ValentinaEstou realmente realizando um sonho ou continuo sonhando? Assim que entrei em meu consultório, todo decorado do jeitinho que sempre desejei, sinto uma felicidade tão grande que por muito pouco não chorei. Queria tanto os meus pais ao meu lado, agora tão especial. Enfim, eu Valentina Martinez estava oficialmente adentrando o seu consultório dos sonhos de menina. Quando decidi me tornar pediatra ainda aos sete anos, quando descobri que era filha de um dos homens mais importantes do país e aos dezesseis quando terminei o ensino médio e meses depois entrei na faculdade de medicina, esse foi o momento do qual eu sempre sonhei. Agora, além de ser pediatra em um dos hospitais de renome em todo o Brasil, também faço parte da diretoria e me tornei a diretora mais jovem que passou por aqui. Sei bem, que a maioria das pessoas, vão insinuar que conquistei tudo isso por ser filha mais velha de uma família tradicional que tanto o meu pai quanto o meu avô são nomes mais do que respeitados
ValentinaDiego mal estacionou o carro, eu fui surpreendida negativamente ao encontrar outro veículo muito conhecido parado na vaga que antes era do meu pai. Era só o que me faltava. Mal cheguei na casa dos meus avós para jantar, dou de cara com o carro do Mateus. Será que ele continuaria forçando situações apenas para me deixar com raiva ou pensa que agindo dessa forma, vai me vencer pelo cansaço? Olhei para o lado e notei o rosto enfurecido do Diego, pois ele conhecia bem o dono daquele carro. Meu dia no hospital começou com a reunião, a qual me deixou bastante nervosa, contudo terminou felizmente, pois eu atendi as crianças na parte da tarde que me arrancaram sorrisos de tanta felicidade.— Acredito que não será necessário, aguardar você para te levar de volta ao apartamento — Diego diz, com sua voz rouca sem nem mesmo olhar para o lado. Queria negar, dizendo que Mateus não me deixaria em casa, entretanto sei que será o contrário e que meus avós vão me obrigar a aceitar ir com ele
ValentinaAcordei cedinho, preparei o café da manhã e aguardei a chegada do Diego. Porém, ao abrir a porta, assim que a campainha tocou para a minha surpresa, quem surgiu foi Alex, o segurança do turno da noite, informando que ele é quem me acompanharia ao hospital, pois Diego teve que resolver um assunto urgente e por conta disso não poderia dirigir para mim esta manhã. Perguntei qual compromisso importante é esse, pois papai não disse nada e eu também achei melhor não comentar sobre outro segurança fazendo o trabalho do chefe da segurança. Confesso que me sinto inquieta e curiosa até demais para descobrir o motivo. Lia a minha agenda de pacientes da semana e hoje eu não teria como jantar na casa dos meus avós e no almoço eu me encontraria com Francisco no restaurante do hospital. Depois da minha discussão com Mateus, enviei uma mensagem para o meu melhor amigo, pedindo um encontro com ele hoje e como sempre Francisco viria ao meu resgate ouvir o meu desabafo. Passava do meio-dia e n
DiegoQue manhã infernal eu tive! Quero apenas que chegue a noite e eu possa ir para o meu apartamento, preparar o meu jantar, abrir uma garrafa de vinho, sentar na frente da televisão e comer e beber para esquecer os problemas. Mal acordei e olhei o aparelho celular e recebi um áudio do presidente, sobre um e-mail oriundo sabe Deus de onde, ameaçando indiretamente a verba que o governo federal irá disponibilizar para a prefeitura de São Paulo. Bastaram algumas ligações e descobri que veio de uma ONG laranja financiada por uma nova milícia que anda tentando invadir Estrela Guia e tomar o poder do Pedro Pascal. Acabei tendo que me encontrar com o chefe da comunidade numa reunião secreta, para que não deixasse exposto que o homem do Presidente tinha ciência de tudo. Não pude buscar Valentina no seu apartamento, mas achei melhor assim. Fui informado que aquele inútil do namorado dela, foi embora logo depois que os dois chegaram em seu apartamento, xingando pelo corredor e meu funcionário
