Capítulo 1 Acordos e mentiras.

Senhor Leblanc está ao telefone ansioso em uma conversa acalorada com um Campbell, um dos homens mais influentes do estado, ele poderia ser um dos homens mais influentes se não fosse a família Leblanc, família cujo qual Elizabeth pertence, a única família considerada a mais poderosa e influente na cidade.

/ Eu só te peço mais um pouco de paciência. - suplicou Zeus Leblanc preocupado.

/ Vocês disseram que deveríamos nos casar quando ela fizesse dezoito anos, mas já se passaram quatro anos desde então, como pode querer que eu espere tanto, vocês estão descumprindo o acordo que prometeram a mim, isso é algo que a família Leblanc faz?

/ Senhor Campbell, eu sei que fizemos você esperar mais do que o normal, mas… a nossa filha tem lutado muito contra o casamento, quero que ela aceite de espontânea vontade, Elizabeth se tornou uma mulher notável que você não vai se arrepender quando se casar.

O Campbell suspirou pesadamente demonstrando insatisfação.

/ Eu sou um homem maduro… — Sorri de forma leviana. — Não vou brincar de pega-pega com sua filha, se vocês querem esperar a boa vontade dela, é problema de vocês, esperei tanto tempo, você acha justo? Eu fico quatro anos sozinho devido a uma mulher que está brincando? Estou sendo fiel ao acordo, mas já estou no meu limite.

/ Tudo bem, façamos assim, eu sei que vou conseguir a convencer em, pelo menos, duas semanas, só me dê um pouco mais de tempo, mas… se nesse período você já estiver com alguém, eu assumo minha culpa e assinamos o acordo de negócio sem precisar da união matrimonial.

/ É isso que eu quero, estamos perdendo dinheiro enquanto esperamos por esse maldito casamento, podemos ser grandes agora, sei que vocês estão no topo, mas sei que não é só eu que vai se beneficiar com essa união empresarial, chegou a hora dos Campbell e Leblanc serem um só.

/ Você tem razão? Como eu disse, ela vai se casar com você, custe o que custar, ela não tem outra opção. — disse encerrando a ligação no mesmo instante que Elizabeth entrou em seu escritório o encarando enfurecida.

— Você não pode me forçar me casar com um homem que eu não conheço! — Berra enfurecida indo em direção ao pai que se mantêm calmo.

— Temos esse acordo há muito tempo, e você estava de acordo! — Anunciou mantendo.

— Não estou mais, já se passaram quatro anos e você ainda não desistiu? Eu te disse eu vou me casar com Taylor, pai… — Choramingou em súplica.

— Eu não quero saber! Esse homem não é adequado para você, por que não me ouve?

— Estamos juntos há quatro anos, como pode não estar de acordo? Além disso, ele também é da mesma família, qual a diferença? Por deus! 

— Sem acordo, você vai se casar com Richard Campbel.

— Não! Não! — Gritava em lágrimas até sua mãe entrar no escritório se deparando com a cena.

Ela conseguiu acalmar Elizabeth e a levou para o seu quarto, no mesmo instante que eles saíram Zeus fez uma ligação.

/ Arrume provas o mais rápido possível, quero esse homem longe da minha filha o mais rápido possível.

/ Sim, senhor, as investigações estão em andamento e já te digo, as notícias podem ser animadoras para o senhor. — Avisou o investigador em seguida encerrando a ligação.

Enquanto isso, o magnata Campbell ficou animado, após Zeus permitir que ele se case, o mesmo estava disposto a encontrar uma esposa falsa, para evitar se casar com Elizabeth.

Já faz quatro anos que ele foi obrigado a esperar pela sua união com Elizabeth, mesmo sendo uma relação sem amor, ele queria fazer aquilo para fins econômicos.

Enquanto Zeus elaborava seus planos, Elizabeth estava ocupada discutindo e tentando tirar suas roupas do guarda-roupa enquanto sua mãe tentava a impedir, claramente com a intenção de ir embora mais uma vez. Havia retornado para casa há poucos dias, esperançosa em convencer seu pai a aceitar seu casamento com Taylor. Ela ingenuamente acreditava que ele poderia ceder.

Sua mãe tentava impedi-la, porém sua determinação em retornar para a casa de sua amiga Gaby, onde vivia e mantinha a fachada de uma moça simples, era evidente." 

— Mãe… por favor, meu pai continua pensando em fazer essa loucura, apenas me deixe ir embora. Se ele não cumpre sua palavra comigo, eu não vou permanecer nessa casa, eu nem mesmo preciso do dinheiro dele. Tenho vivido há tantos anos de forma simples ao lado da minha babá e Gaby que nem mesmo tenho usado o dinheiro que ele me disponibilizou. Eu tenho trabalhado, por que não posso escolher com quem me casar? — Protestava indignada.

Seu discurso acabou convencendo sua mãe; afinal, ela tinha razão. Então, mesmo sem o consentimento de Zeus, ela ajudou Elizabeth a arrumar as malas e a sair da mansão.

