POV Linnea Estava escuro, apenas os sons dos equipamentos conectados a mim preenchia o ar. Me levantei com cuidado, indo até onde minhas roupas haviam sido deixadas. Com cuidado, mexi nos bolsos até encontrar um pedaço de papel. A letra cursiva, profundamente marcada no papel, me deixou desconfortável. O cheiro das ervas estava mais fraco, mas era o mesmo do local do acidente. “Venha me ver quando a lua sangrar. Apenas as árvores serão testemunhas do nosso amor.” Aquele homem estava completamente louco. Talvez todos estivessem tão preocupados com meu estado de saúde que não notaram o papel, mas se Kael o tivesse encontrado, hoje estaríamos vendo no noticiário a morte de Torin Kairos. Rasguei o papel e o joguei no fundo da lixeira, cobrindo com outros papéis, então voltei para cama. Naquele momento, a única coisa em que deveria me preocupar era me recuperar o mais rápido possível, pelo bem do meu bebê. Uma grande comoção me acordou cedo na manhã seguinte. Uma gritaria do lado de f
POV Linnea O lugar era muito mais afastado do que eu pensava. Com cuidado, caminhamos por entre as árvores e pedras, parando de tempos em tempos para que eu não ficasse cansada. O ancião foi muito gentil, até se ofereceu para me carregar o restante do caminho, mas eu recusei. Seria muito constrangedor ser carregada por alguém que não fosse o Kael. Caminhamos por cerca de vinte minutos, até a entrada de uma caverna. Dois lobos montavam guarda, atentos a todos os movimentos. Quando nos notaram, ergueram suas orelhas e se colocaram em posição de ataque, mas relaxaram ao verem o ancião, baixando suas cabeças. ― Queremos ver a prisioneira, Rute La’Cost. ― A voz firme e cheia de autoridade do ancião parecia ecoar por toda a floresta. Os lobos apenas baixaram suas cabeças e abriram caminho para que passássemos. A caverna era muito escura, não havia iluminação suficiente para ver onde eu estava pisando, o que me fez caminhar apoiando minha mão na parede e tateando com o pé a minha frente.
POV Kael Saí do hospital e dispensei o carro, eu precisava correr, precisava libertar o meu lobo antes que a sede de sangue ficasse ainda mais forte. Aquele filho da puta se atreveu a tocar na minha mulher, pondo a vida dela e do bebê em risco apenas para sua diversão doentia. Tirei minhas roupas enquanto entrava mais e mais fundo na floresta, sentindo a terra sob meus pés, meu corpo começou a tremer. Os pelos brancos crescendo enquanto meus músculos mudaram, meus ossos estalando e modificando, tomando a forma do grande lobo branco. Farejei por um momento, encontrando os vestígios do locar do acidente e corri naquela direção. O carro já havia sido retirado do locar, tudo parecia limpo e normal aos olhos dos humanos, mas eu podia sentir o suave aroma de lavanda e outras ervas aromáticas. Uma bruxa que não tinha nenhum poder, só se valia de suas ervas, o que se tornou sua maior fraqueza. Corri pela floresta, voltando para a cidade e entrando pela porta dos fundos do prédio da minerado
POV Kael― Nos atacar só vai chamar atenção desnecessária, Kael. ― Gideon tentava manter um tom neutro em sua voz enquanto se movia, tentando me afastar daquele humano imprestável.― E quem disse que eu me importo com essa merda? ― Rosnei, expandindo meu poder e o fazendo recuar.― Você não se importa, mas e aquela mulher? Está tudo bem a envolver nas suas merdas? ― Rosnei alto, saltando para cima de Gideon e o segurando pelo pescoço.― Não fale dela com sua boca imunda, traidor. ― Gideon se debatia em minhas mãos, lutando por sua vida miserável, quando um estalo alto, seguido por um impacto forte em meu ombro, me fez soltá-lo.Virei e vi Torin Kairos com uma arma em suas mãos, rindo de forma histérica com o rosto contorcido. Lobisomens não eram a prova de balas, mas aquelas coisinhas não nos matavam com tanta facilidade como fazia com os humanos. Soltei Gideon e me virei para Torin, que apontada aquele brinquedo na minha direção, como se fosse capaz de me assustar. Agarrei o cano da
