CAPÍTULO 80 Theodoro Almeida — Theodoro, eu vou esperar no carro. — Vicente logo avisou. Fiquei olhando para a Valéria, tentando entender as suas reações, mas a safada tinha um semblante tranquilo, e aquilo me deixou irritado. — Me diga, Valéria! Por que está defendendo um sequestrador, que fez tudo isso com você? — segurei nos ombros dela, a olhando intensamente. Nunca senti tamanha incomodação com alguma coisa, e fiquei com raiva daquele cara, não sei porque. E, agora a Val simplesmente o está defendendo? — Bom, na verdade... o velho não existe mais. Esse é Ezequiel, filho... — Então, esse é o filho do velho, que simplesmente se achou no direito de te roubar de mim? — ela sorriu, passou a mão no meu rosto. — Não, exatamente. Você está chateado, tenente Almeida! — tirei a mão dela do meu rosto. — Não estou chateado, apenas... ah! Para de me chamar de Tenente Almeida, pra você é Theodoro, marido, qualquer coisa do tipo, mas não chame como um do
CAPÍTULO 81 Theodoro Almeida — Suponho que tenha esquecido, cunhada... a sua cabeça está meio confusa para uma moça tão jovem, acabou esquecendo os motivos que nos trouxeram até aqui? — falei irritado, hoje não estou num bom dia, essa jovem não está pensando em descartar seu veneno na Valéria, está? — Ah, é que a Val se veste tão bem, agora! — se aproximou, e ao invés de cumprimentar a irmã, tocou na roupa dela, avaliando o tecido, seus olhos esbanjaram inveja. — Acontece que a minha esposa foi sequestrada! Não te ocorreu que uma pessoa sequestrada não pode comprar presentes? — puxei a Valéria para o meu abraço de lado, e Raquel deu um sorriso sem graça, mas só faltava limpar a mão que tocou no vestido, como se não tivesse ficado louca por um desse. — Está tudo bem, Théo. Como está minha irmã? — Valéria perguntou engolindo o assunto, procurou Raquel com as mãos, e me deu asco de ver a forma como a irmã a cumprimentou, parecia com nojo. — Pelo visto, você está bem melhor ag
CAPÍTULO 82 Valéria Muniz Que loucura, meu Deus! Raquel é tão difícil, tenho medo que não me deixe levar os meninos, justo agora que Theodoro também quer levá-los, mas levá-la junto vai me dar trabalho, é muito parecida com Aaron. Então tentei convencê-la: — Raquel, você não quer ficar aqui? Lembra que falou em estudar? Quem sabe se... — Não, Valéria! Você acha que só você tem direito de sair de casa? — ela me interrompeu. — Não foi o que eu disse... — Val, tudo bem! — Theodoro colocou a sua mão sobre a minha — Podemos levá-la, o importante agora é cuidar dos seus irmãos, não é? — balancei a cabeça, concordando. — Vou verificar com o médico se podemos levá-los agora, e já volto. — Tudo bem. — ele saiu, então sentei na cama com os meninos, Adam estava encostado nas minhas pernas e Abel deitado. — Pelo visto tá vivendo vida boa, né? Quem sabe não dou sorte por lá, também? — fiquei sem graça com o comentário dela, mas penso que tem razão. — Sim, quem sabe... — Aaron
CAPÍTULO 83 Theodoro Almeida Essa Raquel se intromete demais, precisei ser rápido para enfiar o colar no bolso, é um saco estar no mesmo ambiente que ela, mas fui ligeiro e menti que era a caixa a ser guardada. — Essa caixa é de um valor sentimental pra Val, mas nem vamos falar sobre isso, com certeza você não entenderia. — fiz questão de mostrar a caixinha simples, e foi bom ver a cara de nojo dela. — Esse treco feio, aí? — veio mais perto para olhar — Nossa, a Valéria não mudou nada, tem um mal gosto dos infernos! — Raquel estava com uma cara péssima, e Valéria assustada, provavelmente tentando entender. — Quer guardar para a sua irmã, Raquel? Ela quer que cuide e guarde muito bem dessa caixinha! — zombei. — Ah, não! Você que é o marido, guarde esse treco feio enferrujado! — Ela está falando da minha caixa, Théo? — Valéria questionou com a voz meio baixa. — Sim querida! Mas não soube apreciar essa beleza! — me aproximei mais da Val. — Eu vou fazer as malas, com li
