4. Proposta descabida

Capítulo 4. Proposta descabida

— Ei, se afaste dela! — Vociferou ao sair do carro a alguns metros em frente a Elizabeth.

— O quê? — Murmurou ela confusa ao olhar na mesma direção que o homem, então avistou o bandido que se assustou e correu por causa de Richard.

— Você deveria tomar mais cuidado, o que está fazendo a beira da estrada? — Perguntou indo em sua direção.

Elizabeth se levanta, porém, cai no chão ao tentar recuar e cai sobre a grama.

— O que quer? — Perguntou assustada com a visão ainda embaçada limpando as lágrimas.

— Você é tão descuidada. — Resmungou segurando em seu pulso a ajudando a se levantar. — O que está fazendo em um lugar como esse?

— Quem é você? — Rosnou ela se afastando assustada.

— Droga… — Murmurou ele inaudível se afastando dela. — Você estuda no campus Elêusis, não é?

Ele engole em seco tentando disfarçar em meio a uma postura ereta e imponente, mas ela o encarou desconfiada enquanto tenta o reconhecer, mas nunca havia visto aquele homem antes

— Quem é você?

— Eu sou um dos contribuintes daquele lugar.

Ela franze o cenho confusa, já que conhecia todos que tinham investimentos naquela escola.

— Como assim? — Perguntou confusa o analisando de cima a baixo e pelas suas roupas percebeu que não era um homem comum, além de seu carro ser um dos modelos mais caros.

“Nada modesto…” pensou contorcendo a face em desaprovação.

— Empresas R&K. - respondeu de imediato, ela ergue as sobrancelhas surpresa.

— Ohm… eu nunca tinha visto nenhum dos representantes das empresas R&K, você é?

— Bom… me chamo Kennedy. — Mentiu em seguida pigarreando se sentindo desconfortável.

— Desculpe, eu fui um pouco grossa, obrigada por afugentar aquele homem.

— Para onde está indo? Por aqui não passa muitos táxis, posso te levar. — Sugeriu a deixando insegura.

— Não sei…

— Pode confiar, é mais seguro eu te levar do que ter que caminhar… com os pés machucados assim. — Comentou enquanto analisava a mesma dos pés à cabeça, mesmo que ela tentasse disfarçar seus tornozelos estavam inchados.

“Pensei que era uma moça simples, essas roupas nem mesmo perecem réplica, nem o colar e nem o sapato” 

— Eu realmente prefiro caminhar.

— Não se preocupe, apenas me diga onde te deixar e eu te levo.

— Tudo bem. 

Ela comprime os lábios, receosa e também desencorajada a continuar o evitando.

Ele lhe oferece seu antebraço para que ela se apoie a possa caminhar com segurança.

— Eu vou no banco dos fundos, por favor. — Pediu quando ele tentou abrir a porta da frente.

— Claro. 

Assim que entraram no carro seguiram viagem para o endereço que ela indicou, em poucos minutos de estrada Richard viu seu celular vibrar ao receber uma chamada.

/O casamento vai acontecer em breve! — Leu a mensagem que o deixou amargo.

Ele diminui a velocidade do carro observando Elizabeth pelo retrovisor, seu olhar vacilante revelava sua ansiedade como se quisesse fazer algo, enquanto ela percebia seu olhar e disfarçava ao mesmo tempo que demonstrava insegurança, internamente se arrependia por aceitar a carona, mas não se importava tanto.

Richard suspirou pesadamente mais uma vez encarando com desgosto a mensagem em seguida jogando o celular no banco vazio ao seu lado.

Parecia que seus planos poderiam ser frustrados mais rápido do que ele pensava, mas vendo Elizabeth ali, ele pensou que talvez o destino estivesse ao seu favor.

Elizabeth por sua vez agora estava curiosa ao ver no banco ao seu lado uma pasta preta, furtivamente ela esticou os braços e afastou brevemente a capa da pasta para ver o que estava ali guardado e ficou surpresa que a primeiro coisa que viu foi sua foto, um pequena que só tinha seu rosto, colada no topo da folha, ela arrebatou rapidamente a pasta e folheou a páginas que ali tinha vendo as diversas fotos de diferentes moças.

Richard estacionou o carro de forma abrupta subindo no acostamento ao ver que ela tinha pego a pasta.

“Droga! Quão descuidado eu fui agora!" Pensou preocupado ao sair do carro seguindo para o banco dos fundos se sentando ao lado de Elizabeth que se encolheu para longe assustada com a reação dele.

