CAPÍTULO 78 Valéria Muniz Luciana veio organizar as coisas, e me mostrar como me locomover. — Luciana... é muito difícil fugir daqui? Como é o lugar? — Na verdade, é todo aberto. Ninguém vai te impedir se quiser ir, mas te aconselho a esperar. Ezequiel é um homem bom, deve estar preparando um lugar legal para você ir, ou algo do tipo. Não tenha pressa. — Eu só quero voltar pra casa... — Bom, se quiser ir embora, os portões estão abertos, mas nesse horário, cega e sozinha? Acho melhor esperar que ele te ajude. — Você tem razão. — me deitei na cama, fiquei quietinha, lembrando como é gelado dormir sozinha. Ouvi quando Luciana saiu, mas eu não tinha sono, fiquei me virando na cama a noite toda, até que fui vencida pelo cansaço e acabei pegando no sono. . Ao levantar pela manhã, fiz a minha higiene e percebi que a porta do quarto abriu. Depois de pensar muito, estava disposta a convencer Ezequiel de que ele deveria me levar pra
CAPÍTULO 79 Theodoro Almeida — Será que o endereço seria tão óbvio assim? — comentei com o Vicente ao nos aproximarmos do local. — Não sei, mas precisamos de um ponto de partida. — Talvez precisemos utilizar a arma, então deixe isso comigo, você pode se complicar. — o avisei. — Não tenho medo, fique tranquilo! — Os carros que alugamos pararam, eu e Vicente descemos, era um lugar com muros altos, olhando de fora parecia uma fábrica. — É melhor apertarmos o interfone e nos informar, ao invés de invadir. O local pode nem ser do velho. — comentei, Vicente assentiu. — Tem razão. — nos aproximamos e esperamos atendimento, até que um homem apareceu, na guarita. — O que querem? — Estamos à procura de: Valéria Muniz, a minha esposa! — falei encarando o homem. — Aqui, ela não está! Não recebi ninguém com esse nome. — olhei para o Vicente, a minha paciência havia acabado. — Olha só, cara... eu estou perguntando com educação, mas vocês me
CAPÍTULO 80 Theodoro Almeida — Theodoro, eu vou esperar no carro. — Vicente logo avisou. Fiquei olhando para a Valéria, tentando entender as suas reações, mas a safada tinha um semblante tranquilo, e aquilo me deixou irritado. — Me diga, Valéria! Por que está defendendo um sequestrador, que fez tudo isso com você? — segurei nos ombros dela, a olhando intensamente. Nunca senti tamanha incomodação com alguma coisa, e fiquei com raiva daquele cara, não sei porque. E, agora a Val simplesmente o está defendendo? — Bom, na verdade... o velho não existe mais. Esse é Ezequiel, filho... — Então, esse é o filho do velho, que simplesmente se achou no direito de te roubar de mim? — ela sorriu, passou a mão no meu rosto. — Não, exatamente. Você está chateado, tenente Almeida! — tirei a mão dela do meu rosto. — Não estou chateado, apenas... ah! Para de me chamar de Tenente Almeida, pra você é Theodoro, marido, qualquer coisa do tipo, mas não chame como um do
CAPÍTULO 81 Theodoro Almeida — Suponho que tenha esquecido, cunhada... a sua cabeça está meio confusa para uma moça tão jovem, acabou esquecendo os motivos que nos trouxeram até aqui? — falei irritado, hoje não estou num bom dia, essa jovem não está pensando em descartar seu veneno na Valéria, está? — Ah, é que a Val se veste tão bem, agora! — se aproximou, e ao invés de cumprimentar a irmã, tocou na roupa dela, avaliando o tecido, seus olhos esbanjaram inveja. — Acontece que a minha esposa foi sequestrada! Não te ocorreu que uma pessoa sequestrada não pode comprar presentes? — puxei a Valéria para o meu abraço de lado, e Raquel deu um sorriso sem graça, mas só faltava limpar a mão que tocou no vestido, como se não tivesse ficado louca por um desse. — Está tudo bem, Théo. Como está minha irmã? — Valéria perguntou engolindo o assunto, procurou Raquel com as mãos, e me deu asco de ver a forma como a irmã a cumprimentou, parecia com nojo. — Pelo visto, você está bem melhor ag
