POV KaelPara não preocupar ainda mais Linnea, convoquei uma reunião do meu conselho da alcateia na empresa. Nossa chegada não foi nada discreta e os humanos que trabalhavam na mineradora ficaram chocados ao ver todos aqueles lobos. Assim que chegamos, minha secretária já tinha tudo preparado e encaminhou todos para a sala privada, anexada a minha sala, enquanto eu aproveitava para dar uma olhada em alguns documentos atrasados.― Meu alfa, sei que sou apenas uma loba ordinária, mas eu poderia dizer uma coisa? ― Olhei curioso para Emma. A loba, que sempre manteve uma postura profissional, nunca falando nada além do necessário, estava me pedindo para falar. Cruzei meus braços sobre o peito e esperei. ― Como um membro da alcateia, sei que vem encontrando obstáculos, mas também percebi, assim como muitos outros, que alfa encontrou alguém.― Fale claramente, Emma. ― Rosnei sem paciência e a loba respirou fundo, parecendo reunir coragem para continuar.― O alfa encontrou sua companheira e a
POV LinneaJá estava pronta para deitar, a lua brilhando através das janelas enquanto as cortinas se moviam suavemente com o vento, quando batidas na porta me assustaram. Olhei para a hora e meu coração se encheu de esperança de que fosse Kael e de que poderíamos dormir juntos, como da última vez. Abri a porta já com o rosto quente, mas era Carter que estava do outro lado. Ele me analisou por um curto momento e virou o rosto.― Pesso desculpas pela hora. ― Ele disse com sua voz tranquila. Olhei par ao meu corpo, lembrando que estava usando uma camisola mais curta e fina, por conta do calor que vinha sentindo nos últimos dias. Corri para dentro e peguei um casaco que estava mais perto, me cobrindo o melhor que pude. ― O alfa está chamando.Segui Carter pelo corredor, então até o escritório onde Kael e o ancião estavam em completo silêncio. O ambiente parecia tenso, Kael olhava pela janela, perdido em seus pensamentos enquanto o ancião estava no sofá, seus olhos fechados enquanto ele pa
POV LinneaUma aura nobre cercava a mulher diante de mim. Sua postura era perfeita, cada movimento que ela fazia me lembrava o bater de asas de um lindo pássaro. Por um momento eu a comparei a bruxa Fiora, que se movia como um animal selvagem, sedutora e perigosa.Caminhando até a mesa, a senhora Barbara observou o café da manhã com um rosto muito sério, então começou a mover os pratos, copos, talheres e tudo que estivesse ali. Rute observava com admiração enquanto eu me sentia cada vez mais confusa com tudo aquilo. Quando terminou, a mulher virou em nossa direção, puxando a cadeira com um lindo e caloroso sorriso.― Sente-se, senhorita Aether. ― Me senti estranha quando a senhora usou meu sobrenome, mas obedeci, indo em sua direção. ― Pare! ― Ela gritou e eu obedeci. Minha postura ficando tensa com a súbita mudança de seu tom de voz. ― Nunca mais baixe seus olhos, não ande curvada e seus pés devem ter firmeza em cada passo que der. Quem você é e o que representa, tudo isso deve ser m
POV LinneaTudo o que ouvi de Bárbara e como a história dos amantes se parecia com a minha com Kael, tudo era diferente do que eu conhecia e de como me contaram quando eu era criança. Um amor entre irmãos destruído pelo ciúme e a arrogância de ambas.― Acredito que, por hoje, isso já é o suficiente. ― Barbara disse enquanto juntava os papeis. ― Amanhã estenderemos um pouco mais o horário.Eu tinha muitas dúvidas ainda, porém não eram ligadas ao que ela tinha acabado de me ensinar, então eu me senti estranha em fazê-las. Esfreguei minhas mãos por debaixo da mesa, tantas coisas em minha mente que não notei a aproximação de Barbara.― Você não precisa se conter. Pode falar o que a esta preocupando tanto. ― Mordi o lábio, tentando encontrar uma forma que não parecesse estranha de abordar o assunto.― É que, eu estava querendo fazer algo especial para o senhor Ashfur, mas tenho medo de fazer algo que seja desrespeitoso e ele se irrite. ― Desejar agradar alguém especial não é algo que a se
