a própria Gisele Bündchen. Menos Carol, tudo bem que o jovem disse que está apaixonado, mas também não precisa surtar! Ignorei minha consciência que tentav
Eu não queria agir como uma adolescente apaixonada, afinal estava com trinta e nove anos, contudo não consegui parar de sorrir e suspirar no dia seguinte, ainda mais quando recebi um lindo buque de rosas vermelhas um pouco depois que cheguei à clínica para trabalhar. Estava atendendo uma senhora quando ouvi batidas na porta, autorizei a entrada e vi Bartô entrar com as flores. - Acabaram de chegar, são pra você. Arregalei os olhos, mesmo assim acabei sorrindo enquanto ia ao encontro do meu colega. Ao me entregar o buque, Bartô cochichou. - Seguiu o meu conselho, né amiga? Depois quero todos os detalhes! Revirei os olhos, mas agradeci, Bartô se retirou e antes de voltar ao meu lugar peguei o cartão para ler. Estou mandando as flores no meu lugar, mas se mudar de ideia quanto a me ter por perto hoje, me avise, que irei encontrá-la quando quiser. Beijos A. Acabei sorrindo, virei o c
Para jantar com Alexandre optei por uma produção sofisticada, vesti pantalona e blusa de sedas, scarpins e caprichei na escova e maquiagem. Também coloquei mais joias do que usava no meu dia a dia, porém antes de sair de casa dei uma boa olhada no espelho para ver se meu visual não estava exagerado. - Não, estou legal! Elegante, bem vestida e maquiada, com certeza adequada para o lugar que ele vai me levar. Meu celular tocou e ao ver o número de Alexandre eu disse: - Bem, vamos lá. Saí de casa. Ao encontrar Alexandre no carro o vi de terno e gravata. - Gostei, está muito elegante. - Obrigado, você também está linda como sempre! Ele me deu um beijo casto, contudo aos poucos foi intensificando a pressão dos seus lábios, levou sua mão para o meu abdome e eu arfei. O clima f
Apesar do encontro com o pai de Alexandre, o jantar foi ótimo! Excelente comida, ambiente agradável e conversa interessante. Meu paciente, ou melhor, o jovem lindo que estava comigo era espontâneo, simpático, divertido e por essa razão as horas passaram depressa. Quando dei por mim Alexandre já estava estacionando seu carro em frente ao meu prédio. Virei-me para ele e falei: - Eu adorei a noite, foi ótima! - Eu também achei. – Alexandre comentou olhando-me nos olhos, se aproximou e me deu um beijo delicioso. Eu não queria que seus lábios deixassem os meus, no entanto, eu sabia que se não interrompesse o momento Alexandre iria subir e eu ainda não queria transar, afinal não tinha me preparado como desejava, por isso me afastei e disse: - Está tarde, preciso ir. - Posso subir também? Tentada entre o d