Naquele momento, quando ele me beijou, eu sabia que meu relacionamento tinha acabado.
*
*
*
Qual é o meu limite? Até quando arrastar um relacionamento que no fundo, já sabemos que não terá futuro, abrir mão da segurança de alguém que já se conhece chega a me dar tremedeira nos ossos, não estou pronta pra isso, pensei.
Meu relacionamento com Marcos já não era lá essas coisas, apesar de estarmos juntos há um tempo, nunca me senti tão distante, queremos coisas absurdamente diferentes, eu quero o mundo, quero sonhar (ainda que não realize), e ele está feliz onde está, será que isso vai funcionar?
Meus pais são casados há mais de 20 anos, eles não desistiram um do outro, mesmo quando tiveram problemas, é isso que eu quero para mim também, nem todos os dias serão fáceis, mas eu quero um amor que fique, pra vida toda.
Enquanto eu estava perdida em pensamentos, quase perdi a hora de ir pra faculdade, me arrumei com a rapidez de uma tartaruga enquanto aquela coceira não saia de dentro da minha cabeça, mas sinceramente, eu sabia que não faria nada a respeito, talvez estivesse apenas procurando motivos pra não querer mais aquele relacionamento, talvez o problema fosse eu mesma.
Terminei de pentear meu cabelo, estava com nozinhos nas pontas, meu cabelo já era naturalmente em um tom de loiro escuro, e descia liso um pouco pra baixo do peito, já estava passando da hora de cortar, e novamente me perdi no pensamento.
- MEU DEUS! Olha a hora, a Mariana vai me matar – gritei quando vi o relógio, já era quase 8 horas da manhã e a aula ia começar em 15 minutos.
Eu e a Mariana somos melhores amigas desde o começo da faculdade de direito, agora que estamos no último ano, já temos a sobrecarga de ter que decidir o que fazer da vida (como é difícil ser eu – Mia Collucci chora), e além disso ela ainda é obrigada, na sua função de melhor amiga, a me aturar com um namoro desgastado enquanto ela tem um ótimo relacionamento de anos com o namorado dela, será que um dia vai chegar a minha vez de ter um amor assim?
Atravessei o pátio da faculdade correndo, sabia que estava atrasada, passando pelos pilares de cimento vi a Mari de longe, com seu cabelo ruivo nas costas, não tinha como confundir.
- Mari! Não me mata, cheguei – disse ofegante.
- Porra se você me abandonar aqui, eu te busco pelo cabelo – A ameaça dela foi brincadeira, mas ela faria se precisasse.
- Jamais, como você viveria sem a minha companhia? – Rimos e entramos para aula.
Durante a aula, Mari percebeu que eu estava inquieta, olhando para o celular, sem dar muita atenção para aula de direito de família (quem poderia julgar?)
- Está tudo bem? – Ela perguntou, seus olhos cor de avelã mostravam a preocupação, ela me conhecia bem demais para que eu pudesse mentir, ela saberia na hora.
- Na verdade não, mas nenhuma novidade – Respondi.
- É o Marcos, não é? – Ela perguntou, assenti.
- Mal nos falamos essa semana Mari, tô me sentindo uma covarde, já sei que precisamos conversar e não consigo.
- Para com isso, não tem nada de covarde, é uma decisão difícil, esse tipo de coisa sempre envolve bem mais do que o casal, tem amigos, família, eu entendo você pensar bem antes de tomar qualquer decisão, só quero minha amiga de volta, com fogo que eu sei que você tem! – Não havia nada no mundo que a Mari não fizesse por mim, e a recíproca era completamente verdadeira.
Mari era minha amiga desde o começo da faculdade, tinha se tornado minha melhor amiga, minha irmã de alma, daquelas que nem sempre sabemos quando chegam na nossa vida, mas fazem nossa jornada se tornar mais feliz, senti um abraço no coração com as palavras dela, mas também uma tristeza, era nítido assim que eu estava passando por uma fase conturbada? Preciso dar um jeito nisso.
