ValentinaSegurava a torta com todo o cuidado do mundo, para que não se desmanchasse no caminho até a casa da tia Vivi. Diego, ao meu lado, está dirigindo devagar, para que eu não precise ficar toda dura sentada no banco do carro. Até que conversar com o segurança não é de todo ruim. Tudo bem que Diego, fica mais tempo calado que tudo, mas ao menos ele respondeu às minhas perguntas. Quem não gostou de saber que agora eu teria um segurança vinte e quatro horas por dia, foi Mateus, alegando que eu tenho um noivo que pode muito bem cuidar de mim. Mamãe não escondeu que gostou da decisão do meu pai e eu disse, que no começo achei estranho, porém Diego era o homem que meu pai confiava de olhos fechados e eu entendo que a partir de agora, a segurança dos filhos do doutor Leonardo seria prioridade.— Quando era pequena, lembro muito bem da época que a minha mãe voltou para São Paulo e eu ficava na casa da tia Vivi brincando com o Francisco, Ester e a Eduarda.Falo, como se Diego fosse alguém
Valentina— Como você voltou mais linda ainda — tia Viviane diz, ao sentar-se no sofá da sala. Ester teve que sair para resolver um assunto particular. Pediu desculpas por não estar presente durante o jantar, contudo avisou que era um compromisso marcado há vários dias. Disse que não teria problema algum e fiquei sozinha com tia Viviane e Clarinha, aguardando a chegada do Francisco e do tio Pedro. Clarinha foi com a babá para o quarto, se trocar enquanto eu fiquei conversando com sua avó. Diego estava sentado em uma das cadeiras de madeira na varanda. A tia perguntou se ele desejava algo, contudo o homem respondeu que estava tudo bem e que se sentia melhor do lado de fora da casa.— Tia, estou feliz por voltar para casa. Eu senti falta de todos e principalmente da sua comida. Tia Áurea não pode ouvir eu falando assim, sabe como ela é ciumenta em relação a tudo.- Quando o Francisco veio até aqui e contou da sua visita, tratei de procurar os ingredientes para sua comida favorita. Não s
DiegoTrinta minutos se passaram desde o momento que Valentina e Francisco saíram para um passeio pela comunidade. Eu contava cada minuto no relógio, me sentindo incomodado com essa demora. Mesmo a visita sendo de grande utilidade para mim, tive a oportunidade de falar com Pedro, ainda assim toda essa demora estava me deixando nervoso. Olhava para a rua à frente, esperando a volta dos três.— Diego, então o doutor volta para Brasília essa semana?Pedro me tira do transe em que eu me encontrava, observando a todo momento a volta da garota.— Sim! O senhor e a senhora retornam para Brasília enquanto a filha vai se mudar em definitivo na próxima semana.Respondo não querendo demonstrar impaciência.— Isso é bom, pois andei ouvindo boatos que Larissa quer de alguma forma, colocar Leonardo em uma situação complicada, usando a desculpa do antigo governador de São Paulo com a questão da saúde e educação.Pedro diz e eu fico sem entender onde o homem quer chegar.— O doutor não tem que se pre
Valentina— Mamãe, acabei de pedir que levem a última caixa com os meus livros.Estava no meu quarto com mamãe sentada em minha cama, observando os últimos ajustes da minha mudança. Meus pais iriam viajar para Brasília depois do jantar e eu me mudaria para o apartamento no dia seguinte. Todas as minhas coisas estavam no meu apartamento, faltando apenas uma mala menor com algumas roupas que eu costumo usar em casa.— Perfeito meu amor! Conversei com os seus irmãos, disse que se precisarem de qualquer coisa, que falem contigo e me avisem. Estou achando sua irmã um pouco distraída, notei Sofia estranha no café da manhã, perguntei se estava acontecendo algo, mas ela respondeu que era a faculdade.Minha mãe diz, batendo no colchão para que eu me sentasse ao seu lado. Deixei o vestido em cima da cadeira e fui me sentar ao seu lado.— Vou sentir sua falta, meu amor — minha mãe diz, tocando meus cabelos com carinho. Eu era mais parecida fisicamente com ela, apesar de ter o sorriso do meu pai.
