Ele não precisou colocar o nome no bilhete, eu sabia exatamente quem tinha mandado, ousado, confesso, eu conseguia sentir meu estômago fervilhando, como ele sabia o que eu estava bebendo? Ele só estava esperando Marcos sair da mesa? Meu Deus do céu, como minha vida tinha virado isso?
Eu estava de costas pra mesa dele, mas sentia meus pelos se arrepiarem, o olhar dele queimava na minha pele, e eu não sabia se devia responder o bilhete, ou seguir minha noite naturalmente.
Depois de nem ter respondido minha mensagem, agora me manda uma bebida, qual será a próxima jogada dele?
Aproveitei que Lucas não estava na mesa pra virar um pouco pra trás e ver se conseguiria vê-lo, quando fiz, ele estava olhando fixamente para mim, e eu provavelmente fiquei vermelha como um pimentão, ele sorriu, e eu virei de volta, já sabendo àquela altura, que aquele homem seria minha perdição.
- Guarda o bilhete, homens são fofoqueiros, não quero Lucas se metendo onde ninguém chamou – Disse Mari em cumplicidade.
- Amiga de Deus, o que eu tô fazendo, não posso aceitar essa bebida, vai ser como se eu tivesse dito sim pra ele, logo de cara.
- Você desaprendeu a flertar amiga HAHAHAHA, fica tranquila, aceita a gentileza dele e vamos ver o que o destino reserva. – Mari tinha um jeito de me tranquilizar, ela estava sempre do meu lado, estivesse eu, certa ou nem tanto.
Fui bebericando meu drink e batendo papo com a minha amiga conforme a noite se seguia, alguns homens tentaram se aproximar quando viram as duas sozinhas na mesa, acreditem ou não, Lucas ainda estava conosco, mas não parava na mesa, saia pra cumprimentar alguém, banheiro, telefone, qualquer coisa que aparecesse.
Mari não pareceu se incomodar, ela estava muito empolgada com a minha fanfic, mas teve que colocar alguns doidos pra correr, com a agressividade de um animal quadrupede, quando algum inconveniente se aproximava.
Era mais de 1 da manhã quando resolvemos ir embora, pagamos a conta e fomos até o carro andando, Lucas e Mari me deixaram em casa e eu estava procurando a chave no meu chaveiro para abrir o portão, quando ouvi o barulho de uma caminhonete parando atrás de mim, NÃO É POSSÍVEL.
- Boa noite moça – A voz de Pedro soava atrás de mim e eu posso dizer com certeza, ele poderia falar horas no meu ouvido que eu ficaria quietinha só escutando aquela voz.
Que isso mulher, se recomponha.
- Por essa eu não esperava – respondi virando pra ele.
E que visão, ele estava com o braço apoiado na janela da caminhonete, seu cabelo levemente bagunçado, provavelmente por causa do vento.
- Eu meio que gosto de ser inesperado mesmo – Presunçoso!
Eu não respondi, o olhei de baixo em cima, esperando pra ver o que ele diria, qual seria a desculpa pra ele aparecer na minha porta de madrugada.
- Atrapalho? – Ele pergunta.
- De forma alguma... não sabia que você sabia onde eu moro – Respondi.
- Pode ser que eu tenha seguido você – Ele disse com um sorriso nos lábios.
- Tá bom Pedro, agora você parece meio psicopata.
Nós rimos, ele parou o carro e desceu, e nossa, ele é bem alto perto de mim, e olha que eu estava de salto.
- Desculpa, eu realmente segui o carro da sua amiga, queria ter uma chance de falar com você, sei que ali em público não seria a melhor ideia, então esperei vocês saírem – Ele disse, e eu fiquei chocada em como, de repente, eu descubro que gosto de caras doidos, aparentemente.
- Entendi, e o que exatamente você queria falar comigo? Aliás, obrigada pela bebida.
Ele deu um passo à frente, diminuindo o espaço entre nós, e eu fiquei estática, plantada no chão como uma árvore, não sabia o que fazer, eu devia me mover também? Ou devia correr pra dentro de casa como se não houvesse amanhã?
- Na verdade querer, eu queria muitas coisas, sair com você, te conhecer melhor, te levar pra jantar..., mas agora, eu me contento em sentir seu cheiro. – Pedro disse chegando ainda mais perto de mim.
Eu estava paralisada, quem fala essas coisas? Ele por acaso fez algum curso de como seduzir mulheres? Se fez, estava dando muito certo.
Continuei calada, pensando se aquilo era real, ou se tinha alguma câmera escondida pra tamanha pegadinha.
Ele se aproximou, realmente se aproximou, perto o bastante pra que eu sentisse o calor do seu corpo, nós estávamos embaixo da arvore na minha calçada, o que quer dizer que a luz estava baixa, eu via agora, com ele tão perto, mais sua sombra do que seu rosto, ele se inclinou e sem me tocar, respirou fundo do meu lado, sentiu profundamente meu cheiro, meu perfume, meus cabelos, quase como se seus pulmões precisassem daquilo pra viver.