*
*
*
Durante o intervalo, não entramos mais no assunto, sentamos nos banquinhos de praça que tinham espalhados por toda a faculdade, aproveitamos para tomar um café e pegar a sombra deliciosa da árvore sobre o banco. Conversamos um pouco com nossa amiga Fernanda, ela era de outro curso, mas eu e ela nos conhecíamos desde de crianças, eu apresentei a Mari pra ela quando entramos na faculdade, e acabamos todas ficando amigas, Fer fazia psicologia, o campus dela era longe do nosso na verdade, o que me fez suspeitar que ela não estava ali somente para bater papo.
Ela estava mexendo no seu longo cabelo preto, que ia para baixo do umbigo, estava nervosa.
- O que aconteceu? – Perguntei.
- Não aconteceu nada – ela respondeu, mas seu semblante mudou, era um misto de vontade de rir e medo.
- Bora! Assim você mata o fofoqueiro – falei, elas riram.
- Por favor, não fica brava, mas passei o seu contato pra uma pessoa, e em minha defesa, eu lutei muito pra não passar, mas não tive paz um minuto, o gato é duro na queda – Fernanda falou, esperando minha reação, que no caso, foi ficar muda.
- Que pessoa? – Mari perguntou, me cutucando pra ver se eu saia do transe.
- Pedro – Fer respondeu.
- Que Pedro? – Mari continuou – Meu deus mulher, conta direito.
- O Pedro! Pedro Lima, a Nic conhece – Ela respondeu.
Nesse meio tempo, enquanto elas conversavam, eu estava paralisada tentando puxar na memória, quem diabos era Pedro Lima?
Minha ficha caiu, Pedro Lima, playboyzinho, valia centavos no máximo, era agrônomo, alguns anos mais velho que nós, eu só sabia mesmo que ele trabalhava nas coisas do pai dele, e tinha uma reputação duvidosa com mulheres, solteiro há anos, trombei com ele algumas vezes na nossa cidade natal, em Boituva, mas nunca tive nenhum contato.
- Fer, mas por que você passou meu contato? Você sabe que eu não posso – Disse, começando a achar graça da situação toda.
- Amiga eu juro, ele não me deu paz, ele ficou infernizando até eu passar, e ele sabe que você namora, ele só... não sei, não recuou, por favor, não me odeie, dê um fora você mesma, pelo menos assim ele vai saber que você não quer, e não sou eu que estou empacando. – Quando Fer disse isso, eu me peguei cogitando aquilo, meu Deus, como assim? Eu tenho namorado, não posso pensar nessas coisas, não vou conversar com outro cara, nem de brincadeira.
Era engraçado, já fazia um tempo que eu me sentia meio invisível, eu sei que sou uma mulher bonita, mas não tenho nenhum atributo que chame atenção, meus olhos são grandes e castanhos, com meu 1,60 de altura, estou muito longe de parecer uma modelo, parece que depois de um tempo namorando, esqueci um pouco que outras pessoas ainda podiam me enxergar, nunca achei que poderia ter alguém observando, cobiçando.
- Fica em paz, pode ser que ele nem venha falar nada, deve ser fogo de palha dele, não estou brava amiga, e se, por acaso ele tiver essa audácia toda, vai tomar um toco rapidinho – respondi, rimos de toda aquela situação e fomos voltando para aula, Fer pegou o caminho de volta para o campus dela, e eu e a Mari estávamos voltando para o nosso corredor.
Durante essa caminhada, Mari estava me encarando, com a expressão de quem queria falar alguma coisa, mas estava era com medo de falar e começar a rir.
- O que foi criatura? – Falei para ela.
- O que? Eu não disse nada – Ela respondeu sem conseguir esconder o riso.
- E eu não te conheço? Solta logo.
- Eu acho que você devia falar com ele – Mari disse medindo minha reação.
- Com Pedro?! Tá doida? Primeiro que eu tenho namorado, segundo que ele tem a maior fama de que não vale nada, e terceiro EU TENHO NAMORADO, esqueceu? – Respondi rindo também.
