DiegoMantenha a calma! Você não pode surtar aqui. Minha mulher vai ficar bem.É o meu mantra, desde o momento em que pisei aqui nessa recepção do hospital dos Martinez. Não queria ter trazido Valentina para cá, porém ela insistiu e me convenceu durante o trajeto de que a obstetra dela é daqui e que se sentiria mais segura ao ser atendida neste lugar. Juro que não quero ter contato algum com nada que venha dessa família, contudo infelizmente sou obrigado pois no fundo sei que Valentina sente falta do pai, dos avós e do companheirismo que existe entre eles. Sigo sentado na cadeira da recepção, nervoso, sem notícias de nada. De cabeça baixa, sinto uma mão tocando o meu ombro e ao levantar o olhar, vejo a doutora Sara parada ao meu lado.— Se acalma. Foi somente um susto, que veio para que Valentina se cuide melhor.A mulher diz, vindo sentar ao meu lado.— De que susto você se refere?Perguntei com medo de ouvir a resposta. Se algo ruim acontecer com Valentina e o meu filho, juro que nã
DiegoValentina segue dormindo, estou na estrada de chão que termina na frente da pousada. A viagem de quatro horas, foi feita em três horas e meia. Para minha sorte, ela dormiu o tempo todo, porém vou acordá-la pois dessa forma ela vai estar acordada quando eu estacionar na porta da pousada. Enquanto dirijo com uma mão, com a outra toco com carinho em sua bochecha, acariciando a pele, pois eu sempre acordo Valentina dessa forma, então não seria algo diferente para ela. Desço os dedos até o seu nariz, fazendo cócegas, para que ela possa despertar. O GPS mostra que em menos de dez minutos vamos estar chegando à pousada. Com certeza, Francisca e Fabrício ficarão felizes ao nos encontrar e principalmente por saberem que estamos juntos e seremos pais.— Paixão, hora de acordar. Nosso destino se encontra há menos de dez minutos.Falei baixinho, vendo-a despertar com minhas carícias, Valentina se espreguiça no banco do carona, abrindo os olhos devagar até que encara ao redor, vendo as luzes
Valentina— Sua sopa está deliciosa — digo enquanto terminei de dar a última colherada. Tomei um banho quente para depois comer algo. Diego fez a mesma coisa, agora estamos os quatro na cozinha da pousada.— Obrigada, menina! Você pode ficar tranquila, que durante sua estadia aqui vou preparar caldos e uma comida que sustente você e seu bebê.Francisca diz, ao tocar a minha mão com carinho. O casal perguntou como estamos, se nosso relacionamento vem desde a época que estivemos aqui ou se foi recente. Diego estava falante demais, que me surpreendeu ao contar como nos envolvemos e que a viagem até aqui foi o divisor para que ele descobrisse os seus sentimentos.— Hora de dormir!Fabrício fala, ao se levantar, sendo seguido pela esposa, que tirou a louça da mesa. Levantei para ajudar, porém ela me impediu negando com a cabeça.— Vá descansar, que mesmo uma viagem curta, você ficou tempo demais dentro do carro.Diego passa o braço em torno da minha cintura, mantendo-me junto a mim.— Fran
DiegoAcordei antes das cinco e meia da manhã. Valentina se mexia o tempo inteiro na cama e eu acabei perdendo o sono. Com cuidado levantei da cama, para não acordá-la e tomei um banho, vesti uma calça de moletom, camiseta regata, tênis e peguei apenas o meu celular, guardando no bolso para uma corrida logo cedo. Ao passar pela recepção, encontro Francisca acordada, começando a organizar as coisas do café da manhã.— Bom dia, Diego!Francisca me deseja bom dia, eu me aproximo da senhora para avisar que correrei um pouco enquanto Valentina ainda dorme.— Bom dia! Saio, mas não demorarei. Minha noiva ficou dormindo e se ela acordar e perguntar de mim, fale que dei uma caminhada.Aviso Francisca, que pergunta se eu não quero tomar ao menos um café preto.— Tomo o café na volta. — respondi, despedindo-me da dona indo em direção à saída. Estava escuro ainda, era cedo e o sol nem mesmo havia aparecido. Decidi correr na estrada da frente, até um riacho que ficava há menos de trinta minutos.