Eu, como se não estivesse mais dentro do meu próprio corpo suspirei, olhei pra cima, para poder ver seu rosto.
- Pedro... – Comecei a falar, mas fui interrompida por um beijo, ele colou seus lábios nos meus, ferozmente, não foi gentil, nem doce, foi visceral, carnal, era necessidade.
Correspondi, o beijei como se ele fosse a própria fonte da vida, da minha vida, que estava apagada e eu senti o fogo tomando conta de mim, ele passou o braço pela minha cintura, e a outra mão se firmou na minha nuca, eu não poderia fugir nem se quisesse, e de fato, não queria, congelaria esse momento, ainda que ele fosse o único, já teria valido a pena.
Respirávamos ofegantes, lábios inchados daquele desejo lascivo, e quando finalmente nos soltamos, ele me olhou, e me olhou como se fosse a primeira vez que realmente estivesse me vendo, olhou através dos meus olhos, olhou na minha alma, e viu sua cor.
Naquele momento, quando ele me beijou, eu sabia que meu relacionamento tinha acabado.
Droga, mas que merda eu tenho na cabeça? Caralho! Eu disse que ia devagar, eu não consegui, aquele cheiro, a pele dela, eu perdi a cabeça de vez! Não estava nos meus planos seguir a garota até a casa dela, mas quando vi um bando de urubus rodeando a mesa dela e da amiga, eu fiquei louco, ELA ERA MINHA CARALHO. Não de verdade, eu sabia disso, mas não queria ninguém em cima dela, ela era propriedade minha, e ninguém além de mim tocaria nela. Quando dei por mim, estava seguindo o carro que ela estava e parando na frente da sua casa, como um perfeito psicopata. Eu não poderia perder a chance, ela estava tão perto, o máximo que ela poderia dizer era não, mas alguma coisa me dizia, na forma como ela me olhou, como corou sob meu olhar, que ela me queria, ainda que fosse um desejo insano. Quando senti o cheiro dela, era baunilha, flores, nossa, o mundo ao meu redor parou, o planeta poderia explodir bem ali, e eu não daria a mínima, eu fui tomado, a beijei, beij
Aqueles dias foram passando pra mim como se os ponteiros do relógio estivessem presos no lugar, a sensação de ter o Pedro foi sobrenatural, mas eu não seria a pessoa que trai o namorado, eu não faria isso com Marcos, eu sabia, dentro de cada fibra minha, que já deveria ter deixado ele, mas eu resisti, eu insisti, eu quis dar certo a qualquer custo. O problema é que o custo foi muito alto, manter um relacionamento que não funciona é muito mais árduo do que manter um relacionamento com amor, aquilo vira stress, vira raiva, vira frustração, e eu tenho certeza que não era a única a ver, eu não estava sozinha naquele namoro, se eu sabia que estava tão ruim, é impossível que Marcos não soubesse que estávamos ladeira abaixo. Eu ia terminar, estava decidido, eu veria Marcos hoje, e conversaria com ele, que precisamos seguir nossos caminhos separados. Já havia passado 2 dias desde o beijo, e eu desde então não tive mais notícias dele, tonta, como se eu não soubesse quem
Não tive notícias dela, nem a vi em lugar nenhum, normalmente já não frequentávamos os mesmos ambientes, mas passei na rua dela algumas vezes de carro, e nem sinal dela. Aquilo, não sei bem porque, mas me deu um aperto no peito, eu não a queria apenas pra um beijo, é claro que não vou pedi-la em casamento, mas queria mais que 5 minutos de tesão embaixo de uma árvore, eu fiz a maior merda. Naquele dia, à noite, fui ver o jogo no bar do gaúcho, como de costume, com Guilherme.- Nada dela? – Ele perguntou.- Não. – Respondi sem estender o assunto, mas ele como um belo filho da puta não ia deixar passar.- Cara, você quer tanto assim sair com ela? Ou é só porque você acha que ela não te quer? Se for orgulho ferido, vocês já ficaram, deixa isso pra lá.- Orgulho ferido?! Porra Guilherme tá de sacanagem? Aquela perdição me beija, e depois some, nem um oi? – Respondi.- TA COM ABSTINÊNCIA MEU AMIGO – Guilherme disso, gargalhando, isso mesmo, ele estava se divertindo com a min