As duas saíram do quarto arrastando as malas, mas antes mesmo de passarem em frente ao escritório de Zeus, ele saiu da sala encarando surpreso as duas.

— O que estão fazendo? — Perguntou, analisando as duas enquanto Elizabeth entrelaçava os braços, emburrada.

— Não está vendo? Eu vou embora novamente, mas dessa vez, eu não vou voltar! — Esbravejou, tentando passar por ele, que segurou em seu braço, impedindo de forma feroz, porém logo se recompôs para não machucá-la.

Apesar de sua birra, ele sabia que sua caçula não estava fora da razão; ainda assim, ele não desistiria de seu acordo.

— Tudo bem, você venceu, ok? Não vá embora de novo. Já faz anos que você negou suas origens, se enfiando em uma casa mediana e vivendo como uma mulher simples, mas está na hora de tomar seu posto.

— Como? Voltar para me casar com um homem que eu não amo? — Perguntou, lamentosa.

— Vamos fazer assim, eu quero conhecer seu noivo, ok? — Sugeriu, pigarreando.

— Sério?

— Pode trazê-lo, eu quero finalmente conversar com ele. Se é o que você quer, além disso… você disse que ele também é um Campbel, por que não firma o acordo com ele, não é mesmo? — Sorriu sem graça, tentando ser convincente, mas nem precisava muito, Elizabeth sempre foi muito fácil de se enganar.

— A qualquer hora Elizabeth vai nos deixar loucos com esse relacionamento. Quando você vai finalmente jogar a sua cartada final e acabar com isso? — Perguntou Eliza Leblanc, enquanto seu marido mantinha seu olhar frio sobre a tela do celular, recebendo alguns arquivos.

— Está tudo bem, Elizabeth está vindo. Tenho um plano para acabar de vez com o relacionamento dele.

Elisa se senta em silêncio e espera o que o marido pretende fazer, Zeus é um homem esperto e desde que Elizabeth contou que Taylor pertence à segunda família mais rica do estado, eles passaram a investigar o rapaz e os resultados foram estarrecedores.

Apesar de Zeus conhecer a família Campbell muito bem, ele desconhecia o jovem Taylor, e para ele havia algo muito errado com esse homem e não estava errado sobre suas suspeitas.

"Zeus não aceitaria esse casamento de forma alguma, principalmente porque Taylor não é um legítimo Campbel. O pai de Taylor nunca fez parte da linhagem Campbel, tendo se casado duas vezes: primeiro, com a falecida irmã de Richard Campbel e, após o falecimento dela, casou-se com terceira mais velha irmã de Richard que era o caçula, com quem teve uma filha. Zeus tinha consciência de que o pai de Taylor estava usando esses casamentos para se manter no poder.

O pai de Elizabeth ficou entusiasmado quando o advogado lhe enviou tudo o que coletou ao longo de meses, incluindo fotos recentes que ele capturou de Taylor, cujo qual lhe acendeu as esperanças na mesma medida que sua raiva também. Agora, ele possuía evidências convincentes para apresentar à sua filha e um endereço que ele tinha quase certeza que ela sabia onde é.

— Sabe… fico feliz em saber que isso vai acabar mais rápido do que planejei. Já estava cansado de lidar com Elizabeth. Mesmo após conhecer o lado ruim da vida, ela continua ingênua e acreditando em qualquer pessoa. E ela acabou de provar mais uma vez que, se não formos nós a protegendo, ela vai acabar se afundando em desgraça. — Asseverou Zeus com a voz apertada.

— É tão grave assim? — Perguntou Eliza.

— Olhe por si própria! — Ordenou, entregando o telefone.

Eliza levou as mãos à boca, cética com o que viu nas fotos, ao mesmo tempo, em que Zeus se sentia aliviado, ele sabia como Elizabeth, apesar de um pouco ingenua, tinha alguns valores familiares que ela valorizava.

— Pai, mãe! — Elizabeth tropeça dentro da sala, já estava arrumada.

Dessa vez sua mãe não torceu o nariz ao ver sua aparência. Ela estava vestida como convinha para uma herdeira bilionária. Desde os dezesseis anos, Elizabeth já não agia como uma herdeira. Ela havia se enfiado na casa de sua babá e estava fingindo ser uma menina pobre.

— Você já está indo? — Perguntou Zeus.

— Sim, esperem que em, pelo menos, duas horas estarei de volta. — Anunciou empolgada se retirando.

— Você… o que exatamente vai fazer? Pensei que mostraria as provas a ela. — Sugeriu Eliza surpresa.

Zeus sorriu com malícia.

— Até parece que você não conhece a sua filha. É mais fácil ela nos acusar e dizer que estamos enganando ela e armando, Apenas espere alguns minutos, ela verá com seus próprios olhos. — Anunciou tranquilamente, sentando-se na poltrona com o olhar sobre o relógio, contando cada segundo enquanto espera que Elizabeth saia e esteja próxima o suficiente para que ele possa enviar as fotos.