DiegoPaciência! Eu preciso de muita, para não armar uma briga com a família da Valentina. Na realidade, com o pai da minha noiva. O desmaio, causado com certeza devido às ofensas que o pai fez a ela, logo depois a confusão com todos preocupados com o que houve e o choque quando acabei revelando a gravidez na frente de todos. O tal Mateus, foi o primeiro tentando vir pra cima de mim, achando que consegue me enfrentar sem levar uns bons tapas naquele rosto arrogante. Para a minha sorte a madame, mãe do babaquinha, chamou filho e marido para ir embora. O médico diretor do hospital, com a esposa e a doutora Sara também foram, deixando apenas a família Martinez na mansão. Pelo jeito a nossa vinda acabou estragando o evento que dona Soraia planejou com tanto carinho. Entretanto, para mim, pouco importa tudo isso, quero apenas pegar Valentina pela mão e dar o fora desse lugar. Infelizmente preciso esperar o seu pai examinar a filha no antigo quarto dela, eu sigo na sala sendo observado pelo
ValentinaAcordei me sentindo melhor do que ontem a noite. Diego precisou sair para resolver um assunto no restaurante, aproveitei para continuar na cama, pois não estava com vontade de sair para nenhum lugar. Meu noivo, quis me levar até o hospital antes do seu compromisso, contudo disse que me encontro bem e se porventura eu tiver algum mal- estar ligaria na mesma hora. Após tomar um banho, para despertar, fui até a cozinha, tomar o café da manhã. Diego deixou a bancada organizada, com frutas, torradas, pão de forma, suco e café com leite. Sentei-me na banqueta, servindo-me de um pouco de cada coisa, para manter o estômago cheio. Não jantei na noite anterior, me alimentei bem mal e com certeza a fraqueza foi falta de comida. Tiraria o dia para descansar em casa, pois quero manter a mente limpa de pensamentos ruins, principalmente quando eles são relacionados ao meu pai. Como filha não desejo nutrir mágoa e raiva do homem que me criou, do qual eu respeito. Contudo papai vem agindo de
DiegoMantenha a calma! Você não pode surtar aqui. Minha mulher vai ficar bem.É o meu mantra, desde o momento em que pisei aqui nessa recepção do hospital dos Martinez. Não queria ter trazido Valentina para cá, porém ela insistiu e me convenceu durante o trajeto de que a obstetra dela é daqui e que se sentiria mais segura ao ser atendida neste lugar. Juro que não quero ter contato algum com nada que venha dessa família, contudo infelizmente sou obrigado pois no fundo sei que Valentina sente falta do pai, dos avós e do companheirismo que existe entre eles. Sigo sentado na cadeira da recepção, nervoso, sem notícias de nada. De cabeça baixa, sinto uma mão tocando o meu ombro e ao levantar o olhar, vejo a doutora Sara parada ao meu lado.— Se acalma. Foi somente um susto, que veio para que Valentina se cuide melhor.A mulher diz, vindo sentar ao meu lado.— De que susto você se refere?Perguntei com medo de ouvir a resposta. Se algo ruim acontecer com Valentina e o meu filho, juro que nã
DiegoValentina segue dormindo, estou na estrada de chão que termina na frente da pousada. A viagem de quatro horas, foi feita em três horas e meia. Para minha sorte, ela dormiu o tempo todo, porém vou acordá-la pois dessa forma ela vai estar acordada quando eu estacionar na porta da pousada. Enquanto dirijo com uma mão, com a outra toco com carinho em sua bochecha, acariciando a pele, pois eu sempre acordo Valentina dessa forma, então não seria algo diferente para ela. Desço os dedos até o seu nariz, fazendo cócegas, para que ela possa despertar. O GPS mostra que em menos de dez minutos vamos estar chegando à pousada. Com certeza, Francisca e Fabrício ficarão felizes ao nos encontrar e principalmente por saberem que estamos juntos e seremos pais.— Paixão, hora de acordar. Nosso destino se encontra há menos de dez minutos.Falei baixinho, vendo-a despertar com minhas carícias, Valentina se espreguiça no banco do carona, abrindo os olhos devagar até que encara ao redor, vendo as luzes
