ValentinaFiquei parada por alguns segundos, observando Diego entrar no elevador e ir embora. Sua companhia agradável, fez com que eu me distraísse um pouco e ter ele jantando comigo foi algo que eu não estava acostumada a fazer. A voz do Mateus gritando me fez voltar a realidade e assim que voltei para a sala de jantar, encontrei meu namorado olhando para a mesa com raiva.— Que palhaçada é essa Valentina?Mateus aponta para a louça em cima da mesa.— A mesa do jantar — respondi, indo limpar a bagunça e levar para a cozinha.— Eu sei que é uma mesa de jantar. Quero saber o motivo de ter dois pratos aqui em cima. Por acaso aquele velhote, que é a sombra do seu pai, jantou sozinho contigo?Pergunta-me, seguindo-me até à cozinha. As flores e a caixa de chocolate que trouxe, sabe lá por onde ele havia colocado.— O chefe da segurança do meu pai, jantou comigo, me fez companhia até agora pouco e que mal tem nisso?Digo, voltando para buscar o restante da louça. Mateus me esperou na cozinh
Diego— Foi tudo tranquilo, papai. Sim! Diego está me levando para o trabalho. Tudo bem, jantarei com os meus avós hoje. Certo. Também amo o senhor. Qualquer coisa o senhor me manda mensagem porque entro agora no hospital e sabe que não gosto de me distrair com o celular. Conversamos quando eu chegar em casa.Valentina, ao meu lado, dá um suspiro assim que desliga o celular e coloca na bolsa. Todas as perguntas que a garota respondeu para o pai dela, foram feitas a mim às cinco e meia da manhã. O presidente me acordou justo neste horário para saber como foi a primeira noite da sua filha mais velha. Respondi que acompanhei Valentina até a hora em que tudo estava organizado em seu apartamento e omiti o jantar e a nossa conversa. Notei que a garota fez o mesmo e senti um certo alívio ao ouvir toda a conversa entre pai e filha. Ao chegar a sua casa às sete da manhã, encontrei uma mesa farta e toda caprichada. A primeira coisa que fiz ao entrar, foi discretamente procurar indícios de que o
ValentinaEstou realmente realizando um sonho ou continuo sonhando? Assim que entrei em meu consultório, todo decorado do jeitinho que sempre desejei, sinto uma felicidade tão grande que por muito pouco não chorei. Queria tanto os meus pais ao meu lado, agora tão especial. Enfim, eu Valentina Martinez estava oficialmente adentrando o seu consultório dos sonhos de menina. Quando decidi me tornar pediatra ainda aos sete anos, quando descobri que era filha de um dos homens mais importantes do país e aos dezesseis quando terminei o ensino médio e meses depois entrei na faculdade de medicina, esse foi o momento do qual eu sempre sonhei. Agora, além de ser pediatra em um dos hospitais de renome em todo o Brasil, também faço parte da diretoria e me tornei a diretora mais jovem que passou por aqui. Sei bem, que a maioria das pessoas, vão insinuar que conquistei tudo isso por ser filha mais velha de uma família tradicional que tanto o meu pai quanto o meu avô são nomes mais do que respeitados
ValentinaDiego mal estacionou o carro, eu fui surpreendida negativamente ao encontrar outro veículo muito conhecido parado na vaga que antes era do meu pai. Era só o que me faltava. Mal cheguei na casa dos meus avós para jantar, dou de cara com o carro do Mateus. Será que ele continuaria forçando situações apenas para me deixar com raiva ou pensa que agindo dessa forma, vai me vencer pelo cansaço? Olhei para o lado e notei o rosto enfurecido do Diego, pois ele conhecia bem o dono daquele carro. Meu dia no hospital começou com a reunião, a qual me deixou bastante nervosa, contudo terminou felizmente, pois eu atendi as crianças na parte da tarde que me arrancaram sorrisos de tanta felicidade.— Acredito que não será necessário, aguardar você para te levar de volta ao apartamento — Diego diz, com sua voz rouca sem nem mesmo olhar para o lado. Queria negar, dizendo que Mateus não me deixaria em casa, entretanto sei que será o contrário e que meus avós vão me obrigar a aceitar ir com ele