DiegoDe pé no canto da sala, aguardava Valentina se despedir dos avós. Sua bagagem em minhas mãos e o clima dentro do ambiente era de tristeza como se a garota estivesse se mudando para o Alasca e não para um apartamento totalmente seguro há menos de vinte minutos de carro.— Minha netinha, cuidado quando chegar em casa tarde da noite. Se estiver sentindo cansaço após os plantões noturnos, pode tratar de dormir na suíte do hospital e nada de ficar se esforçando demais.Ouço o doutor Ricardo aconselhando a neta mais velha, tentando segurar o sorriso ao ouvir a conversa dos três. Os pais da garota, se encontravam em Brasília e a partir de hoje eu seria a sombra da filha do presidente do Brasil. Eu teria uma sala no hospital, de onde controlaria toda a segurança da família Martinez em São Paulo e do próprio presidente em Brasília.— Os dois podem parar com esse drama. Eu prometo que não vou ficar mais do que dois dias sem aparecer. E o senhor e a senhora podem me visitar também.Valenti
Diego— Espero não ter exagerado no tempero da carne — Valentina diz, enquanto come. Fiz o que ela me pediu, esperando a garota preparar a comida sentado em uma das banquetas. Acabei ajudando a arrumar a mesa do jantar e em um momento de distração, comentei sobre o meu amor pela culinária.— O tempero está no ponto certo e você cozinha muito bem — respondi, bebendo um gole de água, mesmo com Valentina me oferecendo vinho. Eu não iria abusar da sorte, que era comer a comida da filha do meu chefe e ainda por cima beber com a garota.— Obrigada pela parte que me toca. O seu elogio foi verdadeiro para mim e na próxima, te prometo preparar uma sobremesa para assim termos o banquete completo.Ela respondeu, voltando sua atenção para a comida. O cabelo preso em um rabo de cavalo, alguns fios soltos, davam um ar mais jovem à garota e fiquei observando seu rosto por uns minutos como se estivesse hipnotizado. Passei a enxergar aquela garotinha alegre, que andava para cima e para baixo com sua b
ValentinaFiquei parada por alguns segundos, observando Diego entrar no elevador e ir embora. Sua companhia agradável, fez com que eu me distraísse um pouco e ter ele jantando comigo foi algo que eu não estava acostumada a fazer. A voz do Mateus gritando me fez voltar a realidade e assim que voltei para a sala de jantar, encontrei meu namorado olhando para a mesa com raiva.— Que palhaçada é essa Valentina?Mateus aponta para a louça em cima da mesa.— A mesa do jantar — respondi, indo limpar a bagunça e levar para a cozinha.— Eu sei que é uma mesa de jantar. Quero saber o motivo de ter dois pratos aqui em cima. Por acaso aquele velhote, que é a sombra do seu pai, jantou sozinho contigo?Pergunta-me, seguindo-me até à cozinha. As flores e a caixa de chocolate que trouxe, sabe lá por onde ele havia colocado.— O chefe da segurança do meu pai, jantou comigo, me fez companhia até agora pouco e que mal tem nisso?Digo, voltando para buscar o restante da louça. Mateus me esperou na cozinh
Diego— Foi tudo tranquilo, papai. Sim! Diego está me levando para o trabalho. Tudo bem, jantarei com os meus avós hoje. Certo. Também amo o senhor. Qualquer coisa o senhor me manda mensagem porque entro agora no hospital e sabe que não gosto de me distrair com o celular. Conversamos quando eu chegar em casa.Valentina, ao meu lado, dá um suspiro assim que desliga o celular e coloca na bolsa. Todas as perguntas que a garota respondeu para o pai dela, foram feitas a mim às cinco e meia da manhã. O presidente me acordou justo neste horário para saber como foi a primeira noite da sua filha mais velha. Respondi que acompanhei Valentina até a hora em que tudo estava organizado em seu apartamento e omiti o jantar e a nossa conversa. Notei que a garota fez o mesmo e senti um certo alívio ao ouvir toda a conversa entre pai e filha. Ao chegar a sua casa às sete da manhã, encontrei uma mesa farta e toda caprichada. A primeira coisa que fiz ao entrar, foi discretamente procurar indícios de que o