Valentina— Sua sopa está deliciosa — digo enquanto terminei de dar a última colherada. Tomei um banho quente para depois comer algo. Diego fez a mesma coisa, agora estamos os quatro na cozinha da pousada.— Obrigada, menina! Você pode ficar tranquila, que durante sua estadia aqui vou preparar caldos e uma comida que sustente você e seu bebê.Francisca diz, ao tocar a minha mão com carinho. O casal perguntou como estamos, se nosso relacionamento vem desde a época que estivemos aqui ou se foi recente. Diego estava falante demais, que me surpreendeu ao contar como nos envolvemos e que a viagem até aqui foi o divisor para que ele descobrisse os seus sentimentos.— Hora de dormir!Fabrício fala, ao se levantar, sendo seguido pela esposa, que tirou a louça da mesa. Levantei para ajudar, porém ela me impediu negando com a cabeça.— Vá descansar, que mesmo uma viagem curta, você ficou tempo demais dentro do carro.Diego passa o braço em torno da minha cintura, mantendo-me junto a mim.— Fran
DiegoAcordei antes das cinco e meia da manhã. Valentina se mexia o tempo inteiro na cama e eu acabei perdendo o sono. Com cuidado levantei da cama, para não acordá-la e tomei um banho, vesti uma calça de moletom, camiseta regata, tênis e peguei apenas o meu celular, guardando no bolso para uma corrida logo cedo. Ao passar pela recepção, encontro Francisca acordada, começando a organizar as coisas do café da manhã.— Bom dia, Diego!Francisca me deseja bom dia, eu me aproximo da senhora para avisar que correrei um pouco enquanto Valentina ainda dorme.— Bom dia! Saio, mas não demorarei. Minha noiva ficou dormindo e se ela acordar e perguntar de mim, fale que dei uma caminhada.Aviso Francisca, que pergunta se eu não quero tomar ao menos um café preto.— Tomo o café na volta. — respondi, despedindo-me da dona indo em direção à saída. Estava escuro ainda, era cedo e o sol nem mesmo havia aparecido. Decidi correr na estrada da frente, até um riacho que ficava há menos de trinta minutos.
— Que horas você acordou?Mal abro a porta do quarto, encontro Valentina sentada na cama, mexendo no celular. Ao me ver entrar levantou-se deixando o aparelho de lado, para me abraçar.— Não consegui dormir, então acabei decidindo correr e pegar um pouco do ar puro desse verde.Respondo afastando-me um pouco, pois me encontro suado e não quero sujar a roupa dela.— Espera eu tomar um banho rápido e saímos para o café — digo, despindo a minha roupa. Valentina voltou a se sentar na cama, me aguardando enquanto eu me arrumava.— Falei com a minha mãe. Ela sabe que estamos em Rio das Pedras e prometeu que não contará para ninguém.Escutei Valentina falando comigo, enquanto lavo o meu corpo, removendo o suor e o cansaço que sinto após uma hora de caminhada.Ela perguntou se eu estava bem, se algo mais grave havia acontecido e eu expliquei que estou bem, que você queria apenas que eu descansasse e quis saber como ficaram os atendimentos no hospital.Desliguei o chuveiro, voltando para dentr
ValentinaOs últimos dias ao lado do Diego, foram como um sonho. Nossas férias, mesmo que de certa forma forçadas, foram necessárias para que eu descansasse não apenas a minha mente como acalmasse o meu coração. Vivemos momentos felizes, visitamos vários lugares na cidade, rimos com os outros hóspedes e a noite nos amamos com tanta intensidade que em uma das noites Diego me disse que se continuasse assim durante a gravidez ele é quem iria acabar parando no hospital. Amanhã voltamos para São Paulo e para nossa rotina. Temos que dar entrada na papelada do casamento e começar a organização do espaço, decoração e buffet. Antes de irmos embora, chamei o meu noivo para passar uma tarde no lago em que demos o nosso primeiro beijo. Quando Francisca ouviu a minha conversa com o Fabrício, tratou de organizar uma cesta com frutas, bebidas e queijo. Disse que uma tarde de amor ao lado do meu noivo era uma boa pedida para o nosso último dia. Agora estamos deitados em uma das pedras, observando o c