POV Linnea― Bem, acho que já vou indo. Meu marido está me esperando. ― Barbara se despede com um aceno de mão e volta para o elevador.A mão de Kael segurou a minha com firmeza, seu aperto machucava um pouco, mas não disse nada. Fomos até outro elevador, que se abriu assim que nos aproximamos. Em nenhum momento Kael soltou a minha mão, o que não me incomodava, mas fazia o meu coração acelerar sem controle.Um carro vermelho estava parado perto do elevador. Era estranho, pois não tinha nenhum outro carro naquele lugar. Kael soltou minha mão por um momento e foi até um suporte na parede, pegou uma chave e voltou para onde eu estava. Demos a volta no carro e Kael abriu a porta da frente. Fiquei olhando confusa para ele, que suspirou e aproximou o rosto do meu.― Entre no carro, pequena. ― Sua voz profunda fez os pelinhos do meu braço se arrepiarem.Sentei no banco e no segundo seguinte Kael estava ao meu lado. Novamente, ele se inclinou na minha direção, seu braço se estendendo enquanto
POV LinneaEstava com medo de sair do banheiro, mas não havia a possibilidade de ficar ali para sempre, sem contar que Kael ficaria preocupado comigo. Respirei fundo algumas vezes e, quando estava chegando ao final do corredor que levava ao salão, vi o homem sair irritada, Fiora logo atrás dele, mas parando várias vezes e olhando para Kael, que estava de pé ao lado da mesa com os punhos cerrados.Antes que eu me aproximasse, Kael se virou e percorreu a curta distância até mim, segurando meus ombros com uma força desnecessária, ao ponto de me fazer gemer de dor.― Ela tocou em você? O que ela falou? ― Sua voz estava tomada pela raiva, seus olhos ganhando o tom vermelho que me apavorava. Suas mãos apertaram mais e eu tentei me afastar dele.― Está me machucando, Kael. ― Disse com a voz chorosa e finalmente ele percebeu que tinha perdido o controle e me soltou.― Me desculpe. ― Ele disse, olhando mais uma vez para a porta da frente por onde o casar havia saído. ― Melhor irmos embora agor
POV KaelHavia algo estranho nos olhos de Linnea, sua pele estava pálida e pude sentir o cheiro de suor vindo dela. O som de seu coração acelerado me alertou de sua presença e, antes que eu pudesse me deter, já tinha aberto a porta. Estava me esforçando para colocar um limite em mim, ir com calma, respeitando o tempo que ela precisava para se recuperar, mas se ela continuasse aparecendo de camisola na minha porta seria impossível resistir por mais tempo. Aquele cervo insistia em ser devorado por mim e eu estava prestes a aceitar a deliciosa refeição diante de mim.― Eu sinto muito, não queria te acordar. ― Ela falou apressada, erguendo suas mãos e virando o rosto corado, mas eu percebi que seus olhos estavam chegando meu corpo.Eu tinha acabado de sair do banho, outro detalhe que vinha se repetindo, e mal estava seco quando senti o cheiro de Linnea. Olhei pelo corredor, ouvindo passos se aproximando. Possivelmente era um dos lobos que eu tinha designado para fazer ronda e vigiar o qua
POV KaelMantive meus olhos fechados, mas era impossível dormir com o cheiro e o calor de Linnea ao meu lado. Eu podia sentir seus olhos sobre mim, queimando em minha pele, os pequenos movimentos agitados que ela fazia sob as cobertas. Respirei fundo, mas foi um grande erro. Seu perfume me inundou, doce e quente, atiçando meu lobo já faminto pelo seu sabor. Estava claro que ela não conseguia dormir, algo a estava incomodando. O fato de Linnea ter aparecido na minha porta no meio da noite, trêmula e assustada, era um grande sinal de alerta para mim. A princípio eu achei que alguém poderia ter invadido, mas as defesas haviam sido reforçadas e não senti nenhum tipo de ameaça dentro da casa. Por instinto, para manter aquela linda imagem de Linnea em sua camisola longa, de cor clara, de cetim apenas para meus olhos, assim que ouvi passos se aproximando a convenci a entrar no meu quarto.A deusa sabia o quanto eu desejava aquela mulher, tanto o seu corpo quando seu jeito gentil e inocente