Normalmente, quando vou dormir, deixo meu celular no “não perturbe”, tenho sono leve, a vibração dele me acorda a noite toda, então foi a forma que consegui para ter uma boa noite de sono, se alguém precisar, me ligue, e como não tinha aula hoje de manhã, me dei ao luxo de dormir um pouquinho mais, entre todas as tarefas que fazia, era bom conseguir mais 1 hora de sono sempre que pudesse. O que eu não estava esperando era acordar com uma mensagem do Pedro, depois que ele sumiu, achei que tinha sido apenas mais um nome na sua longa lista de conquistas, mas aparentemente, ele tinha pensado em mim. Esse pensamento me deu um frio no estômago, ele pensou em mim. De qualquer forma, tudo com Marcos ainda estava muito recente, meu término tinha exatos 4 dias agora, eu e Marcos não havíamos mais nos falados desde a fatídica conversa. As coisas dele ainda estavam na minha casa, mas não tive coragem de pedir pra ele buscar, ou de perguntar se ele queria que eu levasse pra e
Quando cheguei no Gaúcho, Guilherme já estava lá, como sempre, já tinha pedido nossa cerveja e estava sorrindo para o celular, o que já tinha virado um costume.- Fala mano! – Me cumprimentou quando cheguei.- E aí parceiro, tô com a maior sede! – Respondi.- Eu já tô na segunda Pedro, você demorou pra um caralho.- Tive que passar na feira, entregar uma encomenda do Chico, e quando estava lá, vi a Nicole – Disse levando o copo a boca e já rindo, sabendo a chacota que viria a seguir.- HAHAHAHA Mas foi por um bom motivo então, tá perdoado – Disse rindo, é claro que não contei que tive um mal súbito e dei um selinho nela ali no meio da feira, mas o principal é que eu tinha visto ela, e ela não estava me ignorando nos dias que passaram, e nem me disse não quando a convidei pra vir aqui, só está sendo cautelosa, por causa do pereba do Marcos, mas eu ainda estava no páreo.- Chamei ela pra vir aqui hoje, mas ela foi embora – Falei pro Guilherme.- Eeeei meu irmão, no segundo encontro já c
Depois que minhas amigas foram embora, logo peguei no sono, embalada por uma maravilhosa garrafa de vinho. Quando acordei pela manhã, estava sentindo além de ressaca, o mais profundo ódio por Marcos, eu fui muito paciente, mas ele passou de qualquer limite e respeito que ele tinha, então ele, agora, implodiu pra mim, não o veria, não falaria, nem toleraria qualquer das suas idiotices, se ele me olhasse duas vezes, levaria uma bifa (pequena sim, brava também). Como de costume, sai para caminhar com Mari, que me avisou que iriamos na Festa Nordestina, uma festa tradicional aqui na cidade, música, comida e bebida, era tudo que eu precisava. Pedro ainda não tinha dado sinal de vida, ele mandava sinais bem ambíguos, quando me via, parecia que colocaria fogo no mundo por mim, mas fora isso, era um completo fantasma, deduzi que Fer não tinha comentado nada com os meninos quando veio pra minha casa ontem, senão ele teria perguntado se estava tudo bem, não teria?***
Como é que alguém pode ser tão perfeita? Isso não seria contra as regras de Deus? Criar a própria perfeição! Passava as mãos pelo seu corpo, sentindo sua pele macia e a porra do seu cheiro, que parecia ter me viciado. Seus cabelos caindo feito uma cortina por cima dos ombros, cobrindo um de seus peitos, aquilo deveria ser uma pintura, mas obviamente, da minha galeria particular. Nicole, olhando pra mim com aqueles olhos castanhos, doces e cheios de desejo, desabotoou minha calça, e puxou, me deixando de cueca, e sem nenhum pudor, puxou a cueca também, liberando meu pau, em toda sua glória, duro feito uma pedra, e antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ela se ajoelhou, passou as mãos delicadas sobre meu membro, e colocou tudo naquela boca quente.- Porra Nicole – suspirei. A desgraçada não disse nada, não parou o que estava fazendo, só subiu os olhos pra mim, eu nunca mais esqueceria aquela cena. Ela chupou, masturbou, fez manobras que meu corpo jama
Quando Pedro foi embora, fiquei com uma sensação estranha, um vazio, gostava da companhia dele, tomamos café juntos, mas ele precisava voltar para a fazenda. Precisava dar uma freada na emoção, apesar de não julgar o passado de Pedro, ele é mulherengo, sim, um boêmio, sim, mas ele é solteiro, nunca prometeu nada para ninguém, nem para mim, quem sou eu pra falar? Não acho que serei a ancora de salvação dele, e nem quero esse encargo, as pessoas sabem o que querem, ou não sabem, não cabe a mim ensiná-las, não espero nada dele na verdade, só gosto de estar com alguém e me sentir apreciada, onde isso vai dar eu realmente não sei, mas eu preciso colocar a cabeça no lugar pra não quebrar a cara. Não estava esperando notícias de Pedro tão rapidamente, até por razões óbvias, Pedro é o Pedro, e eu tenho que internalizar que não dá pra esperar nada dele. Bom, pelo menos nada além de um sexo bem gostoso. UAU... Foco. O problema é quando você realme