Valentina— Vou enviar para o laboratório como confidencial e não se preocupe que ninguém vai saber que é amostra sua.Levanto-me da cadeira, vestindo o meu jaleco. Tenho tempo até a reunião, pois para a minha sorte, Marcos é quem precisou se atrasar e chegará tarde. Diego acabou me deixando no trabalho, querendo saber o que aconteceu comigo para que eu fosse correndo me trancar no banheiro. Respondi que foi apenas a pressa para tomar banho e me vestir, pois ele me conhece e sabe que odeio chegar atrasada, principalmente nos compromissos relacionados a diretoria do hospital.— Pelo amor de Deus, Simone, não deixe ninguém saber que colhi esse sangue para o exame. Não quero os fofoqueiros daqui sabendo nada, mesmo que o resultado seja negativo.Disse, arrumando melhor o meu jaleco, pegando a minha bolsa para seguir para o meu consultório. — Até parece que não me conhece menina. Trabalho aqui tempo mais do que suficiente para saber o que se deve ou não falar.Simone é a enfermeira chefe
Diego— Fico triste com a sua recusa, porém feliz por você estar seguindo sua vida mesmo fazendo algo que jamais pensei gostar.Estou com Pedro em seu escritório, conversando sobre a inauguração do restaurante e a minha recusa em abrir uma agência de segurança que Pedro pensava em iniciar, porém, teve que desistir antes mesmo de tentar. Por mais que a sua proposta seja tentadora, não tenho interesse em continuar seguindo na área de segurança, porém disse que se ele precisasse de ajuda estou à disposição.— Todos que conhecem o meu novo empreendimento, têm a mesma reação que a sua.Comentei e Pedro riu do que eu disse. — Quem poderia imaginar que um homem como eu, que sempre trabalhou com segurança, vai terminar seus dias como um aposentado e dono de um restaurante.— Garanto que o seu sogro é quem vai se surpreender. Falando sobre o doutor, como andam as coisas entre você e Valentina?Pedro me perguntou e só em ouvir o nome dela é claro que um sorriso se formou.— Estamos indo bem, mo
ValentinaJuro, eu iria esperar a chegada do Diego, contudo a minha curiosidade foi tanta que acabei abrindo o exame, assim que entrei em nosso quarto e sentei na cama. A conversa com a minha mãe, passar a tarde ao seu lado, ouvir seus conselhos, sua alegria por conta da minha felicidade, saber que mamãe apoia o meu casamento, que entende os sentimentos que sinto e que o jantar será para anunciar o meu noivado e o casamento em breve. Mamãe, não parou um segundo sequer de falar sobre a festa que a filha mais velha merece, que quer o vestido de noiva mais lindo para mim e que enfim poderá me presentear com algo valioso que ela havia ganhado quando se casou. Agora me encontro sentada no colo do meu noivo, sua mão espalmada em minha barriga, alisando a pele enquanto conversa com o filho. Me desesperei à toa, porque o que estou assistindo é um homem feliz por ser pai e desesperado ao afirmar que n&atil
ValentinaEstamos chegando na mansão, para o jantar com a minha família e alguns amigos. Diego se encontra decidido a contar tudo e combinar com a mamãe de falar para o meu pai e ela a sós, antes de expor para todos. Claro que a gravidez seria uma surpresa tanto para ela quanto para os meus irmãos e os meus avós. Meu noivo ainda não sabia que os pais do Mateus e o próprio foram convidados, junto da tia Sara e do Marcos com a esposa Paola. O jantar era mais um dos inúmeros eventos que a vovó Soraia ama organizar apenas para passar o tempo dela. Mamãe é quem sempre fala, que a vovó usa isso para ocupar o tempo ocioso dela. Diego parou o carro ao lado de um Mercedes preto e nem preciso conferir a placa para saber quem é o dono. Até o último segundo, acreditei que Mateus não teria coragem de aparecer aqui, porém esqueço quem é
