Valentina— Valentina, o Leandro e eu estamos pensando em organizar uma festa surpresa para os nossos pais na casa de praia, o que você acha?Sofia e eu estamos, no quarto dela, deitadas na cama enquanto Leandro se encontra na poltrona mexendo no seu celular.— Festa surpresa?Perguntei, pois o aniversário deles passou há meses e de qual festa esses dois se referem?— Você anda no mundo da lua, de uns dias para cá. O aniversário de casamento deles, no final do ano. Esqueceu que nossos pais vão comemorar vinte e um anos de casados. Leandro é quem respondeu. Meu irmão vivia calado, raramente se envolvia nas coisas e fiquei surpresa com o interesse em relação a essa festa surpresa.— O que vocês dois pensaram?Sentei no colchão para conversar melhor com os gêmeos. Nossos avós, após o almoço, saíram para visitar um casal de amigos e eu ficaria na mansão até a noite. Diego me informou que teria alguns assuntos para resolver e que se não fosse problema passar o dia na mansão, seria até mel
DiegoOlhei a hora no relógio em meu pulso. Quase cinco horas da tarde e ainda tenho que ir ao meu apartamento, tomar banho e buscar Valentina na casa dos avós. Observo com orgulho a parede toda pintada e realmente fiz um ótimo trabalho. Lentamente vou conseguir finalizar a reforma do prédio e quando tudo estiver pronto, trarei Valentina para conhecer o lugar que será o meu restaurante muito em breve. Só em saber que consegui quitar todas as parcelas e que agora o imóvel é meu de papel passado, enche meu peito de orgulho. Diná quando descobriu, ficou mais do que feliz por mim e quando ouviu a proposta que fiz para minha amiga, pensou que eu estava brincando. Minha sorte é que ela conseguiu manter a boca fechada na frente da Valentina e não disse nada que pudesse revelar o meu sonho. Em alguns meses, estarei me aposentando e sendo dono em parceria com a minha amiga de um lugar em que se a minha mãe fosse viva teria um baita orgulho do seu único filho. Começo a guardar o material de pin
ValentinaO final do ano se aproxima e estamos entrando na primeira semana de dezembro. Meu relacionamento secreto com Diego completou dois meses e estamos vivendo uma relação da qual eu não estou acostumada. Nossos encontros em meu apartamento, beijos e amassos trocados quando ele trabalha no hospital e o sentimento que estou sentindo cresce de uma forma que eu não sei como conseguir controlar. Estamos conseguindo esconder muito bem o que estamos vivendo e até o Mateus parece ter desistido de reatar comigo. Encontrei com os pais dele em um jantar, acompanhando os meus avós e Natália não escondeu o desprezo que sente por mim. Minha vida está numa fase tão boa que eu nem quero pensar no amanhã, ao menos por agora. Diego, teve que resolver um assunto para o meu pai, relacionado a algo com o partido aqui em São Paulo e por isso achei melhor vir sozinha para Estrela Guia. Francisco marcou comigo e a Cristina uma reunião no centro de justiça para mulheres e eu estava bastante empolgada par
ValentinaA conversa entre Cristina e Francisco foi positiva e a ex-primeira dama aceitou assumir a direção do centro jurídico em Estrela Guia e também concordou em viajar com a família Pascal para as comemorações de final de ano. A mulher além de ser bastante inteligente, tinha ideias boas e me contou sobre ser formada em pedagogia, porém não exercia a profissão, porém trabalhou por muitos anos, com causas sociais e o fato de ser esposa de um político bastante conhecido no Estado abriu várias portas para auxiliar a quem precisasse. Em determinado momento da reunião, Francisco pediu licença para atender uma ligação importante e sozinha com Cristina, ouvi a mulher contar que Mário usava o coração bondoso dela, para conseguir votos, principalmente das eleitoras.Após acertarmos tudo, a tia Viviane chamou Cristina para auxiliar no jantar, enquanto fui com Francisco sentar na varanda, aguardando a volta do tio Pedro. Clarinha, dormia, depois da diversão na cozinha com a avó.— Estou na co
