DiegoEstiquei as pernas, após um dia de trabalho intenso. Saí do escritório somente para almoçar e fiz isso tão depressa que engoli a comida para ter que retornar logo. Raquel foi quem apareceu mais cedo com a desculpa de trazer café para eu beber e tentou puxar conversa comigo, porém dispensei educadamente a garota. Percebi o grande interesse dela e no momento, estou correndo de compromisso ou mulheres na minha vida. Quando despertei com o barulho do meu celular tocando, pensei que fosse Valentina, mas para a minha surpresa era o pai avisando que eu não teria que buscar a filha em casa, pois o namorado idiota dela faria isso. Por um lado me senti aliviado, dessa forma não teria que olhar o seu rosto logo cedo, já do outro…. Eu não confiava naquele garoto, desde muito novo, sempre notei como ele se portava e nunca entendi como o doutor Leonardo aceitou que a filha namorasse um playboy daquele. Será que o sobrenome vale muito mais para os ricos do que o caráter? Porque algo que falta
ValentinaNão parava de rir durante o banho. Só em lembrar do rosto irritado dele, eu começo a sorrir sozinha. Irritar o Diego é uma distração para mim. Quando estamos juntos o clima é mais leve, mesmo com aquela cara mal-humorada de quem não costuma esboçar um sorriso, ainda assim me sinto confortável ao seu lado. A tática que pensei, para fazer com que ele jantasse comigo, deu certo. Tive um dia bem cansativo e estressante, principalmente após a discussão com o meu pai sobre o Mateus. Papai como sempre dando razão ao genro, que Mateus é apenas um garoto com responsabilidades perante a família e os negócios que preciso ter um pouco de paciência. Quando comentei a possibilidade de terminar o meu namoro, o velho praticamente surtou do outro lado. Tenho que ser mais tolerante, não posso deixar que problemas bobos atrapalhem a nossa relação. Encerrei a ligação, dizendo que estou pensando bem no que farei daqui para frente. Enquanto me enxugo, estou curiosa para voltar na cozinha e encont
DiegoAcordei mais cedo do que o normal e decidi treinar um pouco, antes de começar o trabalho. Tive uma noite de sono agitada novamente. Cada vez que eu tentava dormir, o som da risada dela vinha à mente. Por mais que o jantar tenha sido divertido, eu estava percorrendo um caminho perigoso e precisava me manter afastado para o bem de ambos. Nunca me interessei por mulheres mais jovens, mas algo naquela garota me atraiu e sei que isso é errado de todas as formas imagináveis. A tensão presa dentro de mim, extravasei socando o saco de bóxer com toda força que tenho. Dessa forma, não imagino aquela boca carnuda em uma certa parte do meu corpo e nem me condenar por desejar a filha do meu chefe. Uma garota totalmente proibida para mim. Após treinar por quase duas horas, um recorde, tomei um banho na academia mesmo, vesti uma bermuda e camiseta limpos, calcei o tênis, coloquei o boné na cabeça, meu óculos de sol e segui até o restaurante da Diná. Não visitava a velha senhora há dias e sei q
DiegoDirigindo rumo a cidade de Rio das Pedras com Valentina, no banco do carona cantando a mesma música que toca no rádio do carro. Nos dias que antecederam a viagem da garota, tive que trabalhar dobrado, para deixar tudo organizado, mesmo sendo uma estadia rápida. Ainda fui obrigado a presenciar uma cena ridícula entre Valentina e aquele paspalho do namorado dela, dando um show de ciúmes, por conta da namorada viajar sozinha com um homem. O idiota acha que eu não ouvi a reclamação, de que não era certo a futura noiva e o segurança. Por um segundo tive que rir das palavras proferidas. Ele achava mesmo que um homem como eu seria perigoso para o namoro perfeito deles?— Amei a pousada que você escolheu para a gente ficar — Valentina diz, virando o seu rosto para mim. Escolhi uma pousada na área rural, orientação do pai da garota, porém não contaria isso ou Valentina iria se chatear. Queria ter escolhido um hotel no centro da cidade, contudo o presidente disse haver encontrado na inter