— Que horas você acordou?Mal abro a porta do quarto, encontro Valentina sentada na cama, mexendo no celular. Ao me ver entrar levantou-se deixando o aparelho de lado, para me abraçar.— Não consegui dormir, então acabei decidindo correr e pegar um pouco do ar puro desse verde.Respondo afastando-me um pouco, pois me encontro suado e não quero sujar a roupa dela.— Espera eu tomar um banho rápido e saímos para o café — digo, despindo a minha roupa. Valentina voltou a se sentar na cama, me aguardando enquanto eu me arrumava.— Falei com a minha mãe. Ela sabe que estamos em Rio das Pedras e prometeu que não contará para ninguém.Escutei Valentina falando comigo, enquanto lavo o meu corpo, removendo o suor e o cansaço que sinto após uma hora de caminhada.Ela perguntou se eu estava bem, se algo mais grave havia acontecido e eu expliquei que estou bem, que você queria apenas que eu descansasse e quis saber como ficaram os atendimentos no hospital.Desliguei o chuveiro, voltando para dentr
ValentinaOs últimos dias ao lado do Diego, foram como um sonho. Nossas férias, mesmo que de certa forma forçadas, foram necessárias para que eu descansasse não apenas a minha mente como acalmasse o meu coração. Vivemos momentos felizes, visitamos vários lugares na cidade, rimos com os outros hóspedes e a noite nos amamos com tanta intensidade que em uma das noites Diego me disse que se continuasse assim durante a gravidez ele é quem iria acabar parando no hospital. Amanhã voltamos para São Paulo e para nossa rotina. Temos que dar entrada na papelada do casamento e começar a organização do espaço, decoração e buffet. Antes de irmos embora, chamei o meu noivo para passar uma tarde no lago em que demos o nosso primeiro beijo. Quando Francisca ouviu a minha conversa com o Fabrício, tratou de organizar uma cesta com frutas, bebidas e queijo. Disse que uma tarde de amor ao lado do meu noivo era uma boa pedida para o nosso último dia. Agora estamos deitados em uma das pedras, observando o c
Diego— Pode ir, meu garoto. Valentina deve estar achando que você vai se atrasar.Diná e eu estamos terminando de fechar o caixa, o dia foi bem movimentado e em um mês o restaurante vem tendo uma boa aceitação e os lucros se tornam maiores a cada dia. Após as férias em Rio das Pedras ao lado da minha mulher, voltamos ao mundo real e de obrigações que por quinze dias deixei esquecido. Durante a viagem, fui surpreendido com uma proposta tentadora que pode ajudar e muito a minha parte financeira, mesmo depois de dizer que eu não trabalharia mais na área da segurança, contudo as circunstâncias mudaram tudo e agora me vejo dividido entre aceitar ou não ser consultor em uma grande empresa de segurança privada.— Mal posso esperar para ouvir o coração do nosso filho hoje — digo guardando os recibos de cartão de crédito dentro da gaveta, saindo do escritório com Diná ao meu lado.— Valentina, deve tá numa felicidade enorme, imagino a felicidade de vocês dois, em um momento mais do que especi
Diego— Amor, pensei que você iria se atrasar — estamos aguardando a consulta sentados nas cadeiras confortáveis do hospital de luxo da família da minha garota. Desde a hora que eu cheguei, Valentina não parou de falar um segundo sequer sobre o ultrassom e também contou que sua mãe chegou a São Paulo e que nos convidou para um jantar amanhã. Jéssica quer conversar sobre o nosso casamento e a recepção.— O dia foi bem corrido no restaurante, Diná vai contratar mais uma funcionária, para trabalhar no caixa, pois anda ficando sobrecarregado para ela coordenar a cozinha e receber o dinheiro.— Certeza, que vocês irão se sair bem na contratação — Valentina diz, com a cabeça encostada em meu ombro. — Vamos colocar o anúncio essa semana. Não tinha noção que em poucos dias, o restaurante teria um movimento agitado como o que estamos tendo.Digo, tocando seu rosto com carinho. Valentina sorri para mim, pegando minha mão para colocar em sua barriga por cima do vestido.— Tive uma reunião com a