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Capítulo 9 - O pior/melhor castigo de todos - Parte 2

Diário, eu ainda não sei se minha expressão no momento é de raiva ou de nojo. Minha mente ainda não conseguiu processar o que acabou de acontecer. Aquele maldito Abridor de Malas, além de jogar água no meu rosto, conseguiu acertar minha boca. Vou acabar com ele por isso.

     — Foi mal ai, garota. Não vi que estava de boca aberta — dizia ele entre risos. Como ele pode rir quando estou tendo um ataque de nojo? Não imaginava que essa nossa guerrinha pudesse terminar assim.

     Ainda me pergunto o por quê de eu ainda estar com aquela água suja dentro da boca. Já era pra eu ter cuspido, não é? Sabe, as vezes me odeio por esquecer do que está acontecendo ao meu redor.

     Cuspi aquela água de volta na privada.

     — Vou te matar por isso! — exclamei em baixa voz.

     Já chega. Não vou perder a oportunidade de vingança.

     Peguei a cabeça daquele infeliz e coloquei na privada. Doce, doce vingança.

     — Sentiu a minha vingança? — perguntei querendo rir do que eu estava fazendo com ele.

     Depois de tê-lo deixado alguns segundos com a cabeça submersa na privada, levantei sua cabeça e ele começou a rir. Não acredito que ele está rindo da minha vingança. Mesmo estando meio chateada por minha vingança não ter funcionado do jeito que eu esperava, comecei a rir com ele. Realmente a situação era engraçada.

     — Quer saber de uma coisa? Você me diverte — falou ele enquanto limpava o rosto da água suja.

     — Igualmente — concordei rindo. Meu Deus, não acredito que agimos como crianças hoje.

     Sabe, diário, gostei de estar encharcada de água suja. Ele também pareceu gosta disso. Acho que passar algum tempo ao seu lado não é tão ruim. Quer saber, acabei de pensar em algo: toda vez que estamos juntos, alguma coisa estranha acontece. Ou algo muito bizarro. Quer dizer, quem iria esperar que ele abrisse minha mala de calcinhas, ou que roubasse minha blusa, ou que corrêssemos juntos pelo campus... Ninguém esperava por isso. E agora temos nossa guerrinha de água de privada. Isso vai ficar gravado na história como “coisa mais idiota que dois adolescentes fizeram”.

     Depois dele ter limpado o rosto por completo e eu ter feito o mesmo, começamos a limpar o banheiro de verdade, afinal, não tínhamos mais tempo para ficar brincando como crianças. Infelizmente, eu fiquei com a privada, mas fizemos um acordo que nós iríamos revezar de quarto em quarto.

★Dica 41 = Sempre faça bons acordos.★

    

Em pouco menos que uma hora, terminamos de limpar o segundo andar do dormitório feminino. Droga, odeio ficar no prédio feminino com ele. Bem que a diretora poderia te raciocinado que: um menino tarado/safado + garotas dormindo apenas de roupa intima = garoto olhando a todo o momento para elas. Está vendo o que tive que aguentar no segundo andar inteiro, diário? A diretora poderia ter posto eu para limpar os femininos e ele para limpar os masculinos, mas não, ela teve que me deixar com esse idiota. Talvez esse seja um castigo oculto que ela quis me dar. Eu já deveria ter imaginado algo assim.

     Eu e o Abridor de Malas descíamos de modo silencioso para o primeiro andar. Mais um andar com esse insuportável. Por favor, espero que neste primeiro andar, ele tenha senso do que estiver fazendo e não seja um completo idiota do meu lado. Diário, me deseje sorte e bastante paciência.

Não adiantou nada se você me desejou boa sorte ou não. Ele continuou o mesmo. É, parece que nem se eu desejasse com toda a força do mundo que ele mudasse para uma coisa melhor, ele mudaria. Nem sei porque fiquei com tanta expectativa. Ok, eu confesso que eu poderia muito bem ter ignorado e continuado meu trabalho, sem ligar para o que ele faz, mas é impossível. Minha mente, de certa forma, se sente incomodada em vê-lo olhando outras. Quer dizer, não que eu quisesse que a atenção dele fosse só para mim.