- Calma Nic, não foi bem isso que eu quis dizer... Está bem claro que você precisa se resolver com Marcos, mas talvez não faça mal você só conversar com outra pessoa, não precisa ter uma conotação de segundas intenções, mas amiga, você tá precisando de um up, de um pouco de emoção! Não estou dizendo pra você trair o Marcos, mas às vezes é o que falta, você sentir como seria a vida sem ele, pra tomar coragem, ou ver se realmente quer ficar com ele – Mari realmente acreditava no que estava dizendo, eu por outro lado, estava longe de achar que aquilo de alguma forma resolveria minha vida.
- Você é doida! Se eu tinha alguma dúvida, agora tenho certeza. – Suspirei - Queria eu ter um relacionamento igual ao seu, vocês estão juntos a quanto tempo mesmo? 7 anos? – Perguntei.
- 8 – ela sorriu, mas não foi o sorriso genuíno de sempre, foi só um sorriso, mas ela não entrou no assunto, e com Mari é melhor não forçar, ela geralmente fala quando está pronta pra conversas, assim, eu também não disse nada a respeito, entramos para aula e ficamos até o fim do segundo período.
Naquela tarde, a minha cabeça ficou zunindo, pairando com toda aquela adrenalina da conversa que tive com a Fer e a Mari de manhã.
Agora não era a hora, precisava me concentrar, com o último ano da faculdade, além do estágio, ainda estava preparando minha monografia e também estudando para o exame da ordem, a última coisa que eu precisava nesse momento era de problemas para a minha cabeça.
Muito menos um cara, de reputação duvidosa, e já com o meu relacionamento indo pelo ralo a qualquer momento, ali, eu decidi mandar uma mensagem para o Marcos:
Nicole B.: Quer fazer alguma coisa hoje?
Passaram horas até que eu tivesse uma resposta, mas percebi que não estava ansiosa, na verdade tinha até esquecido da mensagem.
Marcos: Não dá, muito trabalho aqui, final de mês gata, a grana tá curta
Bufei, era sempre a mesma história, e antes que alguém venha me criticar, é claro que eu poderia pagar um drink para o meu namorado, o que me pegava mesmo era a falta de interesse, ele estava sempre com a grana curta – para mim -, estava sempre sem tempo – para mim -, estava sempre sem sinal – para falar comigo -, nossa eu estava mesmo de saco cheio, não respondi a mensagem, continuei fazendo o que precisava fazer, adiantando as pesquisar da minha monografia e de quebra, tentando pensar o mínimo possível naquilo.
Eu só queria me sentir amada, valorizada, será que é pedir muito? Preciso parar de assistir séries melosas do N*****x, isso deve estar fazendo lavagem cerebral em mim, acorda mulher, esse tipo de paixão só acontece em filmes.
Já estava arrumando minhas coisas para sair da biblioteca da faculdade, juntando livros e fechando canetas, olhei pela janela e vi que já estava quase escurecendo, estava na hora de ir pra casa, eu estava com a cabeça cheia, precisava de um banho, um chá e minha cama.
Saindo da faculdade senti meu celular vibrar com uma mensagem, peguei da bolsa para ver, e senti meu coração batendo no ouvido, minhas mãos ficaram frias, a mensagem não era de um número salvo, eu não tinha aquele contato.
Pedro Lima: Estou sabendo que essa mensagem não é mais uma surpresa pra você.