ValentinaAo adentrar o quarto, não me arrependo um segundo da ideia de compartilhar o mesmo cômodo com Diego. Só em caminhar pelo corredor até chegar à suíte, fui me encantando, mas ainda pela delicadeza da decoração e como todo o espaço traz uma paz que é o que preciso agora. Diego deixou nossa bagagem num canto do quarto, avisando que me deixaria sozinha para ter privacidade e que depois ele tomaria banho e se trocava. Aproveite que me encontro sozinha, para explorar a suíte. Uma cama super king, com lençol branco, parede pintada de um rosa clarinho, uma mesa com duas cadeiras de madeira, uma porta de correr, que vi que dava para uma varanda com uma piscina menor com um mini-jardim. O banheiro todo branco, com uma banheira de hidromassagem. O colchão de solteiro, o funcionário, deixou embaixo da cama e os lençóis, dona Francisca disse que mandaria depois. Notei que ela não tinha ideia de quem eu era, nem mesmo o sobrenome no registro fez com que ela entendesse quem são os meus pais
DiegoTomei um banho rápido, com medo dela entrar e me encontrar apenas de toalha. Peguei a primeira calça e camiseta que encontrei na mala, vestindo-me apressado e quando estava saindo o celular tocou. Conversei com o presidente por dez minutos, esclarecendo suas dúvidas e afirmando que a filha se mantinha em segurança.Agora sentado na cama, olho para o celular pensando na roubada que estou entrando, ao ter aceitado vigiar Valentina. Andava cometendo falhas que eu jamais cometeria em vinte anos trabalhando para o pai dela, assim como escondendo situações que conhecendo o doutor Leonardo como conheço, ele nunca aceitaria. Omitir que serei obrigado a dividir o quarto com sua filha mais velha, foi apenas uma das desculpas esfarrapadas proferidas por mim. Ponderava se deveria sair deste quarto, encontrar Valentina e jantar com a garota, como se fosse normal o que anda acontecendo. Respirei fundo, levantei da cama, guardei o celular no bolso da calça jeans e saí do quarto. Me dirigi até
Valentina— Senhorita, ficamos felizes em saber sobre o interesse em auxiliar a ala da pediatria em nosso hospital. Ter escolhido Rio das Pedras para usar como cidade teste é um orgulho para todos nós.O meu encontro com Silvia, a diretora-geral do hospital e maternidade São Vicente foi proveitoso e tenho a certeza que o meu pai vai se orgulhar do trabalho que estou fazendo e de como eu consegui conduzir a reunião.— Garanto a você que teremos uma boa parceria de trabalho. E falo isso como a neta do doutor Ricardo Martinez e não como a filha do presidente.Disse com sinceridade para a mulher.— Só em saber do interesse, em colocar em prática o projeto do governo é algo que nos alegra bastante.Verifiquei a hora no meu relógio de pulso. Passava um pouco das onze da manhã. Eu teria uma reunião com a coordenadora do CRAS do município. Ela é quem me levaria até o orfanato da cidade, para que eu pudesse conhecer e assim repassar para a minha mãe o conversado. Mamãe, tem em mente um projeto
DiegoParei o carro em um estacionamento privativo que encontrei. O clima no carro com Valentina foi tenso e a garota estava com raiva por eu ir dormir no carro, entretanto existem limites que não se podem ultrapassar e eu estou ultrapassando muitos, desde o momento que comecei a fazer a sua segurança. Notei que algo aconteceu enquanto prestava atenção a conversa dela por mensagem e não era a saúde do irmão. O presidente me ligou enquanto a filha se encontrava em reunião, perguntando como Valentina estava, se estava gostando da pousada, o horário que saímos e como os donos estavam tratando a garota. Respondi, com sinceridade, a todas as perguntas e me incomodou quando o senhor comentou que o pirralho daquele Mateus ligou, reclamando da namorada viajando comigo. Ouvir o presidente, se desculpar, que confia plenamente no meu trabalho, que sabe como sou um homem correto e que não poderia ter segurança melhor para cuidar da sua filha mais velha. Toda aquela inventar uma desculpa, sei que