ValentinaNada como um bom banho quente, ao chegar em casa após um dia cansativo no trabalho. Vesti uma bermuda curta com uma blusinha regata. O coitado do Diego deve estar apreensivo me esperando na sala. O nosso jantar deve estar chegando. Saí do quarto, indo para a cozinha e acabei esbarrando em uma parede de músculos, que me agarra pelo braço para que eu não vá ao chão. Ouço um pedido de desculpas e só então percebo que pela segunda vez, sou salva pelos braços fortes do meu segurança que me impedem de ir ao encontro do chão.— Desculpa a demora. Acabei ficando mais tempo no banho — disse sorrindo para o rosto sério do homem. Enquanto ele trabalhar para mim, daria um jeito de fazer esse homem rir mais vezes. Se ele soubesse como fica mais jovem sorrindo, garanto que faria isso sempre.— O jantar chegou, como vi que você não deveria ter ouvido a campainha, eu deixei a comida na cozinha.Diz, mantendo uma certa distância. Olhei para o corredor e pensei, porque não comermos na ilha ao
Diego— Garota mimada!Joguei meu terno e a gravata no banco do passageiro, espumando de raiva por ser tratado daquela forma por Valentina. Quem aquela petulante pensa que é para falar daquela forma comigo? Minha vontade era sentar-lá no meu colo de bunda para cima e encher de tapas aquele traseiro que estava me deixando cada vez mais distraído. Eu sabia que ter concordado com o presidente em vigiar os passos dessa garota seria o meu fim. Agora não tenho como voltar na minha palavra e pedir que outro faça o meu trabalho. Só de imaginar algo assim acontecendo, meu sangue ferve nas veias. Eu estava precisando de sexo, é isso. Ficar lidando com as vontades daquela garota anda consumindo muito o meu tempo. Decidi desviar o caminho do meu apartamento e seguir para o clube. Minha máscara se encontra no porta-luvas e eu preciso apenas encontrar uma mulher disposta a foder comigo, me fazendo esquecer o stress dos últimos dias. Entrei na garagem privativa do clube, desligando o motor do carro,
ValentinaTive uma noite horrível, tentando dormir, porém, a única coisa que eu fazia era pensar no que eu disse para o Diego. Como sou tola em falar daquela forma com o ogro, mal-humorado da sombra do papai? E se ele abre a boca e conta que sou uma intrometida, tentando forçar uma aproximação? Porra, mas também ele não facilita as coisas. O que custava aceitar tomar café na padaria. Vamos conviver juntos, sabe Deus por quantos meses, nada mais justo do que nos darmos bem. Enquanto eu me arrumo, a campainha toca. A julgar a hora, com certeza é o Diego vindo me buscar mais cedo, dessa forma ele se livra de mim mais rápido. Hoje decidi ir trabalhar, usando um vestido de mangas, branco abaixo do joelho, pois teria uma reunião com o pessoal do centro de crianças, do qual mamãe faz parte da diretoria. Pois a equipe de residentes da pediatria, vão para uma ação social em uma das comunidades escolhidas e eu como diretora preciso estar presente no encontro. Tentando não rir para aquele ogro,
DiegoEstiquei as pernas, após um dia de trabalho intenso. Saí do escritório somente para almoçar e fiz isso tão depressa que engoli a comida para ter que retornar logo. Raquel foi quem apareceu mais cedo com a desculpa de trazer café para eu beber e tentou puxar conversa comigo, porém dispensei educadamente a garota. Percebi o grande interesse dela e no momento, estou correndo de compromisso ou mulheres na minha vida. Quando despertei com o barulho do meu celular tocando, pensei que fosse Valentina, mas para a minha surpresa era o pai avisando que eu não teria que buscar a filha em casa, pois o namorado idiota dela faria isso. Por um lado me senti aliviado, dessa forma não teria que olhar o seu rosto logo cedo, já do outro…. Eu não confiava naquele garoto, desde muito novo, sempre notei como ele se portava e nunca entendi como o doutor Leonardo aceitou que a filha namorasse um playboy daquele. Será que o sobrenome vale muito mais para os ricos do que o caráter? Porque algo que falta