POV Kael― Já chega, Gideon. Já é o suficiente. ― Torin gritou de uma porta. Ri de suas palavras, apertando minhas mãos na garganta de Gideon, que tentou se desvencilhar segurando meus pulsos.― Quer dizer que agora vocês pretendem fugir? ― Aproximei meu rosto do de Gideon. ― Uma vez covarde, sempre um covarde.― Está enganado, Ashfur. ― Torin chamou. Um de seus seguranças lhe entregou um blazer, que ele vestiu calmamente. ― Eu apenas tenho algo mais importante esperando por mim.Aproveitando o momento, Gideon saltou para longe, se libertando e ficando fora do meu alcance. Rosnei furioso, pronto para atacá-los novamente. Uma muralha de humanos se formou diante de mim, bloqueando meu caminho. Um movimento inútil e irritante. Acabaria com aquele obstáculo com alguns movimentos das minhas garras e alcançaria ambos os bastardos facilmente.Dei um passo a frente, então senti um choque me consumir. Algo puxava minha mão e quando olhei para ela vi o fio vermelho. Ele estava esticado ao máxim
POV LinneaA floresta estava silenciosa, nem mesmo os pássaros pareciam querer estar naquele lugar. Caminhei com cuidado, evitando raízes altas e pedras, até que cheguei ao ponto de encontro. Finalmente eu poderia fazer algo por Kael e não ser usada como uma armadilha para destruí-lo.O telefone em meu bolso vibrou com uma mensagem. O número desconhecido avisou que em breve chegaria no local combinado. Apertei o aparelho em minhas mãos trêmulas, desejando que tudo desse certo. Mesmo sabendo que o ancião não estava longe, ainda estava assustada com o que Torin poderia fazer caso descobrisse nosso plano.Não foi difícil descobrir quem era o informante de Torin dentre os lobos de Kael. O ancião havia treinado a grande maioria deles, então um rosto diferente acabaria se destacando. Depois de identificá-lo, o ancião deixou que eu me aproximasse sozinha, para não levantar suspeitas.― Preciso enviar uma mensagem. ― Disse com uma voz calma. O espião de Torin me avaliou por um momento, então
POV KaelVoltei a minha forma humana assim que senti a presença de Carter se aproximando. A sensação de ser puxado diminuiu e o fio vermelho desapareceu novamente. Naquele momento, senti que Linnea poderia estar correndo algum perigo, mas a sensação simplesmente desapareceu. Carter me encontrou, coberto com o sangue dos lobos que eu havia matado. Não precisei dizer nada. Meu beta farejou e identificou o cheiro.― Sabia que deveria ter matado aquela bruxa a muito tempo. ― Ele disse me estendendo uma muda de roupas e olhando ao redor. ― Foram forçados a lutar até a morte, meras iscas.― Aquela puta está trabalhando com Alaric e Torin, os manipulando. ― Carter me observou com atenção. Então seu celular tocou.― A senhorita voltou para a alcateia. Parece que o ancião estava com ela. Ao ouvir a notícia, meu sangue ferveu no mesmo instante. Gideon estava muito seguro de suas palavras e aquilo me incomodou muito mais do que realmente deveria. Precisava tirar aquilo a limpo de uma vez.Mais
POV LinneaAlgo parecia errado, me sentia agitada, meu coração apertado. Abri os olhos, tudo estava escuro no quarto, então me sentei na cama. Olhei ao redor e vi Kael sentado no pequeno sofá, a cabeça baixa escondida em suas mãos. Seu grande corpo estava arqueado para frente, a respiração tensa, como se tentasse conter algo. Assustada, me levantei e corri até ele, caindo de joelhos na sua frente e segurando seu rosto entre as minhas mãos. O escuro não me permitia ver claramente, mas eu estava acostumada com aquela sensação.Com as pontas de meus dedos, acariciei seu rosto, traçando a linha forte de sua mandíbula e queixo desenhado. Continuei a explorar aquele rosto que decorei há tanto tempo, sentindo a tensão em seus músculos. Acariciei suas bochechas com meus polegares e senti sua mão segurando a minha. Seus lábios tocaram a palma da minha mão, macios e urgentes.― Kael. ― Chamei por seu nome, mas ele se manteve em silêncio. Seu corpo parecia relaxar aos pouco enquanto ele respirav