No bar, Andrew pegou o copo de uísque e o girou entre os dedos, perdido nos próprios pensamentos. O álcool já começava a aquecer sua garganta, mas não era suficiente para dissipar aquela sensação de inquietação que o consumia por dentro. Ao seu lado, Ethan e Marcos continuavam a conversa, trocando experiências sobre seus próprios dramas pessoais.— Você acha que tá mal, Andrew? — Ethan soltou uma risada seca. — Eu estou tentando reconstruir algo com Callie, mas ela ainda tá internada. E minha sogra é nada mais, nada menos que Agnes. Eu mereço um prêmio por isso.Marcos riu, dando um gole na cerveja. — Eu acho que vocês dois estão competindo pra ver quem tá na pior. Mas, se querem saber, eu tô é muito bem.— Até parece. — Andrew ergueu uma sobrancelha, finalmente saindo de sua introspecção.— Sério. Nunca estive tão feliz e realizado ao lado de uma mulher. Vitória é incrível. A mulher da minha vida e pra minha vida. — Marcos sorriu de lado e apoiou os braços sobre o balcão. — Tanto que
Bridget acordou sentindo um calor agradável ao redor do corpo. O colchão macio e o cheiro amadeirado dos lençóis a faziam querer continuar ali por mais tempo. No entanto, ao esticar a mão para o lado, encontrou apenas lençóis frios.Franziu a testa e abriu os olhos, piscando algumas vezes para se acostumar com a luz fraca que entrava pela janela.— Maxwell? — murmurou, mas a resposta foi o silêncio.Ela se sentou na cama, ajeitando os cabelos bagunçados e esfregando os olhos. Levantou-se e saiu do quarto, descendo as escadas até encontrar o mordomo na sala.— Bom dia, Srta. Bridget. — Ele a cumprimentou educadamente. — O café da manhã será servido em breve.— Ah, obrigada. Maxwell já acordou?— Sim, ele está na cozinha.Bridget arqueou a sobrancelha, curiosa. Seguiu pelo corredor e, ao entrar na cozinha, encontrou Maxwell cortando frutas com uma concentração absurda.Ele segurava uma faca enorme e fatiava os morangos de forma quase meticulosa, como se estivesse realizando uma cirurgia
Bridget manteve sua postura firme enquanto falava com Elizabeth, mas o que ela não sabia era que Andrew estava parado na escada, ouvindo cada palavra.Seus dedos se fecharam em punhos ao ouvir Bridget dizer que não voltaria para ele. Que ele precisava encontrar apoio em outra pessoa. Que ela havia mudado.Mudado? Como ela podia ter mudado tão rápido? Como podia ter seguido em frente, como se tudo que eles viveram tivesse sido insignificante?Quando Bridget se virou para sair da sala, deu de cara com Andrew parado no topo da escada. Seus olhos estavam vermelhos, e não era apenas pelo álcool ainda em seu sistema.— Então é assim? — Ele desceu os degraus devagar, a voz carregada de sarcasmo. — Você se cansa de mim e simplesmente me descarta?Bridget fechou os olhos por um instante, reunindo paciência.— Andrew, não é isso.— Não é? — Ele riu sem humor. — Porque é exatamente o que parece. Você tá jogando tudo fora!— Nós já terminamos há muito tempo, Andrew. Foi você quem me afastou!Ele
Maxwell estacionou o carro em frente à livraria café e rapidamente desceu, caminhando até o outro lado para abrir a porta do passageiro para Bridget.— Uau… — Ela arqueou as sobrancelhas, surpresa. — Maxwell Jones, você por acaso é um cavalheiro de outro século?Ele sorriu de lado, inclinando-se ligeiramente em uma reverência exagerada.— Eu sou um homem de classe, Bridget. — Ele piscou. — E, além disso, um acompanhante encantador.Ela revirou os olhos, mas sorriu.— Acompanhar? Você nem deveria estar aqui.— Ah, mas eu já ia vir pra cá de qualquer jeito — ele disse, casualmente.Bridget cruzou os braços, desconfiada.— Sério? Por quê?Maxwell deu de ombros.— Achei que você pudesse precisar de ajuda.— E o que te fez pensar isso?Ele abriu um sorriso malicioso.— Intuição.Bridget bufou e entrou na livraria, com Maxwell seguindo logo atrás.Ao atravessar a porta, ela se virou para ele.— Sério agora, Maxwell, por que você tá aqui?Ele olhou ao redor, fingindo admirar o ambiente.— Po
