ValentinaEstamos na estrada rumo a Ubatuba. Diego, ao meu lado, dirige prestando atenção na estrada, enquanto estou deitada no banco do carona, mexendo no meu celular. Sofia pergunta se vamos demorar muito, pois o nosso pai começou a reclamar do atraso. Devido ao atraso na cesariana, acabei sendo a última a viajar. Todos já se encontravam na casa da praia. — Amor, minha irmã disse aqui, que o papai comentou que se eu demorasse um pouco mais, iria te avisar para vir de helicóptero, por estar preocupado com a estrada.Digo, arrumando o banco na posição correta no carro. Peguei minha garrafa de água, bebendo um gole, pois o calor hoje tá demais.— Seu pai ligou para mim, enquanto eu te esperava na sala do apartamento, para perguntar o motivo de você não escolher o helicóptero ao invés do carro.Diego diz, com um sorriso. — E o que você respondeu? — Que a filha dele queria relaxar um pouco viajando de carro. Uma desculpa bastante esfarrapada que até duvido do seu pai acreditando no qu
DiegoApós organizar minhas coisas no quarto, o presidente me chamou para uma conversa em particular no seu escritório. Na mansão se encontrava apenas alguns funcionários, Valentina, seu pai e eu. A primeira-dama junto dos outros ainda estavam passeando pela cidade, mas logo estariam de volta para começar a organização para a ceia de Natal à noite. Enquanto aguardo o senhor Leonardo finalizar a ligação com um aliado político, recordo do beijo trocado com Valentina, antes de nos separarmos no corredor da mansão. Como ela ficaria ocupada com sua família, combinamos de que eu deixaria a porta do meu quarto aberta, depois que todos fossem dormir. Geralmente no Natal a família se recolhia para os quartos um pouco após a meia-noite. Então seria tranquilo para o nosso encontro mais tarde, mesmo eu achando perigoso tudo isso. Porém é como Valentina disse: O perigo existe para ser vivido e enfrentado.— Pensei que o Alexandre, continuaria falando até sabe Deus que horas. Véspera de Natal e o h
ValentinaSentada ao lado da Cristina, escuto a conversa entre mamãe e a tia Viviane sobre as nossas famílias e o planejamento da festa de Réveillon; como os meus pais acabaram descobrindo tudo da festa em comemoração ao aniversário de casamento, as duas mulheres ficaram de decidir sobre a festa entre outros detalhes. Clarinha brincou bastante e depois de muito conversar foi dormir e a menina estava na casa alugada sendo cuidada por uma babá.Ao meu lado, Cristina, sorria, ouvindo atentamente as duas. Nossa ceia foi animada, com papai e o tio Pedro contando sobre a juventude deles, quando os dois eram desafetos e eu acabei descobrindo a verdade sobre a falsa morte do tio Pedro antes do casamento do meu pai com a tia Viviane. Acredito que os dois revelaram isso, por conta da Cristina que por se sentir acolhida pelas duas famílias, revelou alguns detalhes da infância e como foi ser criada pela tia. Papai disse que ela teria todo o apoio necessário vindo da nossa família e que ele fazia
Diego— Valentina eu….Engulo as palavras, ao ser beijado por ela. Estamos no carro, parados em uma rua deserta. No momento em que Francisco comentou comigo, quando estávamos comprando as bebidas que desejava levar a Cristina em um passeio, tratei de dizer que ele poderia ir despreocupado que Valentina iria comigo para casa. Com ela em meu colo, esqueço até de mim mesmo a cada beijo e carícia em meu rosto.— Não podemos demorar — respondi enquanto ela abre os botões da minha camisa numa rapidez incrível — avisei os seguranças da mansão que eu estava te levando embora.Valentina, finge não ouvir nada, sem deixar de me beijar um segundo sequer. Sua língua enroscada na minha, o calor da paixão no carro faz com que eu perca o raciocínio.— Prometo que quero apenas te beijar mais um pouco e vamos embora — ela diz entre risos, mesmo querendo ir além dos beijos, sentir sua boca na minha é melhor do que nada — se mexe em meu colo, até que Valentina parou ao sentir algo no bolso da minha calça