CAPÍTULO 84 Raquel Muniz (Horas antes) “Vicente mal olhou na minha cara, mas me entregou seu cartão?“ — Vai mesmo me entregar o seu cartão? — olhei desconfiada, porque motorista já vi que não é, muito menos solteiro, pois usa uma aliança enorme, então... — Sim, compre para a viagem, sua irmã pediu por você! — o tal Vicente respondeu e agora entendi... Valéria é muito burra mesmo, deve ter implorado para que me recompensassem, já que fiquei com todo o trabalho duro de cuidar daqueles meninos ingratos, enquanto ela torrava o dinheiro da mamãe por aí. — Está bem, depois não reclame, ou me peça para pagar, porque não tenho dinheiro! — puxei o cartão e me assustei ao ouvir um dos caras engravatados: — Me acompanhe, senhorita! Vou te levar nas lojas. — nem questionei, fui na mesma hora, estava ansiosa para gastar muito. Quando entrei no carro, perguntei para o motorista: — Esse seu chefe é do dinheiro? Digo, tipo: bem rico? — Sim. — sorri, escolhendo a loja mais cara. Op
CAPÍTULO 85 Theodoro Almeida No voo, apenas fiquei olhando, como Valéria tem facilidade de cuidar dos meninos sem ver nada. Até cheguei a pensar que os novos óculos fossem melhores, mas quando coloquei a mão no bolso e toquei no colar, me lembrei que ela comentou que não via quase nada no outro momento, e aproveitei para ajudá-la a trocar. — Querida, eu estou com seus óculos aqui, aliás... como conseguiu outro tão rápido? — Ah, você encontrou? Onde está? — se virou pra mim, provavelmente pelo som da minha voz. — Aqui. — entreguei a ela, que começou a trocar. — Esse foi Ezequiel que me deu. Ele é oftalmologista, tem mais máquinas para exames na casa dele, do que no hospital que fomos, e ele também tem uma ótica! — trocou de óculos, enquanto eu me esforçava para ficar calado, “aquele cara não perdeu tempo com ela!“ “Ainda é oftalmologista?“ — Val, esse que está é mais bonito... — Abel falou, e olhei rapidamente pra ele, preferia mil vezes os óculos antigo. — Não é nada,
CAPÍTULO 86 Valéria Muniz Percebi na voz do Theodoro, como algo estava o incomodando. — O que quer saber, exatamente? Sobre Ezequiel? — Ele fez isso por conta própria? Porque te levou? Você disse que o velho morreu? — Bom, vamos por partes... na verdade, ele matou aquele homem. — segurou bem firme na minha mão. — Nossa, olha como você correu riscos! — Não sei se entendi direito, mas o velho realmente era um homem ruim e que fazia tudo o que dizem por aí. A mãe desse que você conheceu, sofreu nas mãos do velho Ezequiel, e precisou engravidar de outro homem escondida, e esse na verdade, nem é filho biológico daquele homem nojento. — Nossa, e ele o matou, então? Não foi preso? — Eu não perguntei sobre isso. Eu só queria ir embora. — ele abraçou a minha cintura. — Ainda bem que veio... como foi lá? — Foram os agentes dele que me levaram, Ezequiel nem mesmo veio até aqui. Me aplicaram algo para que eu dormisse a viagem toda, já acordei lá. — Meu Deus! Será que não
CAPÍTULO 87 Valéria Muniz A água quente caía suavemente sobre nós, criando um véu de vapor que envolvia nossos corpos, eu conseguia sentir através da minha pele, com parte do meu corpo que não estava debaixo da água. Eu também podia sentir a força do desejo pulsando entre nós, enquanto Theodoro me puxava para mais perto, seus lábios buscando os meus com uma fome ardente, e eu correspondia a cada iniciativa. — Eu fiquei desesperada quando percebi que ficaria longe de você. — falei baixinho, estiquei as minhas mãos sobre o seu peitoral, aquilo me deixava confortável. Deslizei fazendo uma leve massagem, envolta numa sensualidade que sei que ele gosta. “Seus sussurros nunca passam despercebidos, tenente!“ “Estou entendendo exatamente como você gosta!“ “Cada movimento, cada barulho, me mostram um pouquinho mais de você!“ “Não preciso te ver para reconhecer isso!“ — Eu também, minha menina! — sorri ao ouvir dele que também sentiu a minha falta, sendo desperta de tantos