     Como se não bastasse ter que vê-lo prestando atenção em outra coisa além do castigo, ele ainda teve a coragem e a burrice de dizer depois de limparmos alguns quartos:

     — Estamos quase chegando no dormitório da minha namorada.

     — Por qual motivo está me dizendo uma coisa dessas?

     — Pra você saber.

     — Eu não quero saber.

     — Agora já está sabendo. — Ele pareceu querer rir de mim, como se estivesse brincando comigo.

     — Vai catar coquinho! A única coisa que eu quero fazer é terminar logo esse primeiro dia de castigo. Ficar tanto tempo com você é insuportável. — Reviro os olhos e continuo o caminho para os dormitórios seguintes.

Chegamos onde eu menos queria chegar: no dormitório da namorada dele. Eu queria tanto que o quarto dela sumisse daqui e que ela também não existisse... Não, diário. Não estou com ciúmes se é o que está pensando. Só não é agradável uma garota visitar o quarto de outra garota, mas sendo que essa outra garota é namorada do garoto que lhe acompanha num castigo forçado. Entende, diário? É apenas por este motivo que eu gostaria que ela desaparecesse pelo menos para nós limparmos o quarto em paz. Ai, diário, não aguento mais. Eu sei que se passaram só alguns segundos, mas como meu diário, eu deveria ser verdadeira com você. Então eu confesso: sim, estou com ciúmes, mas eu garanto que é bem pouquinho mesmo. Até podemos dizer que é do tamanho de uma colher de chá.

     Entramos no quarto dela e percebi que tudo estava silencioso, ou seja, ela estava dormindo. Ela pode não ter sumido como eu queria, mas pelo menos não consegue me ver enquanto estiver dormido.

     Eu acho que comemorei antes do esperado, coisa que em nenhum tipo de situação se pode fazer. Quando o Abridor de Malas a viu, foi acordá-la, o que acabou com minhas chances e expectativas de poder ter paz quando limpava esse quarto. Pelo menos, consegui ver que ela estava usando uma camisola adequada e comportada. Menos uma coisa para me preocupar.

     Ele se ajoelhou ao lado de sua cama e tocou seu ombro.

     — Oi, fofa. Sou eu — falou ele.

     — Quem? — perguntou ela abrindo um pouco os olhos, tentando reconhecê-lo.

     — Seu namorado.

     — Ah, sim. Me diga. O que está fazendo?

     — Limpando banheiros do colégio.

     — Que nojo. — Parecia até eu falando. — Não encoste em mim desse jeito.

     — Pode deixar. Não vou fazer isso.

     Bastou essas palavras pra uma chama de raiva acender dentro de mim. Não é justo que na garota de cabelos pretos e mechas azuis ele jogue aquela água suja, mas em sua namorada nem ter coragem. Que crueldade é essa? E a amizade? Cadê? Parece que morreu.

     — Quem é essa garota com você? — perguntou a Carol ainda deitada, mas olhando para mim.

     — Uma amiga. Ela é aluna nova — falou o Abridor de Malas apontando pra mim.

     Carol se levantou da cama e veio em minha direção. Afinal, o que ela quer comigo? Por que se ela ameaçar fazer alguma coisa, juro que farei pior.

     — Não está tentando roubar meu namorado. Está? — indagou ela, me fitando ferozmente.

     Sabe, diário, o Abridor de Malas até que sabe escolher. A namorada dele até que é bonita ao vivo. Ela está do mesmo jeito que Betânia me mostrou na foto. Só que os cachos agora estão mais definidos.

     — Você não é a primeira a dizer isso — respondi cuspindo as palavras nela. — Também acredito que não será a única, mas minha resposta contém apenas uma palavra: não.

     — Ainda bem. — disse ela virando de costas sorrindo batendo seu cabelo na minha cara. Ah, se eu pudesse meter um soco no nariz dessa metida.