CAPÍTULO 82 Valéria Muniz Que loucura, meu Deus! Raquel é tão difícil, tenho medo que não me deixe levar os meninos, justo agora que Theodoro também quer levá-los, mas levá-la junto vai me dar trabalho, é muito parecida com Aaron. Então tentei convencê-la: — Raquel, você não quer ficar aqui? Lembra que falou em estudar? Quem sabe se... — Não, Valéria! Você acha que só você tem direito de sair de casa? — ela me interrompeu. — Não foi o que eu disse... — Val, tudo bem! — Theodoro colocou a sua mão sobre a minha — Podemos levá-la, o importante agora é cuidar dos seus irmãos, não é? — balancei a cabeça, concordando. — Vou verificar com o médico se podemos levá-los agora, e já volto. — Tudo bem. — ele saiu, então sentei na cama com os meninos, Adam estava encostado nas minhas pernas e Abel deitado. — Pelo visto tá vivendo vida boa, né? Quem sabe não dou sorte por lá, também? — fiquei sem graça com o comentário dela, mas penso que tem razão. — Sim, quem sabe... — Aaron
CAPÍTULO 83 Theodoro Almeida Essa Raquel se intromete demais, precisei ser rápido para enfiar o colar no bolso, é um saco estar no mesmo ambiente que ela, mas fui ligeiro e menti que era a caixa a ser guardada. — Essa caixa é de um valor sentimental pra Val, mas nem vamos falar sobre isso, com certeza você não entenderia. — fiz questão de mostrar a caixinha simples, e foi bom ver a cara de nojo dela. — Esse treco feio, aí? — veio mais perto para olhar — Nossa, a Valéria não mudou nada, tem um mal gosto dos infernos! — Raquel estava com uma cara péssima, e Valéria assustada, provavelmente tentando entender. — Quer guardar para a sua irmã, Raquel? Ela quer que cuide e guarde muito bem dessa caixinha! — zombei. — Ah, não! Você que é o marido, guarde esse treco feio enferrujado! — Ela está falando da minha caixa, Théo? — Valéria questionou com a voz meio baixa. — Sim querida! Mas não soube apreciar essa beleza! — me aproximei mais da Val. — Eu vou fazer as malas, com li
CAPÍTULO 84 Raquel Muniz (Horas antes) “Vicente mal olhou na minha cara, mas me entregou seu cartão?“ — Vai mesmo me entregar o seu cartão? — olhei desconfiada, porque motorista já vi que não é, muito menos solteiro, pois usa uma aliança enorme, então... — Sim, compre para a viagem, sua irmã pediu por você! — o tal Vicente respondeu e agora entendi... Valéria é muito burra mesmo, deve ter implorado para que me recompensassem, já que fiquei com todo o trabalho duro de cuidar daqueles meninos ingratos, enquanto ela torrava o dinheiro da mamãe por aí. — Está bem, depois não reclame, ou me peça para pagar, porque não tenho dinheiro! — puxei o cartão e me assustei ao ouvir um dos caras engravatados: — Me acompanhe, senhorita! Vou te levar nas lojas. — nem questionei, fui na mesma hora, estava ansiosa para gastar muito. Quando entrei no carro, perguntei para o motorista: — Esse seu chefe é do dinheiro? Digo, tipo: bem rico? — Sim. — sorri, escolhendo a loja mais cara. Op
CAPÍTULO 85 Theodoro Almeida No voo, apenas fiquei olhando, como Valéria tem facilidade de cuidar dos meninos sem ver nada. Até cheguei a pensar que os novos óculos fossem melhores, mas quando coloquei a mão no bolso e toquei no colar, me lembrei que ela comentou que não via quase nada no outro momento, e aproveitei para ajudá-la a trocar. — Querida, eu estou com seus óculos aqui, aliás... como conseguiu outro tão rápido? — Ah, você encontrou? Onde está? — se virou pra mim, provavelmente pelo som da minha voz. — Aqui. — entreguei a ela, que começou a trocar. — Esse foi Ezequiel que me deu. Ele é oftalmologista, tem mais máquinas para exames na casa dele, do que no hospital que fomos, e ele também tem uma ótica! — trocou de óculos, enquanto eu me esforçava para ficar calado, “aquele cara não perdeu tempo com ela!“ “Ainda é oftalmologista?“ — Val, esse que está é mais bonito... — Abel falou, e olhei rapidamente pra ele, preferia mil vezes os óculos antigo. — Não é nada,