POV LinneaPassei o dia no meu quarto, tentando não atrapalhar o trabalho de todos, especialmente do Kael. Patricia e Rute tentaram me levar para a cidade, ver as lojas ou mesmo ir até São Francisco ver lojas de bebês. Até pensei em ir, mas poderia deixar Kael preocupado e irritado. Também não queria andar por ai cercada de pessoas para me proteger, não gostava de chamar atenção e não estava acostumada a ser tratada daquela forma. Preferia ficar em silêncio em um lugar que fosse familiar para mim e, aquele quarto, por mais que eu não me lembrasse dele, me fazia sentir protegida, como se eu já tivesse estado ali.O dia passou lentamente. Tentei me manter ocupada lendo alguns livros de Patrícia e Rute me levavam, mas eu não entendia nem a metade do que estava escrito neles. Todos falavam sobre os lobisomens, filhos da lua e da deidade que eles cultuavam. Teve um momento em que me peguei pensando em quando parei de orar a Nix, quando desisti de pedir ajuda e piedade a deusa. Octavius hav
POV LinneaO rosto de Kael parecia cansado, como se o peso de todo o mundo estivesse sobre os seus ombros. Não conseguia entender sobre o que o Kael estava falando, mas meu coração se apertou ao vê-lo daquela maneira. Segurei seu rosto entre minhas mãos, mantendo nossas testas juntas, tentando mostrar que eu estava ali por ele.Com cuidado, Kael segurou minhas mãos e se afastou, mas manteve minhas mãos nas suas, acariciando meus dedos com os dele. Estava preocupada e não sabia como poderia ajudar Kael a se sentir melhor. Comecei a me sentir ansiosa e inútil, já que Kael estava trabalhando tanto por mim enquanto eu apenas me escondia dentro do quarto.― Desculpe, não te trouxe aqui para falar da merda do meu passado. ― Kael olhou para a cidade com um sorriso forçado em seu rosto. ― Queria te mostrar o que tenho para oferecer e que vocês estarão seguros ao meu lado.A forma como ele incluiu o bebê em sua promessa me emocionou. Mordi o lábio para conter o choro, pois aquele não era o mom
POV LinneaPor mais que eu quisesse ficar a noite inteira com Kael, eu também entendia que havia certas limitações no momento. Devido à gravidez eu teria de ver o doutor e aquilo estava me deixando muito nervosa. Não fazia ideia de como abordar o assunto com o médico e Kael disse que iria comigo, pois ele também queria discutir algumas questões sobre a minha gestação. Vê-lo tão preocupado me deixava feliz, mas eu também me sentia culpada por não lhe dizer a verdade. Antes de voltar para o seu quarto, Kael se despediu com um longo beijo, que fez minhas pernas falharem e minha respiração vacilar. Ele parecia gostar das reações que provocava em mim. Estava tão feliz que mal consegui dormir naquela noite, revivendo cada segundo que tinha passado sozinha com Kael. Mas, diferente dos meus sentimentos de felicidade, meus sonhos me mostraram algo assustador.A cidade em chamas, pessoas correndo em desespero, meus pés e mãos tingidos com um líquidos vermelho viscoso enquanto um enorme homem l
POV LinneaO aperto das mãos de Kael em meus ombros estava ficando mais forte, me machucando e me fazendo gemer. Kael se afastou, a mão cobrindo o rosto enquanto sua respiração irregular fazia seus ombros subirem e descerem. Um rosnado profundo saiu de seus lábios e a pressão de seu poder crescia no ambiente. Na porta, Patricia caiu de joelhos, seu corpo tremendo. Kael se virou na direção de Patricia, rosnando enquanto a mulher chorava.― Loba, quem diga o que aconteceu. ― A voz grave e profunda de Kael me fez tremer com medo do que ele poderia fazer a Patricia. Quando Kael tentou se levantar, eu o segurei, abraçando seu braço em pânico. ― Espere Kael! ― Gritei, mas ele parecia não me ouvir. Seus olhos negros tinham o mesmo reflexo vermelho do lobo da minha visão.― Perdão, meu alfa. Achei que o presente destinado a senhorita era seu. ― Kael rosnou, dando mais um passo na direção de Patrícia. Suas unhas estavam longas, suas mãos em garras.Aquela figura assustadora diante de mim não