Há quem diga que eu sempre conquistei tudo o que eu queria, e que muita dessa conquista é fruto da minha herança. A bem da verdade, eu sempre fui assunto para as pessoas, estou acostumado a ser medido da cabeça aos pés por todos os lugares em que eu chego. Não sei explicar bem o porquê disso, mas talvez esteja relacionado ao fato de que tenho 1,85 de altura, cabelo castanho escuro, pele bronzeada e o corpo estruturado, definido, em razão dos esforços que a agropecuária exige. Nascer e crescer numa cidade pequena não é tarefa fácil, mas os comentários que me rodeiam nunca foram suficientes para me abalar. No fundo, eu gosto é que falem de mim, isso me ajuda a afastar pessoas imaturas, inseguras e falsas. Então o veneno, na dose certa, acaba servindo como a cura, como é no meu caso. Embora minha fama seja de um homem de sorte, cheio de mulheres desejáveis a minha volta, há tempos não me sinto atraído por nenhuma delas. Relacionamento amoroso nunca foi o m
Aquilo não podia ser real, eu era uma piada pra Deus? Uma coisa era cogitar que ele poderia mandar uma mensagem, outra era realmente ele mandar. Fiquei igual uma idiota, olhando pro celular, parada na calçada, desliguei a tela joguei o celular na bolsa e fui andando até minha casa, como morava perto da faculdade, era muito comum ir a pé, e hoje, aqueles quarteirões nunca pareceram tão longos. Fingi que estava tudo bem, e que nem estava pensando na tal mensagem, mas a verdade é que eu estava me coçando para responder, e responder o quê? Eu não sabia se já cortaria ele logo de cara, ou se daria uma chance para ver o que ele quer. Fazia muito tempo que não sentia um frio no estômago, o que estava acontecendo comigo? Uma mulher quase formada, COM UM RELACIONAMENTO, com borboletas no estômago por causa de macho, não é possível, recomponha-se. Chegando em casa, fiz absolutamente tudo que podia para me ocupar, me distrair, passei aspirador na casa, tomei banho
Chegando no bar, já tinha bastante gente em pé, estava cheio, por sorte conseguimos uma mesinha no estilo bistrô, próximo da calçada, estava batendo uma brisa gostosa para amenizar aquele calor infernal, logo pedi um drink bem docinho do jeito que eu gosto, enquanto Mari entrou no Gin e Lucas na Cerveja. Nós começamos a conversar e rir, basicamente eu e a Mari conversamos e rimos, Lucas estava mais na dele, falando pontualmente, e vamos lá, eu e ela temos muito assunto, nem demos muita falta do pobre homem que ria da nossa conversa fiada. Dois drinks depois eu já estava pronta para pedir água, meu limite alcoólico é baixo e tendo em vista minha última decisão no WhatsApp, eu não era muito confiável.- Você não vai pedir água, vamos pedir um drink, desses de criança que você gosta – Disse Mari, fingindo que também não estava com o riso frouxo.- Mari você sabe que eu fico bêbada rápido, deixa eu me recompor senão não vou aguentar nada, daqui a pouco vou ficar com sono.
Depois que eu enviei aquela mensagem puxando assunto com a Nicole não consegui mais tirar ela da cabeça. A diferença de um homem para uma mulher, quando estes estão interessados, é que a mulher não consegue fazer mais nada além de querer atenção e uma boa conversa, já o homem, como no meu caso, toca os seus afazeres e apenas lembra quando a vontade aperta, principalmente na região dos testículos. Logo quando recebi a sua resposta, fiquei pensando diversas formas de puxar assunto e convencê-la a sair comigo. Mas eu sabia que não podia querer acelerar o processo. Nicole além de estar comprometida, sempre foi o tipo de garota que não sai respondendo para aqueles que ficam atirando para todos os lados. Eu sabia que se quisesse ter ela para mim, ainda que por um breve momento, teria que me esforçar um pouco mais. Um pouco não, bem mais. De tudo o que eu poderia imaginar para esse sábado, nada chegaria perto de ver a Nicole, muito menos, ver a Nicole no “bar do gaúcho”.