Andrew saiu do banheiro do quarto VIP da clínica vestindo uma camiseta preta justa e uma calça de moletom cinza. Seus cabelos ainda estavam levemente úmidos, e ele passou as mãos neles despreocupadamente.Laura, já deitada na cama, sorriu ao vê-lo. — Até que enfim! Achei que tinha dormido no banho.Ele riu. — Eu quase dormi, na verdade.Ela fez um biquinho. — Então fica aqui comigo, coloca um filme… Eu preciso me distrair.Andrew arqueou uma sobrancelha, mas acabou cedendo. Pegou o controle remoto e navegou pelos filmes disponíveis. — O que você quer assistir?— Algo leve e divertido!Ele escolheu uma comédia romântica e, enquanto o filme começava, o almoço chegou. A comida estava impecável: um prato de salmão grelhado com purê de batata e legumes para Andrew e um fettuccine ao molho branco com camarões para Laura. Além disso, havia uma jarra de suco de maracujá bem gelado.Os dois comeram tranquilamente enquanto assistiam ao filme. Em determinado momento, Laura se aninhou no ombro de
Bridget segurou o telefone por um momento, ouvindo a respiração instável de Callie na mensagem de voz. O pedido dela para que a visitasse parecia carregado de algo mais profundo, algo que ia além de um simples reencontro. Era um pedido de socorro silencioso.Ela terminou seu café apressadamente e se despediu de Maxwell, que, percebendo a urgência no olhar dela, apenas assentiu sem fazer perguntas. Ele a acompanhou até a porta da livraria-café e disse:— Se precisar de alguma coisa, me avise.Bridget sorriu de leve, apreciando o apoio dele, mas sabia que essa era uma conversa que precisava ter sozinha. Pegou um táxi e seguiu para a clínica onde Callie estava internada. O caminho parecia mais longo do que realmente era, talvez porque sua mente estava cheia de perguntas. Por que Callie queria vê-la? O que ela teria a dizer?Ao chegar, Bridget foi recebida por uma enfermeira, que a guiou até o quarto de Callie. Ela respirou fundo antes de entrar.Callie estava sentada na cama, com uma man
Bridget se despediu de Callie com um abraço apertado.— Cuide-se, tá? — disse, afagando os cabelos da irmã.— Pode deixar. E me manda mensagem quando chegar em casa! — Callie respondeu, sorrindo.Bridget assentiu e pegou o celular ao sentir uma vibração no bolso. Era Maxwell ligando.— Oi, Maxwell — atendeu, já sabendo o que ele diria.— Já está na saída? Vou te buscar. Quero ter certeza de que você chega em casa em segurança.Bridget suspirou, mas sorriu. Ele era insistente.— Maxwell, eu posso pegar um táxi…— Eu já estou a caminho, então nem tente argumentar — ele interrompeu de maneira divertida.Ela revirou os olhos, mas no fundo, ficou grata. Depois de se despedir novamente de Callie, Bridget saiu da clínica e caminhou até a calçada. O ar da noite estava fresco, e as luzes da cidade refletiam nos vidros dos prédios ao redor.Do outro lado da do predio, no hospital, duas pessoas observavam a cena através da grande janela de um quarto VIP: Laura e Andrew.Laura franziu a testa ao
Bridget saiu do escritório com passos apressados, sentindo o peso das palavras de vovó Nívea em seu peito. Seus olhos estavam marejados, mas ela respirou fundo para conter as lágrimas. Ao virar o corredor, esbarrou em sua mãe, Melinda, que a segurou pelos braços imediatamente.— Bridget, o que aconteceu? — perguntou Melinda, franzindo o cenho ao ver o rosto abalado da filha.Bridget hesitou, mas ao encarar os olhos preocupados da mãe, não conseguiu segurar por mais tempo.— Vovó quer me mandar para a mansão Miller… — sussurrou, sua voz embargada.Os olhos de Melinda se arregalaram em choque. Antes que pudesse responder, dentro do escritório, Nívea pegou o telefone e discou um número conhecido. Do outro lado da linha, Elizabeth atendeu com um tom formal.— Elizabeth, querida, está tudo certo. Bridget vai para a mansão Miller — anunciou Nívea, cruzando as pernas e acomodando-se na poltrona como se tivesse acabado de fechar um grande negócio.— Ótimo, Nívea. Acho que isso ajudará Andrew