ValentinaDespertei animada e com um sorriso em meus lábios que ninguém iria tirar. Levantei disposta e segui para o banheiro, despi a minha camisola, ligando o chuveiro na água quente. De banho tomado, escolhi um biquíni para usar e por cima vesti um vestido de alcinhas, pois o dia seria de sol e era uma boa pedida para um dia na praia. Conferi a hora no relógio, passava e muito das onze horas da manhã. Fui direto para a cozinha, tia Áurea estava sentada na banqueta tomando o seu café, enquanto tia Joana e a tia Regina preparavam o almoço, uma mexia nas panelas enquanto a outra cortava os legumes.— Bom dia, meus amores!Digo indo beijar cada uma das três. Depois me servir de uma caneca de café com leite quente, indo sentar ao lado da tia Aurea.— Nossa menina acordou numa felicidade, não é mesmo Áurea?Quem comenta é a tia Joana.— Como não acordaria feliz, com a surpresa que aguarda por ela.A tia Regina é quem respondeu, deixando-me confusa com essa conversa entre elas.— Menina,
Valentina— Tia, por que a senhora não foi brincar com todo mundo?Sentada na areia, observando o mar à minha frente, penso na discussão que tive com Mateus e no sumiço do Diego. Tentei ligar para o celular dele várias vezes, sem sucesso, pois todas caíram na caixa de mensagem. — É que a tia, está com uma dorzinha de cabeça chata.Respondi para Clarinha, colocando a menina sentada no meu colo. O almoço com a presença do Mateus foi horrível e percebi que a mamãe não gostou do que o meu pai fez, chamando Mateus para ficar conosco. Recordo da chantagem que ele fez e me pergunto como Mateus descobriu a minha relação com o Diego.— Meu amor, já está treinando para os nossos filhos — ouvir a voz dele, me causa um arrepio na espinha no péssimo sentido e forço um sorriso para que Clara não perceba o meu desespero.— Princesa, o que acha de ir até em casa, pedir para a tia Áurea enviar mais uma jarra de suco de caju.Peço para a filha do meu amigo, que obedece no mesmo instante. Francisco, os
ValentinaDiego simplesmente desapareceu! Até o meu pai não falava dele e o Francisco, até tentou conseguir alguma informação, mas parece que o homem havia sumido da face da terra. Após muita insistência, percebi que o meu número foi bloqueado e o desespero tomou conta de mim, por não entender o que de fato estava acontecendo. Papai e o Mateus passaram os dias entre conversas e planos e o clima da viagem ficou péssimo com a presença do meu ex-namorado. Os meus avós já planejavam a cerimônia de noivado e casamento e cada vez que essa palavra era dita me sobe um ódio tão grande por tudo que o Mateus estava fazendo comigo. O Francisco por várias vezes tentou conversar, porém, eu dizia que não era nada e que comigo encontrava-se tudo bem. Não quero sair do meu quarto, para comemorar o ano novo ao lado de todos. Chorei sozinha no meu quarto, por ficar confusa com o afastamento dele, a falta de notícias e a atitude do meu pai, que nem parecia o homem bondoso que me criou. Minha mãe não disf
DiegoDe volta a Ubatuba, tentei chegar antes da ceia, porém o congestionamento da estrada que liga a cidade a capital atrasou meus planos. Tive que voltar aqui, para entregar um documento importante para o presidente e que deveria ser entregue em mãos. Estava sem encontrar Valentina há uma semana, desde a noite do Natal. Ao acordar no dia vinte e cinco, fui chamado até o escritório do senhor Leonardo e informado que não era necessário meu serviço, durante as férias em família. A segurança que o Pedro levou era suficiente e a minha surpresa maior, foi dar de cara com aquele pirralho metido a adulto. Ao encontrar com Mateus no escritório do meu chefe, controlei a fúria que senti ao ouvir aquele garoto, dizendo que o convite foi feito em um bom momento e o presidente fez questão de falar que o casamento da filha mais velha com aquele garoto iria acontecer em breve. Disfarcei a raiva, sorri e até tive a coragem de parabenizar o presidente. Peguei a estrada naquela manhã com ódio por tudo