Ele não precisou colocar o nome no bilhete, eu sabia exatamente quem tinha mandado, ousado, confesso, eu conseguia sentir meu estômago fervilhando, como ele sabia o que eu estava bebendo? Ele só estava esperando Marcos sair da mesa? Meu Deus do céu, como minha vida tinha virado isso? Eu estava de costas pra mesa dele, mas sentia meus pelos se arrepiarem, o olhar dele queimava na minha pele, e eu não sabia se devia responder o bilhete, ou seguir minha noite naturalmente. Depois de nem ter respondido minha mensagem, agora me manda uma bebida, qual será a próxima jogada dele? Aproveitei que Lucas não estava na mesa pra virar um pouco pra trás e ver se conseguiria vê-lo, quando fiz, ele estava olhando fixamente para mim, e eu provavelmente fiquei vermelha como um pimentão, ele sorriu, e eu virei de volta, já sabendo àquela altura, que aquele homem seria minha perdição.- Guarda o bilhete, homens são fofoqueiros, não quero Lucas se metendo onde ninguém chamou – Diss
Droga, mas que merda eu tenho na cabeça? Caralho! Eu disse que ia devagar, eu não consegui, aquele cheiro, a pele dela, eu perdi a cabeça de vez! Não estava nos meus planos seguir a garota até a casa dela, mas quando vi um bando de urubus rodeando a mesa dela e da amiga, eu fiquei louco, ELA ERA MINHA CARALHO. Não de verdade, eu sabia disso, mas não queria ninguém em cima dela, ela era propriedade minha, e ninguém além de mim tocaria nela. Quando dei por mim, estava seguindo o carro que ela estava e parando na frente da sua casa, como um perfeito psicopata. Eu não poderia perder a chance, ela estava tão perto, o máximo que ela poderia dizer era não, mas alguma coisa me dizia, na forma como ela me olhou, como corou sob meu olhar, que ela me queria, ainda que fosse um desejo insano. Quando senti o cheiro dela, era baunilha, flores, nossa, o mundo ao meu redor parou, o planeta poderia explodir bem ali, e eu não daria a mínima, eu fui tomado, a beijei, beij
Aqueles dias foram passando pra mim como se os ponteiros do relógio estivessem presos no lugar, a sensação de ter o Pedro foi sobrenatural, mas eu não seria a pessoa que trai o namorado, eu não faria isso com Marcos, eu sabia, dentro de cada fibra minha, que já deveria ter deixado ele, mas eu resisti, eu insisti, eu quis dar certo a qualquer custo. O problema é que o custo foi muito alto, manter um relacionamento que não funciona é muito mais árduo do que manter um relacionamento com amor, aquilo vira stress, vira raiva, vira frustração, e eu tenho certeza que não era a única a ver, eu não estava sozinha naquele namoro, se eu sabia que estava tão ruim, é impossível que Marcos não soubesse que estávamos ladeira abaixo. Eu ia terminar, estava decidido, eu veria Marcos hoje, e conversaria com ele, que precisamos seguir nossos caminhos separados. Já havia passado 2 dias desde o beijo, e eu desde então não tive mais notícias dele, tonta, como se eu não soubesse quem
Não tive notícias dela, nem a vi em lugar nenhum, normalmente já não frequentávamos os mesmos ambientes, mas passei na rua dela algumas vezes de carro, e nem sinal dela. Aquilo, não sei bem porque, mas me deu um aperto no peito, eu não a queria apenas pra um beijo, é claro que não vou pedi-la em casamento, mas queria mais que 5 minutos de tesão embaixo de uma árvore, eu fiz a maior merda. Naquele dia, à noite, fui ver o jogo no bar do gaúcho, como de costume, com Guilherme.- Nada dela? – Ele perguntou.- Não. – Respondi sem estender o assunto, mas ele como um belo filho da puta não ia deixar passar.- Cara, você quer tanto assim sair com ela? Ou é só porque você acha que ela não te quer? Se for orgulho ferido, vocês já ficaram, deixa isso pra lá.- Orgulho ferido?! Porra Guilherme tá de sacanagem? Aquela perdição me beija, e depois some, nem um oi? – Respondi.- TA COM ABSTINÊNCIA MEU AMIGO – Guilherme disso, gargalhando, isso mesmo, ele estava se divertindo com a min