— Quem disse que podia mexer em minhas coisas! — Vociferou com a voz apertada.

— Quem disse que você pode investigar coisas sobre mim? Quem você pensa que é? - rosnou de volta.

— Você não ouviu quem eu sou? — Perguntou rispidamente tentando pegar a folha da mão de Elizabeth que reluta afastando a folha.

— Me devolva isso! — Rosnou mal percebendo o quanto estava próximo dela ao avançar contra o corpo da moça que se inclinava para trás tentando afastar as folhas dele.

Ele tentava pegar as folhas até o perfume adocicado invadir suas narinas o despertando o fazendo voltar a si, por um momento seus olhos se encontraram e ele pode observar aquela figura esbelta de olhar esperto o encarando assustada e mesmo assim tendo uma reação ríspida que demonstrava estar lutando contra seu medo.

Elizabeth em meio ao desconforto daquele desconhecido tão próximo ela o afasta com as mãos sobre seu tórax o empurrando, por um momento ela pode observar e perceber o quanto aquele desconhecido tinha uma boa aparência.

Richard ajusta a postura na cadeira após desistir de recuperar as folhas. Seu olhar compenetrado a ignorava. Ela avalia seu rosto simetricamente harmonioso, enquanto ele endurece a mandíbula e transpassa os braços, permitindo que ele releia todas as informações coletadas.

Ela queria saber o que ele havia conseguido descobrir, tinha medo que ele estivesse atrás dela por causa de sua fortuna.

— Ah… — Suspirou aliviada o encarando furtivamente em seguida pegando a pasta.

Folheou com mais atenção lendo cada folha de forma rápida em seguida demonstrando surpresa.

— Por que todas as mulheres? O que está querendo?

— Bom… — Sorri de forma amarga, mas ainda assim, ele parecia ainda mais atraente. — Já não tenho mais tempo a perder, vou direto ao ponto, e se eu disser que estou buscando uma esposa ideal? - perguntou repentinamente mudando de humor lhe passando um ar de mistério.

— O quê? — Perguntou cética. — A faculdade agora é site de relacionamento?

— Não, eu só estava tentando encontrar uma mulher disposta a aceitar um acordo de casamento temporário e como pode perceber você está no topo da lista.

— Mais essa! — Resmungou com ironia.

— Você acha que sou o tipo que aceita uma coisa dessa?

— Você está namorando alguém? — Perguntou curioso.

— Você estava me investigando e não sabe?

— Nada confirmado realmente, já que tem muitos homens que estão próximos, você além de inteligente, parece bastante popular entre os homens.

Comentou ele sorrateiro se virando para a encarar, percebendo suas bochechas rubras.

— Do que está falando? Só havia… — Parou de falar pensativa. — Só havia uma menina perto de mim, não havia nenhum homem e nunca existiu.

— Eliza Ferrari, eu não me importaria se tivesse ou não, o que estou te oferecendo é melhor que qualquer relacionamento. — Seu tom soa arrogante, ao mesmo tempo que ele tenta se aproximar intencionalmente dela ao perceber seu desconforto, não havia medo, só uma moça que agora engolia em seco e tentava evitá-lo.

— Até parece que eu iria me prestar a um papel desses, mesmo que tenha poder, não significa que pode comprar tudo que quer.

— Eu não quero comprar, só estou… olha, eu nunca diria isso a ninguém, mas estou desesperado. — Seu tom soa falso, ele nem mesmo demonstrava qualquer emoção. — Preciso de uma esposa… porque… — Ele vacilava em suas palavras enquanto ela esperava já levando como mentira. 

Ele lhe encarou e sorriu fingindo vergonha a fim de a enganar, mesmo com todas essas reações, ele não passava nada do que queria de forma sincera, já que ele só conhecia um tipo de emoção e essa o deixava indiferente e amargo, sorri não era seu forte, mesmo que fosse lindo quando fazia.

— É um pouco vergonhoso, mas a minha família quer que eu me case com uma mulher que não amo, porque já tenho 36 anos e nem mesmo tenho filhos.

— Quer que eu tenha filhos com você? Seu sádico! 

— Não! Eu quero apenas um casamento de fachada, não quero nada de você, apenas que aceite se casar comigo, por, pelo menos, dois anos e prometo te liberar após isso, você não precisa nem mesmo morar comigo. — Fez proposta, esperançoso, ela era a sua única chance agora.

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