     ★Dica 42 = Se o garoto que você gosta já tem namorada, desafie ela quando tiver oportunidade (isso se vocês forem inimigas).★

     Ela estava voltando pra cama, quando decidi falar mais algumas coisas:

     — E se eu estivesse. O que você faria?

     Agora ela vai pagar feio por ter vindo dar um aviso tão bobo. Se eu estivesse tentando roubar o Abridor de Malas dela, faria com todo o livre arbítrio que foi me dado. Ela não poderia me impedir de fazer tal coisa nem se realmente quisesse ou com toda a força do mundo. Quer dizer, não estou dizendo que farei isso, claro.

     — Você não iria querer conhecer meu lado sombrio. — Ela me olhou de um jeito desafiador e com um sorriso sarcástico

     — Como se eu tivesse medo de uma garota metida.

     Não sei exatamente se foi certo chamá-la assim. Bom, acabei de conhecê-la, sei que não poderia ter me precipitado, mas... Quer saber, a culpa foi dela de vir toda raivosa jogando seu cabelo na minha cara.

     ★Dica 43= Use bons argumentos.★

     — Saia do meu quarto! — disse a garota quase gritando, apontando pra saída.

     — Não vou sair coisa nenhuma! Vai fazer o quê? Gritar? Chamar a diretora? Chorar? — Eu queria tanto rir das minhas respostas idiotas. Como posso ser tão besta assim, diário?

     — Chega as duas! — O Abridor de Malas, por muito pouco mesmo, não gritou. Ainda fico me perguntando como a companheira de quarto da Carol não acordou depois de praticamente tanta gritaria e discussão.

     Não sei se agradeço o Abridor de Malas ou fico com raiva dele. Uma boa discussão me faria esquecer um pouco mais que estamos num castigo bem chato.

     — Você vai deixar essa garota aqui no meu quarto? — reclamou ela, virando-se para o Abridor de Malas.

     — Eu preciso — lamentou ele.

     Espera, a voz que ele fez foi de lamentação. Quer dizer que ele me odeia agora só por causa da namorada dele? E eu? Como fico nessa história? Como intrusa?

     — Mas por quê? — choramingou ela.

     — Porque ela está no castigo comigo. Juro, minha fofa, que se pudesse tiraria ela daqui.

     ★Dica 44 = Se o seu “amigo” mentir na sua frente pra agradar a namorada, arme uma vingança.★

     Como é? Agora a pouco eu não era sua amiga? Você não disse que se divertia comigo? As coisas se inverteram agora? Que tipo de amigo ele é? Do tipo que mente pra agradar os outros? Droga, e eu achando que ele realmente me trataria como sua amiga de verdade. Me enganei.

     Ele ia dar um abraço nela, quando ela disse:

     — Já te disse pra não encostar em mim. — Parou e pensou um pouco. — Mas pensando bem, a boca eu deixo.

     O Abridor de Malas abriu um sorriso e eles começaram a se beijar na minha frente, como se eu fosse uma parede, sendo obrigada a ver aquele negócio. Isso só me fez parar pra pensar um pouco no quanto sento falta de beijar alguém e principalmente de ter um namorado.

     — Ei! Eu não sou plateia pra ficar assistindo os dois se beijarem! — Parecia que ninguém tinha me ouvido. — Alguém está me escutando? Não sou invisível!

     Depois de ficar plantada vendo os dois se beijarem por dois minutos, me veio uma idéia a cabeça: se ele não tem coragem de jogar água de privada nela, então eu jogo.

     Peguei um balde vazio, fui até o banheiro e comecei a encher até o topo do balde com a água do vaso sanitário. Ficou um pouco pesado, mas logo meu plano seria executado e isso pra mim era a coisa mais importante do que meus braços quase caindo de tanta dor.

     Cheguei perto dos dois. Naquela hora, tive o seguinte pensamento: “se eles não quiseram me ouvir, agora vai na água mesmo”.

     Quando me bateu uma ponta de culpa, o balde já estava virando em cima deles, deixando-os encharcados.