ValentinaAcordei cedinho, preparei o café da manhã e aguardei a chegada do Diego. Porém, ao abrir a porta, assim que a campainha tocou para a minha surpresa, quem surgiu foi Alex, o segurança do turno da noite, informando que ele é quem me acompanharia ao hospital, pois Diego teve que resolver um assunto urgente e por conta disso não poderia dirigir para mim esta manhã. Perguntei qual compromisso importante é esse, pois papai não disse nada e eu também achei melhor não comentar sobre outro segurança fazendo o trabalho do chefe da segurança. Confesso que me sinto inquieta e curiosa até demais para descobrir o motivo. Lia a minha agenda de pacientes da semana e hoje eu não teria como jantar na casa dos meus avós e no almoço eu me encontraria com Francisco no restaurante do hospital. Depois da minha discussão com Mateus, enviei uma mensagem para o meu melhor amigo, pedindo um encontro com ele hoje e como sempre Francisco viria ao meu resgate ouvir o meu desabafo. Passava do meio-dia e n
DiegoQue manhã infernal eu tive! Quero apenas que chegue a noite e eu possa ir para o meu apartamento, preparar o meu jantar, abrir uma garrafa de vinho, sentar na frente da televisão e comer e beber para esquecer os problemas. Mal acordei e olhei o aparelho celular e recebi um áudio do presidente, sobre um e-mail oriundo sabe Deus de onde, ameaçando indiretamente a verba que o governo federal irá disponibilizar para a prefeitura de São Paulo. Bastaram algumas ligações e descobri que veio de uma ONG laranja financiada por uma nova milícia que anda tentando invadir Estrela Guia e tomar o poder do Pedro Pascal. Acabei tendo que me encontrar com o chefe da comunidade numa reunião secreta, para que não deixasse exposto que o homem do Presidente tinha ciência de tudo. Não pude buscar Valentina no seu apartamento, mas achei melhor assim. Fui informado que aquele inútil do namorado dela, foi embora logo depois que os dois chegaram em seu apartamento, xingando pelo corredor e meu funcionário
ValentinaNada como um bom banho quente, ao chegar em casa após um dia cansativo no trabalho. Vesti uma bermuda curta com uma blusinha regata. O coitado do Diego deve estar apreensivo me esperando na sala. O nosso jantar deve estar chegando. Saí do quarto, indo para a cozinha e acabei esbarrando em uma parede de músculos, que me agarra pelo braço para que eu não vá ao chão. Ouço um pedido de desculpas e só então percebo que pela segunda vez, sou salva pelos braços fortes do meu segurança que me impedem de ir ao encontro do chão.— Desculpa a demora. Acabei ficando mais tempo no banho — disse sorrindo para o rosto sério do homem. Enquanto ele trabalhar para mim, daria um jeito de fazer esse homem rir mais vezes. Se ele soubesse como fica mais jovem sorrindo, garanto que faria isso sempre.— O jantar chegou, como vi que você não deveria ter ouvido a campainha, eu deixei a comida na cozinha.Diz, mantendo uma certa distância. Olhei para o corredor e pensei, porque não comermos na ilha ao
Diego— Garota mimada!Joguei meu terno e a gravata no banco do passageiro, espumando de raiva por ser tratado daquela forma por Valentina. Quem aquela petulante pensa que é para falar daquela forma comigo? Minha vontade era sentar-lá no meu colo de bunda para cima e encher de tapas aquele traseiro que estava me deixando cada vez mais distraído. Eu sabia que ter concordado com o presidente em vigiar os passos dessa garota seria o meu fim. Agora não tenho como voltar na minha palavra e pedir que outro faça o meu trabalho. Só de imaginar algo assim acontecendo, meu sangue ferve nas veias. Eu estava precisando de sexo, é isso. Ficar lidando com as vontades daquela garota anda consumindo muito o meu tempo. Decidi desviar o caminho do meu apartamento e seguir para o clube. Minha máscara se encontra no porta-luvas e eu preciso apenas encontrar uma mulher disposta a foder comigo, me fazendo esquecer o stress dos últimos dias. Entrei na garagem privativa do clube, desligando o motor do carro,