ValentinaApós conversar com a tia Áurea, fomos para o jardim, onde estava acontecendo o jantar. Vovó gostava de organizar as festas, aqui, pois ela amava as flores e dizia dar um ar chique à decoração. Diego ao meu lado, seguia segurando a minha mão com carinho e mesmo que eu esteja tentando parecer bem, ainda assim não sei se vou conseguir contar tudo sem chorar na frente dos meus pais. Não porque estou com medo de algo, longe disso sinto-me mais do que segura com a decisão do casamento e a gravidez inesperada que para mim é uma benção por saber que meu bebê, tem um pai que me ama e me trata com todo amor que eu sempre sonhei para mim.Assim que chegamos na parte do jardim, encontramos os meus pais, de pé ao lado dos pais do Mateus, conversando animadamente, enquanto Sara, Marcos, a esposa e os meus avós, conversavam sentados a enorme mesa do jantar. Vovó Soraia, além de exagerada demais, fazia questão de enfiar aquela mesa enorme de vinte lugares como se fosse o banquete de uma rai
DiegoPaciência! Eu preciso de muita, para não armar uma briga com a família da Valentina. Na realidade, com o pai da minha noiva. O desmaio, causado com certeza devido às ofensas que o pai fez a ela, logo depois a confusão com todos preocupados com o que houve e o choque quando acabei revelando a gravidez na frente de todos. O tal Mateus, foi o primeiro tentando vir pra cima de mim, achando que consegue me enfrentar sem levar uns bons tapas naquele rosto arrogante. Para a minha sorte a madame, mãe do babaquinha, chamou filho e marido para ir embora. O médico diretor do hospital, com a esposa e a doutora Sara também foram, deixando apenas a família Martinez na mansão. Pelo jeito a nossa vinda acabou estragando o evento que dona Soraia planejou com tanto carinho. Entretanto, para mim, pouco importa tudo isso, quero apenas pegar Valentina pela mão e dar o fora desse lugar. Infelizmente preciso esperar o seu pai examinar a filha no antigo quarto dela, eu sigo na sala sendo observado pelo
ValentinaAcordei me sentindo melhor do que ontem a noite. Diego precisou sair para resolver um assunto no restaurante, aproveitei para continuar na cama, pois não estava com vontade de sair para nenhum lugar. Meu noivo, quis me levar até o hospital antes do seu compromisso, contudo disse que me encontro bem e se porventura eu tiver algum mal- estar ligaria na mesma hora. Após tomar um banho, para despertar, fui até a cozinha, tomar o café da manhã. Diego deixou a bancada organizada, com frutas, torradas, pão de forma, suco e café com leite. Sentei-me na banqueta, servindo-me de um pouco de cada coisa, para manter o estômago cheio. Não jantei na noite anterior, me alimentei bem mal e com certeza a fraqueza foi falta de comida. Tiraria o dia para descansar em casa, pois quero manter a mente limpa de pensamentos ruins, principalmente quando eles são relacionados ao meu pai. Como filha não desejo nutrir mágoa e raiva do homem que me criou, do qual eu respeito. Contudo papai vem agindo de
DiegoMantenha a calma! Você não pode surtar aqui. Minha mulher vai ficar bem.É o meu mantra, desde o momento em que pisei aqui nessa recepção do hospital dos Martinez. Não queria ter trazido Valentina para cá, porém ela insistiu e me convenceu durante o trajeto de que a obstetra dela é daqui e que se sentiria mais segura ao ser atendida neste lugar. Juro que não quero ter contato algum com nada que venha dessa família, contudo infelizmente sou obrigado pois no fundo sei que Valentina sente falta do pai, dos avós e do companheirismo que existe entre eles. Sigo sentado na cadeira da recepção, nervoso, sem notícias de nada. De cabeça baixa, sinto uma mão tocando o meu ombro e ao levantar o olhar, vejo a doutora Sara parada ao meu lado.— Se acalma. Foi somente um susto, que veio para que Valentina se cuide melhor.A mulher diz, vindo sentar ao meu lado.— De que susto você se refere?Perguntei com medo de ouvir a resposta. Se algo ruim acontecer com Valentina e o meu filho, juro que nã