     — Ficou maluca garota? — gritou Carol, balançando as mãos histericamente, tentando se secar.

     — Pra sua informação, maluca eu sempre fui. E a culpa foi de vocês que não quiseram me ouvir. Foi muito necessária essa ação de minha parte.

     — Não acredito que você encharcou eu e minha namorada — comentou o Abridor de Malas.

     Vou ser sincera, diário. Esse negócio do Abridor de Malas ficar toda santa hora repetindo que a garota é sua namorada está me irritando. Não por ser ela, mas por ele dizer a mesma coisa a cada cinco segundos.

     — Pare de ficar repetindo que ela é a sua namorada! Eu já sei, tá bom? Não precisa ficar repetindo.

     Ele apenas balançou a cabeça em desaprovação.

     — Por favor, me diga que isso é água de torneira — perguntou Carol, quase tendo um surto.

     — Vai ficar feliz em saber que não é. — Fiz uma expressão de quem queria rir da situação dela, mas nenhum riso brotou da minha garganta.

     — Saiam os dois daqui! — gritou ela nos empurrando pra fora.

     É, parece que acabei irritando ela. Me bateu só uma pontada de culpa, mas foi tão pouca que foi até fácil de mais ignorar.

     Pegamos os produtos e materiais de limpeza e ela trancou a porta assim que nossos pés tocaram no chão fora do quarto dela. De imediato, o Abridor de Malas começou a bater na porta em busca de respostas. Ele até fazia questão de pedir desculpas várias vezes, mesmo assim, não adiantava nada. Carol não respondeu nada. É, acho que fiz meio que uma coisa errada.

     — Feliz? — perguntou ele frustrado com as mãos no cabelo.

     — Muito. Foi tão engraçado ver os dois encharcados — falei rindo.

     Tá, diário, eu sei que não deveria estar rindo dele desse jeito, porém, tudo o que quero é ser sincera. Eu achei mesmo engraçado ter visto os dois naquela situação.

     — Isso não tem graça!

     — Ah, tem sim. Mas sério, você queria que eu fizesse o quê?

     — Que você só esperasse.

     — Não estava afim de ver os dois se beijarem. — Revirei os olhos desviando o olhar dele. Não quero olhá-lo.

     — Sério. É mais fácil você admitir que está com ciúmes. — Consegui notar que ele estava querendo rir.

     — Não estou com ciúmes! — Cruzei os braços e virei de costas.

     Ouvi seus passos vindo em minha direção, mas permaneci firme. Não quero mostrar que sou fraca. Quando percebi, ele já estava na minha frente segurando minhas bochechas se inclinando para um beijo. Eu já não sabia mais o que fazer. Minha mente ficou branca. Cadê meus pensamentos quando preciso deles? Eu estava tão sem o que fazer que as coisas que eu segurava todas caíram no chão.

     Nossos lábios estavam quase se encostando quando ele os desviou para bem perto do meu ouvido.

     — Está corada. Então sim. Você está com ciúmes — sussurrou ele.

     Não acredito. Não acredito. E não acredito. Ele me enganou. Me enganou tão bem... Tinha que ser uma garota burra como eu. Que droga, diário. Não suporto quando alguém me engana desse jeito. Só me faz pensar que nunca serei inteligente o bastante para saber quando uma pessoa está me enganando. Não sei o por quê de eu ter ficado parada igual uma tonta. Acredite se quiser, diário, mas me esforcei ao máximo para não corar com o ato dele. Me odeio por ter um coração tão mole. Meu Deus, diário, por que eu ainda estou parada? Vamos, Alessandra, mexa-se!

     — Já te disseram que você fica fofa corada? — elogia ele.

     E aquilo foi o que me fez explodir de uma vez:

     — Não me mate do coração, garoto! — Por instinto, dei um chute na barriga dele. Diário, eu juro que não estava mirando em outro lugar dessa vez.

     — Achou mesmo que eu iria te beijar? — ele disse rindo com as mãos na barriga. Eu não sabia se ele estava com as mãos na barriga por estar rindo demais ou por estar sentindo dor.

