POV Linnea Após vários dias trancada em um quarto com Kael, Patricia conseguiu convencê-lo de que eu precisava de sol e caminhar, que faria bem para o bebê. Kael havia se tornado superprotetor, sua mão sempre sobre a minha bariga quando alguém se aproximava. Também não me sentia segura em sair para caminhar, não depois do que tinha acontecido com Rute. Com muito carinho, Patricia escolheu um vestido leve, pensando que minha bariga, que já estava crescendo, poderia ficar apertada em alguma calça. Kael não saia de perto enquanto nos preparávamos para sair, seus olhos atentos em cada movimento meu. Quando peguei minha bolsa, ele a tirou da minha mão, chamando minha atenção. ― Não saia de perto da Patricia e, se acontecer qualquer coisa, se sentir algo ou perceber alguém estranho, me ligue e volte imediatamente. ― O tom autoritário de Kael, não parecia combinar com suas palavras de preocupação, na verdade, aos meus olhos, ele parecia adorável. Fiquei na ponta dos meus pés e depositei u
POV Linnea Gritos, sirenes, vozes por toda a minha volta. Alguém me puxou pelos braços, fazendo todo o meu corpo doer. Gemi, quando fui colocada sobre algo duro, tentei abrir meus olhos, mas minha cabeça doía muito. Uma pontada na minha barriga me despertou por completo, algo quente escorrendo pelas minhas pernas. O pânico cresceu no meu peito, mas eu não conseguia erguer as minhas mãos para apoiar a minha barriga. ― Meu bebê… ― Disse com a voz chorosa, minha garganta arranhando. Tossi, sentindo o cheiro forte de fumaça. ― Por favor, meu bebê. ― Voltei a implorar a qualquer um que pudesse estar perto. Fui erguida novamente, gritos de dor escapando dos meus lábios junto as lágrimas. Minha perna esquerda era o que mais doía no meu corpo, concluí que ela estava quebrada. Mais gritos soaram ao longe, parecia a voz de Patrícia. Ergui a cabeça, forçando meus olhos a se abrirem e vi a mulher deitada no chão, ainda com o carro sobre seu corpo. Sua mão estendida na minha direção enquanto
POV Linnea Estava escuro, apenas os sons dos equipamentos conectados a mim preenchia o ar. Me levantei com cuidado, indo até onde minhas roupas haviam sido deixadas. Com cuidado, mexi nos bolsos até encontrar um pedaço de papel. A letra cursiva, profundamente marcada no papel, me deixou desconfortável. O cheiro das ervas estava mais fraco, mas era o mesmo do local do acidente. “Venha me ver quando a lua sangrar. Apenas as árvores serão testemunhas do nosso amor.” Aquele homem estava completamente louco. Talvez todos estivessem tão preocupados com meu estado de saúde que não notaram o papel, mas se Kael o tivesse encontrado, hoje estaríamos vendo no noticiário a morte de Torin Kairos. Rasguei o papel e o joguei no fundo da lixeira, cobrindo com outros papéis, então voltei para cama. Naquele momento, a única coisa em que deveria me preocupar era me recuperar o mais rápido possível, pelo bem do meu bebê. Uma grande comoção me acordou cedo na manhã seguinte. Uma gritaria do lado de f
POV Linnea O lugar era muito mais afastado do que eu pensava. Com cuidado, caminhamos por entre as árvores e pedras, parando de tempos em tempos para que eu não ficasse cansada. O ancião foi muito gentil, até se ofereceu para me carregar o restante do caminho, mas eu recusei. Seria muito constrangedor ser carregada por alguém que não fosse o Kael. Caminhamos por cerca de vinte minutos, até a entrada de uma caverna. Dois lobos montavam guarda, atentos a todos os movimentos. Quando nos notaram, ergueram suas orelhas e se colocaram em posição de ataque, mas relaxaram ao verem o ancião, baixando suas cabeças. ― Queremos ver a prisioneira, Rute La’Cost. ― A voz firme e cheia de autoridade do ancião parecia ecoar por toda a floresta. Os lobos apenas baixaram suas cabeças e abriram caminho para que passássemos. A caverna era muito escura, não havia iluminação suficiente para ver onde eu estava pisando, o que me fez caminhar apoiando minha mão na parede e tateando com o pé a minha frente.
