CAPÍTULO 4 - Nicole Barros

Chegando no bar, já tinha bastante gente em pé, estava cheio, por sorte conseguimos uma mesinha no estilo bistrô, próximo da calçada, estava batendo uma brisa gostosa para amenizar aquele calor infernal, logo pedi um drink bem docinho do jeito que eu gosto, enquanto Mari entrou no Gin e Lucas na Cerveja.

        Nós começamos a conversar e rir, basicamente eu e a Mari conversamos e rimos, Lucas estava mais na dele, falando pontualmente, e vamos lá, eu e ela temos muito assunto, nem demos muita falta do pobre homem que ria da nossa conversa fiada.

Dois drinks depois eu já estava pronta para pedir água, meu limite alcoólico é baixo e tendo em vista minha última decisão no W******p, eu não era muito confiável.

- Você não vai pedir água, vamos pedir um drink, desses de criança que você gosta – Disse Mari, fingindo que também não estava com o riso frouxo.

- Mari você sabe que eu fico bêbada rápido, deixa eu me recompor senão não vou aguentar nada, daqui a pouco vou ficar com sono.

- Meu deus como você é idosa – Mari riu e eu também.

        Comecei a bebericar minha água junto com o drink, equilíbrio é tudo, até que eu vi uma coisa que parecia uma miragem.

- Não é possível – Eu disse incrédula e cutucando Mariana – Você veio! Que surpresa – Fiquei animada.

- É eu vim, consegui sair, você sabe que esse bar só tem cara solteiro, não tinha outro lugar pra ir? – Disse Marcos, já com cara de poucos amigos, sentando do meu lado.

- Nossa Marcos não corta a brisa, estamos tomando um drink e sendo felizes, você consegue? – Mariana falou, bem mais séria do que normalmente fala.

- Claro, e aí irmão? – Disse Marcos cumprimentando Lucas.

        Eles tomaram cervejas juntos e eu e Mari continuamos a rir e conversar, Marcos ou estava no celular ou falando com Lucas, não interagiu como casal nem mostrou o menor interesse em estar me vendo pela primeira vez nessa semana.

        Tudo bem, respira, não vamos causar por isso, está tudo certo, paz no coração Nicole, você consegue, nada que um drink não resolva.

        E quando eu achei que minha noite não tinha como ficar mais estressante, vejo do outro lado da calçada, chegando no bar, ninguém menos que Pedro Lima, chegando em toda sua glória, alto, ombros fortes, bronzeado, passando a mão pelo cabelo e ajeitando uma mechinha que tinha caído na testa.

        Ele vestia uma camiseta polo rosa e um jeans, meu Deus, se eu olhasse um pouco mais ia começar a babar sem dúvida, Mariana entrou em ação e me chutou por baixo da mesa, rindo, claro, porque a lazarenta já sabia da amiga que ela tinha.

Eu disfarcei e fingi que não vi quando ele entrou no bar, mas minha visão periférica não mentia, eu bem o vi olhando pra mim de canto de olho, mas seguiu vivendo a vida como se nunca tivesse mandado aquela m*****a mensagem.

        Ele é um homem muito bonito, isso é indiscutível, o que ele quer comigo? Isso eu não sei mesmo, mas de fato, pode ter sido fogo de palha, já que não mandou mais nada depois que respondi a mensagem, isso não ia ser surpresa, com o histórico dele, eu seria mais um nome na longa lista dele, talvez realmente fosse melhor assim.

*

*

*

        Próximo da meia noite, Marcos, que estava com um humor questionável, levantou pra ir embora, e eu implorei olhando pra Mariana, para que ela me dissesse pra ficar, e ela como uma boa entendedora, fez seu papel de amiga com maestria.

- Nem vem, você não vai agora, faz tempo que não saímos, Marcos pode ir, depois eu a levo. – Disse.

        Marcos sequer fingiu que se importava, pagou a conta e foi embora, e eu fiquei ali, até um pouco ressentida por ele nem ter insistido para eu ir com ele, mas de qualquer forma, eu estava em boa companhia.

        Um pouco depois, Mari e eu vamos juntas ao banheiro, no caminho, passamos pela mesa que Pedro estava com os amigos, ele tomava uma cerveja e ria conversando distraidamente, logo que passamos, vi Guilherme, seu melhor amigo, dando um cutucão nele, que levantou os olhos que foram me seguindo até o banheiro.

- Ele nem disfarçou que estava te olhando – Mariana disse rindo, muito provavelmente por causa do gin.

- É eu vi, mas ele nem respondeu minha mensagem, só deve estar surpreso de me ver aqui – Respondi.

- Pode ser, o que eu sei, é que o homem é uma delícia – disse gargalhando.

- Errada você não tá – continuei rindo – É por isso que ele tem a fama que tem, olha bem pra ele? Quem não sentaria?

        Rimos de toda aquela situação, retocamos o batom e voltamos para nossa mesa, quando sentamos, Mari me disse que viu ele olhando e cochichando com Guilherme, homens, quem acha que eles não são fofoqueiros, nunca conversou com um.

        Em menos de 20 minutos, chegou um drink na minha mesa, que eu não havia pedido, o mesmo que eu tomei a noite toda.

- Moço, tudo bem? Eu não pedi esse drink – Disse para o garçom.

        Ele, rindo como se aquilo fosse um filme de comédia romântica, me respondeu:

- Eu sei, tem um bilhete.

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