     — Não! Claro que não! Só fiquei corada porque você me pegou de surpresa! — menti descaradamente.

     — Se eu te avisasse antes, não teria graça.

     — Se você fizer isso de novo, juro que acabo com você.

     — Quem sabe um dia seja de verdade...

     Gelei. Meu coração quase parou. Senti que minha pressão havia caído. Cheguei a ficar meio tonta e quase desmaiei. Sei lá, isso foi um choque bem grande. Quer dizer, num momento ele estava me acordando, depois estávamos numa guerra de água de privada, depois eu estava jogando água suja nele e em sua namorada e agora estou aqui, quase desmaiando por um quase beijo. Parece que as coisas estão andando bem rápido.

     — Garota? Você está bem? — perguntou ele me despertando do choque. Acho que eu deveria agradecê-lo por isso. Caso contrário, acho que ficaria ali o dia inteiro pensando na vida e no que acabou de acontecer.

     — Estou sim — gaguejei um pouco enquanto respondia.

     — Tem certeza? Você está pálida. — Ele parecia preocupado comigo. Eu deveria estar muito horrível mesmo. Quem diria que um quase beijo poderia fazer isso comigo. Imagine se tivesse sido realmente um beijo.

     — Estou? Quer saber, não importa. — Balancei a cabeça. — Vamos continuar.

Acabamos os dormitórios femininos em pouco tempo. Apressamos o passo, porque nosso tempo era curto e não podíamos fracassar com a diretora. Pelo menos não no primeiro dia.

     Agora estávamos indo pros dormitórios masculinos.

     — Agora é a sua vez de ficar olhando — comentou ele.

     Demorou um pouco de tempo para eu perceber que ele estava falando dos garotos.

     — Não sou safada, ok?

     — É o que veremos. — Ele parecia querer rir.

     Não digo que estava tão ansiosa assim. Quer dizer, eu gravei as palavras dele como um desafio. Ele quer ver se vou conseguir ser mais forte e não olhar nenhum garoto. Prometo a você, diário, que vou vencer essa minha aposta imaginária. Mas primeiro quero ser sincera: tá bom, talvez eu esteja um pouquinho ansiosa para chegar no dormitórios dos garotos.

Já nos primeiros dormitórios, dei uma olhadinha de soslaio para cada um deles. Ok, eles são... Digamos que bonitinhos. Uma pena eu não saber em que sala estudam.

     Eu tentava ser o mais discreta possível para que o Abridor de Malas não notasse. Não queria que ele me visse assim. Fiquei com muita raiva de mim mesma por estar perdendo minha aposta imaginária. O bom é que não senti que estava perdendo tanto assim minha aposta, porque os garotos não eram tão lindos quanto o Abridor de Malas.

     Em um dos quartos, o Abridor de Malas pareceu não querer ficar mais quieto diante da situação:

     — Depois fala de mim — disse ele.

     Não respondi, apenas agi como se não estivesse olhando garoto nenhum.

     — Não sou você — falei depois de um tempo.

     — Claro, só está sendo igual a mim — rebateu ele enquanto se preparava para limpar o próximo sanitário.

     — Calado. Apenas faça seu trabalho.

     Eu queria rir, mas não o fiz.

Finalmente cheguei onde queria chegar: o quarto do Abridor de Malas. Não foi a muito tempo que vim aqui, mas eu estava com saudade. O cheiro dele está por todo o lugar.

     Enquanto colocava alguns materiais perto da pia e no chão, perto da cama dele notei algo diferente. Me levantei e me aproximei, até que cheguei a uma conclusão e não hesitei em perguntar:

     — Por que minhas blusas ainda estam aqui? — Olhei pra ele, pedindo respostas até com o olhar.

     — Por nada — gaguejou e deu de ombros. Por sua voz, eu diria que estava nervoso. Tem alguma coisa por trás disso, com certeza.

     ★Dica 45 = Quando uma pessoa estiver te escondendo alguma coisa e principalmente gaguejar na sua frente, a faça admitir imediatamente.★

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