DiegoTive um dia de merda, resolvendo questões daquela porcaria de partido, que eu nem mesmo tenho algo a ver, porém, como foi um pedido do presidente, não posso negar. Existia uma movimentação por debaixo dos panos, para o pupilo do Mário, concorrer à prefeitura de São Paulo, porém os aliados não concordavam com a escolha do nome. O genro do Luiz, que foi mal sucedido na última eleição para vereador, seria o nome escolhido pelo partido conservador para disputar as eleições. Ao ser notificado, o presidente entrou em contato comigo para verificar o que Mário planejava. Penso que ao chegar no apartamento dela, encontraria Valentina me esperando, mas dei de cara com o lugar vazio e ela, até essa hora na companhia do filho do Pascal. Voltei para o sofá, esperando ela vir atrás de mim, algo que não demorou um minuto para acontecer. Tenho que controlar meu ciúme, mas é mais forte do que eu. Imaginar que os dois passaram a tarde inteira conversando, rindo e se divertindo. Recordo da vez que
ValentinaDeitada em minha cama, espero o Diego voltar da cozinha. Voltamos as boas e agora é o momento de organizar as coisas da viagem e encontrar uma forma de ficar junto dele, sem deixar que as pessoas percebam. Principalmente o meu pai, que não é nada bobo. Olhando o teto do quarto, começo a rir sozinha do ciúme que o Diego sentiu, mas com a mão na consciência de que não deveria ter chegado a esse ponto, apenas porque eu me atrasei e fiquei a tarde inteira com o meu melhor amigo. Ouço os passos no corredor, Diego surgiu usando apenas a cueca preta, nas mãos a bandeja com um copo de vitamina.— Precisamos ir ao supermercado amanhã. As frutas e verduras acabaram e eu não gosto que você fique sem comer uma fruta pela manhã.Escutei ele falando, me acomodando melhor no colchão. Diego me entrega o copo, bebo um gole do líquido sentindo o gosto da banana com a maçã.— Gostoso como tudo que você faz — respondo, recebendo um beijo em meu pescoço. Estou nua por baixo do lençol e nem me de
ValentinaEstamos na estrada rumo a Ubatuba. Diego, ao meu lado, dirige prestando atenção na estrada, enquanto estou deitada no banco do carona, mexendo no meu celular. Sofia pergunta se vamos demorar muito, pois o nosso pai começou a reclamar do atraso. Devido ao atraso na cesariana, acabei sendo a última a viajar. Todos já se encontravam na casa da praia. — Amor, minha irmã disse aqui, que o papai comentou que se eu demorasse um pouco mais, iria te avisar para vir de helicóptero, por estar preocupado com a estrada.Digo, arrumando o banco na posição correta no carro. Peguei minha garrafa de água, bebendo um gole, pois o calor hoje tá demais.— Seu pai ligou para mim, enquanto eu te esperava na sala do apartamento, para perguntar o motivo de você não escolher o helicóptero ao invés do carro.Diego diz, com um sorriso. — E o que você respondeu? — Que a filha dele queria relaxar um pouco viajando de carro. Uma desculpa bastante esfarrapada que até duvido do seu pai acreditando no qu
DiegoApós organizar minhas coisas no quarto, o presidente me chamou para uma conversa em particular no seu escritório. Na mansão se encontrava apenas alguns funcionários, Valentina, seu pai e eu. A primeira-dama junto dos outros ainda estavam passeando pela cidade, mas logo estariam de volta para começar a organização para a ceia de Natal à noite. Enquanto aguardo o senhor Leonardo finalizar a ligação com um aliado político, recordo do beijo trocado com Valentina, antes de nos separarmos no corredor da mansão. Como ela ficaria ocupada com sua família, combinamos de que eu deixaria a porta do meu quarto aberta, depois que todos fossem dormir. Geralmente no Natal a família se recolhia para os quartos um pouco após a meia-noite. Então seria tranquilo para o nosso encontro mais tarde, mesmo eu achando perigoso tudo isso. Porém é como Valentina disse: O perigo existe para ser vivido e enfrentado.— Pensei que o Alexandre, continuaria falando até sabe Deus que horas. Véspera de Natal e o h