POV KaelPara não preocupar ainda mais Linnea, convoquei uma reunião do meu conselho da alcateia na empresa. Nossa chegada não foi nada discreta e os humanos que trabalhavam na mineradora ficaram chocados ao ver todos aqueles lobos. Assim que chegamos, minha secretária já tinha tudo preparado e encaminhou todos para a sala privada, anexada a minha sala, enquanto eu aproveitava para dar uma olhada em alguns documentos atrasados.― Meu alfa, sei que sou apenas uma loba ordinária, mas eu poderia dizer uma coisa? ― Olhei curioso para Emma. A loba, que sempre manteve uma postura profissional, nunca falando nada além do necessário, estava me pedindo para falar. Cruzei meus braços sobre o peito e esperei. ― Como um membro da alcateia, sei que vem encontrando obstáculos, mas também percebi, assim como muitos outros, que alfa encontrou alguém.― Fale claramente, Emma. ― Rosnei sem paciência e a loba respirou fundo, parecendo reunir coragem para continuar.― O alfa encontrou sua companheira e a
POV LinneaJá estava pronta para deitar, a lua brilhando através das janelas enquanto as cortinas se moviam suavemente com o vento, quando batidas na porta me assustaram. Olhei para a hora e meu coração se encheu de esperança de que fosse Kael e de que poderíamos dormir juntos, como da última vez. Abri a porta já com o rosto quente, mas era Carter que estava do outro lado. Ele me analisou por um curto momento e virou o rosto.― Pesso desculpas pela hora. ― Ele disse com sua voz tranquila. Olhei par ao meu corpo, lembrando que estava usando uma camisola mais curta e fina, por conta do calor que vinha sentindo nos últimos dias. Corri para dentro e peguei um casaco que estava mais perto, me cobrindo o melhor que pude. ― O alfa está chamando.Segui Carter pelo corredor, então até o escritório onde Kael e o ancião estavam em completo silêncio. O ambiente parecia tenso, Kael olhava pela janela, perdido em seus pensamentos enquanto o ancião estava no sofá, seus olhos fechados enquanto ele pa
POV LinneaUma aura nobre cercava a mulher diante de mim. Sua postura era perfeita, cada movimento que ela fazia me lembrava o bater de asas de um lindo pássaro. Por um momento eu a comparei a bruxa Fiora, que se movia como um animal selvagem, sedutora e perigosa.Caminhando até a mesa, a senhora Barbara observou o café da manhã com um rosto muito sério, então começou a mover os pratos, copos, talheres e tudo que estivesse ali. Rute observava com admiração enquanto eu me sentia cada vez mais confusa com tudo aquilo. Quando terminou, a mulher virou em nossa direção, puxando a cadeira com um lindo e caloroso sorriso.― Sente-se, senhorita Aether. ― Me senti estranha quando a senhora usou meu sobrenome, mas obedeci, indo em sua direção. ― Pare! ― Ela gritou e eu obedeci. Minha postura ficando tensa com a súbita mudança de seu tom de voz. ― Nunca mais baixe seus olhos, não ande curvada e seus pés devem ter firmeza em cada passo que der. Quem você é e o que representa, tudo isso deve ser m
POV LinneaTudo o que ouvi de Bárbara e como a história dos amantes se parecia com a minha com Kael, tudo era diferente do que eu conhecia e de como me contaram quando eu era criança. Um amor entre irmãos destruído pelo ciúme e a arrogância de ambas.― Acredito que, por hoje, isso já é o suficiente. ― Barbara disse enquanto juntava os papeis. ― Amanhã estenderemos um pouco mais o horário.Eu tinha muitas dúvidas ainda, porém não eram ligadas ao que ela tinha acabado de me ensinar, então eu me senti estranha em fazê-las. Esfreguei minhas mãos por debaixo da mesa, tantas coisas em minha mente que não notei a aproximação de Barbara.― Você não precisa se conter. Pode falar o que a esta preocupando tanto. ― Mordi o lábio, tentando encontrar uma forma que não parecesse estranha de abordar o assunto.― É que, eu estava querendo fazer algo especial para o senhor Ashfur, mas tenho medo de fazer algo que seja desrespeitoso e ele se irrite. ― Desejar agradar alguém especial não é algo que a se