POV Kael Saí do hospital e dispensei o carro, eu precisava correr, precisava libertar o meu lobo antes que a sede de sangue ficasse ainda mais forte. Aquele filho da puta se atreveu a tocar na minha mulher, pondo a vida dela e do bebê em risco apenas para sua diversão doentia. Tirei minhas roupas enquanto entrava mais e mais fundo na floresta, sentindo a terra sob meus pés, meu corpo começou a tremer. Os pelos brancos crescendo enquanto meus músculos mudaram, meus ossos estalando e modificando, tomando a forma do grande lobo branco. Farejei por um momento, encontrando os vestígios do locar do acidente e corri naquela direção. O carro já havia sido retirado do locar, tudo parecia limpo e normal aos olhos dos humanos, mas eu podia sentir o suave aroma de lavanda e outras ervas aromáticas. Uma bruxa que não tinha nenhum poder, só se valia de suas ervas, o que se tornou sua maior fraqueza. Corri pela floresta, voltando para a cidade e entrando pela porta dos fundos do prédio da minerado
POV Kael― Nos atacar só vai chamar atenção desnecessária, Kael. ― Gideon tentava manter um tom neutro em sua voz enquanto se movia, tentando me afastar daquele humano imprestável.― E quem disse que eu me importo com essa merda? ― Rosnei, expandindo meu poder e o fazendo recuar.― Você não se importa, mas e aquela mulher? Está tudo bem a envolver nas suas merdas? ― Rosnei alto, saltando para cima de Gideon e o segurando pelo pescoço.― Não fale dela com sua boca imunda, traidor. ― Gideon se debatia em minhas mãos, lutando por sua vida miserável, quando um estalo alto, seguido por um impacto forte em meu ombro, me fez soltá-lo.Virei e vi Torin Kairos com uma arma em suas mãos, rindo de forma histérica com o rosto contorcido. Lobisomens não eram a prova de balas, mas aquelas coisinhas não nos matavam com tanta facilidade como fazia com os humanos. Soltei Gideon e me virei para Torin, que apontada aquele brinquedo na minha direção, como se fosse capaz de me assustar. Agarrei o cano da
POV Kael― Já chega, Gideon. Já é o suficiente. ― Torin gritou de uma porta. Ri de suas palavras, apertando minhas mãos na garganta de Gideon, que tentou se desvencilhar segurando meus pulsos.― Quer dizer que agora vocês pretendem fugir? ― Aproximei meu rosto do de Gideon. ― Uma vez covarde, sempre um covarde.― Está enganado, Ashfur. ― Torin chamou. Um de seus seguranças lhe entregou um blazer, que ele vestiu calmamente. ― Eu apenas tenho algo mais importante esperando por mim.Aproveitando o momento, Gideon saltou para longe, se libertando e ficando fora do meu alcance. Rosnei furioso, pronto para atacá-los novamente. Uma muralha de humanos se formou diante de mim, bloqueando meu caminho. Um movimento inútil e irritante. Acabaria com aquele obstáculo com alguns movimentos das minhas garras e alcançaria ambos os bastardos facilmente.Dei um passo a frente, então senti um choque me consumir. Algo puxava minha mão e quando olhei para ela vi o fio vermelho. Ele estava esticado ao máxim
POV LinneaA floresta estava silenciosa, nem mesmo os pássaros pareciam querer estar naquele lugar. Caminhei com cuidado, evitando raízes altas e pedras, até que cheguei ao ponto de encontro. Finalmente eu poderia fazer algo por Kael e não ser usada como uma armadilha para destruí-lo.O telefone em meu bolso vibrou com uma mensagem. O número desconhecido avisou que em breve chegaria no local combinado. Apertei o aparelho em minhas mãos trêmulas, desejando que tudo desse certo. Mesmo sabendo que o ancião não estava longe, ainda estava assustada com o que Torin poderia fazer caso descobrisse nosso plano.Não foi difícil descobrir quem era o informante de Torin dentre os lobos de Kael. O ancião havia treinado a grande maioria deles, então um rosto diferente acabaria se destacando. Depois de identificá-lo, o ancião deixou que eu me aproximasse sozinha, para não levantar suspeitas.― Preciso enviar uma mensagem. ― Disse com uma voz calma. O espião de Torin me avaliou por um momento, então